LOBO NARRANDO
Eu fiquei um pouco ali conversando com o JN antes de entrar, eu sabia que a Tessália não iria está muito bem, afinal perder alguém que amamos como a mãe é algo que jamais vamos entender ou saber o que é a perda de alguém, mas como eu já tinha perdido a minha mãe, eu sabia um pouco da dor, mas eu não conseguia deixar ela sair para doer em mim. Mas infelizmente eu sentir a dor da perda da Liz, afinal de contas desde de crianças a gente foi muito ligado um ao outro, até que chegou esse dia horrível e doloroso, para mim doeu por eu ter ficado todos esses anos ao lado dela, e nunca ter dado mais valor a mulher que conviveu comigo por tantos anos. Sei que não será fácil depois explicar para a Tessália tudo que aconteceu e que acontece, uma hora ou outra eu vou ter que enfrentar as minhas dores, mas espero que esse dia nunca chegue de ter que demonstrar toda a minha dor. Então acabei entrando e o JN foi resolver o resto do velório, assim que entrei eu olhei ao redor e vi tudo em câmera lenta, tudo o que eu tinha vivido na vida ao lado dela, e nossa foi como uma bala tivesse me atingindo no peito, eu sentia cada partícula do meu corpo estremecer, cada cantinho daquele eu ouvia a voz dela, os risos dela, e cada vez que eu chegava em casa depois de um dia bem agitado e aqui estava ela sorrindo e dizendo que tudo não passava de uma fase e que eu iria passar por ela, e ela sempre teve razão, eu sempre passei por tudo e vencia. Acabo sendo tirado dos meus pensamentos quando ouço alguém bater na porta.
Lobo: Entra aê. - digo sério, e fico olhando do sofá, assim que passa eu vejo que é a Fernanda.
Nanda: Desculpa está incomodando senhor, eu só queria visitar a minha amiga, eu soube que ela chegou e que está aqui. - ela diz de cabeça baixa.
Lobo: Sim ela chegou, está no quarto, eu vou lá falar com ela, e aviso que você estar aqui. - digo e ela concorda.
Então assim que eu deixei ela ali na sala, eu subi e fui ao quarto, assim que me aproximei da porta, eu fui abrindo a porta calmamente, afinal se ela estivesse dormindo eu não iria acorda-la, então assim que entrei eu vi seus olhos verdes olhando para a porta, então fui caminhando silenciosamente até a cama, e me sentei a seu lado, perguntei para ela como a mesma estava e ela disse que iria ficar bem, e eu sabia que não era verdade, que ela estava tentando ser forte, mas eu conheço ela, e sei que ela não estava tão bem assim, e eu entendia os motivos dela, então depois de conversar um pouco eu acabei avisando que ela tinha visita mais ela não queria receber ninguém, mas acabei falando de quem se tratava e ela acabou mudando de ideia, então avisei a ela para se arrumar para ela ir comigo ao velório, e claro que eu iria esperar o tempo dela, ela apenas concordou e eu sair do quarto dela e fui até o topo da escada, ao chegar lá eu vi o MG, JN e a Fernanda ali.
JN: E aí irmão como ela tá? - pergunta assim que me ver.
Lobo: Ela vai ficar bem, mas eu sei que ela está passando uma barra forte. - digo e eles concordam.
MG: Estou esperando vocês, eu não trouxe a Gabrielle, porque eu sei que você não gosta dela. - ele diz e apenas concordo.
Lobo: Fernanda, a Tessália está no quarto, pode ir lá ver ela. - digo e ela sobe as pressas e passa por mim.
JN: Eu vou ficar aqui aguardando vocês. - ele diz e apenas confirmo, vou caminhando para o meu quarto, e assim que entro no mesmo, eu vou direto para o banheiro.
Assim que entrei no banheiro, eu já fui ligando o chuveiro, afinal de contas eu tinha que tomar o meu banho, precisava está pronto para ir ao velório da mulher com quem eu convivi dentro de uma casa por 16 anos da vida. Estava tomando meu banho bem pensativo, então assim que fui terminando meu banho, respirei fundo e desliguei o chuveiro, peguei uma toalha e enrolei a mesma na minha cintura, sair do box e fui até a pia, fiz minha higiene pessoal. Sair do banheiro rumo ao closet, eu já fui nas minhas roupas prestas, coloquei um conjunto preto, me perfumei e sair do closet, fui até a cômoda, peguei minha arma e meu celular, guardei os dois comigo e sair do quarto e fui em direção ao quarto da Tessália, assim que me aproximei bati na porta e abrir, eu vi ela ali com um vestido preto, e seus olhos estavam vermelhos de tanto que já havia chorado, perguntei para ela se ela já tinha se arrumado e a mesma apenas concordou, então a Nanda saiu do quarto e me aproximei mais dela, falei para ela que iria cuidar dela, e que protegeria ela de tudo e todos, também falei para ela não acreditar em nada que as pessoas falam por aí a fora, mas eu já deixei bem avisado que aquele que se meter vai tomar bala na cabeça, conversei um pouco com ela e logo em seguida eu sair com ela para fora de seu quarto e descemos para o andar de baixo, eu não gostei muito dos olhares que ela levou mais me contive, eu fiquei nervoso e saímos todos da minha casa.
