Domenica acorda nua, e em seu corpo há sangue e lama.
Olhando ao redor, percebe que está perto do orfanato e o sol ainda não começou a nascer.
"O que aconteceu comigo?"
"Cadê minha bolsa? Minhas roupas?"
Ela se esgueira pelos cantos para que ninguém a veja, não quer chamar a atenção. Estava indo tudo bem, até ela conseguir abrir a porta e se deparar com a irmã Dulce, que a estava esperando no escuro.
— Criança?! O que aconteceu com você? - conhecendo sua voz, Domenica cai de joelhos e chora. Confusa com o que acontecera com ela.
— Não sei irmã! - suas palavras e lágrimas se misturavam. As lembranças do que aconteceu a atingem como facas.
"O sangue... o sangue, era de um animal."
"Eu comi um animal?"
"Espera!"
"Eu me tornei um cachorro gigante. Estou ficando louca, é a única explicação."
— Você não se lembra de nada? -Dulce pergunta.
— Algumas coisas estão vindo à minha mente. Mas é impossível ser real. Comi um animal!!! E virei um cachorro gigante?? Isso é loucura...- irmã Dulce não se surpreende quando Domenica diz essas palavras, como se já soubesse que seria possível.
— Quantas vezes isso já aconteceu, meu amor?
— Foi a primeira vez, irmã. Isso nunca tinha acontecido comigo antes. O que pode ser? Estou ficando louca?
— Calma! Tudo tem uma explicação, criança! Já ouvi falar deles anteriormente. Presenciei alguns acontecimentos referente a isso.
— Eles? Isso? O quê?
— Não sei muito, mas vou contar o pouco que sei. E acho que pode te ajudar de alguma forma. Mas antes disso, quero que tome um banho primeiro e descanse um pouco.
— Não vou poder descansar sem saber o que está acontecendo comigo! -Domenica altera seu tom de voz.
— Então pelo menos tome um banho. Não precisamos que ninguém te veja assim.
Olhando para si, ela cai na real.
"Seria estranho alguém me ver nua e coberta de sujeira e sangue."
Domenica faz o que Dulce diz e mergulha na banheira velha que tem em seu quarto. Fecha seus olhos torcendo para que tudo aquilo seja um sonho.
"Não! Isso foi real."
Com força ela esfrega sua pele para tirar o sangue, a força é tanta que sua pele branca fica vermelha a ponto de sangrar. Enche sua escova de dente com muita pasta.
"Eu sinto o gosto de sangue em minha boca. Como se comesse uma carne crua."
Ela sente ânsia.
Se seca rapidamente e vai ao encontro de Dulce, que entra com um lanche e o coloca sobre a cama.
"Ela é tão preciosa. Me recebeu neste lugar quando pensei que nunca mais teria ninguém para amar."
Seus pais tinham acabado de morrer e Domenica não tivera ninguém para lhe acolher. Fora levada e entregue as irmãs que a receberam com todo amor.
Muitos em sua volta a temiam, seus cabelos completamente brancos e olhos claramente azuis assustavam. Era como um fantasma, assim as crianças se referiam a ela. A aberração. Foi com Dulce que ela aprendera a se aceitar e ver a beleza onde muitos não viam.
— Aqui, minha querida. Coma um pouco.
— Eu como mais tarde. Já fiz o que mandou, agora estou pronta para ouvi-la. Me conte o que sabe!
Dulce segura suas mãos.
— Criança. Já aconteceu de algumas pessoas nos procurarem falando sobre esse tipo de acontecimento. Foi um susto para as irmãs mais antigas também. Porque não sabíamos o que era aquilo e porque acontecia. Mas sempre era na lua cheia, pessoas que sempre foram normais de repente se tornavam lobos e atacavam animais na região. E nunca mais eram vistos.
Domenica ouve cada palavra.
— Isso é o que sei. Nunca tentei saber o porquê. Mas sim, existem pessoas que se transformam em lobos.
