Capítulo 6

Bernardo

Como eu não estava conseguindo me concentrar em nada eu resolvi ir embora logo, pois do jeito que eu estava não conseguiria mesmo resolver nada... mas que merda! Eu pensava, porque esse maldito apareceu logo agora que a minha vida está completamente mudada, o que ele quer de mim? O que ele quer que eu faça? Porque eu sei que não veio só pra me convidar pra tomar um uísque e bater papo, ele quer que eu faça alguma coisa, e isso é o que mais me preocupa, ainda mais que ele já falou das minhas filhas e de Manuela... eu não posso colocar minha família em perigo, tenho que protegê-las.


Chegando em casa minhas pequenas já estavam lá, e estavam brincando na sala, quando me viram correram até mim me abraçando, e eu apertei elas em meus braços, como eu amo minhas filhas, se algo acontecesse com elas eu não me perdoaria nunca.


- Eita que abraço gostoso! Eu disse dando um beijo em cada uma.

- Papai voxe touxe o que pra gente? Perguntou Laura.

- Ih caramba, o papai esqueceu da surpresa... eu disse, e realmente tinha esquecido.

- poxa papai voxe ta esquecido! Disse Lívia.

- olha, vamos fazer assim, o pai leva vocês na casa da vovó amanhã? Pode ser?

- mas a mamãe disse que vamos na casa da vovó hoje... disse Laura.

- ela disse é? Pai não sabe disso não...


E eu não sabia mesmo, Manuela não me disse nada, logo hoje? Não vai dá, eu preciso resolver esse problema.


- ela disse... falou Lívia.

- ok, pai vai saber disso melhor, vão brincar... eu disse e fui até o quarto procurando Manuela.


Entrei e seu closet estava aberto, certamente ela estava procurando algo pra colocar.


- Manu... vem cá... eu disse tirando meu paletó e minha gravata.

- oi amor, pode falar, to ocupada agora... disse ela.

- porque não me disse nada sobre o jantar na casa da minha mãe hoje? Eu disse e tirei os sapatos, desabotoei a blusa e deitei na cama.

- eu esqueci amor, porque? Você tem compromisso é? Ela perguntou.

- pior que tenho... um coquetel com um cliente.

- jura? Disse ela vindo pro quarto... nossa, e agora?

- e agora que a senhora tinha que ter me avisado, eu marcaria outro dia, mas agora não posso desmarcar... eu disse... depois de tanto anos era a primeira vez que eu estava mentindo pra ela, mas eu não podia dizer a verdade, ela ficaria muito assustada e preocupada e isso é o que eu menos quero agora, fazer ela pensar novamente no passado, esse passado que só a fez sofrer.

- poxa, que pena amor... disse ela.

- faz o seguinte, vai com as meninas e com a Lena, e depois passo lá pra buscar vocês, pode ser?

- ah, ta bom, não tem jeito mesmo né, nós vamos sem você então.

- vem cá vem, eu sinto muito... eu disse estendendo a mão pra ela, e ela veio, a puxei pros meus braços deitando seu corpo ao meu e lhe dando um beijo... prometo que amanhã levo minhas princesas pra passear.

- tudo bem... disse ela.

- eu já disse que te amo hoje? Perguntei a ela e ela sorriu.

- não, hoje não disse... ela disse fazendo bico.

- pois então eu digo... eu te amo, te amo, você é a mulher mais maravilhosa de todo esse mundo!

- também te amo... diz ela selando nossos lábios.

- aproveita e ver com minha mãe se ela pode ficar com as meninas no domingo, quero te levar a um lugar... eu disse.

- nossa, é mesmo é? E que lugar?

- um lugar ai, surpresa... digo e dou uma mordida em seu lábio.

- você adora me deixar curiosa né cara... diz ela... me solta vai, tenho que arrumar as meninas.

- Ah nãaao, não vaaai, fica aqui... digo apertando ela em meus braços.

- Não amor, senão vamos nos atrasar, me solta... dizia ela.

- Mamãaaaae! A Lívia me bateeeu! Diz Laura entrando no quarto, estava chorando.

- Oh meu Deus, porque ela bateu em você? Diz Manu se levantando e pegando ela no colo.

- Puque eu quelia a muneca, ela não quis dá e ela me bateu... disse ela.

- Bernardo, vai falar com a Lívia... diz Manu.

- Ai ai, essa Lívia... digo me levantando... não chora pequena do papai, vou falar com ela ta bom? Digo dando um beijo em Laura.


Vou até a sala e Lívia está sentada num cantinho segurando sua boneca preferida, abraçando ela e chorando também... me aproximo e me sento de frente pra ela.


- Hei pequenininha, porque bateu na sua irmã? Pergunto.

- Puque ela quelia a minha muneca peferida! Diz ela.

- Mas o pai já não disse que temos que dividir?

- mas ela não entende papai ela só quer a minha muneca, toda vez, toda vez... diz ela fazendo bico, o bico mais lindo que eu já vi, que garotinha linda, até quando ta com raiva, parece tanto com a mãe dela, igualzinha, acho que é por isso que ela é mais apegada a mim.

- vamos pedir desculpas pra sua irmã, vem com o pai... digo pegando ela no colo e voltando pro quarto.

Manuela estava com Laura sentada na cama, me aproximei e sentei com a Lívia.

- agora fala com sua irmã Lívia... eu disse.

- Deculpa mana, eu não faço mais... disse ela.

- ta bom... disse Laura.

- E agora, o que faz? Perguntei e elas se abraçaram... isso mesmo! Eu disse.

- Agora vamos que o pai hoje vai arrumar vocês pra ir pra casa da vovó... eu disse pegando as duas.

- Você que vai arrumar? Perguntou Manuela rindo.

- é, porque? Acha que eu não sei?

- Não, eu acho é que você não vai conseguir... disse ela.

- Pois você vai ver, eu sou pai ué, pai entende dessas paradas, é fácil... digo.

- então vamos ver... diz ela rindo... vou me arrumar então.


Fui com as meninas pro quarto pra colocar em cada uma sua roupa que já estava sobre suas camas, mas uma coisa que eu achava que era fácil acabou me deixando doido, elas não paravam quietas e eu não conseguia colocar nada direito, elas corriam pelo quarto, pulavam em mim, pegavam um monte de coisa pra me mostrar, caramba estou levando a maior surra aqui, pra colocar uma meia calça eu acho que levei mais de 10 minutos, pra colocar em uma só, imagine na outra... Manuela terminou de se arrumar, e olha que ela demora, e nem o vestido delas eu tinha conseguido colocar ainda, quem disse que elas deixavam? Pode crer, eu não entendo dessas paradas não, e não é nada fácil, retiro o que eu disse.


Manuela chegou da porta e dava risada de mim ao invés de me ajudar, tava era se divertindo com a minha situação, cheio de bonecas e ursos em cima de mim, e cada vez elas traziam mais coisas, e eu todo enrolado.


- Me ajuda aqui mulher, não fica me olhando e rindo não... digo me dando por vencido.

- Eu disse que não ia ser fácil... disse ela vindo me ajudar.


E finalmente, só com a ajuda dela foi que eu consegui arrumar as duas, como que pode né, a mulher é que sempre resolve tudo, o que seria de mim sem a minha? Eu tava era perdido, literalmente perdido.

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