BeatriceEu alisei minha barriga me observando de lado no espelho. Ela estava enorme, e não era para menos, já que eu já me aproximava do sétimo mês de gestação. Eu olhei em volta observando o quarto já parcialmente arrumado para a chegada do bebê me lembrando de tudo que passei até chegar a esse ponto na minha vida.Tudo estava gravado em minha mente, Desde a empolgação que senti quando descobri a gravidez, o terror que tomou conta dos meus dias diante da reação de Giacomo, até o alívio e proteção ao ser amparada por Matteo.Caminhei até o berço que nós montamos na noite anterior, observando as caixas e sacolas com tudo o que vínhamos comprando para meu filho nas últimas semanas desde que descobrimos que seria um menino. Eu não imaginava que conseguiria me sair tão bem, nós morávamos em um apartamento de bom tamanho, eu estava escolhendo todas as peças que desejava para o enxoval e ainda tive a oportunidade de conseguir um emprego.Um pequeno sorriso surgiu em meus lábios ao constata
BeatriceQuem essa mulher pensa que é? Ela não pode tratar as pessoas dessa maneira apenas por ser a rainha!As horas seguintes foram uma tortura, meus hormônios não me ajudavam a me acalmar e eu intercalava entre o sentimento de raiva por toda aquela situação e medo por aquela ameaça velada. Sim, eu sabia que não tinha feito nada errado, mas e se a senhora Lechner realmente levasse a sério aquele boato?O fato do meu irmão ter saído cedo para acompanhar Louise em um evento não me ajudou nem um pouco, me deixando cada vez mais distraída em minhas tarefas.E foi essa distração que fez com que eu entrasse em um quarto que estava com a placa de não perturbe na porta sem ao menos notá-la. O cômodo estava vazio, a cama desarrumada e um carrinho ao lado de uma pequena mesa com louça suja, indicando que a pessoa optou por tomar seu café da manhã no quarto.Eu coloquei toda a louça no carrinho, passando um pano na mesa antes de ir até o armário de roupa de cama, pegando algumas toalhas para
Beatrice Eu consegui trabalhar com mais calma depois daquela conversa, Matteo trabalhou até tarde, então fui embora sozinha, e na manhã seguinte, recebi o aviso de que teria que ir para a casa dos Weisman, pois seria entregue alguns pacotes no local. Eu agradeci mentalmente por aquilo, os Weisman retornariam da viagem em dois dias e eu poderia deixar de vez a vida no palácio de lado. Tudo o que queria naquele momento, era o máximo de distância da rainha.Eu tinha seguido a recomendação de Phillip e não tinha comentado com ninguém o que tinha acontecido, nem mesmo Matteo, confiando que o rapaz poderia me ajudar a resolver tudo sem causar mais preocupações ao restante do grupo, que já tinha que lidar com o funcionário que tinha descoberto sobre os dois. E não podia negar que no meu interior eu estava gostando da segurança que Phillip Brenner me passava. Eu queria confiar nele e queria acreditar que ele seria capaz de resolver aquela situação sem que eu fosse prejudicada.Minha manhã
Matteo — Está ansioso? — Carl chamou minha atenção enquanto caminhávamos lado a lado nos jardins do palácio durante uma ronda. Maddie pousaria em algumas horas e eu não podia negar que não via a hora de encontrá-la, eu senti sua falta a cada segundo daquela semana. Nem mesmo as chamadas de vídeo diárias foram o suficiente para aplacar a saudade que eu sentia. — Um pouco — admiti me sentindo sem jeito. Desde que conversei com Carl e contei sobre como me envolvi com Maddie, e como Alexander decidiu nos ajudar, ocultando sua relação com a princesa, ele se solidarizou com nossa situação, apesar de considerar tudo aquilo a mais completa loucura, e eu não podia culpá-lo. Muitas vezes eu me considerava insano por ter me envolvido naquela história, no fundo, eu sabia que mesmo que nós fizéssemos tudo, nunca daria certo. Maddie e eu pertencemos a mundos diferentes, e aquilo nunca mudaria, Por mais que desejássemos ignorar aquela parte. Durante aquela semana principalmente, eu planejei c