Fomos até o carro, e assim que entramos ela deitou a cabeça no meu ombro e fui com ela naquela posição até chegamos na capela, minutos depois a gente chegou na mesma, e assim que estacionaram o carro em frente a capela descemos todos, e ela caminhou ao meu lado até a entrada da mesma, a gente olhou ao redor e ali tinha bastantes pessoas entrando e saindo, até que ao chegar na entrada da capela, que ela colocou os olhos no caixão, as pernas dela falhou e eu segurei ela, e peguei ela nos braços.
Lobo: Tessália. - digo e ela estava muito nervosa, ela estava quase desmaiando.
Nanda: Amiga? - ela diz tocando o rosto dela.
Lobo: Minha raposinha? - digo e ela olha nos meus olhos, ela estava mal demais e eu não sabia como eu poderia ajudar ela a ficar melhor, até porque ninguém nunca vai conseguir.
Tess: Papai... - ela diz e sua cabeça cai no meu peitoral, eu entro com ela nos braços, e ela chorava muito no meu ombro, e eu podia sentir as dores dela, eu sabia que ela não aguentaria aquilo sozinha, e eu pude ver as barreiras dela tudo destruídas.
Lobo: Minha raposinha eu estou aqui, e não vou lhe soltar, eu vou sempre está com você. - digo beijando sua testa, e nos aproximamos do caixão, a Fernanda colocou uma cadeira para ela sentar, e eu coloquei ela sentada ao lado do caixão da Liz, ao colocar ela, que ela olhou para a mãe, ela se desesperou ainda mais.
Tess: Mamãe, levanta dai, e fala comigo. - ela gritava desesperada, ela chorava e tocava o rosto de sua mãe, ela não se continha, seu corpo estava trêmulo. - Por favor, volta pra mim, eu tenho tanta coisa para te contar, volta para mim, isso me dói te perder tão nova, volta. - ela chorava muito, e a Fernanda se agarrou com ela, e eu me abracei nela.
Nanda: Amiga, eu tô ao seu lado. - ela falava enquanto chorava ao lado da Tessália.
Lobo: Minha menina, eu queria arrancar essa sua dor e colocar em mim. - digo e tento me controlar, mas meus olhos estão marejados.
Tess: Eu nunca mais serie a mesma, eu preciso de você, quem é que vai dizer que vai ficar tudo bem quando eu mais precisar? Quem vai me abraçar e dizer que tem orgulho de mim? - ela falava e chorava muito.
Ver o sofrimento da Tessália estava acabando comigo, eu sei que não sou o pai dela, mas eu sei que é tudo questão de tempo de tudo na minha vida mudar, eu sei o quão isso vai ser complicado para mim, mas eu prometi que vou cuidar dela, e isso eu farei com minha vida, eu sou a única família dela, porque a Liz tinha família, mas moravam tudo no nordeste e eu não cheguei a conhecer, afinal a gente sempre foi muito próximos mais não tocamos no assunto, afinal era um assunto delicado para ela. Se passou horas ali até o padre fazer uma missa para ela, quando chegou o momento de fechar o caixão a Tessália acabou se jogando em cima do caixão.
Nanda: Amiga, você precisa deixar ela ir. - ela diz e a minha raposinha chorava desesperadamente.
Tess: Mãezinha não vai, fica aqui comigo, eu preciso da senhora. - ela gritava enquanto chorava, todas pessoas que estavam ali no velório se comoveu com a situação dela, e choravam todos. - Papai, não deixam levar ela por favor. - ela me pediu e aquilo me partiu o coração.
Lobo: Minha raposinha, não podemos manter ela aqui, você precisa entender, eu estou sentindo a morte da sua mãe, tanto quanto você, mas por favor, eu preciso que você deixe eles levarem ela. - digo perto do ouvido dela.
JN: Tess princesa do tio, sua mãe não iria gostar de te ver assim. - ele diz e ela continua ali, até que ela se levanta, mas ela estava fraca demais, ela iria caindo e eu segurei ela, eu prende seu corpo contra o meu.
