Já no avião, eu tentei relaxar e não pensar muito, apenas tentei ficar calma e aguardar o que aí vem. Uma vida nova (ter um padrasto) me espera.
- Você não acha que as pessoas são muito estranhas? - Olhei ao meu lado e vi um homem loiro de olhos azuis sorrindo para mim. Ele estava com um livro nas mãos. - Eu tenho a certeza disso, e a prova são dos que me rodeiam. - Falei me encostando no assento, e fechando os olhos. - Você não gosta muito de conversar não é? - Acertou em uma parte. - Não gosta de conversar é com certas pessoas!- Ele corrigiu. - Isso mesmo. Se nota tanto assim? - Eu não sei, foi só uma opinião. - Senti ele fechando o livro. - Que tipo de pessoas você gosta de conversar? - Vários! - Ok. Que tipo de pessoas você não gosta de conversar? - Hipócritas, mentirosos, arrogantes, sem escrúpulos, e insensíveis. - Tudo isso atribuo aos homens. - Uau! Felizmente eu não sou nada disso. - Ele disse me fazendo abrir os olhos e arqueiar uma sobrancelha para ele. - Claro que não diria que é! Em 100% da população, 86% não admite seus defeitos e os humildes que correspondem a 14 % admitem. Isso não é verídico, apenas do meu ponto de vista. - Está querendo dizer que eu tenho um desses defeitos que acabou de citar? - Pode até ter todos eles, mas o que eu quero dizer, é que, não confiamos nas pessoas pelo facto de não saber o que se passa nas suas cabeças. - Isso é verdade, mas... - Confiança é uma coisa difícil de ser adquirida, e a desconfiança mais fácil. - Você é... digamos que sábia. A sabedoria adquiri-se por vontade. - Não concordo. Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade. - Você é impressionante. Alguma vez alguém disse isso a você? - Muitas vezes. Mas eu não ligo. Agora, por favor, me deixa dormir? - Está bem. Não te incomodo. ***** Depois de aterrarmos, eu subi num táxi. Quantas saudades eu tive de Casa! Estou em casa novamente e isso é tão bom. Não há nada como a nossa casa, ou no meu caso, a casa da minha mãe. Verifiquei o meu celular e vi apenas mensagens de Michele . Mal saí da Argentina e ela mandou umas nove. Aquela mulher maluca! O táxi pára na frente da casa da minha mãe. É engraçado. Já não moramos em Chicago, mas sim em Los Angeles. Eu entro caminho até a porta principal e toco a campainha. Narração por Celina Como os tempos mudam! Até parece que foi ontem que eu ainda brincava de boneca. Hoje tenho 39 e vou me casar. A vida deu muitas voltas. Num dia odiava os homens, e noutro me apaixono loucamente por um. E espero que isso não seja difícil para Gabriela. Ela sofre muito por causa do pai, e ela não gosta de homens. E agora vamos morar com um. Espero que ela consiga mudar de pensamentos, tal como eu fiz. Finalmente consigo confiar em Santiago, e confesso que foi difícil. Ainda me lembro de quando me apaixonei por Rhyan. Tinha 15 anos de idade. Estudava na mesma escola que Rhyan, e éramos amigos. Grandes amigos. Rhyan e eu saímos todos os dias para passear, e cada dia que passava eu sentia algo mais que amizade. Eu confiava nele mais do que ninguém, e minha mãe me dizia para ter cuidado, mas eu pensava que Rhyan era perfeito. Que não cometia erros. Era tão inocente que algumas pessoas me viam como santinha. Depois de um bom tempo, nós começamos a namorar. Rhyan dizia coisas lindas para mim. Me dava muitos presentes, me levava sempre para passear. Tudo parecia tão perfeito e bonito, até aquele dia chuvoso. Rhyam tinha apenas 16 anos mas sabia demais. Nós ficamos numa casa abandonada e foi então que fizemos Gabriela. Dia seguinte, ele terminou comigo e já tinha outra. Isso me machucou muito e me fez ter vontade de