Eu os observei saindo. Maxwell abriu a porta do carro para Bridget com aquele maldito sorriso no rosto, aquele ar de cavalheirismo forçado que me irritava profundamente. Eu sabia que ela não precisava disso. Bridget sempre foi independente, decidida. Mas ali estava ele, bancando o príncipe encantado enquanto ela... enquanto ela sorria de volta.Eu apertei o maxilar. Aquilo me incomodava mais do que eu queria admitir. Quando Maxwell fechou a porta do carro, senti minhas mãos se fecharem em punhos automaticamente.Droga.— Senhor, vamos? — um dos policiais perguntou, me tirando do meu transe. Assenti com a cabeça, mas antes de me virar, meus olhos ainda seguiram o carro partindo rua abaixo.No carro, Melinda observava tudo do banco de trás. Ela era uma mãe protetora e, como boa mãe, não deixaria passar a oportunidade de descobrir quais eram as verdadeiras intenções de Maxwell com sua filha.— Então, Maxwell... — ela começou, se inclinando um pouco para a frente. — Qual é a sua, hein?Ma
Bridget despertou lentamente, sentindo o calor suave dos primeiros raios de sol que atravessavam as cortinas do seu quarto. Deitada em sua cama, virou-se para o lado, seus olhos pousando na vista do jardim, onde as flores recém-regadas cintilavam com o orvalho da manhã. Suspirou profundamente e, inevitavelmente, sua mente foi tomada pelo beijo da noite anterior.O toque suave, mas determinado de Maxwell ainda ardia em seus lábios. Ele era encantador, sempre atencioso e com um jeito que a fazia sorrir sem esforço. Mas então, como uma sombra que insiste em pairar sobre um dia ensolarado, Andrew surgiu em seus pensamentos. E com ele, a lembrança das palavras de sua avó. "Você precisa ir para a mansão Miller, ajudá-lo a recuperar sua memória."Bridget fechou os olhos, tentando afastar a sensação de estar sendo puxada para direções opostas. Ela queria seguir em frente, queria deixar o passado onde ele pertencia. Mas será que era possível?Seu celular vibrou na mesa de cabeceira, interrompe
Ethan ligou para Taylor com a voz carregada de urgência.Agnes mandou uns seguranças levarem Callie para outra clínica, e eu não tenho mais nenhuma notícia dela! - disse, desesperado.Taylor, ao ouvir isso, sentiu um aperto no peito. Callie, mesmo não sendo sua filha biológica, era como se fosse. Todos na mesa ficaram espantados, mas Melinda foi quem mais demonstrou aflição. Ela conhecia bem a crueldade de Agnes, pois havia passado pelo inferno em uma clínica psiquiátrica por causa dela. Depois, foi levada para uma casa no meio do nada e tratada como menos que lixo.– Eu não vou permitir que essa bruxa machuque Callie! - disse Melinda, se levantando com fúria nos olhos.– Eu vou com você! - Taylor se dispôs imediatamente.Bridget também se ofereceu, mas ambos disseram que ela deveria focar nos preparativos para a reinauguração da livraria.– Vou voltar a trabalhar na editora. Assim, você pode ficar responsável integralmente pela livraria-café. - disse Melinda, tentando acalmar a filha
Callie estava deitada na cama do quarto de hóspedes na Mansão Tulipa Azul. Seu corpo ainda estava fraco, mas a presença de Ethan ao seu lado trazia um conforto imensurável. Ele segurava sua mão com delicadeza, observando-a com olhos cheios de ternura.— Você precisa descansar, meu amor. — Ele sussurrou, acariciando sua bochecha.— Eu só quero ficar assim um pouco mais... — Callie respondeu, fechando os olhos por um instante. — Ainda me sinto perdida, como se tudo isso fosse um pesadelo do qual eu estou tentando acordar.— Mas eu estou aqui, e vou estar ao seu lado em cada momento. — Ethan apertou sua mão. — Você não está mais sozinha, Callie.Ela abriu os olhos, fitando-o com um sorriso fraco, mas genuíno.— Eu sei... e sou muito grata por isso. Mas você não tem ideia do quanto eu me sinto quebrada, Ethan. Tudo o que aconteceu me deixou cicatrizes que eu nem sei se vão desaparecer um dia.Ele se inclinou e beijou sua testa.— Eu não ligo para as cicatrizes, Callie. Eu só quero que voc