Lobo: Minha bebê, você vai ficar bem, eu tenho certeza. - digo enquanto eu carrego ela no colo, o pessoal fecha o caixão, e saem levando ela para o cemitério aqui da comunidade.
Tess: Papai, me coloca no chão, eu preciso conseguir caminhar, eu preciso ser forte e ir até a minha mãe, eu sei o quão está me destruindo, mas eu tenho certeza que toda a dor que sinto agora, um dia pode ser que passe. - ela diz e as lágrimas molham seu rosto, e eu suspiro.
Coloco ela no chão, e ela se apoia em mim, vamos caminhando seguindo o cortejo do velório da Liz, a Fernanda ia do outro lado segurando ela, eu sei que não sou um bom exemplo de dizer que sinto a mesma dor, eu seria um hipócrita ao dizer que não sentia nada, eu sinto, e sei que sou forte o bastante para segurar a mão da Tessália, e fazer ela seguir, eu sei que ela vai conseguir, e que vamos apenas sorrir no futuro, em lembrar de todos os momentos felizes que vivemos com a Liz. Ao chegarmos no cemitério, caminhamos até onde seria o sepultamento e ao chegar lá, eu segurei a Tessália, ao irem enterrando ela, eu vi um filme se passando na minha mente, de tudo que eu passei com ela até o dia que ela se sacrificou por mim, quando acabaram de enterrar ela, a Tessália acabou desmaiando, e eu levei ela para casa.
TESSÁLIA NARRANDOA minha queda de pressão acabou fazendo meu pai me pegar nos braços, foi algo que eu achei que daria conta de caminhar até o caixão da minha mãe, porém foi mais forte que eu, a minha vida estava completamente destruída, e eu sabia que a partir daquele momento seria apenas eu e meu pai no mundo, onde eu não saberia como reagir, até porque eu fui sempre mais próxima a minha mãe, meu pai quase não falava comigo quando ela ligava, eu nunca entendi os motivos dele, mas um dia eu creio que eu vá compreender tudo isso. Assim que ele me colocou sentada na cadeira que estava ao lado da minha mãe, eu não aguentei ver ela ali sem vida, eu chorei desesperadamente, eu me joguei em cima dela, e chamei por ela. Chamei tanto por ela, que eu não aguentava ficar em pé, meu pai me segurava de um lado e a Nanda do outro, eu não estava bem com isso, eu sentia tudo ao meu redor se desfazendo e não podia fazer nada para impedir, eu apenas queria trocar de lugar, eu queria que ela estivesse
LOBO NARRANDOPerceber o quão frágil a Tessália estava, acabou com as minhas barreiras, eu sabia que a morte da Liz não iria ser nada fácil, tudo era muito ruim, olhar para todos os lados e não ver ela ali, seria horrível. Não que eu via ela como mulher, afinal eu sempre vi ela como uma irmã, uma irmã que eu nunca tive, e ao assumir ela, eu nunca deixei de cumprir com minhas obrigações, sempre mantive ela com tudo que ela tinha direito. A Tessália foi um brinde, essa menina mudou completamente a minha vida, cuidar dela, e fazer ela crescer de uma forma madura foi a minha melhor escolha, acredito que se o pai dela estivesse vivo daria a vida por ela, até porque ele sempre foi muito firmeza, e agora ela só tem a mim, porque jamais poderemos contar com a ajuda da família da Liz do nordeste, afinal eles sempre rejeitaram ela, mas eu e minha mãe sempre acolhemos ela, sempre fizemos dela uma boa pessoa, e hoje infelizmente ela se foi. Eu caminhava com a Tess nos braços até chegar em casa. A
TESSÁLIA DELACROIXTessália, uma jovem de 18 anos, ruiva, tem 1,60 de altura. Tess como todos conhece, nasceu e se criou no morro do alemão, ao fazer 10 anos de idade sua mãe a mandou para fora do Brasil, mandou ela para morar com uma tia em Miami, Flórida. No início ela não queria ir, afinal sempre foi criada no morro, onde ela sempre achou que era sua única fortaleza, e que indo para tão longe ela iria perder todas suas amizades, afinal ela sempre viveu ali. Mas quando a Tess foi embora, ela conheceu o mundão fora da sua fortaleza, um mundo no qual ela se apaixonou, e conseguiu viver e se acostumar com todos os costumes que aquela cidade a proporcionou, ela aprendeu linguagens diferentes, costumes diferente, e se acabou se tornando uma patricinha. Ela tinha contato com sua mãe sempre que podia, ela fez amizades, mas o que ela nunca conseguiu foi arranjar um namorado, ela sempre colocou os estudo acima de tudo, e sua prioridade sempre foi crescer na vida, romance ela iria colocar sem
