Rodrigo mais uma vez me deixou em casa, na porta do condomínio, na verdade, eu não lhe disse uma palavra se quer no trajeto que fizemos, depois de uma noite sem sexo, e por fim uma proposta nada indecente, em que eu me tornaria a sua mulher sem contexto ou pedido, ele queria e pronto.Desci do carro sem lhe dizer um tchau, um oi, nada disso, ele ficou do volante batendo os seus dedos no couro do volante como sempre, não era díficil saber os seus jeitos e modos, na verdade estranho, muito estranho que um homem como ele, de repente estivesse me obrigando a ter um relacionamento sério, quando eu não tenho intenção alguma.— Bom dia! — Entrei cumprimentando o porteiro, que sempre gentil comigo segurou o portão para que eu passasse. — Bom dia senhorita! — Sorri em resposta, passando pelo portão, olhei para trás rapidamente e ele ainda estava lá, sentado dentro do carro me olhando com os seus olhos felinos.Não demonstrei importância, apenas entrei seguindo o meu caminho condomínio a dentro, r
Depois de deixar Tessália em casa, ela saiu do carro sem dizer uma palavra e nem eu, senti que me tornei um chiclete dela, mesmo que eu a quisesse não devia ter agido assim, mas sempre foi assim no morro, a lei é a minha, só esqueci que estou lidando com uma mulher do asfalto, cheia de possibilidades e condições.Cheguei em casa e de cara Roberta saia com uma tromba no lugar dos lábios, estava zangada comigo, isso era notável, mas pra a sua birra, eu tenho o remédio, só é ignorar que ela fica mais possessa ainda. — Pelo menos deixou ela em casa? — Ergui a sobrancelha, ao ouvir que me perguntou.Não virei pra lhe olhar. — Deixei. — Uma se preocupa com a outra, o problema é que deviam se odiar, Roberta por ser amante do pai dela, deveria não gostar de Tessália, porque com certeza, Hernan faria outro mundo por aquela filha, ela devia ficar em ultima posição, e Tessália, por saber que a razão do fim da sua família é a minha irmã.— Agora de manhã ou de noite? — Virei olhando para a garota de
Após a saída do meu tio, batendo a porta com força, fazendo as paredes do apartamento tremerem, a minha mãe estava nervosa, a mão dele marcava bem o seu rosto, eu estava em choque, quando a violência vem de um estranho, é estranho, mais por não ser do seu meio, ainda assim, mais fácil, não saber do mundo do outro, da situação. Mas aquele era o meu tio, o meu tio e a minha mãe, eu estagnei no sofá, vendo a minha tia cuidar dela. As minhas mãos tremiam, como todas as minhas partes do corpo, talvez fosse possível sentir o pulsar do meu coração em meus ouvidos. — Tacy você se arriscou demais. Tudo que eu conseguir compreender a minha tia dizer, a minha mãe colocando gelo no rosto, eu pisquei em forma de voltar a normal. — Tessa a partir de hoje não quero você falando com o Isaac esta me ouvindo? — Engoli em seco ao ouvir. — Esta me ouvindo? — Assenti pressionada, mas queria saber o que estava acontecendo. — Tá mãe, me deixa ver isso! — Ela tirou a toalha, o lugar inchava e avermelhava. —
Delphine não estava ajudando, eu não queria pressionar por causa do moleque, mas ela não ia ao médico, nem falava no assunto.Pensei que Tessália ia esperar, mas que nada, ela desceu a ladeira correndo sem me dar tempo. Desci a ladeira correndo, e quando peguei no braço dela, o olhar era triste.Eu queria que ela entendesse o quanto queria ficar com ela, que a minha prioridade seria ela. Segurei o seu rosto lhe vendo pedir pra ir embora. - Por favor me deixa falar.- Por favor digo eu Rodrigo, aí droga a sua mulher está olhando, me solta por favor. - Olhei pra cima vendo Delphine olhando pra gente, não me importava com ela.Colei os meus lábios nós de Tessália, que se afastou, ela me recusou no meio do morro, e saiu correndo, sem me dá condição de explicar bem nada.Roberta chegava e ali era a oportunidade perfeita, ela buzinava pra Tessália parar, e acho que pela situação, não chegou a ver, eu não pensei em tudo, não sabia que ela ia sair naquele estado.Quando bateu no carro, caiu no meio