--O quê? Isso é uma piada?
"Eu só posso estar ficando louca."
--Não, minha filha. Eu vivi muito neste mundo, então também ouvi muitas coisas. Sabe que não mentiria para você.
"Isso não existe."
--O quê? Isso não existe! Devo estar apenas mal e alucinando.
— Bom, sempre te disse que você era uma garota especial.
"Especial ok. Mas uma loba?"
— Mas...
— Gostaria de poder ajudá-la com algo mais. Mas isso é tudo que eu sei, meu amor. Agora descanse um pouco que daqui a pouco dará a hora para você ir trabalhar.
Olhando no relógio, Domenica se da conta do que Dulce acabara de dizer. Tem pouco tempo antes do relógio despertá-la para o trabalho.
"Se eu me deitar para dormir não acordarei a tempo. E chegar atrasada no segundo dia de trabalho não é uma opção."
Ela se deita, mas sem fechar os olhos. Fica olhando para o teto tentando entender tudo o que ouviu e o que aconteceu.
"Como isso pode ter acontecido comigo?"
"Será que é por isso que sou assim?"
Ela se refere aos seus cabelos brancos, seus olhos muito claros.
"Não pode ser real." "Minha boca está amarga. Que nojo."
Ela corre para o banheiro para vomitar.
"Me afundar em trabalho é a única forma de me livrar deste pesadelo."
É isso que ela faz.
Reforça a maquiagem para esconder suas olheiras.
"Estou cansada. Como se um caminhão tivesse passado por cima de mim."
Seu corpo dói. Mas com coragem ela segue para a empresa.
Na chegada cumprimenta a todos e vai para sua mesa.
"O senhor Valentim não chegou. Quem bom."
"Seria perfeito se ele não viesse hoje."
Quando estava terminando seu pensamento, o elevador se abre.
"Ele parece uma parede de tão grande."
Valentim com um terno sob medida preto que realçava seu corpo atlético.
— Bom dia, senhorita. - ele a cumprimenta, mas parece inquieto.
— Bom dia, senhor presidente!
"Que cheiro é esse? É do presidente. Ontem estava bom, mas hoje parece mais forte."
O olfato de Domenica se intensifica.
Seu telefone de mesa toca.
— Eu preciso de um café! - a voz de Valentim do outro lado do telefone.
— Ok, senhor. - rapidamente ela faz o que é pedido.
Tremendo, ela entra na sala e ele está sentado observando cada movimento que ela faz.
"Parece que ele sabe de algo que não sei."
— Você trocou seu perfume hoje, Domenica?
--O quê? Não entendi, senhor!
— Você está com um cheiro diferente hoje. Você deve ter mudado de perfume!
— Não senhor! É o mesmo que usei ontem! Se não gostar, posso trocar, senhor.
— Não, imagina! Ele é perfeito! Continue com ele.
"Por favor."