matá-lo. Um mês depois, eu descobri que estava grávida de Gabriela. Contei para Rhyan, mas ele disse que não queria saber. Meus pais descobriram e conversaram com os pais dele, mas ele se recusou a estar perto dela. Os meses passaram, Rhyan não me acompanhava nas consultas pré-natais, sempre que me via me xingava, e quando Gabriela nasceu, ele não apareceu no hospital, e ficou um ano sem vê-la. No primeiro aniversário de Gabriela , ele apareceu na festa para arruinar tudo. No quinto aniversário, ele ofereceu para ela um ursinho de pelúcia sem cabeça, no décimo, foi simplesmente para dizer coisas horríveis para ela. No aniversário de 15 anos, ele apareceu bêbado com uma prostituta e fez um grande escândalo. Gabriela sofreu muito durante esses anos todos. Agora ele só liga para ela, mas ainda assim, diz coisas terríveis para ela. Mas ela está tão acostumada que já não a afeta como antes, eu acho. Passei durante esses anos todos evitando me machucar novamente e me concentrei apenas em dar uma boa vida para Gabriela. Felizmente minha família sempre foi rica e ela não esteve a falta de nada. A campainha tocou e a empregada correu para abrir a porta. Santiago entrou, exuberante como sempre, com uma camisa dobrada até aos cotovelos, calça jeans preta e um sorriso perfeito. Levantei do sofá para cumprimentar ele. Ele era alto, negro, e musculoso. Parecia ter menos que 34 anos. - Cece! - Ele beijou as minhas bochechas e sorriu para mim. - Lohan! Que bom ver você. Finalmente voltou de viagem. Como foi? - Sentamos no sofá. - Foi bom, mas tive que voltar. Não posso perder o casamento do meu melhor amigo por nada nesse mundo. - Eu acho que ele não casaria se não estivesse presente. - Rimos. A campainha voltou a tocar. Ambos olhamos para a porta, e novamente a empregada foi abrir. Narração por Gabriela - Boa tarde Gabriela. - Dilce sorriu para mim assim que abriu a porta. Felizmente não mudou de empregada. Conheço Dilce desde que tinha quinze anos. Abracei ela. - Oi Dilce. - Ela se afastou para olhar para mím. - Você está tão grande. Vamos entrar. - Entrei e vi minha mãe e um homem se levantarem. Será que é seu noivo? Sorri e fui abraçar minha mãe. Ela é como eu. Loira, magra, mas ao invés de olhos verdes, ela tem olhos castanhos. - Filha! - Mãe! Me virei para encarar o desconhecido na minha frente. Ele sorriu e estendeu a sua mão para mim. - Olá Gabriela, eu sou o Lohan. - Olhei para sua mão pendurado. Isso é coisa de outro mundo. Um homem me tratando bem? - Olá. - Apertei sua mão. Ele ampliou o seu sorriso. - Sua mãe fala muito sobre você! - Ele diz. Deve ser, sem dúvida, o noivo dela. - Também fala muito sobre você. - Disse. - Sério? Eu não fazia ideia. - Lohan disse sorrindo para Celina. - Eu também não sabia. - Celina respondeu franzindo o cenho. - Não me digam que começaram a festa sem mim. - Ouvi uma voz maravilhosamente grave e sexy e passos nas escadas e me virei imediatamente. Um homem de cabelos pretos deliciosamente bagunçado, com uma pólo branca e calças Jeans azul escuro, com um corpo de perder o fôlego, desceu os últimos degraus com uma mão no bolso e outra passando pelo seu cabelo sedoso, e em seu rosto um sorriso deslumbrante. A personificação da beleza masculina. Ele chegou até mim ainda sorrindo. Fiquei emburrada. - Muito prazer em conhecê-la, Gabriela. - Seu sorriso desapareceu, e seu rosto ficou sério. Ainda assim era lindo. - Sou Santiago. O noivo da sua mãe.Olhei para o homem que dizia ser o noivo da minha mãe. Ele devia ter uns 29 quase trinta, já para não falar que ele é muito... muito atraente. Eu sabia que não havia problema em ele