Aiyra Sinto a mão de Ethan envolver meu rosto, com carinho. O calor de sua mão me faz querer esfregar a face em sua palma. Ignoro os alertas que surgem em minha mente. Meu corpo inconscientemente, tomando as rédeas. Abro minhas pestanas e encontro o seu olhar ferido no meu. Empáticos, furiosos e céus... desejosos como nunca. — Eu daria tudo para lhe tirar essa dor, Dakota. — Ele sussurra, o polegar acariciando meu maxilar. — Faz de mim quem sou Ethan, eu sei lidar com elas. — Confesso e inclino meu rosto em sua palma, aspirando seu cheiro. Meu pequeno gesto incendeia o olhar de Ethan, que desce por meus lábios com uma fome, que faz eu juntar as coxas com o tesão se intensificando. Ele nem me beijou e minha calcinha já está ficando molhada. — Está difícil pausar, Dakota. — Ethan rosna e se aproxima. Trocamos as respirações, as minhas se tornando erráticas. Todo pensamento lógico, fugindo e só deixando a luxúria tomar conta. O observo engolir em seco, sua mão segurando minha nuca c
Ethan“A lua se infiltra pela janela, iluminando o quarto e a ela. Sua pele parece ainda mais deliciosa a essa luz. A calcinha pequena e preta é a única peça de roupa que veste e pretendo tira-la em breve. Seus longos cabelos escuros, espalhados pelo travesseiro. Minhas mãos passeiam pela pele sedosa, parando nos seios arredondados. Os mamilos escuros e rígidos, implorando por minha boca. Passo a língua ao redor deles, ouvindo sua voz melodiosa, soltar um gemido rouco. Ah caralho... como ela é linda.Chupo com força o mamilo, dando uma lambida suave, logo depois. Mato toda minha vontade, sugando seu seio com fervor. Ela arqueia as costas, suas pernas se abrindo para mim, em um convite silencioso.Desço minha mão por sua barriga, meus dedos insanos por sentir sua pele. Alcanço sua boceta, ponho sua calcinha para o lado e encontro-a molhada para mim. Um som desesperado sai de minha garganta. Um gemido, um rosnado, eu não sei. Essa mulher me transforma em um doente, um viciado em tocar
Aiyra Ethan vai diminuindo a distância entre nós, seu olhar agora da cor do mel. Ele leva a mão até o meu pescoço com suavidade, os dedos leves, trazendo arrepios por minha pele. Ele sobe o toque, travando-o em minha nuca, o aperto firme, quase duro.Tensiono-me, a excitação disputando com o nervosismo. Caramba... é isso, eu vou realmente transar com o Ethan. Meu amigo de infância, irmão do meu ex-noivo, e o cara mais quente que eu já experimentei.Ele passa o nariz pela pele de meu pescoço, aspirando. Estremeço em seu aperto, o corpo em chamas. Caralho... ele nem me beijou e já estou encharcada por ele. Seu perfume inunda meus sentidos, marcando-o como dele. Agora, ainda que se passem anos, sempre que sentir esse perfume, lembrarei dele, desse momento e do quanto eu o quis dentro de mim.— Sabe o quanto eu já quis te foder, Dakota? — ele murmura em meu ouvido, quase rosnando.Nego com a cabeça, minha voz emudecida pelo desejo. É incrível que Ethan consiga ser tão devasso, qua
Aiyra Espreguiço-me na cama, o sono ainda me dominando. Depois do sexo capaz de me tirar dos eixos, fiquei com medo de rolar algum constrangimento entre nós, mas ao contrário do que pensei, estar ali nua e saciada ao lado dele, me pareceu tão natural, quanto respirar.Ele foi super educado e perguntou se eu queria que ele fosse embora, mas me vi negando e dizendo que eu só precisava de um cochilo. Acredito que nossa antiga amizade foi o que me tranquilizou tanto, afinal, ele pode ter se enterrado deliciosamente em mim, mas ainda era o Ethan, o cara com quem compartilhei minha juventude.Rolo para o lado tateando, mas não encontro seu corpo quente. Levanto-me e saio do quarto a sua procura. Vestindo nada mais que sua boxer, Ethan está sentado em meu sofá, dedilhando meu violão antigo, uma melodia suave, acompanhando sua voz de barítono. Fecho meus olhos e inclino minha cabeça, o escutando. Ethan seria um cantor de projeção perfeita. A voz grossa não vacila, seu cadenciado me le
