— Ethan deixou este mapa para mim - começou Emma. - Ele disse que pode nos levar às respostas que estou buscando.Marcus, que estava vendo o mapa pela primeira vez, inclinou-se para examinar os símbolos.— Incrível. Estes desenhos parecem muito antigos. Alguma ideia do que eles significam?Althaia, com um olhar atento, apontou para um dos símbolos no canto do mapa.— Este aqui... parece o símbolo do sol. Isso faz sentido, considerando que temos templos antigos ao nosso redor.Argos, seu irmão, concordou com um aceno de cabeça.— Eu concordo. E se esse símbolo do sol estiver indicando o templo do deus Sol? Faz sentido que um lugar de tal importância tenha um mapa direcionando para lá.Julian olhou para Emma, compartilhando sua empolgação.— Emma, você acha que este mapa realmente pode nos levar ao templo? Isso está a alguns quilômetros daqui, nas montanhas, certo?Emma assentiu, sentindo uma onda de determinação.— Sim, Julian. Olhem para estes outros símbolos. Parecem indicar pontos d
Marcus participou das rondas com Ísis, Arion e Yanni. O dia e a noite passou e nada aconteceu. Emma chegou quando a lua estava alta no céu, ninguém no grupo que a acompanhou para as montanhas disseram qualquer coisa até o momento. E aqueles que ficaram não sabiam o que pensar sobre aquilo, mas sabiam que no momento certo eles diriam. Provavelmente há algo importante a ser revelado que não seria tão simples de ser dito. Por isso o silêncio do grupo.A jovem observou a lua, agora ela estava totalmente escurecida. Logo a lua começaria a clarear e quando toda a escuridão passasse o portal teria se fechado por mais 300 anos. Mas ainda faltaria pouco menos que duas semanas. Na última ronda da madrugada quem estava realizando-a era Emma, Julian e Heron. Estava muito frio, eles estavam caminhando agora para se aquecer. Já haviam andado por todos os lugares mais povoados da aldeia. Agora estavam andando em círculos no campo, depois de um momento Heron percebe algo diferente na floresta.— Aqui
Aqueles olhos azuis encarando Emma. A garota era jovem, pequena, olhos azuis e cabelos dourados, "será possível". A jovem pensava, " não" "não" "não". Ela ficou paralisada olhando a jovem morta. Um som forte de metal ao lado da sua cabeça a despertou. Arion tinha amparado um ataque que a teria matado. Um soldado tinha a lâmina cruzada com a de Arion. — Emma....você não tem culpa, Emma! - Ele gritou, desesperado para que a prima se recuperasse do sentimento de culpa que a tomava.— Eu matei essa garota!— Todos nós matamos um inocente, mas não é nossa culpa. A culpa é daquela coisa - Arion falava enquanto repelia o ataque do soldado e dava uma investida atrás da outra.— Eu não posso matar... de novo, não! — Não precisamos matar, apenas pará-los. - Ele disse enquanto golpeava a têmpora do soldado com o punho da espada. - Um golpe na têmpora por exemplo. Fira-os, Emma. Depois poderão se recuperar.— Arion... - Ela disse com a voz sufocando na garganta. - Olha para ela! Será que é quem
Julian cavalgava silenciosamente, o ritmo dos cascos do cavalo marcando o tempo de sua preocupação. Um pedaço de camisa rasgada estava amarrado em sua perna ferida para estancar o sangue. Emma, desacordada, estava no cavalo de Arion, e a preocupação que feria o peito de Julian era quase insuportável. A dor emocional superava qualquer ferimento físico. Ele não podia suportar ver Emma daquele jeito.Depois dos ataques de luz da espada dela, poucos soldados permaneceram enfeitiçados e foram rapidamente derrotados. Os outros, confusos, tentaram encontrar o caminho de volta para suas casas. A criatura de vermelho havia desaparecido, deixando para trás seus mortos e feridos. Ísis, seus amigos e Heron ficaram para encontrar um lugar para os corpos e tentar socorrer os feridos, enquanto Julian, Arion, Yanni e Marcus iam para casa cuidar dos ferimentos de Emma e Julian. Todos estavam levemente feridos, com cortes e hematomas causados pelos soldados, mas Emma estava em um estado crítico. Julian
