— Marcelo, sente-se. Fique à vontade, a casa é sua. Você tem preferência por algum canal? — pergunta Adriana e sem esperar por uma resposta, já entrega o controle remoto para ele.
— Se precisar de nós, estaremos na cozinha preparando algo para comermos.
Adriana sai me puxando para a cozinha. Começo a pegar os ingredientes para um bolo enquanto ela me encara com os braços cruzados.
— O que foi? — pergunto.
— Vocês dois. Porque não o convidou para entrar? Ele estava com uma cara de cão sem dono.
— Pensei que você não gostasse dos geminianos — alfineto.
— Boa noite, gata. — A voz encantadora de Henrique soa alta. Obstante de sua animação, respondo apaticamente.— Boa noite, Henrique. Como você está?— Estou ótimo, obrigado. Liguei pra te convidar para um passeio surpresa amanhã, eu sei que está em cima da hora, mas...— Sim, muito em cima para qualquer passeio. Não sei se dará para mim e acho que precisaremos conversar.— Aconteceu alguma coisa? — pergunta preocupado. Pela manhã, ao acordar, percebo que não foi um sonho. Foi real, muito real. Abro um sorriso por sentir que estou em cima dele. Os braços de Marcelo estão me envolvendo, segurando-me com apenas um lençol nos cobrindo.Decido não me mexer e aproveitar esse momento quando, da cozinha, escuto Adriana ligar o liquidificador e eu amaldiçoo o suco natural matinal dela. Marcelo se remexe em baixo de mim e nossos olhos se encontram. Eu sorrio para ele, que retribui falando com a voz sonolenta:— Bom dia, Nalu.Impulsivamente capturo o seu rosto e deposito um selinho. Logo fico tímida, não devia ter sido tão impulsiva sem saber o que esperar depois da noite passada. Encolho-me e meu rosto quase fica coberto pelo lençol.Capítulo 23
— Você só pode estar brincando comigo!— Não. Infelizmente não é uma brincadeira de mau gosto. Eu estou me sentindo um merda porque fiquei naquela maldita sala por três horas e não consegui apoio o suficiente para que você ficasse.— Marcelo, eu não serei funcionária daquele idiota! — esbravejo. — Existem centenas de empresas em que posso trabalhar. Tenho boas qualificações e a minha experiência aqui pode conseguir que eu facilmente...Distraio-me ao olhar para Marcelo e encontrá-lo encarando as palmas das próprias mãos. Seu rosto possui uma vermelhidão nas maçãs do rosto e uma expressão de tristeza que não posso medir. Merda, como ele havia dito
Eu tenho que confessar que adoro shopping. Sou uma garota da cidade e shopping acaba se tornando uma enorme diversão no Rio de Janeiro quando você não está a fim de praias ou algo mais cult, como teatros ou museus.Devagar, vou soltando minha mão entrelaçada a de Marcelo. Sinto-o resistir, inicialmente, mas depois ele cede. No fundo, temo ser flagrada ao seu lado intimamente e tachada como algo quando o nome dele ainda percorre os sites de fofoca ao lado da modelo. Não quero enfrentar julgamentos novamente, como o que vi no olhar da tal de Paula.— O que você acha de entrarmos nessa loja? — Marcelo perguntou enquanto nos aproximamos de uma loja de joias.— Uma
Marcelo é mulherengo e isso eu soube desde o meu primeiro dia de trabalho ao lado dele, não é algo que seja fácil de esconder com tantas ligações e mulheres indo ao trabalho dar em cima dele. Mas o curioso é o quanto um homem que teme relacionamentos sérios pode fazer da sua casa um lugar sagrado e imaculado. Ele não traz mulheres para cá. Então, dormir em sua casa é especial, pelo menos para mim é.O prédio fica a poucos minutos do shopping, duas ruas atrás da praia. O apartamento é enorme e lindo, incrivelmente claro e espaçoso.Entro um pouco receosa por nunca ter estado aqui e aceito de bom grado sua oferta para que nos sentemos no sofá.— Eu vou lá embaixo pegar uma coisa qu
Demoro horrores para chegar em casa. O intuito é economizar centavo por centavo, por isso insisto em tomar ônibus mesmo sendo tarde. Pode parecer loucura, mas para mim faz todo sentido, é o meu sonho que está em jogo. Depois de tomar um banho, fico na sala assistindo televisão juntamente com Carlos e minha mãe. Adriana está de plantão. Quero dar uma desculpa para deixar os dois sozinhos, mas não vejo jeito de fazer isso. Só quando meu celular toca é que a deixa perfeita vem. Atendo. É Carol, ela quer combinar uma visita.Após conversarmos, desligo-me dos sons que vêm da sala e passo a me concentrar no trabalho que trouxe para a casa, porém sou interrompida pelo som de notificação do whatsApp. É uma mensagem de Marcelo.<
— Marcelo, pare de brincar — digo eu com a respiração pesada.— Eu não estou brincando, Nalu. É você quem tem causado dúvidas que não me deixam dormir direito. Antes de te beijar, eu já estava me sentindo assim, agora que eu te beijei, que transamos, eu realmente estou perdido nos seus encantos.Sorrio, um sorriso de orelha a orelha estampa meu rosto nesse momento.— Eu nunca pensei que você se sentisse assim por mim, quando você disse essas coisas, eu pensei que fosse qualquer outra mulher e depois que você beijou a Adelaine, fazia sentido ser ela.— Mas é você! — ele diz e sinto as benditas borboletas na minha barriga. — E agora? O que v
Odeio o quanto tenho precisado do sorriso dele para estar feliz. Devo estar doente. Não sinto as horas passarem enquanto fazemos a... enquanto transamos. — Um real por seus pensamentos — diz com um sorriso.Não quero dizer nada agora, enquanto estamos quentes e nus em uma cama. Marcelo está com um olhar que diz que não me deixará em paz enquanto não conversarmos sobre tudo o que me aflige.— Nossa, que pobreza! Um real? — exclamo fingindo indignação. Ele ri com vontade e seu sorriso me faz querer conversar sobre todas as coisas. — Penso que eu não deveria ficar com ciúmes e aborrecida em um relacionamento que está come&ccedi