Benício MendelerrAlgo ainda martela minha mente, mesmo após tantos dias... Nenhuma novidade sobre as investigações do que ocorreu com Sara.Me sinto inútil sem uma resposta e seu Lui pensa igual, fui até a sala conversar com o detetive que atribuí a missão e cobrei.— Alguma novidade sobre o caso da Sara?Ele se encostou na cadeira e me pediu para sentar e conversarmos melhor sobre o assunto.— Sim senhor, na verdade, eu já iria entregar os resultados da investigação. Meus investigadores retornaram ao local onde ela foi atingida, encontraram um dardo escondido entre as folhagens no chão!— Dardo? — pergunto curiosamente.— Um dardo tranquilizante modificado, projetado para incapacitar temporariamente. Essa arma é uma espécie de lançador portátil, discreto e silencioso, semelhante a uma zarabatana moderna, que dispara dardos com uma ponta de borracha endurecida!Ele me mostrou o artefato, realmente diferente dos que conhecemos por aqui. Mas por que usariam algo assim contra uma crianç
PaulahMariaga morto, Elisa internada e uma semana bem agitada em todos os aspectos. Desperto Benício, com beijos... Ele parece ainda cansado e entendo, estou assim também!— Espera, volta para cama!— Temos que ir Benício, Clara e eu iremos terminar as fotos do lote de peças em ouro branco.— Eu te dou o dia de folga, estamos cansados linda... Quero ficar hoje contigo, deitado e transando o dia todo!Sorri, tomamos um banho juntos e fizemos amor para começar bem o dia. Enquanto tomamos café da manhã:— Quero que cuidem das coisas, sairemos hoje! — Benício comunica a ela.Achei que o plano era ficar em casa descansando.— Mas...— Quero te levar a um lugar, princesa.Recebo dele um beijo na mão e um olhar enigmático, telefono para Clara e aviso que não trabalharemos hoje.— Benício tem outros planos!— Claro Paulah, descansem e fiquem juntos.— Sinto sua voz um pouco triste, aconteceu alguma coisa?— Nada, felizmente Sara está bem e Lui... Parece menos distante que antes, talvez a mor
PaulahOs dias passaram bem rápido, e eu me vi cada vez mais envolvida na rotina do trabalho e da vida a dois com Benício.Elisa, felizmente, não havia mais atentado contra a vida. Soube que ela estava fazendo terapia com um psicólogo que Benício solicitou e saber disso trouxe uma certa tranquilidade, mas com ela é sempre bom manter a vigilância.Benício e eu estávamos cada dia mais felizes. Nosso amor cresce com uma intensidade que eu nunca havia experimentado antes. Ele me faz sentir segura, desejada e, acima de tudo, amada. Nossos momentos juntos são sempre perfeitos... Tenho medo disso. Lui e Clara também estavam cada vez mais próximos, e é impossível não notar como as coisas mudaram e Sara nunca mais se queixou sobre o relacionamento dos pais.No trabalho, Clara e eu seguimos fotografando as joias e pedras preciosas para a exposição que se aproximava. É fascinante ver como cada detalhe ganhava vida através das lentes. Clara me ajuda nas composições das imagens e ideias, e eu ad
Benício MendelerrPaulah ficou mais séria após o brinde, mas me aproximei e tentei fazê-la curtir a festa.— Vamos dançar um pouco? — Convido e ela corresponde com um sorriso, partimos para a pista.Toque suave do cetim de suas luvas e do vestido me deixava ainda mais excitado, nossos olhares se mantêm cativos um do outro.Enquanto girávamos pela pista, uma coisa me fez olhar para cima. Olhei rapidamente para o enorme lustre que pendia sobre nós. Ele balançava levemente, algo que ninguém parecia notar...Um estalo alto ecoou pelo salão e o lustre se desprendeu de repente. Meu coração disparou e sem pensar duas vezes, puxei Paulah com força, girando nossos corpos para longe dali.O impacto foi ensurdecedor e o lustre atingiu o chão com um estrondo, espalhando cacos de cristal por toda parte. O salão inteiro ficou em silêncio por um momento, seguido por gritos de susto e correria. Segurei Paulah firme contra mim, sentindo sua respiração acelerada contra o meu peito.— Você está bem? —
