Capítulo 32

O clima entre nós estava estranho quando chegamos em casa naquela noite. Havia uma atmosfera de dúvida no ar, como se as questões tivessem saído de nossas cabeças e ganhado um lugar comum, tornando-se mais reais. Mas importava saber do futuro? Eu, que sempre me preocupara com isso, agora via que nesse caso o melhor a fazer era pensar no presente – nos dois sentidos dessa palavra na língua portuguesa –, afinal ele estava embrulhado e adornado com um belo laço.

Era difícil não sorrir para Kevin, pois ele próprio me provocava sorrisos instantâneos como fotos de polaroide, que faziam eu me sentir uma idiota apaixonada, e foi isso que fiz quando ele me desejou uma boa noite. Então pulei em seu colo e o abracei com toda a força como se o segurando, eu estivesse impedindo o verão de ir embora.

Senti-lo me segurar de volta com tanta firmeza fazia o medo se dissipar, não levando consigo os problemas, mas tornando-os menos importantes, quase insignificantes.

Ester diria que era eu quem os esta
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