Ao adentramos o hotel, não encontramos ninguém conhecido no saguão principal.
— O pessoal não deveria estar pronto? — pergunto procurando por todos.
— O meu pai sugeriu comemorarmos os resultados positivos da reunião. De acordo com ele, mantém a equipe motivada. Teremos um jantar e, logo após, visitaremos uma boate.
— Boate? — Simplesmente não consigo imaginar seu pai sugerindo algo do tipo.
— Isso é por nossa conta — responde com um sorriso. — Eu mudei todas as passagens para amanhã de manhã. Mas, caso não queira se juntar a nós, posso conseguir um voo ainda hoje para você.
—
Eu me sinto insensível pra caramba estando aqui, quando no Rio as coisas não estão muito boas. Decido permanecer sentada aproveitando a bebida que preenche a mesa. Marcelo se mantém afastado em companhia da modelo.Eu preciso beber, ficar muito bêbada e esquecer tudo por algumas horas.Mal termino minha cerveja e já migro para o uísque.— O mundo não vai acabar hoje, Ana Luísa, pode ficar sussa, amiga. — Devido a quantidade de bebida, a voz de Juliana soa distante, apesar de ela estar sentada ao meu lado.— Amiga, eu prec
Eu acordo sentido a boca seca e viscosa. Parece que arrastei minha língua na areia. O sol forte entra pela janela do quarto queimando meus olhos sensíveis. Eu gemo e me arrasto para fora da cama. Algo está muito errado. Olho ao redor, estou sozinha no quarto do hotel. Eu sinto meu estômago se revirar e corro para o banheiro para vomitar. Três vezes. Escovo os dentes e vou atrás de água no frigobar.— O que eu fiz comigo? — pergunto para o nada, tentando me lembrar da noite passada. Eu me lembro de dançar bem sensualmente com Daniel e Marcelo, lembro-me de flertar com Daniel. “Omg!” Daniel é um parceiro e um dos melhores amigos de Marcelo até onde sei.Passo as mãos pelo meu rost
— Marcelo, sente-se. Fique à vontade, a casa é sua. Você tem preferência por algum canal? — pergunta Adriana e sem esperar por uma resposta, já entrega o controle remoto para ele.— Se precisar de nós, estaremos na cozinha preparando algo para comermos.Adriana sai me puxando para a cozinha. Começo a pegar os ingredientes para um bolo enquanto ela me encara com os braços cruzados.— O que foi? — pergunto.— Vocês dois. Porque não o convidou para entrar? Ele estava com uma cara de cão sem dono.— Pensei que você não gostasse dos geminianos — alfineto. — Boa noite, gata. — A voz encantadora de Henrique soa alta. Obstante de sua animação, respondo apaticamente.— Boa noite, Henrique. Como você está?— Estou ótimo, obrigado. Liguei pra te convidar para um passeio surpresa amanhã, eu sei que está em cima da hora, mas...— Sim, muito em cima para qualquer passeio. Não sei se dará para mim e acho que precisaremos conversar.— Aconteceu alguma coisa? — pergunta preocupado. Pela manhã, ao acordar, percebo que não foi um sonho. Foi real, muito real. Abro um sorriso por sentir que estou em cima dele. Os braços de Marcelo estão me envolvendo, segurando-me com apenas um lençol nos cobrindo.Decido não me mexer e aproveitar esse momento quando, da cozinha, escuto Adriana ligar o liquidificador e eu amaldiçoo o suco natural matinal dela. Marcelo se remexe em baixo de mim e nossos olhos se encontram. Eu sorrio para ele, que retribui falando com a voz sonolenta:— Bom dia, Nalu.Impulsivamente capturo o seu rosto e deposito um selinho. Logo fico tímida, não devia ter sido tão impulsiva sem saber o que esperar depois da noite passada. Encolho-me e meu rosto quase fica coberto pelo lençol.Capítulo 22
Capítulo 23
— Você só pode estar brincando comigo!— Não. Infelizmente não é uma brincadeira de mau gosto. Eu estou me sentindo um merda porque fiquei naquela maldita sala por três horas e não consegui apoio o suficiente para que você ficasse.— Marcelo, eu não serei funcionária daquele idiota! — esbravejo. — Existem centenas de empresas em que posso trabalhar. Tenho boas qualificações e a minha experiência aqui pode conseguir que eu facilmente...Distraio-me ao olhar para Marcelo e encontrá-lo encarando as palmas das próprias mãos. Seu rosto possui uma vermelhidão nas maçãs do rosto e uma expressão de tristeza que não posso medir. Merda, como ele havia dito
Eu tenho que confessar que adoro shopping. Sou uma garota da cidade e shopping acaba se tornando uma enorme diversão no Rio de Janeiro quando você não está a fim de praias ou algo mais cult, como teatros ou museus.Devagar, vou soltando minha mão entrelaçada a de Marcelo. Sinto-o resistir, inicialmente, mas depois ele cede. No fundo, temo ser flagrada ao seu lado intimamente e tachada como algo quando o nome dele ainda percorre os sites de fofoca ao lado da modelo. Não quero enfrentar julgamentos novamente, como o que vi no olhar da tal de Paula.— O que você acha de entrarmos nessa loja? — Marcelo perguntou enquanto nos aproximamos de uma loja de joias.— Uma
Marcelo é mulherengo e isso eu soube desde o meu primeiro dia de trabalho ao lado dele, não é algo que seja fácil de esconder com tantas ligações e mulheres indo ao trabalho dar em cima dele. Mas o curioso é o quanto um homem que teme relacionamentos sérios pode fazer da sua casa um lugar sagrado e imaculado. Ele não traz mulheres para cá. Então, dormir em sua casa é especial, pelo menos para mim é.O prédio fica a poucos minutos do shopping, duas ruas atrás da praia. O apartamento é enorme e lindo, incrivelmente claro e espaçoso.Entro um pouco receosa por nunca ter estado aqui e aceito de bom grado sua oferta para que nos sentemos no sofá.— Eu vou lá embaixo pegar uma coisa qu