Aiyra — Não, não, não. — Ouço a voz potente de Vangory, esbravejar.Deixo minha bolsa na cadeira ao lado e tento entender o que está acontecendo. Cheguei a poucos minutos no estúdio e não esperava já achar Vangory, aqui tão cedo. Artistas tem a fama de não serem pontuais. Aparentemente Vangory é uma exceção.A loira hoje, veste um estiloso vestido vermelho, rodado na cintura e botas de cano longo escuras. Os olhos verdes de Vangory encaram os papéis na mesa, com exaustão.— O que aconteceu? — pergunto.— Eu não consigo sentir, sabe. Essa deveria ser a música chave do álbum. Deveria ser, a música, mas a única coisa que sinto ao lê-la é enfado. — Vangory confessa, espalhando os papéis com força.Seguro a minha risada, pois tenho certeza que eu a ofenderia, mas é quase impossível não achar graça do drama de Vangory. Ela realmente é uma mulher intensa. Não faz nem uma semana que começamos e ela já quer arrancar os cabelos.— Deixe-me ver. — Solicito, a palma esticada.Vangory me p
Aiyra O vento passa por minha jaqueta, furioso. É como uma ser estapeada pela friagem, seguidas vezes. O mais estranho é que gosto. Toda vez que piloto desse jeito, sinto-me capaz de qualquer coisa. Quando deixo o puro instinto me guiar e sigo por ruas vazias como essa, a sensação que tenho é de estar livre de tudo, da dor, das responsabilidades, do rancor... de qualquer amarra.O percurso do estúdio até minha casa é um pouco longo, mas por já ser tarde, as ruas estão mais livres do que de costume. Uso esse trajeto para aliviar o estresse dos dias. Tem sido tão insano desde que começamos. Não que seja difícil trabalhar com Vangory, ela é uma artista muito criativa e divertida, mas quando começamos é simplesmente muito difícil parar. Nosso foco se desvia somente para as partituras e se não nos policiamos, acabamos passando do horário. Como hoje.Faz um bom tempo que não tenho um momento a sós com Ethan e eu não esperava toda essa saudade angustiante que sinto. É frustrante. To
Aiyra Pisco meus olhos doloridos, meu cérebro ainda pegando as memórias de antes e jogando em mim com rapidez. Me levanto abruptamente e percebo que estava deitada no colo de Ethan, sua coxa firme me servindo como um travesseiro.Em algum momento ele me deitou no sofá e me pôs deitada com a cabeça sob as suas pernas. Ele está sentado, os braços esticados no encosto do sofá, cabeça arriada, um leve ressoar saindo dele. Ele nem deve ter parado para descansar da viagem antes de vir aqui...Como se sentisse minha inspeção, ele levanta o olhar avermelhado pelo cansaço para mim, entre suas sobrancelhas escuras, uma ruguinha de preocupação se formando.— Você acordou. — Ele diz, a voz rouca pelo sono.Assinto e esfrego meu rosto, sem saber como agir depois de lhe mostrar um lado tão deprimente de mim mesma.Ethan se ajeita no sofá, se virando completamente para mim e atenção focada em meu rosto. Sei o que ele está fazendo. Me analisando e buscando uma forma de me abordar. Ele faz iss
Aiyra Entro no cômodo, sentindo cada parte de meu corpo pedindo por descanso. Meu orgulho está ferido, meu coração machucado com uma ferida antiga e a única coisa que passa por minha cabeça é dormir.Acendo a luz, observando o cômodo espaçoso, a iluminação bem distribuída e de um tom verde delicado. A cama enorme tem lençóis fofinhos na cor creme, parece muito convidativa. Apago a luz, retiro as minhas roupas e deito-me somente de roupa íntima. Repouso minha cabeça no travesseiro e aspiro o cheiro de limpeza deles. Preciso de poucos segundos para fechar os olhos e deixar o cansaço me levar de vez.“Minha mãe e eu olhávamos as ondas quebrarem na areia, o som nos embalando. A mão magra dela repousava na minha, nossa pele tão parecida era um dos traços que eu mais amava. Eu olhei para seu rosto, as olheiras, os ossos da face tão pronunciados pela doença. Essa seria nossa última vez na praia. O médico nos deu meses agora. O tecido roxo que ela enrolou em sua cabeça, contrastava be