ser atraente, mas algo não batia certo. Não sei porquê mas isso me incomodava de diferentes maneiras que eu não sabia explicar. Depois de tanto olhar para ele finalmente respondi: - Olá, eu sou a Gabriela . - Sua mãe fala muito de você! - Ele tinha lindos olhos azuis, para pior a situação. Piorar, porquê? - Foi o que eu disse! - Lohan colocou as mãos no bolso divertido. Eu ainda estava com as malas na mão. - É bom saber! - Eu disse. - Deixa que eu levo as suas malas para o quarto. - Santiago olhou para as minhas malas, sorriu e pegou nelas. Eu não conseguia fazer nada a não ser olhar. - Santiago gosta de agradar! - Lohan falou. Santiago era bom comigo. Um homem me tratava bem. Não era
Minha mãe tinha saído antes que eu podesse conversar com ela, e infelizmente, Santiago ficou aqui comigo. Estava no escritório trabalhando. Entrei no quarto deles, e era duas vezes mais grande que o meu. Tinha uma King Size de madeira cinza, e mesas de cabeceira da mesma cor. Fui até o closet. Ele era grande, muito grande. Vi uma caixa cinza, grande e abri. Lá tinha o vestido de noiva da minha mãe. Ele era lindo. Muito lindo. Tirei da caixa e olhei para ele em mim no espelho. Rodopiei e quando voltei a olhar no espelho, vi Santiago na minha trás. Que vergonha! Coloquei o vestido dentro da caixa numa questão de segundos, e encarei Sebastian. - O que te deu para entrar aqui? - Perguntou. Eu nem conseguia olhar nos olhos dele. Olhava em sua boca. - Eu não sei. Eu não quero... - Não sabia o que dizer, por isso, tentei fugir, mas ele não deixou. - Nem pensar! Você n
Santiago p.o.v Finalmente chegou o dia. Eu ia me casar com a mulher da minha vida, e íamos adotar os nossos meninos com o tempo, visto que Celina já não podia engravidar. Também havia Gabriel. Ela não tinha estofo para ser minha filha, e ainda assim tinha que a tratar como tal, e isso não ia ser coisa fácil, porque ela não era fácil. Ela era uma menina bastante estranha. Ela parecia ter medo de mim, das vezes que eu estive por perto. Reparei muito bem. Já para não falar que nunca me chamou pelo nome. Ontem foi a primeira vez. E aquilo soou estranho. Fui para a sala e vi Celina lendo um livro distraída. Ela notou a minha presença e sorriu. Sentei ao seu lado. O que eu gostava nela? O seu rosto lindo, sua competência, sua independência, e sua habilidade de resolver qualquer problema. Sempre gostei de mulheres únicas, e Cecília era inigualável. A mulher mais perfeita para mim. - Você está nervosa? - Perguntei passando a mão pelo cabelo loiro dela. Ela me encantava por completo. -
O fim de semana foi o mais longo da minha vida. Santiago e minha mãe estavam em lua de mel e eles chegariam a qualquer momento. Não sabia porquê a lua de mel não durou mais tempo, mas não importava. A partir de agora, eu ia viver com o meu padrasto. Eu vim para Los Angeles para viver com a minha mãe, e não para viver com a minha mãe e o marido dela. Ele vivia o tempo todo me chamando de "princesa" e de "pequena Gabriela ", e aquilo me irritava. Já estava esperando há três horas no aeroporto, completamente impaciente, quando vi que Santiago se aproximava com a sua mala. Ele estava vestido com uma calça jeans, uma camisa azul escura dobrada até os cotovelos, e o cabelo bagunçado do jeito que era "normal". Procurei por todos os lugares para encontrar a minha mãe, mas nada! Nenhum sinal dela. Santiago estava sozinho. Infelizmente para mim. Levantei e ele se aproximou de mim sorrindo. - Olá pequena Gabriela! - Revirei os olhos e cruzei meus braços. - Olá papai! - Disse com voz de crian
