Airon
Deixo Megan em meu quarto e a observo por alguns segundos. Olhar dentro daqueles olhos verdes esmeralda e ver a angústia refletida neles me fez sentir um forte aperto no peito, preciso descobrir quem fez tanto mal a ela.
— Eu sei que vou ter pesadelos, então não me deixa aqui sozinha — a angústia em sua voz suplicante é visível.
Quero abraçá-la e cuidá-la, mas antes preciso encontrar respostas para tudo isso.
Não sei como agir, estou perdido. Não sei o que fazer, muito menos o que falar. Quero apenas me concentrar em encontrar o desgraçado que a maltratou tanto.
Em um ato impensado, saio do quarto confuso e preocupado, com o único objetivo de aliviar a dor que ela está sentindo.
Megan é frágil e pequena, vê-la assustada e em pânico daquela maneira acabou comigo. Achei que iria perdê-la, que ela fugiria e desapareceria como Samantha, não consigo entender a mim mesmo por não querer que ela fuja. Q
A caminho do elevador ligo para Willian. Por que Megan sempre age por impulso? Suspiro irritado. — Senh... — Droga Willian corra até o hotel onde Megan está hospeda e confirme sua estadia — digo exasperado. — As suas ordens, senhor. Entro no carro sem esperar que James abra a porta e dou ordens para que ele siga para o aeroporto, pois se conheço bem aquela cabeça dura ela está voltando para Londres. Tiro a carta de Megan do bolso e suspiro ao observá-la. Já perdi Samantha, não vou deixar Megan partir também. Incerto se devo os não abrir aquela carta continuo a encarar o pequeno papel entre meus dedos. O medo e o receio de descobrir o que está escrito me domina, é como das duas últimas vezes, apenas uma carta rabiscada. Um vazio domina meu peito comprimindo meu coração enquanto o nó em minha garganta sufoca a passagem do ar para os meus pulmões. Suspiro e passo o dedo sobre a letra bem feita na incerteza de
Megan Ao chegarmos em Londres depois da cansativa viagem de volta, optamos por pegar um táxi e ir para nosso apartamento arrumar o resto das malas já que iriamos para casa do papai. Não consegui convencer Katy para irmos amanhã, ela insiste que quanto mais rápido nos organizarmos menos tempo Philipe terá para nos encontrar. Não pude discutir sobre esse assunto, afinal ela tem razão. Sinto minha cabeça pesada e dolorida, a viagem foi desgastante, não consegui desligar minha mente sequer um minuto, mesmo com dona Carmelita me contando toda história da sua vida. Só consegui me distrair nas primeiras horas de voo, uma vez que ela entrou em uma conversa acalorada de como seu marido era o melhor homem do mundo, que apesar de ter sido forçada a se casar, acabou se apaixonando perdidamente por ele, dessa forma não consegui mais tirar a figura daqueles intensos olhos azuis da minha mente. Katy continua brava e não conversava comigo.
Dou mais uma boa olhada nos detalhes do meu apartamento e saio trancando a porta enquanto arrasto minhas malas para baixo com dificuldade, meu pé insiste em doer e fisgar. Me despeço do senhor Osvald com um forte abraço explicando que estou me mudando de última hora, enquanto espero o táxi chegar com Katy converso com o porteiro. Osvald é um homem de meia idade por quem tenho muita consideração por ter vivido longos anos nesse prédio e apartamento. Ele sempre me tratou com carinho se preocupando comigo por morar sozinha. Como sempre Katy demora mais do que o previsto, assim que ela chega, coloco minhas malas no porta-malas do táxi com a ajuda do motorista. Ao entrar no carro tento puxar assunto, mas ela nem mesmo olha para mim e continua emburrada olhando para a janela de braços cruzados, suspiro e faço a mesma coisa olhando o lado de fora. Estou com saudades de mamãe e papai, mas confesso que é estranho voltar a morar na casa deles, porém é necessário
