Com meu pai aparentemente fora do jogo, e toda documentação resolvida, finalmente consegui voltar para a cidade, o que acabou me pegando de surpresa foi que dessa vez, Nicole estava saindo da cidade, Guilherme me disse que ela e Mariana iam viajar, como um presente de formatura, para descansar e espairecer um pouco. Fui tomado por um misto de sentimentos, tristeza porque sabia que ela estava tocando a vida sem mim, eu deveria estar nessa viagem com ela, fazer planos, leva-la aos lugares, realizar seus sonhos, ciúmes, ela estaria em qualquer lugar, onde qualquer um poderia tocar no que é meu, e por fim, raiva, senti raiva daquela situação, e no fundo, senti raiva de Nicole também, por ter desistido de nós. Eu sempre fui eu mesmo, nunca enganei nenhuma das mulheres que passaram pela minha cama, nada de flores, nada de relacionamentos, e minha vida estava perfeitamente boa como eu a vivia, e agora, depois que Nicole passou pelo meu caminho, eu sentia um vazio que nenhuma
Por mais que meu namoro estivesse por um fio quando terminamos, quando a realidade bate e você percebe que perdeu alguém que já tinha ao seu lado há tanto tempo, é uma sensação, pra dizer minimamente, estranha.Por alguma razão, Nicole pensava que eu estava me saindo muito melhor que ela no quesito solteirice, mal sabe ela, a verdade é que apesar de ser muito boa em me fazer de prática e direta, eu me sentia completamente sem chão, só não ia demonstrar isso.É por isso que tomei uma decisão drástica. Quando vi Nicole murcha na nossa formatura, vez e outra olhando para a porta de entrada do salão, como se Pedro fosse magicamente aparecer e se declarar (sim, ela é o clichê romântico em pessoa), eu soube que precisava fazer alguma coisa, apesar de ser normal essa ressaca pós termino, já estávamos assim há alguns meses, e eu me recusava a permanecer dessa forma, a decisão estava tomada, só esperaria aquele final de semana da formatura passar para conversarmos.Com todo meu discurso planej
Faltava menos de uma semana para a viagem, nós nos víamos todos os dias, organizando os detalhes finais, passamos dias testando nosso “x”, jurando que passaríamos por cariocas, na verdade tudo que conseguíamos fazer era rir, olhávamos uma para a outra falando “bixxxcoito” e “mermão”, claro que nosso R de porta e poRtão não ia deixar que a gente se passasse por naturais do RJ mas, a gente se virava.***- Tem certeza que pegou tudo? – Mari me olhava desconfiada, já sabendo do meu histórico de esquecimento.- Peguei amiga – eu confirmei com veemência para que ela acreditasse, mas enquanto isso, revirava minha bolsa pra conferir meus documentos e passagens, só por garantia. Resolvemos dormir juntas no dia antes da viagem, para termos mais agilidade, estávamos conferindo todo o checklist da mala (que eu montei, claro), e os documentos que íamos precisar, para que amanhã cedinho, meus pais nos levassem até São Paulo para pegar o voo. Eu não contava que íamos conseguir dor
Na noite seguinte, fomos curtir uma típica noite no Rio, chegamos em um barzinho, escolhemos uma mesa para o lado de fora do bar, onde era aberto, pedimos nossos drinks, e contando com Deus que havíamos feito uma boa escolha de local e não estávamos apenas pagando caro em drinks ruins. O lugar em si, era lindo, com luz baixa, com pessoas em bistrôs e outras em pé, tinha bem a vibe de praia, pessoas com roupas leves, chinelos, apenas curtindo a noite.- MEU DEUS- O que? – Disse olhando para os lados – O que foi Nicole?- Finalmente entendi quando as pessoas dizem que vão viajar pra ver os monumentos – Ela tinha um sorriso sapeca, e rindo me direcionou com os olhos para onde estava olhando. A gata não estava brincando, gente, que homens eram aqueles?! Será a água daqui? Eu esqueceria meu coração partido rapidamente e sem remorso.- Uau... Nic, diga aos meus pais que sentirei saudades, mas eu não vou embora – gargalhávamos enquanto tomávamos nossas bebidas, como ficaríam