Santiago p.o.v A minha noite já foi um tédio completo sem Celina . Eu não sabia quanto tempo mais eu ia aguentar ficar sem sexo. Não conseguimos aproveitar a nossa breve lua de mel, e agora ela tinha de viajar por quatro dias. Estava ficando desesperado. Estava no meu escritório de advocacia, atendendo alguns clientes, mas também pensando no castigo para Gabriela. Qual seria o castigo perfeito para aquela menina rebelde? Tentei me concentrar na mulher ruiva na minha frente, e no que ela dizia. E não na minha enteada. - Não é justo que ele faça isso! Eu não posso dar a guarda do meu filho para ele. Ele nunca quis saber da gente, nunca deu nada para ele, isso só começou agora. Ele disse que ia tirar ele de mim. Você acha que está correto senhor Welles? - Então, seu ex nunca quis ser pai, abandonou você e seu filho, e depois reaparece começa a ser um pai mais presente e diz que quer a guarda da cri
Acordei, mas não tinha vontade de levantar. Fiquei embrulhada nos lençóis olhando para o nada. Infelizmente as lembranças de ontem a noite não saiam da minha cabeça. Meu traseiro ainda estava dolorido por causa de ontem. O mais estranho disso tudo, foi que eu gostei um pouquinho. Olhei para o despertador e me levantei. Só sairia do quarto quando ele fosse embora, decidi. Não ia demorar muito. Ele saia sempre às 07:30. Entrei no banheiro e liguei o chuveiro. Tirei minha roupa e deixei que a água quentinha me tocasse, e escorresse preguiçosamente pelo meu corpo. Ainda não acreditava que Santiago tinha me tocado daquele jeito. Ele parecia ser um homem... bem, que gostava de Celina. Não pensei que me castigaria daquela maneira. Terminei o banho e comecei a me secar. Vesti um vestido camisa jeans e sequei o meu cabelo. Quando terminei fui para a janela do quarto ver o carro de Sebastian indo
SANTIAGO p.o.v Gabriela aproximou mais os lábios para que eu podesse beijá-la. Eu observei cada parte do seu rosto, e eu confesso que naquele momento, eu quis muito, mas eu me afastei. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas tudo que eu tinha que fazer era me afastar. Eu era um homem casado. Estava casado com a mulher que eu amava, não devia ter esse tipo de pensamentos. Mas Gabriela tinha um efeito poderoso sobre mim. Ela abriu os olhos, e se afastou, levantando. Não acreditava que quase nos beijamos. Eu era o padrasto dela, não devia fazer isso. - Santiago eu posso ficar sozinha? - Ela olhou para as pétalas de rosas no chão do seu quarto. - Claro que sim. - Levantei. - Qualquer coisa, é só me chamar. - Obrigada. - Ela disse limpando as lágrimas e eu saí do seu quarto. Desci os degraus, voltei para a sala e vi meu celular tocando. Era
Santiago onContinuamos nos beijando, e eu já estava malditamente excitado. Gabriela me puxava mais para ela, e me beija de um jeito bastante faminto. Suas mãos puxaram levemente os meus cabelos, e nossas línguas continuavam sincronizadas, dançando ao mesmo ritmo, me fazendo querer mais do que eu já tinha.Minhas mãos passaram pelas suas pernas e acariciei carinhosamente. Em seguida, minha mão foi por baixo de seu vestido, senti sua calcinha, e me afastei um pouco, mas ela protestou.Levantei da cama e levantei ela também. Aproximei os nossos corpos, e beijei e chupei seu pescoço. Minhas mãos foram para sua bunda, e ela gemeu, me fazendo ficar mais duro ainda.- Santiago! - Ela disse ofegante. Eu gostava de ouvir ela dizer meu nome.Mordi seu ombro levemente, e virei ela para abrir o ziper do vestido. Abri o mesmo dramaticamente, fazendo o vestido cair sobre seus pés do mesmo modo. Passei a mão pela sua barriga e subi até seus seios.- Você está me enlouquecendo Gabriela! - Falei no s