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Capítulo 4 “El Diablo–loco – o navio fantasma”

ELES ESTAVAM AO SUL da Inglaterra e o anão coincidentemente conhecia todas as rotas de fuga.

    — Cap, estou ficando enjoado – disse Caolho – nunca fiquei tanto tempo em terra firme.

— Tenha calma, mon ami, em breve teremos um barco novinho em folha.

— Como alguém poderia ficar enjoado em terra firme? – Perguntou Kenny de forma inocente.

— É que ele nasceu em um navio, não está acostumado sem estar no balanço de um barco.

— Faz sentido.

O capitão riu.

— Não, meu querido e pequeno amigo, não faz o menor sentido, mesmo você sendo o menor entre nós.

— Ainda não sabemos como conseguir um navio, Cap.

— Eu sei onde podemos conseguir um – disse Cotoco interrompendo o início do diálogo entre eles.

— Você está brincando?

— Claro que não, mas tem um porém...

— É claro que tem... – bufou Caolho – sempre tem um ou vários poréns...

— E qual é esse "porém"? – Disse Rhett ignorando os murmúrios de Caolho.

— Dizem que é um navio fantasma, outros dizem que é amaldiçoado...

— Navio Fantasma!!! – Disseram Rhett e Caolho juntos enquanto se entreolhavam nitidamente animados – melhor ainda.

O anão sorriu maliciosamente.

— Dizem ainda – continuou ele – que o barco em noite de lua cheia fica em direção ao el Diablo–loco...

— E quem é esse tal "Diablo-loco"? – Disse Caolho bufando entediado como se aquele anão soubesse de histórias que eles ainda não tinham vivido.

— Simplesmente o maior e mais terrível navio pirata de todos os tempos – disse o Capitão Rhett soturnamente.

O anão sorriu.

— Então o senhor deve saber de qual navio estamos falando?

— O Black–jack...

O anão começou a gargalhar e logo em seguida o Capitão Rhett também foi no mesmo embalo.

Caolho e Francis se entreolharam e fizeram cara de desentendidos.

— Qual é a graça? – Perguntou Caolho.

O anão se recompôs do riso e disse:

— Quer ter a honra, senhor capitão.

— Claro, Kenny, diz a lenda – começou Rhett – que o "El Diablo–loco" só era acompanhado por uma única embarcação em todo o mundo...

— Pelo Black–jack... – acrescentou o anão.

— Isso mesmo, Cotoco, mas não é só isso, a maldição que havia no El Diablo–loco passou para o Black–jack também.

— Porque o senhor diz isso – disse Caolho.

— Porque todos os piratas com um mínimo de conhecimento sabem o que o El Diabloloco levava consigo.

Todos ficaram em silêncio, inclusive o anão.

O capitão continuou.

— O Diabloloco levava o tesouro mais valioso e amaldiçoado dos Sete Mares...

Francis mostrou sua mão.

— Isso mesmo, Francis, o Diabloloco levava consigo "A Mão do Destino".

— E essa tal "Mão do Destino" é tão poderosa assim? – Perguntou o anão.

— Mais até... Dizem que a lenda dos três desejos da lâmpada mágica do Aladim e até mesmo a Pedra Filosofal foram inspiradas nela... E a melhor parte vem agora, todos que tiverem seus desejos realizados pela "Mão do Destino" serão imortais, escravos dela para todo o sempre, à não ser que desvendem o mistério...

— E que mistério é esse?

— Isso é o que vamos descobrir – o Capitão apontou para o horizonte – vejam, é o Black–jack...

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