Bridget caminhou até o escritório da mansão Tulipa Azul, onde vovó Nívea já a aguardava. O ambiente estava impecável, decorado com móveis de madeira nobre e uma grande janela que deixava a luz natural iluminar o espaço. O aroma suave do chá de camomila que vovó Nívea preparou trazia um ar acolhedor à conversa que estava prestes a acontecer.— Então, Bridget — vovó Nívea começou, com um sorriso gentil. — Qual foi sua decisão?Bridget respirou fundo antes de responder. Sentia o peso da escolha que havia feito, mas também a certeza de que era o certo a fazer.— Eu decidi aceitar sua proposta, vovó. Vou para a mansão dos Miller pelo período de seis meses. Quero ajudar Andrew a recuperar a memória... e também quero entender melhor os meus próprios sentimentos.Vovó Nívea sorriu satisfeita e segurou a mão de Bridget com carinho.— Eu sabia que você faria a escolha certa, minha querida. Você tem um coração generoso e, independentemente do que acontecer, tenho certeza de que será uma experiên
Após a intensa conversa com seu pai, Andrew sentia-se dividido. Ele não podia negar a preocupação com a saúde de George, mas também não podia simplesmente abandonar a rotina que vinha construindo nos últimos meses. Enquanto caminhava pelo corredor da empresa, pensava nas palavras do pai e no peso de sua decisão.Ao entrar em seu escritório, resolveu que iria ver Laura no hospital.Quando chegou no leito, encontrou Laura sentada em sua cadeira, folheando algumas revistas de moda. Ela sorriu ao vê-lo.— Como foi a reunião com seu pai? — perguntou, cruzando as pernas com elegância.Andrew suspirou, sentando-se na poltrona ao lado.— Ele quer que eu volte para casa. Está dizendo que a saúde dele está debilitada e que esse é o maior desejo dele.Laura arqueou uma sobrancelha.— Você acredita nisso?— Não sei… — Andrew passou a mão pelos cabelos, frustrado. — Ele realmente parecia mal.— Andrew, você tem que pensar no que é melhor para você, não apenas no que os outros querem. — Ela se leva
Andrew estava jogado no sofá de sua casa quando pegou o celular e abriu o grupo de mensagens com os amigos. Sem pensar muito, digitou:— Onde vocês estão? Tô precisando matar o tempo antes de me mudar pra mansão dos meus pais. Bora pro clube?"Marcos deu uma risada e respondeu: — Estamos no Bello Yello. Eu e Ethan. O Jacob tá vindo pra cá. Depois vamos pra casa do Ethan jogar. Cola com a gente!"Andrew sorriu de canto. Estava precisando de um tempo com os amigos antes de encarar o novo capítulo que vinha pela frente.— Beleza. Tô indo.Ele pegou a chave do carro e saiu.Assim que Marcos largou o celular, Ethan ergueu uma sobrancelha.— Andrew? — perguntou ele.— Sim, o cara tá perdido, procurando algo pra fazer antes de se mudar — respondeu Marcos.— Ele ainda tá confuso, né? — Jacob chegou bem na hora e se sentou ao lado deles. — Esse negócio de amnésia é complicado...Ao chegar no restaurante, encontrou Marcos e Ethan sentados em uma mesa próxima à janela. Ambos riem de alguma pia
Bridget ficou em silêncio por alguns segundos, processando tudo o que Camila acabara de contar. Ela piscou algumas vezes, surpresa, antes de soltar uma risada incrédula.— Espera aí... você tá me dizendo que eu já beijei o Maxwell e nem lembrava disso?! — ela arregalou os olhos, levando as mãos ao rosto. — Isso é sério?Camila confirmou com a cabeça, rindo da reação da amiga.— Sim, senhora. E pelo visto, você não só esqueceu como nunca nem deu um retorno para ele. O cara ficou te esperando, Bridget! — provocou.Vitória, que estava absorvendo a revelação, deixou escapar um assobio surpreso.— Meu Deus, que enredo de novela é esse? Maxwell apaixonado pela Bridget há anos e ninguém sabia? — ela cruzou os braços e balançou a cabeça. — E agora, o que você vai fazer com essa informação, Bridget?Bridget ainda estava boquiaberta. Ela mexeu distraidamente no cabelo, tentando juntar as peças.— Eu juro que não lembro desse beijo. Mas, considerando que eu tava bêbada... — ela soltou um suspiro