Eu queria não procurar Rodrigo, não liguei, bloqueei o seu número, e desbloqueiei quando me vi sozinha dentro do quarto.Sabia de tudo que se passava no morro, porque além de Roberta, parecia ter feito amizades com algumas moradoras de lá, eu não estava dando conta de toda a situação.Minha mãe denunciando o meu tio, monitorando o meu celular, Camila indo depor contra ele, e agora vendo Roberta e minha mãe amigas, era de lascar.Tudo parecia sair do lugar, eu precisava sair, tomar um ar, quando sair deixando as duas novas amigas conversando, ambas me deram o mesmo olhar.- Eu sei!- Avisei revoltada com tanta segurança, porque de repente o meu tio se tornou um vilão pior era ele não responder as minhas ligações, o medo de Rodrigo ter pego ele me atormentava.Eu só não esperava voltar, e encontrar a minha mãe com a cara enfiada dentro das pernas de Roberta, sentada no sofá, os gemidos atravessavam a porta, eu estanquei na porta, agora tudo fazia sentido.De repente tudo fazia sentido, se enca
A casa sem graça, nada de luxo pelos cantos, eu abrir mão de morar no mesmo prédio com a minha mãe, e minha irmã, para que o meu filho não conhecesse a vida que eu vi de frente, era apenas um moleque com muita responsabilidade, Roberta já acordava chorando, aos berros, e quando chovia não tinha muita coisa a fazer.Tentava enganar com bico, que ela sugava até começar a entender que chupar a borracha não dava em nada, a maioria até apontava um negão que trabalhava no gás,dizia que era o meu pai, mas ele era casado, sempre enfezado, troncudo, várias vezes tinha pensado em bater lá na grande, pedi um pão, um pouco de pó de café.A mulher dele, bem branca, mal via a gente começava a xingar, eu demorei a entender uma cara, como acontecia as paradas na favela, eu nunca quis que o meu moleque passasse chuva, frio, ou que alguém olhasse torto pra ele, não era fruto de um caso de amor, nem aquelas narrativas perfeitas de novela, mas de qualquer maneira, do mesmo jeito que eu fui homem para abaix
O dia estava sendo maravilhoso, perfeito pra mim depois de tudo, tantas idas e vindas acabei parando ali nos braços de quem eu não queria estar, de certa forma o destino me jogou na vida de Rodrigo, estava entrelçado? Não sei.Eu nunca acreditei em destino, o dia era chuvoso, depois de ficar na sua casa por um dia quase inteiro, eu não poderia abusar, precisava voltar pra casa me entender com a minha mãe. Quando me vesti, pentei o cabelo, ele estava sentado na sala assistindo tv, me olhou com os seus olhos pretos tão intensos, que eu não tive duvidas, nunca estive tão apaixonada na vida.A perfeição desde os seus olhos se espalhando por seu corpo, a boca carnuda deliciosa. - Eu vou te levar. - Avisou eu não achei ruim, quem me dera, mas todo e qualquer segundo com ele estava sendo prazeroso, além do sexo, da cama, era só estar junto, mesmo em silêncio a sua companhia me apazigua e isso é tão bom.Passou pra o quarto, abriu o guarda-roupa pegou uma blusa de mangas compridas branca, um pou
Sai de casa deixando Tessália pensar nas neuras dela, sabia que pra ficar comigo era mais que só dizer, não vou abrir mão da minha vida, mesmo gostando dela. Não tem vida pra mim sem ser no tráfico, ela foi criada diferente, não tem mudança para mim, uma vez no crime sempre no crime, é nele que garanto a minha vida, tiro a minha renda, garanto pra os meus.Ela ficou no barraco, não ia apertar a mente, nunca fui de forçar ninguém cojntra a vontade, ou dá porque quer, ou não dá pô. Fiquei na biqueira com os moleques, a chuva não parou, varou a noite quase toda. Já era madrugada alta, a chuva caia, estava sentado fazendo as contas de tudo. – Rodrigo?Levantei a cabeça olhei pra porta, lhe vendo com meu casaco, cabelos pingando, toda molhada. – O que tu veio fazer aqui? – Ia ficar gripada, tinha certeza, nem sabia como veio de lá pra cá, a calça toda molhada, mas encharcada até o meio das canelas. – Fica comigo vai. – Pediu meio chorosa, os moleques não deram um pio, arrastei a cadeira pra