"Ali na sala com meu pai e Nádia, eu não conseguia ouvir ou prestar atenção em nada do que eles falavam. Meu pensamento só estava em Domenica. Se por algum acaso ela ainda está do lado de fora me esperando. Mas não tem um motivo para ela me esperar? É verdade! Após uma pausa, a primeira oportunidade que tive, sai rapidamente da sala e nada. Ela não estava mais ali. Já fora embora.""Fico triste.""Confesso que quando Nádia entrou na sala eu não pude deixar de achá-la atraente, como um lobo, qualquer um gostaria de ter uma companheira como ela. Mas não eu! Eu quero Domenica."Esse desejo por uma humana 'comum' estava em guerra dentro de Valentim."Não sei se Nádia sentiu o mesmo por mim, mas se eu não senti nada, nenhuma conexão, ela provavelmente também não deve ter sentido nada. Pode-se criar afeto, mas o sentimento de satisfação, prazer pleno, de desejo, amor, é apenas com seu companheiro destinado.""Sei que as intenções do meu pai são as melhores possíveis, mas isso não vai dar ce
VALENTIMDomenica rapidamente tira sua mão suave de perto da minha.— Me desculpe senhor. -ela pede desculpas e sai da sala.O quê? Ela é um lobo?Ontem, quando me encontrei com ela, não foi desta forma. Tinha certeza de que ela era uma humana ‘comum’. E hoje Domenica é uma loba!? Foi ela que me puxou para cá!Muitas possibilidades passam por minha cabeça.Ela é meio-sangue?! Só pode ser isso!Ontem foi lua cheia. Ela se transformou pela primeira vez?Um puro-sangue se transforma entre os 10 e 16 anos. Um mestiço entre 18 ou nunca.Domenica já passou de seus 18 anos, o que é estranho. Mas é uma possibilidade!Ela é uma loba mestiça que está atrasada!Se está foi a primeira vez que ela sofreu a transformação, ela deve estar precisando de ajuda. Tenho que encontrar uma maneira de ajudá-la a passar por isso.Como me aproximar sem expor meu bando e a mim mesmo?Passo a manhã toda pedindo documentos para Domenica, café, que são apenas desculpas para poder vê-la.Ela deve achar que sou a pe
DOMENICAQuando minha mão toca a de Valentim, todos os fios possíveis de meu corpo se acendem. Sem jeito e desastrada, peço minhas singelas desculpas e saio. Sento em minha mesa, me abanando. A pouco tempo meu pensamento era de não me envolve com ninguém em serviço. Mas como não gostar de um homem como meu chefe. Valentim é encantador, e eu devo estar ficando louca, só pode.Tenho muitas coisas em minha cabeça. Isso de ter virado um cachorro está me tomando por completo. Meu serviço servirá para me distrair desta situação. E o senhor Valentim me faz ficar bem ocupada. Me pede tanta coisa que esqueço de tudo, do cansaço, de ser um cachorro gigante, comer bicho. Ai, credo.O telefone de minha mesa toca. Com a gentileza em que fui passada para ter, atendo. Uma voz sexy de mulher está do outro lado.— Olá! Meu nome é Nádia, sou a mulher de Valentim. Avise-o que estarei indo até o escritório para o almoço. Tchau!Não consegui dizer nenhuma palavra. Ela simplesmente desligou na minha cara.
VALENTIM— O quê? Você é um lobo também? -Domenica me pergunta.Balanço a cabeça dizendo que sim.— Vou te falar tudo o que quiser, mas venha comer. Por favor.Levo-a até a mesa. O silêncio que fazemos durante a refeição é mortal.Domenica quebra o silêncio.— Esse filé está maravilhoso. Eu realmente estava com muita fome. — Imaginei. -digo. Me delicio em cada mordida e com suas expressões, o que acabam conosco nos entreolhando.— Você deve ter muitas dúvidas! Não?! -falo.— Algumas. E nem sei, por onde devo começar.— Vamos começar do início. Me diga tudo sobre você. Sobre seus pais, quando foi sua transformação, se conhece mais alguém como você.Vejo que ela começa a tentar organizar seus pensamentos antes de falar algo.— Bem, a história é um pouco longa...— Temos todo o tempo do mundo. E estou aqui para te ouvir.— Bem... Sou órfã, desde meus cinco anos moro em um orfanato/convento, meus pais morreram após um incêndio acontecer em nossa casa, não me lembro de muita coisa, foi i
