Beatrice Eu consegui trabalhar com mais calma depois daquela conversa, Matteo trabalhou até tarde, então fui embora sozinha, e na manhã seguinte, recebi o aviso de que teria que ir para a casa dos Weisman, pois seria entregue alguns pacotes no local. Eu agradeci mentalmente por aquilo, os Weisman retornariam da viagem em dois dias e eu poderia deixar de vez a vida no palácio de lado. Tudo o que queria naquele momento, era o máximo de distância da rainha.Eu tinha seguido a recomendação de Phillip e não tinha comentado com ninguém o que tinha acontecido, nem mesmo Matteo, confiando que o rapaz poderia me ajudar a resolver tudo sem causar mais preocupações ao restante do grupo, que já tinha que lidar com o funcionário que tinha descoberto sobre os dois. E não podia negar que no meu interior eu estava gostando da segurança que Phillip Brenner me passava. Eu queria confiar nele e queria acreditar que ele seria capaz de resolver aquela situação sem que eu fosse prejudicada.Minha manhã
Matteo — Está ansioso? — Carl chamou minha atenção enquanto caminhávamos lado a lado nos jardins do palácio durante uma ronda. Maddie pousaria em algumas horas e eu não podia negar que não via a hora de encontrá-la, eu senti sua falta a cada segundo daquela semana. Nem mesmo as chamadas de vídeo diárias foram o suficiente para aplacar a saudade que eu sentia. — Um pouco — admiti me sentindo sem jeito. Desde que conversei com Carl e contei sobre como me envolvi com Maddie, e como Alexander decidiu nos ajudar, ocultando sua relação com a princesa, ele se solidarizou com nossa situação, apesar de considerar tudo aquilo a mais completa loucura, e eu não podia culpá-lo. Muitas vezes eu me considerava insano por ter me envolvido naquela história, no fundo, eu sabia que mesmo que nós fizéssemos tudo, nunca daria certo. Maddie e eu pertencemos a mundos diferentes, e aquilo nunca mudaria, Por mais que desejássemos ignorar aquela parte. Durante aquela semana principalmente, eu planejei c
MatteoEu permaneci parado em um canto do escritório sem saber ao certo como agir. Estava claro para mim que Max me chamou por algum motivo, e eu esperava descobrir em breve o que estava acontecendo. Ele ficou em silêncio por alguns segundos, antes de se levantar e caminhar até uma das janelas que rodeavam o escritório, observando o grande lago nos fundos da propriedade.— O que você achou do lugar, Bertozzi? — ele perguntou sem me olhar.— É uma bela propriedade, senhor Lechner , mas perdoe minha intromissão, o senhor planeja se mudar do palácio? — eu procurei compreender o que estava acontecendo, me colocando ao seu lado, observando a paisagem.— Tudo depende do seu julgamento, Bertozzi — ele comentou.Eu me virei em sua direção, não conseguindo conter a surpresa estampada em meu rosto diante de seu comentário. — Meu julgamento? Maximilian suspirou, também virando para me encarar. Sua expressão estava cansada e sobrecarregada, eu nunca o tinha visto daquela maneira.— Os últimos c
MaddieDespertei devagar em minha cama, sorrindo ainda de olhos fechados diante das lembranças da noite anterior. Eu não conseguia me lembra da última vez que tinha dormido tão bem, e me sentia agradecida por finalmente estar em casa. Quero dizer, eu adorei fazer um cruzeiro divertido pelo caribe, mas não via a hora de voltar. E o maior motivo para isso, estava ao meu lado.Eu me virei na cama, subindo minha mão pelo peitoral de Matteo que ainda dormia tranquilamente, sentindo sua pele quente sob a minha. Eu me peguei presa em admirar sua beleza e no tanto que senti sua falta nos últimos dias. Mas tudo valeu a pena, porque eu finalmente pude dormir e acordar ao seu lado, e eu não trocaria aquela experiência por nada nesse mundo.— Isso faz cócegas — Matteo comentou ainda de olhos fechados enquanto eu desenhava círculos com a ponta dos dedos em sua pele.— Sabe, eu sempre imaginei que você fosse do tipo que acorda antes de mim — eu o provoquei.Matteo abriu os olhos, sorrindo ao olhar
