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Capítulo 3 “Um anão se junta à tripulação”

RHETT, FRANCIS E CAOLHO chegaram à praia e revezavam entre tossir e rir. Riram como há muito tempo não riam em suas pobres e desgraçadas vidas.

— Eu queria ver a cara do Fundilho–sujo nesse momento.

— Até Francis que não se interessa por nada nesse mundo gostaria de ver – disse Caolho com a mesma irreverência de sempre.

Francis animado assentiu alegremente a cabeça.

— Tudo bem, – disse o Capitão Rhett se animando – precisamos de um novo navio, tripulação, imediato e mulheres.

— Não olha para mim – disse Caolho se esquivando da função – não tenho nada a ver com isso... Cap, vou dar uma mijada, estou muito apertado.

Rhett olhou para Francis que negou veementemente com a cabeça e as mãos.

— Está bem, depois resolvemos isso.

Rhett pela primeira vez ficara sério.

— O que aconteceu, Cap?

Rhett olhou de soslaio e fez sinal para que eles fizessem silêncio.

O capitão ouviu mais com seus instintos do que com seus ouvidos, ninguém conseguia entender aquele sexto-sentido que ele tinha.

— Pode sair, quem quer que seja, não vamos machucá-lo, tem a minha promessa.

Antes que a figura misteriosa aparecesse, uma adaga seguiu mortalmente em sua direção, mas Rhett desviou-se no último instante.

— Gostei da brincadeira, mas gostaria de saber quem quer brincar com o futuro rei dos Sete Mares...

— Rei do que? – Disse um anão ao sair de trás do arbusto.

— Olha, temos aqui um espião.

— Os únicos espiões aqui são vocês – disse o anão rispidamente.

— Qual o seu nome?

— Kenny...

De repente, Caolho volta abotoando a calça.

— Quem é esse cotoco de gente? – Disse Caolho.

Francis riu e mostrou o dedo mindinho para os companheiros.

— Mindinho, essa foi boa, monsieur Francis.

O anão ficou irado e foi para cima de Jimmy Caolho.

— Calma aí, guri, já perdi muitos homens hoje, não quero tirar mais meia vida.

— Quem são vocês? – Gritou o anão – o que vocês estão fazendo aqui?

— Sou o Capitão Rhett Flanigan – disse o capitão fazendo uma leve reverência – esses são meus homens, Jimmy Caolho e Francis Jegue–de–aço.

— Jegue–de–aço?

Os três riram.

— Nosso amigo aqui já matou uma mulher de tanto prazer com seu brinquedinho ali dentro da cueca.

Francis o segurou por cima da calça e balançou–o sorridente querendo brincar com o anão.

— Ele nunca brincou com um anão – disse Rhett.

Caolho interviu.

— Dizem que o pênis dele é maior que você.

Os três riram e o anão mais uma vez foi para cima de Jimmy Caolho.

— Você não vai rir muito depois que eu arrancar sua língua.

— Que nada, para você cortar minha unha do pé já tem que subir escada.

— Seu nome vai ser Kenny-cotoco – sugeriu o Capitão Rhett.

— Não gostei... – interveio o anão nitidamente irritado com o apelido.

— Parem com isso – disse o capitão tentando amenizar aquele princípio de briga – nós perdemos nosso navio e nossos amigos em uma emboscada da marinha inglesa.

— Sempre eles – bufou o anão.

— O que aconteceu? – Perguntou Caolho tentando ser solícito.

— Eles queriam que nossa cidade pagasse mais impostos e como não tínhamos mais dinheiro, eles queimaram tudo, fui um dos poucos sobreviventes.

— E você tem para onde ir? – Perguntou o capitão.

— Por enquanto não...

— Se quiser vir conosco, podemos enfrentar essa mesma batalha, meu amigo, afinal, o inimigo do meu inimigo é meu amigo.

— Mas não sou guerreiro.

— Nem nós – disse Caolho – somos Piratas.

— Eu poderia ir com vocês?

— Desde que não fosse um inútil, sem problemas.

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