ValentinaMe encontrava tão cansada, que fiz o trajeto de volta para São Paulo dormindo e só acordei quando o carro estacionou e me dei conta que me encontro em uma garagem diferente. A viagem para comemorar o aniversário de casamento dos meus pais e passar um tempo com a família, terminou em meio a confusão, gritaria e um escândalo que tomou uma proporção que eu não pensava que teria. Minha discussão com o meu pai no seu escritório, se encerrou com a minha decisão sendo tomada e eu não voltaria em nada do que eu disse. No momento em que ele quis forçar uma escolha entre o que sinto por Diego e a minha família, não pensei duas vezes em escolher o homem que amo. O choque no rosto dele, ao perceber que ficar ao seu lado, seria sempre a minha primeira escolha, deixou Diego sem saber como reagir. A briga com papai, veio depois, em meio a insultos e palavras pesadas ditas pelo homem o qual é o meu mundo, mas que infelizmente se mostrou uma pessoa preconceituosa e horrível. Não deu para es
DiegoSentado na varanda do meu apartamento, em uma cadeira de vime olhando o céu nublado. Primeiro dia do ano e espero que seja um novo começo de prosperidade e que eu consiga enfrentar os obstáculos que vão surgir em minha vida. No quarto, Valentina, continua dormindo e ela se agitou em meus braços, falando enquanto dormia. Sei o quanto minha mulher deve ter ficado triste devido à briga com o seu pai. O senhor Leonardo foi cruel ao insinuar que coloquei os olhos na filha dele, desde que era adolescente e até mesmo questionou-me se passei anos cercando Valentina para poder dar o bote: palavras dele no momento certo. Tive vontade de quebrar a cara do homem, ao ouvir toda aquela merda dita por ele, mas controlei a ira em respeito aos anos que trabalhei para ele. Entendo que não é fácil aceitar que sua filha mais velha relaciona-se com o segurança vinte anos mais velho que ela. Não consegui pregar os olhos, dormindo por duas horas apenas. Agora são quase nove horas da manhã e sigo aqui
Quase quatro horas depois, o avião pousou no aeroporto de Congonhas. Sentia dores na coluna, cabeça doendo de preocupação. Mateus acabou dormindo e cutucava seu ombro para ver se acordava. O piloto nos desejou uma boa estadia na cidade e saímos do avião rumo a sala de desembarque. Como acabamos saindo de casa apressados, acabei colocando algumas peças de roupa na mochila, documentos e o restante das coisas daria um jeito de mandar buscar depois. Nem o meu chefe sabia que eu estava em São Paulo e ligaria para ele mais tarde. Mamãe me enviou mensagem, avisando que os seguranças do papai iriam nos buscar no aeroporto. Eu detestava essas coisas, mas infelizmente eram ordens do senhor Leonardo e eu não poderia recusar uma ordem vinda do presidente do país. De mãos dadas com Mateus, andamos até os “homens do papai” como eu costumava chamar os funcionários dele. Fiquei surpresa ao encontrar o chefe da segurança acompanhando os outros três homens. Diego trabalhava para minha família há mais d
DiegoTrabalhar como chefe da segurança do homem mais importante do país, além de ser um trabalho feito com seriedade, deixa qualquer homem com a mente totalmente fodida. Horas atrás o doutor Leonardo estava em reunião com parlamentares em Brasília, para lidar com o primeiro ano do seu mandato como Presidente. Agora se encontrava na sala de espera do hospital da família, aguardando notícias sobre a saúde do seu pai. Conheço a família Martinez há mais de vinte e cinco anos, quando comecei a trabalhar era apenas um recém- policial formado de vinte e poucos anos. Que começou como um dos seguranças do então secretário de saúde e graças a competência e lealdade conseguiu conquistar o cargo de chefe da segurança que mantenho até hoje. Agora com quarenta e oito anos, estou prestes a me aposentar. Jurei que encerraria minha carreira aos cinquenta anos, que aconteceria daqui dois anos e começaria a trabalhar com meu próprio negócio. Muitos devem achar que eu penso em montar uma empresa de segu
