KarevO silêncio do quarto era sufocante.Eu já tinha perdido a paciência há muito tempo, mas a cada segundo que passava, sentia o sangue ferver mais um pouco.Minha mãe estava diante de mim, os braços cruzados, o olhar carregado de algo que misturava frustração e desespero. Ahmed estava ao lado dela, sua expressão tão fechada que parecia uma parede intransponível.Eu nunca os vi tão unidos em uma decisão quanto agora.Eles queriam me levar embora.E eu sabia que não iam desistir facilmente.“Você não entende, Karev.” Dilsan balançou a cabeça, como se estivesse tentando argumentar com uma criança. “Essa loucura já passou dos limites. Está na hora de acabar.”Meus punhos se fecharam ao lado do corpo.Ahmed, que até então estava calado, suspirou profundamente e passou a mão pelo rosto.“Filho, escute sua mãe. Eu sei que tudo isso foi... intenso. Essa competição, essa descoberta sobre seu lobo... mas isso não é você.” Ele me olhou como se tentasse me alcançar, como se eu estivesse à beir
KarevO quarto ainda parecia girar um pouco ao meu redor, como se minha mente não tivesse processado completamente tudo o que aconteceu. As palavras da minha mãe ainda ecoavam em algum canto da minha cabeça, mas não permiti que tomassem o controle.Porque no final, minha escolha já havia sido feita.Olhei para Mallory, ainda sentada ao meu lado, seu rosto carregado de preocupação. Seus olhos percorriam cada detalhe do meu rosto, como se tentasse decifrar meus pensamentos.Então, sem dizer nada, a puxei para mim.Ela não resistiu. Deitou-se ao meu lado na cama, encaixando-se perfeitamente contra meu corpo. Meu braço deslizou ao redor de sua cintura, e fechei os olhos por um instante, inalando seu perfume, sentindo seu calor."Minha mãe vai entender um dia." murmurei contra seu cabelo. "Pode demorar, mas ela vai."Mallory suspirou, deslizando os dedos, lentamente pelo meu peito."Eu quero acreditar nisso, Karev. Mas... você e seus pais sempre foram muito ligados. Eu sei que isso está te
MalloryA respiração de Karev ainda era irregular quando ele soltou meu pulso.E foi nesse instante que eu vi.A marca de Zayn não estava mais ali.Meu coração vacilou, como se por um breve momento não soubesse como processar aquilo. Era um pedaço do meu passado, uma lembrança do que já fui, do que já senti. Era a última coisa que me ligava a uma vida que se perdeu antes mesmo de eu perceber que estava pronta para deixá-la ir.E agora...Agora havia outra marca.Uma nova.A dele.O nó na minha garganta apertou, e minha visão ficou levemente embaçada. Não de tristeza, mas de algo que eu nunca tinha sentido antes com tanta clareza.Liberdade.Minha alma não estava mais presa ao passado. Meu coração não era mais uma terra de luto e promessas quebradas.Ele pertencia a Karev.E pela primeira vez, percebi o quanto isso me preenchia.Eu o queria. Não apenas por agora, não apenas por um momento de paixão e desejo. Eu queria sua presença ao meu lado para sempre.Queria acordar e sentir seu ch
KarevO quarto estava silencioso demais.Minha mente ainda pulsava com os ecos da discussão com meus pais, e meu corpo, mesmo cansado, estava inquieto.Mallory tinha saído há alguns minutos com Jordan, e desde então, a espera estava me corroendo por dentro.Meu lobo odiava que ela estivesse longe.Mas não era só ele.Depois do que compartilhamos, depois de tê-la marcada e sentir a conexão se aprofundar a um nível que eu nem sabia que existia, minha necessidade por Mallory só cresceu.Ela não era apenas um desejo.Ela era a única coisa no mundo que fazia sentido.O clique da porta me fez levantar a cabeça no mesmo instante.O cheiro dela veio primeiro, antes mesmo de eu vê-la. Lavanda e terra molhada. A essência de Mallory.E então, ela entrou.Estava diferente. Não fisicamente, mas algo em sua expressão carregava um peso novo.Minha mandíbula travou."Você demorou." Minha voz saiu rouca e tensa.Ela parou ao lado da cama, me observando como se estivesse tentando medir minha reação ante
KarevA noite estava inquieta.Eu não conseguia dormir.Meu corpo ainda pesava como pedra, um resquício maldito da prata que percorria minhas veias. Meu lobo rosnava dentro de mim, irritado com minha impotência, odiando o tempo que estava perdendo confinado nesse maldito quarto.A impaciência me consumia.A cada segundo que passava, eu sentia como se estivesse sendo deixado para trás.Lá fora, a reunião estava prestes a acontecer. Mallory iria no meu lugar. Eles pediram isso. Pediram que minha companheira me representasse enquanto eudescansava.Era uma piada.
MalloryO clima na sala era pesado.Assim que entrei, percebi que os únicos presentes eram os homens da minha família.Connor foi o primeiro a me notar. Meu cunhado se levantou e puxou a cadeira ao seu lado, um gesto silencioso, mas que carregava uma sensação de pertencimento. Me sentei sem dizer nada, meus olhos percorrendo os rostos ao redor da mesa.Jordan estava na cabeceira, sua expressão fechada e pensativa. Ao seu lado, Ragnar exalava autoridade, seus olhos sempre calculistas, sempre atentos. Gabriel estava sentado mais afastado, os ombros tensos, o olhar fixo na madeira polida da mesa como se tivesse mil pensamentos passando por sua mente.Eu mal tinha pousado as mãos sob
KarevO peso dos olhares sobre mim era quase tão sufocante quanto a fraqueza que tomava meu corpo.Eu não deveria estar aqui.Eu sabia disso.Mas não conseguiria ficar deitado em um quarto qualquer enquanto essa reunião acontecia sem mim. Enquanto falavam do meu destino como se eu não tivesse direito de participar.O silêncio na sala foi cortante quando todos se viraram para mim.Mallory foi a primeira a se mover."Você é um idiota!" sua voz saiu em um sussurro exasperado enquanto corria até mim. "O que pensa que está fazendo aqui?""Não
KarevO silêncio foi a primeira coisa que notei quando despertei.Dessa vez, a dor não era esmagadora. Meu corpo ainda estava exausto, mas não parecia que algo estava rasgando meu peito de dentro para fora.Pisquei algumas vezes, ajustando minha visão à luz suave do quarto. O cheiro de Mallory ainda estava impregnado nos lençóis, um misto de lavanda e terra molhada que sempre me trazia um estranho senso de pertencimento.Mas ela não estava ali.Minha mão deslizou pelo colchão vazio ao meu lado, e um incômodo percorreu minha mente.Ela saiu sem me acordar?