A noite foi correndo melhor do que esperávamos, os rapazes eram, de fato, muito legais, passamos um bom tempo conversando e eles contando sobre os pontos turísticos que já haviam ido. Resolvemos caminhar todos juntos, dar uma volta pela região e logo paramos para tomar um sorvete, era impossível não notar que Pedro estava arrastando não só uma asa, mas sim a galinha toda para mim, mas apesar de ele ser lindo, não sabia se estava pronta para ficar com outra pessoa. Prometi que não iria me limitar a ficar sofrendo ou chorando as pitangas aqui na viagem, então deixei rolar, se ele de fato investisse, aí eu pensaria no que fazer, se ia permitir ou não, no momento só estava me divertindo com nossos mais novos colegas, porque claro, o brasileiro tem o dom de fazer amizade, não importa onde. A cidade não deixou a desejar, parecia que até o clima, tudo no ar trazia essa atmosfera de amistosa, e, ao mesmo tempo que Mariana ria vendo Pedro me rodeando, eu bem vi que Rafa
Na manhã seguinte, Mari e eu fomos caminhando pela orla, como ainda era bem cedo a praia estava calma, quase sem pessoas, aquele barulho do mar, conforme as ondas quebravam pareciam ir acalmando todas as minhas dores, não dava para contar realmente que eu e Pedro voltaríamos a ficar juntos, mas simplesmente abrir mão daquilo ela uma coisa que eu não podia fazer, não com tudo que senti quando estávamos juntos. Restava saber se ele também se sentia dessa forma, queria muito não pensar o pior dele, que ele simplesmente havia nos esquecido e voltado para sua vida.- Sabe, dá pra ouvir seus pensamentos daqui – Mari me tira do meu devaneio – Vem vamos molhar os pés Suspiro e a acompanho, nos sentamos na areia, perto da água, enquanto as ondas batiam em nossos pés, eu fitava o mar em toda sua imensidão.- Tá ecoando pelos seus poros, Peeeedro, Peeeedro – Mari tirou sarro e eu sorri- Tá tão na cara assim? - Respondo desanimada.- Não só na cara amiga Trago meu
Depois de conhecermos alguns pontos turísticos, terminamos nossa tarde na praia, nada melhor que um mergulho para recuperar as forças, ao voltarmos para nosso hotel, começamos a nos preparar para sairmos com os meninos. Como não sabíamos exatamente para onde íamos, ficamos no básico sem erro, coloquei um vestido branco fresco e rasteirinhas, Nicole optou por um short e cropped também de rasteirinha, maquiagem era luxo, já estávamos queimadas do protetor mal passado então mais blush que aquilo e poderíamos entrar no lugar no patati e patatá, então, nada que um rímel rápido e um gloss não resolvesse. Prontas, descemos para o saguão do hotel e para nossa surpresa eles já estavam lá nos esperamos, Nicole olhou as horas no celular, ela odiava se atrasar.- Uau, pontuais – Ela disse cumprimentando-os com beijos no rosto- Vocês também, eu acho que estou apaixonado – Pedro respondeu rindo- E aí, pra onde vamos? – Pergunto com a curiosidade batendo forte- Um barzinho na orla
INFERNO. PUTA. QUE. PARIU. Eu estava transtornado, sentindo meu peito hiperventilar, mas que merda era aquela? Maldita hora que resolvi abrir o Instagram, Mariana havia postado uma selfie, ela, Nicole e três filhos da puta em um bar, sabe-se lá onde e fazendo sabe-se lá o que, eu estava possesso. Eles estavam sorrindo, todos felizes na foto, estavam felizes por quê?! Tudo bem que se eu estivesse em um bar com Nicole também estaria feliz, aliás, já estive e esse pensamento aperta meu peito, será que ela estava com algum deles? Faz meses que não nos falamos, mas não achei que ela me esqueceria assim, e ver com os próprios olhos com certeza leva a dor a outro patamar, eu era um merda mesmo, consegui perder a Nicole e agora ainda teria que ver ela com outra pessoa, ela disse que me esperaria, ela disse que estaria lá quando isso acabasse, mas que porra! A raiva me cega e eu mando uma mensagem para Guilherme me encontrar no Gaúcho.***- Sua mensagem me as