Capítulo 3

Porquê você está me ligando? Se enganou no número? Ou está bêbado? - Falei com raiva.

            - Não fale assim comigo, eu ainda sou seu pai. - Eu conseguia sentir o seu sorriso. Revirei os olhos.

            - Da última vez fingiu que não era! Mas qual é a novidade?

            - Eu não disse que me orgulho disso. Não disse que me orgulhava de ser seu pai! - Fechei os olhos. Aquilo doía de diferentes maneiras.

            - Então não ligue para mim! - Desliguei.

            Estou cansada disso. Ele só faz isso para me afetar. Me odeia tanto assim? O que eu fiz para que ele me odiasse? Eu sou inocente nisso tudo.

         Ouvi os passos de Michele voltando para a sala. Ela olhou para mim e limpou suas lágrimas. Olhei para o celular.

           - Não me diga. Seu pai.

           - Infelizmente. Não entendo porquê ele faz isso. Eu não fiz nada a ele.

            - Eu sei amiga. Mas há pessoas muito cruéis, por isso não vale a pena pensar muito nisso. - Ela tinha razão. Ele não podia me afetar assim, mas afetava. Ele é meu pai.

          - Você já ligou para o Valentino? - Perguntei tentando mudar de assunto.

          - Ainda não.- Suspirou.

- Ele me disse muitas coisas. Disse que seus pais estão mortos e que vive com a sua avó que está doente, e que gosta de mim. Mas como ele que é mecânico pode... - Ela sacudiu a cabeça para livrar os maus pensamentos.

- Eu tenho gostos caros. Ele não é a pessoa certa.

          - Olha Michele , vocês se conheceram ontem, por isso não acredito muito que ele goste de você, e também não acredito que você está chorando. Vocês não passaram tanto tempo juntos assim.

          - Você não entende, Gabriela. Quando eu estava com ele, era diferente. Parecia que todo em nossa volta era perfeito. - Revirei os olhos.

           - Então ligue para ele, sei lá, tentem se conhecer melhor e com o tempo vocês vão descobrir.

           - Quem diria que é possível receber conselhos de uma pessoa que nunca teve um namorado. - Revirei os olhos novamente.

         - Esse assunto não me interessa.

         - Interessa sim! Eu sei. Eu te conheço. Você só tem medo de sentir algo por alguém e acontecer o mesmo que a sua mãe. Você se afasta dos homens por isso. Você se afasta do bonitinho do Caleb por isso.

           - Não é isso. É que eu ainda não encontrei alguém que faça o meu tipo! - Simples assim.

           Ela arqueiou uma sobrancelha e sorriu para mim. Eu não queria tocar naquele assunto tortuoso, por isso fui para a cozinha e ainda assim, ela me seguiu.

           - Você não precisa esconder nada de mim, Gabriela. Você sempre diz as coisas não na sua totalidade. Você me disse sobre sua mãe, e consigo perceber como isso te afeta. Sou uma ótima psicóloga.

           - E se for? Estaria errada por pensar assim?

           - Você precisa entender que os homens não são todos iguais. Alguns são os homens que toda a mulher sonha e outros são um pesadelo. - Ela cruzou os braços e franziu o cenho.

- A propósito, qual é o tipo de homem que você gosta. - Olhei para ela.

           - Eu não sei.

           - Sério, eu sou sua amiga, pode me dizer tudo.

            - Eu estou falando sério! Eu não sei. Eu não me preocupo em saber. Eu só quero me afastar.

            - Eu sabia! Finalmente você admitiu.

            - Eu não sei se consigo confiar em algum homem. Eu não sei se algum dia vou confiar. É difícil para mim.

          - Você tem que saber que: Todos os homens são iguais; O Valentino é homem, logo é igual a todos. Isso é tão falso que nem a própria falsidade. Todo mundo é diferente.

          - Aulas de Lógica? Não Michele dispenso! Vá tomar um banho por favor! - Ela estreitou os olhos e saiu da cozinha.

            - A CONVERSA AINDA NÃO ACABOU SENHORITA .- Ouvi ela do quarto. Revirei os olhos e comecei a preparar o pequeno almoço.

       

*****

         - Eu vou sentir muitas saudades suas. - Michele me abraçava tão apertado que quase sufoquei.

- Me liga para me dizer tudo o que acontecer na sua vida. Eu tenho a certeza que você vai conhecer o homem perfeito para você.

          - Eu acho que você fala demais e infelizmente vou ter saudades disso.

            - Eu vou sentir tanto a sua falta! - Ela me largou e olhou para mim com os olhos vermelhos.

- Você promete que vem me visitar?

            - Sempre que eu poder!

            - Então, depois nos falamos?

            - Até depois amiga. - Disse me afastando dela pelo o aeroporto. Ficar em Bueno Aires foi divertido, mas já está na hora de voltar para a casa e para a minha mãe. E o seu noivo.

        Sentei ao lado de muitas pessoas que esperavam o voo. Meu corpo ainda estava em Bueno Aires, mas a minha cabeça já estava em Chicago com a minha mãe e seu noivo. Como será que ele é? Ele faz a minha mãe feliz? Ele é como ou diferente do meu pai? Preciso conhecer esse homem.

        

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