DOMENICA Descobrir que meu chefe é um lobo é um tanto quanto assustador. Saber que existe alguém além de você é uma coisa que me deixa feliz também. Um misto de sentimentos.Ele me trata com um carinho que ninguém antes me tratou, como se eu fosse o seu mundo. Enfim, conto para Valentim tudo o que ele me pede. Dizendo que pode me ajudar, apenas acredito, preciso confiar em alguém e com ele é diferente. Como se pudesse colocar minha vida em suas mãos e descansar. Quando me diz que sou linda meu coração acelera me fazendo sentir coisas estranhas. A conexão que estavamos tendo é atrapalhada quando seu telefone toca. Seu pai. Devo estar atrapalhando algo. E isso não é meu interesse. — Desculpe senhor, você tem seus compromissos e está aqui perdendo seu tempo comigo.Me levanto para ir embora e deixá-lo seguir seu caminho. Sinto um puxão. E meu Deus eu caio em seu colo quente. — Você ainda não entendeu não é? Não tem outro lugar que eu queira estar além daqui. -seu hálito é doce e sin
— Senhor. Por favor. Não devemos fazer isso.— Você não entendeu o que acabei de falar Domenica? Eu não tenho isso com Nádia e sim com você. Meus pensamentos são só para você, minha respiração, cada momento da minha vida a partir de agora é seu.— Mas o senhor vai se casar com ela!!— Não!! Eu não vou me casar com ela. Vou acabar isso o mais rápido possível. É que tem algumas coisas que estão em jogo agora.— Como o quê?Valentim faz silêncio.— Se não quiser falar tudo bem.Eles percebem estar conversando ali no meio do escritório colados. E não querem sair disso.— É que existe mais de nós. Lobos... Existem mais lobos por aí. — Como assim? — É... formamos matilhas… existem dois grandes bandos no mundo. O do meu pai que logo serei o alfa.— O que é alfa? -ela pergunta.— Alfa é o líder da matilha. Todos os outros lobos devem obedecê-lo. Continuando… tem outra grande matilha, a do pai de Nádia. — E por que vocês devem se casar?— Então... temos um conselho de lobos. Lá se discutem
"Ela ajeita cada perna que está em volta do meu corpo. Sua boca rosada se aproxima da minha. E… nossa finalmente sinto seu gosto, nossas línguas se encontram me deixando cada vez mais sem ar. Suas mãos vão até minha camisa com desejo de ter meu corpo perto do dela. Um botão fica emperrado e não quer ser soltar. Ela acaba puxando com força estourando ele e os outros botões restantes"."A camisa dele se abre e seu peito peludo sobe e desce mostrando que sua respiração está rápida. Me esfrego mais em seu colo sentindo a dureza de seu corpo embaixo de mim, me fazendo molhar ainda mais meu centro. Ele abaixa uma alça do meu sutiã, com meu ombro a mostra ele morde". — Hum! É o seu escritório, e se alguém entrar? — Tranquei a porta. Isso não vai acontecer."Me segurei demais. Já era hora de me livrar de todas minhas amarras do passado". -ela pensa."Solto seu sutiã liberando seus seios, que são do tamanho exato das minhas mãos. Passo minha língua levemente em sua aréola e rápido sugo seu s
— Ela não é... — Não quero saber! Não ouse estragar tudo. Ele sai deixando Valentim sozinho. "O que eu vou fazer? Não posso continuar com isso." Nádia o espero do lado de fora. — Como foi hoje Valentim? — Não estou bem Nádia, depois conversamos. "Seu suor está diferente." -Nádia pensa. Valentim pega seu celular e manda mensagem para Domenica. NÃO CONSEGUI CONTAR PARA ELES SOBRE NÓS, MEU PAI ESTÁ ME PRESSIONANDO PARA ME CASAR. Domenica olha triste para aquela mensagem. "E o que irá acontecer com a gente?" -ela se questiona. Valentim gira, gira e gira na cama. Sua cabeça quente com o dever e o seu amor. Sim, amor. Ele a ama. Rápido assim. ATUALIDADE Valentim chega. Domenica o espera em frente o endereço que passara para ele, sua casa. Ansioso para encontrá-la Valentim desse rapidamente do carro. Mas a cena que ele encontra não é a que ele mais gostaria. Um homem está ao lado dela. Valentim já o vira antes. Nikolai. O líder da matilha de vira latas. "O que ele faz aqui c