— Eu não sei o que fazer. — Coloco as mãos nos olhos abaixando a cabeça tentando conter as lágrimas. — Pense, minha querida. Eu sei que você vai escolher a melhor opção — papai diz se levantando e vindo em minha direção, ele me abraça e afaga meus cabelos. — Ela é teimosa! Eu já disse que a melhor opção é falar com Airon, apesar de não gostar muito dele estou triste que você tenha deixado o coitado em Las Vegas sem nenhuma explicação. — Você não se explicou? — mamãe pergunta surpresa. — Eu não estava preparada para contar tudo e as coisas aconteceram rápido demais. — Me encolho. — Megan você é muito impulsiva — mamãe me repreende. — Ei, ela não precisa ficar com esse homem estranho, ela já tem a nós, uma família unida e que a ama — papai diz enciumado. — Isso é porque você está com ciúmes de saber que nossa menina está crescendo — mamãe o provoca. — Juro que vou acabar com esse riquinho quando encontrá-lo, ainda m
Olho aquela mensagem sem acreditar no que estou vendo. Logo em seguida recebo a mensagem de Katy com o endereço. Por essa eu realmente não esperava, mas ela subiu alguns pontinhos no meu conceito. O lugar fica no extremo oposto do apartamento de Katy, mas não me importo preciso encontrar Megan rápido para termos uma séria e longa conversa. Meu coração se acelera e um estranho nervosismo se instala em meu corpo enquanto dirijo para casa dos pais de Katy. Paro em frente à casa e fico observando o local, um bairro simples, aconchegante e calmo. Saio do carro e percebo que as horas voaram enquanto a procurava, talvez seja melhor voltar amanhã, não sei qual será a reação dos pais de Katy. Paro em frente a porta pensativo e por fim acabo tocando a campainha. Não escuto vozes e isso me preocupa, ainda há algumas luzes acesas, mas não sei se estão acordados. Observo a campainha receoso se devo ou não a tocar mais uma vez, quando
Ela arregala os olhos quando profiro seu sobrenome completo. — Você não está em posição de discutir se quer ou não falar sobre algo eu sei quem é Philipe Avallon. Morde os lábios olhando para baixo. Odeio quando ela faz isso tira toda a minha concentração. — Eu pedi para você não me procurar — diz vacilante. Ela não tem coragem o suficiente para me olhar nos olhos, isso é irritante, como quer me dispensar se não consegue organizar os próprios pensamentos? — Sobe Megan — rosno irritado. Hesitante ela dá alguns passos para trás. Fechos os punhos tentando controlar a raiva que começa a consumir minha sanidade mental. — Não me desafie Megan ou eu juro que vou jogá-la sobre os ombros novamente. — Meu sangue ferve e tento manter a calma. Caralho de uma mulher que gosta de me desafiar e tirar do sério. Receosa ela me observa deixando explícitos em seus olhos verdes o medo. Dou um passo em sua direção e Megan se
— Meu tio costumava me trancar no quarto e não me deixava sair sem suas ordens, ele dizia que eu era o fruto da desgraça, que eu jamais deveria ter nascido, aquele olhar de desprezo e nojo jamais saíram da minha mente, ele me batia todos os dias, me espancava. — Ela fica em silêncio remoendo o passado em sua mente. Já não aguento mais ouvir aquilo, quero acabar com Philipe o mais rápido possível. Cerro os punhos tentando conter a raiva que cresce dentro do meu peito. Vejo as lágrimas escorrerem por sua pele macia e rubra, me levanto e me sento na cama ao seu lado, envolvo meus braços envolta do seu pequeno corpo puxando-a para mim em um abraço protetor e encosto sua cabeça em meu peito acariciando os seus cabelos suavemente. — Já chega, tudo bem, não precisa dizer mais nada, eu estou aqui agora e não vou deixá-lo fazer nada com você. — Afago os seus cabelos beijando sua cabeça. — Eu preciso terminar de contar — diz entre lagrimas.
Megan Quando escuto o que ele diz meu coração se acelera e por mais que eu tente repelir esses sentimentos que crescem em meu peito é impossível. Airon pode ser mandão, possessivo e durão, mas no fundo é amoroso, preocupado e carinhoso. Você só precisa saber enxergar esse lado nele. Eu sei que no momento somente ele pode me proteger. Estou apta a descobrir todos os seus medos e traumas se me permitir. — Vem, eu sei que você precisa descansar. — Seus olhos desejosos e o timbre de sua voz deixam minhas pernas bambas. A rouquidão de sua voz próxima ao meu ouvido me deixa atordoada e excitada, seus olhos azuis intensos me consomem em puro desejo. — Eu não quero dormir. — Envolvo meus braços em seu pescoço. — Eu quero você. — Mordo os seus lábios sensualmente os puxando com delicadeza. Ele toma meus lábios em um beijo ardente e sedento, acendendo cada parte do meu corpo, subo minhas mãos pelo seu abdômen tiran