Depois que Pedro saiu da minha casa, achei que ia acabar com a água do meu corpo de tanto chorar, eu sabia que estava doendo, e a falta de Pedro ia doer todos os dias, a cada minuto, mas na minha alma, lá no fundo eu sabia, precisávamos de tempo para crescer, para ser quem precisávamos ser, se quiséssemos ter qualquer chance, não poderia ser daquela forma. Sabendo que aquilo levaria tempo para se resolver e com confiança de que precisava de um tempo sozinha, para dar tempo às minhas próprias cicatrizes. Fui até a casa de Mari, ela não morava longe de mim, e eu sabia que seria a melhor coisa a fazer, minha amiga sempre tinha um abraço e um conselho, e era tudo que eu mais queria. Bati em sua porta e ela mal teve tempo de me ver quando corri para abraça-la, precisava dela, chorei em seu ombro e ela chorou no meu, aquela dor que só uma amizade assim conseguiria compartilhar, entender, sem julgar.- Mari, eu e o Pedro, terminamos... E minha amiga, para minh
Conforme os meses passavam, eu me sentia cada vez mais vazia, nunca é fácil terminar uma relação, principalmente quando você sabe que ao partir, deixou seu coração lá. No fundo eu sabia que se eu e Pedro quiséssemos dar certo em algum momento, precisávamos desse espaço, desse tempo, para conseguir lidar com nossas próprias questões. Nesse meio tempo, Pedro saiu da cidade, não tive mais notícias dele desde o fatídico dia, não sei o que pensar a respeito, se eu levasse em consideração apenas o que sabia daquele “antigo” Pedro, a essa altura ele já poderia muito bem estar com outra pessoa, mas aquilo não condizia com o homem que conheci, que convivi, por quem me apaixonei, e eu teria que contar com a confiança que sentia em meu coração, que pertencíamos um ao outro.Acontece que eu tinha me tornado um zumbi, senti aqueles meses se arrastando, as provas, a faculdade, não sentia a realização que pensei que ia sentir, nem quando finalizamos o curso, nem quand
A verdade? Eu estava na merda, o pouco que soube da Nicole durante os meses que passaram, foi pelo fofoqueiro do Guilherme, que também só se limitava a dizer que ela estava “indo” e que se falasse mais, Fernando cortaria seu pau fora. Depois de tudo que passamos, eu sabia que não podia forçar que ela voltasse, mas sinceramente eu estava passando por todas as fases do luto, negação, raiva, aceitação, mais raiva. Meu pai deu um jeito de destruir minha vida de uma forma totalmente nova, me tirando a mulher que eu amo, e isso eu jamais iria perdoar, o clima em casa pareceria melhor de alguém de fato tivesse morrido, meus pais mal se falavam, eu só falava com minha mãe e já havia avisado que estava saindo da casa, era questão de tempo até conseguir um lugar. Estava tentando me concentrar nas notas da fazenda que ainda precisavam ser lançadas quando ouvi alguém bater na porta do meu quarto.- Filho... – Minha mãe coloca a cabeça para dentro do quarto, cabisbaixa- Oi
Com meu pai aparentemente fora do jogo, e toda documentação resolvida, finalmente consegui voltar para a cidade, o que acabou me pegando de surpresa foi que dessa vez, Nicole estava saindo da cidade, Guilherme me disse que ela e Mariana iam viajar, como um presente de formatura, para descansar e espairecer um pouco. Fui tomado por um misto de sentimentos, tristeza porque sabia que ela estava tocando a vida sem mim, eu deveria estar nessa viagem com ela, fazer planos, leva-la aos lugares, realizar seus sonhos, ciúmes, ela estaria em qualquer lugar, onde qualquer um poderia tocar no que é meu, e por fim, raiva, senti raiva daquela situação, e no fundo, senti raiva de Nicole também, por ter desistido de nós. Eu sempre fui eu mesmo, nunca enganei nenhuma das mulheres que passaram pela minha cama, nada de flores, nada de relacionamentos, e minha vida estava perfeitamente boa como eu a vivia, e agora, depois que Nicole passou pelo meu caminho, eu sentia um vazio que nenhuma