LOBO NARRANDOPensar tudo que já vivi em toda a minha trajetória, até onde estou hoje, não foi nada fácil, perdi meu pai muito jovem e perdi a minha mãe na mesma base, e tive que assumir o morro herdado pela minha mãe, onde eu conseguir acompanhar tudo de perto, ela foi uma mulher forte, enfrentou muitas coisas para conseguir chegar até onde chegou, infelizmente nem tudo a gente pode levar para a vida inteira, mais aqui estou com minha cabeça fervendo de tanto que já pensei na minha vida. Quando eu coloquei a a Liz na minha casa e assumir ela como fiel, eu fiz isso por um motivo, ela estava com uma criança e ela era uma amiga de infância, então eu não poderia deixar ela abandonada, e foi o que fiz eu coloquei ela no meu nome, mas com a ideia de que eu nunca tocaria nela, eu nunca ficaria com ela, e eu me mantive assim, eu deixei claro a ela que eu não transaria com ela, ou até mesmo chegaria a tocar nela. Porém ela disse que iria seguir sua vida, e arrumaria algum cara no asfalto mais
TESSÁLIA NARRANDOViver aqui em Miami está sendo um sonho, no início eu não queria, era muito longe e viver com minha mãe e meu pai é tudo que eu sempre quis, eu sempre estive no morro, eu não queria ter saído de lá, mas a vida me fez parar aqui, e nossa eu transformei tudo isso em algo bom, eu aprendi a conviver aqui, eu aprendi a falar outras línguas, e também aprendi vários costumes diferente ao que eu estava acostumada, como dizem lá no morro, hoje eu sou uma "patricinha". Nunca quis ser uma patricinha, eu gostava de ser uma "favelada" como minha melhor amiga Nanda dizia, mas a partir do momento que eu fui crescendo eu fui aprendendo tantas e tantas coisas, que hoje eu sou uma pessoa melhor. O tempo que estou aqui, eu não quis arrumar um namorado, isso porque sempre priorizei os meus estudo, para futuramente pensar em arranjar um namorado, acabei que hoje cá estou sem namorar ninguém. Até porque isso nunca me fez falta, o que me deixa feliz é saber que estou realizando o sonho da
LOBO NARRANDOFalar com a Tessália me fez ver que ela não era mais aquela menininha que vivia pendurada no meu pescoço, a tia dela acabou me contando que ela já tinha acabado de terminar os estudos o que foi ótimo para ela, mas passar 8 anos longe do morro certamente modificou toda a sua personalidade, eu sei que ela é já é uma mulher, e certamente quando vim para o Brasil vai trazer algum namorado ou noivo com ela, o que não é de se esperar. Desde que ela foi embora eu sempre evitava conversar com ela, era muito dolorido para mim, eu criei essa menina até a idade que foi embora, mas precisei me afastar eu não queria que ela descobrisse nunca que eu não era seu pai, afinal eu sempre quis ser pai, mas eu nunca de fato quis tentar nada com a Liz, eu só conseguia ver ela como uma irmã, então era impossível que eu ficasse com ela, muitos aqui da comunidade sempre soube que eu não tocava dela, porque se eu tocasse nada, eu não procuraria fora, ou não sei, a minha mente me prega várias peça
TESSÁLIA NARRANDOQuando eu vi o meu pai ali, eu não pensei muito, eu apenas corri na sua direção e abracei ele, eu chorei, mas chorei muito, eu estava tão nervosa, e aquilo não podia ter sido verdade, eu estava em um pesadelo, e eu precisava acordar, precisava sair daquele sonho ruim. Eu estava tão desesperada, era uma dor tão forte que eu não sabia como estava aguentando essa dor. Então meu pai se afastou um pouco e colocou suas mãos no meu rosto me fazendo olhar pra ele, e eu falei o quanto estava doendo sentir aquilo. Fiquei um pouco agarrada no meu pai até que a Gabrielle apareceu ali, eu sei que ela e minha mãe tinha um tipo de amizade, mais eu nunca entende muito, afinal eu sempre fui uma menina que gostava de viver dentro de casa, mas minha mãe sempre dizia que não confiava nela, e isso eu ouvia as vezes quando ela conversava com a senhora Maria. A Gabrielle até tocou no meu ombro e falou que sentia muito, mas infelizmente eu não conseguia responder, eu estava muito mal e eu p