MatteoEu permaneci parado em um canto do escritório sem saber ao certo como agir. Estava claro para mim que Max me chamou por algum motivo, e eu esperava descobrir em breve o que estava acontecendo. Ele ficou em silêncio por alguns segundos, antes de se levantar e caminhar até uma das janelas que rodeavam o escritório, observando o grande lago nos fundos da propriedade.— O que você achou do lugar, Bertozzi? — ele perguntou sem me olhar.— É uma bela propriedade, senhor Lechner , mas perdoe minha intromissão, o senhor planeja se mudar do palácio? — eu procurei compreender o que estava acontecendo, me colocando ao seu lado, observando a paisagem.— Tudo depende do seu julgamento, Bertozzi — ele comentou.Eu me virei em sua direção, não conseguindo conter a surpresa estampada em meu rosto diante de seu comentário. — Meu julgamento? Maximilian suspirou, também virando para me encarar. Sua expressão estava cansada e sobrecarregada, eu nunca o tinha visto daquela maneira.— Os últimos c
MaddieDespertei devagar em minha cama, sorrindo ainda de olhos fechados diante das lembranças da noite anterior. Eu não conseguia me lembra da última vez que tinha dormido tão bem, e me sentia agradecida por finalmente estar em casa. Quero dizer, eu adorei fazer um cruzeiro divertido pelo caribe, mas não via a hora de voltar. E o maior motivo para isso, estava ao meu lado.Eu me virei na cama, subindo minha mão pelo peitoral de Matteo que ainda dormia tranquilamente, sentindo sua pele quente sob a minha. Eu me peguei presa em admirar sua beleza e no tanto que senti sua falta nos últimos dias. Mas tudo valeu a pena, porque eu finalmente pude dormir e acordar ao seu lado, e eu não trocaria aquela experiência por nada nesse mundo.— Isso faz cócegas — Matteo comentou ainda de olhos fechados enquanto eu desenhava círculos com a ponta dos dedos em sua pele.— Sabe, eu sempre imaginei que você fosse do tipo que acorda antes de mim — eu o provoquei.Matteo abriu os olhos, sorrindo ao olhar
MaddieUm pequeno sorriso surgiu nos lábios de Beatrice enquanto ela tentava se fazer à vontade em nosso meio.— Isso com certeza ela não vai negar, certo Bea? — Matteo provocou a irmã.— Vocês são diferentes do que eu imaginei — minha cunhada comentou.— Deixa eu adivinhar, você imaginava um bando de riquinhos esnobes que nunca fizeram nada por si mesmos. Bom, você acertou apenas parte dessa previsão — Alexander piscou.— Não, não é isso, mas…— Se você tivesse nos conhecido no palácio aí sim você teria sua imagem completa, mas aqui não precisamos de máscaras. Podemos ser apenas nós mesmos — eu dei de ombros.Beatrice fez uma pequena careta em resposta ao meu comentário, fazendo com que eu estranhasse sua reação. — Algum problema?— Eu não tive uma boa experiência no palácio, fico feliz de me ver livre daquele lugar — Ela admitiu — Todos nós estamos, o palácio é nosso purgatório particular, eu fico com pena do Bertozzi que ainda precisa estar lá — Alexander devolveu.Aquela frase p
MatteoPermaneci parado no corredor, observando Maddie correr em direção às escadas enquanto minha mente processava tudo o que tinha acabado de acontecer. Ela realmente gritou comigo por conta de algo assim? Ouvi a porta do seu quarto bater com força no andar de cima, fazendo meu sangue ferver. Depois de tudo o que tenho passado para ficar com ela, ela ainda se acha no direito de gritar comigo? Eu tenho aguentado tudo em troca de migalhas, e ela ainda me culpa? O que ela esperava que eu fizesse? Eu deveria ignorar os desabafos de seu pai? Deveria ter afastado o único homem que foi capaz que me ajudar de verdade desde o começo? Deveria ter ignorado os sinais de crise e permitido que o casamento de seus pais ruísse?Era o que ela queria que eu fizesse? Para depois me culpar por não ter agido? Está na hora dela crescer e aprender que as coisas não funcionam do jeito que ela quer! Comecei a me colocar em movimento, mas algo me impediu de segui-la.— Matt, é melhor não — Beatrice acon