Ísis estava agora a caminho de sua aldeia. Estavam atravessando a floresta e logo alcançariam a estrada de terra que levava ao pé da montanha onde ficava o castelo. Precisariam tomar cuidado quando chegassem naquela altura. Se bem que O Sombrio agora estava sem soldados, ele provavelmente voltaria a sequestrar pessoas nas aldeias vizinhas para reabastecer seus exércitos.Alguns foram mortos mas a maioria saiu levemente ferida e a esta altura estavam em suas casas. Ela tinha esperança de encontrar sua irmã em casa quando chegasse. Seu sangue havia gelado quando viu entre os mortos uma garota que se parecia com Kiara. Correu até o corpo pequeno de cabelos dourados, mas não era a garota.Eles saíram da casa de dona Elis na manhã seguinte bem cedo. Emma ainda não tinha acordado. Julian ficava todo o tempo no quarto com ela. Ísis não sabia se tomando coragem para fazer o que ela havia sugerido quando a garota acordasse, ou se estava aproveitando as últimas horas como namorado da jovem. Mas
Havia se passado um dia inteiro e Emma ainda não tinha acordado. Julian se sentia culpado pelos ferimentos da jovem e ia fazer o que parecia ser certo. Por mais que doesse em seu coração, era o melhor a fazer.Desde que tomara coragem para ver Emma adormecida no quarto, ele se ausentava o mínimo possível. Até mesmo durante a noite, o rapaz preferiu dormir em uma poltrona antiga que havia no canto do quarto de dona Elis. Não queria perder o momento em que a garota acordasse.Enquanto aguardava, suas lembranças retornaram a aventura até as montanhas. Ao redor do templo, havia uma aldeia intocada e que aparentemente guardava as suas próprias tradições e seu segredos.Não pode negar que sentiu ciúmes quando o rapaz da outra aldeia, Ethan, pediu para falar com Emma a sós. Ele levou a jovem e quando ela voltou parecia chocada, assustada e pensativa. Aparentemente não havia recebido nada de novo das mãos do rapaz, mas Julian sentia um sentimento ruim quando estava perto dele.Aquele homem gu
Emma ainda não acreditava no que tinha ouvido. Aquele não parecia ser o seu Julian, ele parecia frio. Falou aquelas palavras duras e simplesmente saiu andando deixando ela ali sem entender nada. " O que aconteceu?" " O que foi que eu fiz?" Eram perguntas que passavam o tempo todo pela mente de Emma. Ela levantou da cama lentamente. As costelas ainda doíam. Ela colocou a mão na lateral e sentiu as ataduras. Olhou o braço ferido que também estava enfaixado e uma dor fez seu coração afundar. Ela havia machucado o braço defendendo Julian.— Burra! Burra! Burra! - Ela falou repetidamente. A jovem se sentiu traída naquele momento. Andou devagar e foi em direção à cozinha. Sua avó não estava lá, então saiu para o canteiro e ela viu os cabelos grisalhos da avó no meio das ervas. Emma continuou caminhando e se sentou no banco de pedra.— Vó! - Ela chamou.Dona Elis olhou rapidamente para a neta. Primeiro seu rosto demonstrou felicidade, depois preocupação.— Minha querida, você acordou! - A id
Emma despertou com uma batida na porta. Seu rosto estava inchado de tanto chorar. Não havia mais lágrimas. Ela havia chorado por horas até que desmaiou de cansaço e agora uma batida na porta a trazia de volta à consciência. Mas a jovem não queria levantar, não queria sair daquela cama. Era como se estivesse ali por alguns minutos apenas.A batida na porta era insistente e ela se viu obrigada a levantar. Não respondeu, apenas se levantou, olhou para a janela e ainda era noite. Deveria ser tarde. Ela se arrastou até a porta e a abriu. Voltou-se para a cama se arrastando sem nem ter o trabalho de ver quem era que estava batendo na porta. Deitou-se novamente.— Tem bicho morto nesse quarto? - Era Yanni. Sua voz e seu jeito de falar era impossível de não reconhecer. Mas ela não levantou o rosto do travesseiro para ver.— Parte meu coração te ver assim, minha linda! - Falou Marcus, e Emma teve a vontade de empurrar a mão que alisava seus cabelos, mas não tinha forças nem para isso. Permanec