MaddieUm pequeno sorriso surgiu nos lábios de Beatrice enquanto ela tentava se fazer à vontade em nosso meio.— Isso com certeza ela não vai negar, certo Bea? — Matteo provocou a irmã.— Vocês são diferentes do que eu imaginei — minha cunhada comentou.— Deixa eu adivinhar, você imaginava um bando de riquinhos esnobes que nunca fizeram nada por si mesmos. Bom, você acertou apenas parte dessa previsão — Alexander piscou.— Não, não é isso, mas…— Se você tivesse nos conhecido no palácio aí sim você teria sua imagem completa, mas aqui não precisamos de máscaras. Podemos ser apenas nós mesmos — eu dei de ombros.Beatrice fez uma pequena careta em resposta ao meu comentário, fazendo com que eu estranhasse sua reação. — Algum problema?— Eu não tive uma boa experiência no palácio, fico feliz de me ver livre daquele lugar — Ela admitiu — Todos nós estamos, o palácio é nosso purgatório particular, eu fico com pena do Bertozzi que ainda precisa estar lá — Alexander devolveu.Aquela frase p
MatteoPermaneci parado no corredor, observando Maddie correr em direção às escadas enquanto minha mente processava tudo o que tinha acabado de acontecer. Ela realmente gritou comigo por conta de algo assim? Ouvi a porta do seu quarto bater com força no andar de cima, fazendo meu sangue ferver. Depois de tudo o que tenho passado para ficar com ela, ela ainda se acha no direito de gritar comigo? Eu tenho aguentado tudo em troca de migalhas, e ela ainda me culpa? O que ela esperava que eu fizesse? Eu deveria ignorar os desabafos de seu pai? Deveria ter afastado o único homem que foi capaz que me ajudar de verdade desde o começo? Deveria ter ignorado os sinais de crise e permitido que o casamento de seus pais ruísse?Era o que ela queria que eu fizesse? Para depois me culpar por não ter agido? Está na hora dela crescer e aprender que as coisas não funcionam do jeito que ela quer! Comecei a me colocar em movimento, mas algo me impediu de segui-la.— Matt, é melhor não — Beatrice acon
MaddieObservei os campos de lavanda que ladeavam a estrada conforme o carro seguia em uma rodovia em direção ao norte de nosso pequeno País. Eu conhecia bem aquele lugar, nós passamos por ali diversas vezes em nossas aventuras em Zurique. Se seguissemos por aquele caminho por mais alguns quilômetros alcançaremos o posto de fronteira entre a Suíça e st Bartholdi.— Nós chegaremos em alguns minutos — a voz de meu pai soou animada ao meu lado fazendo com que eu virasse meu rosto para vê-lo.Meu pai estava com um sorriso extasiado em seu rosto, dirigindo um de seus carros esportivos que ele raramente tirava da garagem. Na verdade, era muito difícil meu pai dirigir, nós sempre estávamos com um motorista em um carro oficial. Por isso, eu mal pude esconder minha surpresa quando ele apareceu de manhã em minha casa, me chamando para dar uma volta com ele. Alex não estava em casa naquele momento, o que me deixou sem desculpa nenhuma para recusar o pedido. Mas a curiosidade provocada por sua a
Beatrice— Se você continuar segurando a cebola assim, vai cortar a mão — Eu avisei a Phillip enquanto ele tentava preparar o jantar na casa dos Weisman.Já estávamos no início de dezembro e eu me sentia cada vez mais a vontade com o casal e seu grupo de amigos. Alexander era o único que se interessava minimamente por cozinhar, na verdade, Madeline desistiu de qualquer nova tentativa depois de colocar fogo em uma frigideira tentando grelhar uma carne. — Mas ela fica escorregando na tábua — Phillip piscou na tentativa de afastar as lágrimas — qual é o problema dessa coisa?— Não olhe para mim, eu aprendi minha lição, se eu estiver com fome, eu ligo para o restaurante mais próximo — Maddie comentou sentada em uma banqueta junto a ilha da cozinha, mexendo em seu celular.— Você tem que cortar a cebola no meio e depois apoiar na tábua, assim não vai conseguir mesmo — Alex, que estava acomodado ao lado de Madeline, apontou.Phillip colocou a cebola e a faca sobre a tábua, levando ambas