Por mais que meu namoro estivesse por um fio quando terminamos, quando a realidade bate e você percebe que perdeu alguém que já tinha ao seu lado há tanto tempo, é uma sensação, pra dizer minimamente, estranha.Por alguma razão, Nicole pensava que eu estava me saindo muito melhor que ela no quesito solteirice, mal sabe ela, a verdade é que apesar de ser muito boa em me fazer de prática e direta, eu me sentia completamente sem chão, só não ia demonstrar isso.É por isso que tomei uma decisão drástica. Quando vi Nicole murcha na nossa formatura, vez e outra olhando para a porta de entrada do salão, como se Pedro fosse magicamente aparecer e se declarar (sim, ela é o clichê romântico em pessoa), eu soube que precisava fazer alguma coisa, apesar de ser normal essa ressaca pós termino, já estávamos assim há alguns meses, e eu me recusava a permanecer dessa forma, a decisão estava tomada, só esperaria aquele final de semana da formatura passar para conversarmos.Com todo meu discurso planej
Faltava menos de uma semana para a viagem, nós nos víamos todos os dias, organizando os detalhes finais, passamos dias testando nosso “x”, jurando que passaríamos por cariocas, na verdade tudo que conseguíamos fazer era rir, olhávamos uma para a outra falando “bixxxcoito” e “mermão”, claro que nosso R de porta e poRtão não ia deixar que a gente se passasse por naturais do RJ mas, a gente se virava.***- Tem certeza que pegou tudo? – Mari me olhava desconfiada, já sabendo do meu histórico de esquecimento.- Peguei amiga – eu confirmei com veemência para que ela acreditasse, mas enquanto isso, revirava minha bolsa pra conferir meus documentos e passagens, só por garantia. Resolvemos dormir juntas no dia antes da viagem, para termos mais agilidade, estávamos conferindo todo o checklist da mala (que eu montei, claro), e os documentos que íamos precisar, para que amanhã cedinho, meus pais nos levassem até São Paulo para pegar o voo. Eu não contava que íamos conseguir dor
Na noite seguinte, fomos curtir uma típica noite no Rio, chegamos em um barzinho, escolhemos uma mesa para o lado de fora do bar, onde era aberto, pedimos nossos drinks, e contando com Deus que havíamos feito uma boa escolha de local e não estávamos apenas pagando caro em drinks ruins. O lugar em si, era lindo, com luz baixa, com pessoas em bistrôs e outras em pé, tinha bem a vibe de praia, pessoas com roupas leves, chinelos, apenas curtindo a noite.- MEU DEUS- O que? – Disse olhando para os lados – O que foi Nicole?- Finalmente entendi quando as pessoas dizem que vão viajar pra ver os monumentos – Ela tinha um sorriso sapeca, e rindo me direcionou com os olhos para onde estava olhando. A gata não estava brincando, gente, que homens eram aqueles?! Será a água daqui? Eu esqueceria meu coração partido rapidamente e sem remorso.- Uau... Nic, diga aos meus pais que sentirei saudades, mas eu não vou embora – gargalhávamos enquanto tomávamos nossas bebidas, como ficaríam
A noite foi correndo melhor do que esperávamos, os rapazes eram, de fato, muito legais, passamos um bom tempo conversando e eles contando sobre os pontos turísticos que já haviam ido. Resolvemos caminhar todos juntos, dar uma volta pela região e logo paramos para tomar um sorvete, era impossível não notar que Pedro estava arrastando não só uma asa, mas sim a galinha toda para mim, mas apesar de ele ser lindo, não sabia se estava pronta para ficar com outra pessoa. Prometi que não iria me limitar a ficar sofrendo ou chorando as pitangas aqui na viagem, então deixei rolar, se ele de fato investisse, aí eu pensaria no que fazer, se ia permitir ou não, no momento só estava me divertindo com nossos mais novos colegas, porque claro, o brasileiro tem o dom de fazer amizade, não importa onde. A cidade não deixou a desejar, parecia que até o clima, tudo no ar trazia essa atmosfera de amistosa, e, ao mesmo tempo que Mariana ria vendo Pedro me rodeando, eu bem vi que Rafa