PaulahAcabei despertando bem mais tarde do que o habitual e Benício não estava ao meu lado. Tomei um banho e saí, mas o encontrei no corredor, ele parecia ansioso.— Iremos ao hospital agora, precisamos saber se está mesmo grávida!A frase dele me fez esfriar a barriga, sinto o peso das palavras dele... Como se essa fosse a minha maior missão como esposa, senti vontade de recusar a ida.Talvez seja uma premonição...— Pegarei minha bolsa e, de lá, podemos ir direto para a sede.Ele concordou, peguei a bolsa e seguimos para o único hospital da cidade. Benício falou com o médico e retirou meu sangue para a análise.— Em alguns minutos traremos o resultado, senhor! O tempo era o que menos me incomodava, mas perceber a expressão de Benício e como isso parecia ser o mais importante para ele. De repente, um amigo o chamou para conversar sobre negócios e o médico chegou com o resultado.— Pode me entregar, não estou grávida... É isso?Ele assentiu, uma dor forte atingiu meu coração. Ela nã
Benício MendelerrAmanhece finalmente domingo e Paulah dormia tranquilamente ao meu lado, claro, a noite anterior havia sido intensa, transamos até altas horas da madrugada. Adoro olhar para ela, com os cabelos espalhados pelo travesseiro e um sorriso discreto se formando nos lábios, beijo sua boca e ela abre finalmente os olhos por completo.— Bom dia, meu amor — murmurei, inclinando-me para beijar sua boca novamente.Piscando contra a luz, ela me olhou de volta.— Bom dia, amor — respondeu com a voz ainda rouca de sono. — Já é tão tarde assim?— Não se preocupe com a hora. Hoje é domingo e não quero fazer nada além de ficar em casa curtindo sua companhia!Ela suspirou aliviada, depois de um café da manhã completo, decidimos dar uma volta pelo parque. Paulah segurava minha mão enquanto caminhávamos.— Eu adorava fotografar por aqui!— Essa rua é lindíssima, meus pais sempre diziam que elas eram a essência da arquitetura da cidade!— Eles estavam certos...Havia crianças brincando e
PaulahManhã de terça-feira acordei com um pouco de cólica menstrual, mas ela o sangue não desce... Não deixarei que isso abale meu dia. Ele já havia se levantado da cama, tomei um banho e desci para a sala de jantar, dei uma olhada em nosso lindo quadro pendurado.Benício já estava ali à mesa, revisando alguns documentos enquanto tomava um café forte. Eu o olhei em silêncio, apenas admirando o homem delicioso que tenho em casa e assim que ele percebeu que eu estava acordada, veio até mim e me deu um beijo demorado.— Precisamos sair cedo hoje, amor, tome seu café. Há muita coisa para resolver na sede — ele disse, com um sorriso que sempre conseguia me acalmar.Concordo com ele, tomo meu café da manhã e oculto a cólica chata que estou sentindo... Benício certamente me mandaria ficar em casa de repouso e eu não quero mais faltar ao trabalho. Busco um remédio e coloco na bolsa, antes de sair retoco meu batom.Em pouco tempo, estávamos no carro. O dia estava claro, mas o trânsito parecia
Benício MendelerrChegamos à sede, Paulah estava calada. Sei que a presença de minha tia traz de volta lembranças ruins e bem recentes. Eu já estava sentado na minha cadeira de couro na sala e esperando a chegada dela, ainda com a mente ocupada pelos últimos acontecimentos. A virada do ano tinha sido um caos, e as peças do quebra-cabeça ainda estavam se encaixando. Paulah estava ao meu lado, mexendo no celular, enquanto Clara observava pela janela, todos nós esperando por Aurora. Foi então que a porta se abriu e ela entrou.A primeira coisa que notei foi a aparência dela. O brilho que costumava carregar nos olhos parece ter desaparecido, substituído por uma expressão de cansaço profundo. Ela parecia menor, mais frágil do que sempre demonstrou ser.— Tia Aurora? — Minha voz saiu mais dura do que eu pretendia. — Entre!Ela olhou para mim, depois para Paulah, e respirou fundo antes de falar:— Preciso de ajuda. — Sua voz estava baixa, quase um sussurro. — Descobri que tenho câncer e é t