LinneaEstava claro que a pessoa por trás de tudo era Fiora. Porém, até onde me lembrava, ela era incapaz de usar magia como suas ancestrais. Uma bruxa que apenas usava poções e ervas seria incapaz de algo tão agressivo. Respirei profundamente algumas vezes, sentindo a dor no abdômen diminuindo. Barbara me ofereceu um copo com água gelada e o coloquei na testa, sentindo o frescor ajudando a relaxar minha mente em meio a todo aquele caos.― O rei alfa partiu hoje cedo. ― Barbara parecia falar consigo mesma. ― A essa hora já deveria estar retornando, tendo em vista que, supostamente, estava indo encontrar com você, senhor… ― Ela gesticulou, girando a mão no ar para o senhor Lief, que sorriu e fez uma reverência dramática.― Lief Thewron, mestiço bestial e o melhor em seu trabalho. ― Barbara revirou os olhos e suspirou.― Muito bem, senhor Thewron. Como não sabemos o paradeiro do rei alfa, acredito que, o mais sensato a ser feito, é que fique e espere. Ele não deve estar demorando, já qu
LinneaAbracei minha barriga, virando o corpo em uma tentativa de protegê-la daquela mulher. Não tinha força suficiente para enfrentá-la, as contrações estavam cada vez mais fortes e próximas, tirando minhas forças. Olhei para Barbara, ainda caída e desacordada no chão. Precisava de tempo até que Lief retornasse ou Kael voltasse.― Está usando magia, como? ― Minha pergunta pareceu agradar Fiora, que abriu um grande sorriso.― Na verdade, eu sempre os tive. ― Ela se sentou na beirada da cama, cruzando suas pernas tentando uma pose sedutora. ― De maneira inconsciente, meu corpo estava usando a magia contida nele para me manter jovem e bela. Quando descobri isso, precisei fazer uma escolha difícil. ― Ela parou, erguendo sua mão e a observando. ― Mas, sei que Kael me ama por quem sou, não pela minha beleza. Tudo ficará bem quando tivermos nosso bebê e você estiver morta.A mesma mão que Fiora observava se voltou para mim, uma fumaça cinzenta saindo das pontas de seus dedos, se arrastando
LinneaTentei me arrastar até a cama, mas a dor me consumia, gritos escapavam da minha boca junto as ondas de dor. O medo crescia em meu peito, me dominando por completo. Meu corpo, já exausto pela luta contra Fiora e as contrações, o suor escorria pela minha testa enquanto tentava controlar meu corpo, que arqueava em mais uma onda de dor. Estava sozinha. Longe de Kael e isolada naquela casa. Se continuasse daquele jeito, Fiora teria o que morreu para conseguir, matar a mim e ao meu bebê.Fechei meus olhos, tentando respirar fundo enquanto o corpo lutava contra a minha mente.― Kael...― Murmurei, quase como uma oração. Estava assustada de mais, sem saber o que deveria fazer, e nem como fazer aquela horrível dor passar. Foi então que Lua apareceu, como uma resposta as minhas preces.A pequena menina, com sua presença serena e olhos cintilantes, emergiu silenciosamente das sombras. Seus pés descalços pisavam leves, e uma luz prateada emanava ao seu redor, suave e tranquilizadora. Lua,
LinneaEnquanto Barbara me ajudava, Kael ficou com nosso pequeno Nolan. Por conta da perda de sangue, tínhamos de ir ao hospital, além de confirmar que Nolan estava bem. Kael entregou nosso filho para Bárbara e me pegou em seus braços. Fomos e centro das atenções quando chegamos, os olhares de todos nos seguiam e até as enfermeiras pareciam perdidas enquanto nos atendiam. Após sermos colocados em um quarto muito elegante, vários médicos vieram ver a mim e o Nolan.― A senhora parece bem e seu pequeno também está muito bem. Vamos apenas fazer alguns testes, mas sugiro que passem a noite, para observação. ― Kael rosnou baixinho ao meu lado e toquei seu braço, sorrindo para o médico que tremia com a prancheta em suas mãos.― Obrigada, ficaremos por essa noite. ― O médico passou mais algumas informações e instruiu sobre os horários das refeições antes de sair. ― Não seja assim, Kael.― Não quero estranhos perto de vocês. ― Ri de sua expressão séria.Enquanto amamentava Nolan, Carter e Li