ValentinaApós o banho, vesti minha calça de moletom e minha camiseta do Batman, que era a minha favorita. Meu pai ligou um pouco depois do jantar para saber notícias do vovô, mas tudo continuava na mesma. Ele queria retornar para o hospital, mas eu disse que não seria preciso. Diego fez companhia para mim, até mesmo jantou comigo. Acabamos jantando juntos, mas, na verdade, Diego ficou em silêncio enquanto comia. Por mais que eu tentasse puxar algum assunto, o grandalhão simplesmente respondia com monossílabos. O Vovô continuava sendo monitorado, e o doutor Renato disse que ele estava evoluindo muito bem. Ele me assegurou que eu poderia dormir tranquila e que no dia seguinte teríamos boas notícias. Peguei meu celular de dentro da minha bolsa para verificar as ligações e mensagens. Respondi a Mateus, que estava preocupado com a falta de informações. Meu namorado avisou que estaria no hospital logo cedo, mas eu pedi que não fosse. Quanto menos pessoas presentes, melhor seria. Respondi à
ValentinaAcordei com o barulho do meu celular tocando. Dei um pulo na cama, indo pegar o aparelho que havia deixado na mesinha ao lado.— Alô!Disse tentando abrir os olhos para enxergar melhor.— Senhorita Martinez, perdoe incomodar tão cedo. Sou a enfermeira- chefe responsável pela internação do seu avô. A senhora pode comparecer no consultório do doutor Renato?A mulher disse, eu respondi que me encontrava no hospital.— Vou trocar de roupa e chego em vinte minutos. Peça para providenciarem o café da manhã e meus pais foram chamados?Perguntei à enfermeira, que respondeu que papai já estava sabendo e chegaria em breve. Se desculpou por ligar ao invés de vir até o quarto que fiquei. Disse que não precisava se desculpar e que eu logo chegaria. Desliguei o celular, corri apressada para dentro do banheiro, tirando a roupa e entrando embaixo do chuveiro. A água quente acabou me despertando com mais rapidez. Cinco minutos depois, enrolada com o roupão, vou procurar uma roupa para vestir
DiegoTomava o café da manhã, na cafeteria do hospital, ao lado de mais dois seguranças. A equipe da manhã continuou vigiando a porta do quarto em que o doutor Ricardo estava internado. Eu precisava conversar a sós com o senhor Leonardo, explicar sobre toda a situação, contudo teria que fazer isso longe dos outros e principalmente da sua filha. Meu informante alertou-me que se começaram a usar o pai do presidente como forma de intimidar o início do seu governo, significava que eles passariam a atacar os filhos e a mais velha era o alvo mais fácil, por indiretamente fazer parte do escândalo que foi o primeiro mandato dele como Governador, vinte anos atrás.— Diego, foi necessário dispensar o Bruno daquela forma?Raimundo, um dos seguranças que trabalhava comigo há anos, questionou a atitude que tomei ao demitir o garoto por conta do erro na noite anterior. Todos os meus funcionários sabiam como eu costumava trabalhar e como eu prezava pelo compromisso e lealdade. Principalmente quando
ValentinaEstava no meu quarto, tentando relaxar na banheira. Mal coloquei os pés na casa dos meus avós e já me estressei com a briga entre a mamãe e a vovó. Sofia e Leandro foram para faculdade e quando papai surgiu na sala, vovó Soraia reclama que a minha mãe não tinha nada que ficar com o meu avô no hospital, visto que ela não fazia parte da nossa família. Como sempre, papai teve que apartar a discussão e vovó se irritou por não poder visitar o esposo. Disse que iria se trancar em seu quarto e minha mãe respondeu que ela fazia um favor para todos. Papai disse que precisava trabalhar, indo se trancar no escritório, enquanto minha mãe saiu para passar o dia fazendo companhia para o meu avô. Eu avisei que ficaria com ele a noite, contudo meu pai disse que não era preciso e que era para ficar descansando. Minha família estava bem longe de ser perfeita e se todos soubessem como era a relação da primeira- dama com sua sogra, seria a manchete de todos os sites de fofocas. Depois que fique