Linnea― Acha que vou ficar parada vendo levar a Luna e o bebê? ― Barbara rosnou ferozmente. Os homens ao redor engatilharam suas armas, prontos para disparar apenas para que eu fosse levada sem problemas por eles.― Espera, Isolde. Mande todos esses homens baixarem as armas e eu vou com você. ― Isolde sorriu ao ver meu desespero. Abracei meu bebê com força e o estendi para Barbara.― O que pensa que está fazendo, irmã. O menino vem conosco. ― Senti todo o sangue fugir do meu corpo.― Não! Você não precisa dele, somente de mim.― Pelo contrário, já que a joia primordial já foi passada para essa criança, ele precisa vir conosco. ― Isolde pegou a arma de um dos homens dele e a apontou diretamente para a cabeça de Barbara. ― Ou será que preciso explodir a cabeça dessa loba para que você entenda?Em meus braços, Nolan chorava, assustado com tudo o que acontecia ao seu redor. Apertei seu pequeno corpo contra o meu, sentindo meu coração apertar. Não havia alternativa. Isolde me levaria de q
LinneaPensei em quanto tempo havia se passado desde que saímos da mansão de Kael. Estava claro que ele já poderia ter sido avisado do nosso sequestro, mas ainda levaria algum tempo para nos encontrar. Tinha de encontrar uma maneira de me comunicar com Kael, enquanto distraia Isolde de alguma forma.― Isolde, irmão. ― Seus olhos verdes brilharam e sua expressão suavizou quando o chamei. Tentei conter os tremores que percorriam pelo meu corpo e estendi minha mão, me afastando do berço onde Nolan estava. ― Pense bem. Levará anos para que os filhos de Nix ressurjam. Não sabemos se existem outras vilas como a que vivíamos, talvez possamos encontrá-los primeiro. Em um segundo, o olhar de Isolde voltou a ficar frio. Ele agarrou meu pulso com força, me puxando para mais perto.― Acha que sou algum idiota, Linnea? Que cairia nesse truque barato de agir com carinho? ― Isolde me empurrou com força, me lançando para a cama. Tentei me levantar, mas ele caiu sobre mim, apoiando um joelho e as mão
LinneaAbracei Nolan, o cobrindo com meu corpo e dando as costas para Isolde. Seria impossível para mim desviar daquele disparo, então eu protegeria meu bebê. O som da arma disparando, o cheiro da pólvora queimada, mas a dor do impacto não veio. Me virei, olhando com cautela por cima do ombro e vi Gideon impedindo Isolde enquanto Kael mordia o ombro de Gideon.Com um rugido alto, Gideon puxou seu ombro da mandíbula de Kael. O sangue jorrou, manchando o lindo pelo branco do Rei alfa, que cuspiu o pedaço do músculo que ficou na sua boca.― Vira-lata miserável. ― Kael rosnou, pronto para desferir outro ataque em Gideon. ― Então Alaric está mesmo por trás de tudo isso.O lobo riu, ainda segurando o braço de Isolde, que gemia de dor e desconforto.― Alaric? Acha mesmo que seu irmãozinho tem essa capacidade? ― Kael rosnou mais alto e avançou contra Gideon, que jogou Isolde na direção de Kael.Com facilidade, Kael desviou de Isolde, que bateu com força contra o chão. Kael lançou um ataque fe
LinneaAquela noite estava particularmente fria. O vento gelado que entrava no quarto me causava arrepios. Até Nolan parecia mais agitado em seu sono, como se algo o estivesse incomodando. Coloquei a manta sobre ele, mas algo ainda parecia incomodá-lo. Kael saiu do banho, uma toalha enrolada em seus quadris e outra sobre seu ombro. O observei enquanto pegava uma calça de moletom, a vestindo. Me aproximei tocando com as pontas de meus dedos sua pele úmida, traçando as linhas de seus músculos, subindo até seus ombros largos.― Parece que meu pequeno cervo está louca para ser devorada. ― Kale segurou minha mão, me puxando para ficar na sua frente, presa entre o armário fechado e seu peito.Mordi meu lábio, a aflição que queimava em meu peito cada vez mais forte. Com meus punhos cerrados e mãos trêmulas sobre o peito de Kael, apoiei minha testa, fechando meus olhos e permitindo que seu perfume apimentado me envolvesse e acalmasse um pouco meu coração. Suas mãos seguraram meus ombros com f