Assim que Rael foi levado por meus seguranças, minha esposa desmaiou em meus braços. Passei a mão em seu rosto, dando tapinhas de leve. Eu chamava seu nome, porem nada surgia efeito. Estava desesperado, pedia tanto a Deus para que ele não me deixasse passar por aquele momento novamente, já que aquela era a segunda vez que minha esposa desmaiava em meus braços. A primeira vez foi quando ela descobriu sobre o estado de sua mão, mas o desmaio da vez foi porque ela achava que tinha matado o desgraçado do seu pai. Minha esposa tinha o coração mais bondoso que eu já tive o prazer de conhecer, mesmo aquele desgraçado já ter feito da vida dela um inferno, ainda assim ela se sentia culpada por dar um tiro nele, no mesmo que se tivesse a chance não pensaria nem duas vezes em meter uma bala na cabeça dos próprios filhos. — Leve ela Murilo, e pode deixar que eu cuidarei de tudo aqui. — Meu irmão estava com a sua arma apontada para a cabeça do meu sogro. — Não deixe esse rato fugir dessa vez, ma
Eu tive um mês bem estressante após meu irmão ser baleado, fiquei encarregado dos meus serviços e os de Murilo. Não foi um mês fácil, mas eu não tinha nem o que reclamar. Todos aos meus redores estavam bem, meu relacionamento estava a mil maravilhas. No tempo que Murilo passou internado, eu e a minha menina ficamos de baba do meu sobrinho\ afilhado, e aqueles dias percebi ser aquilo que eu queria para mim. Na verdade, sempre desejei ser pai, e aqueles dias com Ian me fez ver que minha namorada, seria uma ótima mãe. Quando eu me casei com Sônia eu já sonhava em ter filhos, porem os anos foram passando e nada de conseguirmos. Sônia me culpou pelo nosso fracassado e isso até fez ela procurar nos braços de outro homem, o que ela pensou ser culpa minha, foi apenas uma condição apenas dela. Nunca irei abrir minha boca e dizer que ela era a culpada por meu sonho de pai não ter se tornado real, pois vi a mudança que a sua condição a trouxe. A Sônia que eu conheci era uma pessoa alegre, que t
Murilo chegou em minha casa e deixou Ian com a minha menina, ela pediu para nos termos cuidados. Após me despedir dela, e ela continuar repetindo para eu ser cuidadoso, e voltar inteiro. Beijei sua testa e prometi que até o final da tarde eu estaria ao seu lado de novo. Entrei no carro de Murilo, ele começou a dirigir com tudo pela estrada, eu pedi para que se manter a calma, pois agir de forma precipitado só colocaria a vida da sua esposa e cunhado em perigo. Falei que mandaria os meus homens para verificarem o local e ter certeza que não teria mais nenhuma armadilha, mesmo contrariado ele concordou com o meu pedido, ele tinha que saber que tudo o que eu fazia era para o bem da nossa família. Mas só bastou, os homens voltarem da ronda e dizer que ouviram um barulho de tiro, e minha cunhada gritando, para Murilo sair feito um foguete em direçao a casa. — Falei para você não ser imprudente. — Agarrei em seu braço tentando colocar um pouco de juízo em sua cabeça. — Quero saber se fos
O doutor me informou que minha esposa só iria acordar no dia seguinte, então eu aproveitei para ir ao quarto de Rael. A cirurgia dele foi um sucesso e ele já se encontrava em um quarto. Fiquei muito apreensivo, não queria perder meu amigo, em uma situação tão triste, eu queria ter a oportunidade de agradecer a ele, por tudo que ele fez para proteger minha esposa. Pedi a Augusto para ficar de olho em minha esposa, enquanto eu visitaria meu amigo, eu ainda não tinha certeza se Rael e eu, voltaríamos a ser melhores amigos como antes, mas eu não queria pensar no que poderia acontecer no futuro, só queria ter certeza de que ele estava bem. Cheguei ao quarto onde Rael estava, entrei e ele, por incrível que parece estava acordado.— Como a Lili está? — Sua voz saiu arrastada. — Ela está bem, não acordou ainda. — Ela se machucou? — Ele tentou sentar na cama, porém o impedir.— Não. Ela não se machucou, agora fique quieto nessa cama e tente relaxar. — Mas, porque ela esta desmaiada? — O p
Acordei me sentindo perdida, sem saber onde eu estava naquele exato momento. Abrir meus olhos e me vi em um quarto estranho. Virei meu rosto para o lado e vi um homem sentando em uma cadeira ao lado da cama que eu estava, mas sua cabeça estava por cima da minha barriga. Toquei em seu ombro, com a intenção dele acorda e sair de cima de mim. Se meu pai entrasse naquele quarto e visse aquela cena, ele seria capaz até de me esganar. O homem levantou a cabeça, e para meu espanto, ele era Murilo, o melhor amigo do meu irmão, o rapaz que eu sempre fui apaixonada. Ele sorriu e segurou minha mão, porem o que me deixou espantada foi ouvir as palavras que foram ditas por ele. — Oi! Meu amor. — Sua voz saiu sonolenta. — Oi! Onde estou? — puxei minha mão da sua, pois o seu toque, quase fez meu coração sair pela boca. — Você desmaiou e eu te trouxe para um hospital. — Ele olhou para suas mãos, e logo em seguida fechou elas em punhos. — Você me trouxe? — Me sentei na cama. — Por que você me trou
Meu dia tinha sido tão cansativo, o dia todo tinha sido uma correria, e meu coração se encontrava apertado, por ter que ficar mais um dia longe do meu pequeno. Ian se mostrava cada dia, mas apegado, ele chorava muito quando saímos e deixávamos ele com sua madrinha. Meu filho amava muito sua dinda, mas nada se comparava ao ter o colinho de sua mãe. Minha ternura ainda estava dormindo, eu estava ao seu lado, porem a cama do hospital era pequena para nos dois. Puxei a cadeira que estava no quarto e me sentei nela, meus olhos estavam fixos em minha esposa. Fiquei observado enquanto ela dormia, naquele momento tudo estava calmo e eu só pedia a Deus em pensamento para que continuasse daquela forma. Eu não estava preocupado com a notícia que meu irmão me falou, sobre minha esposa ter uma irmão malvada por aí que estava disposta a cumprir as vontades que aquele verme. Por estar tão cansado, eu coloquei minha cabeça por cima da barriga da minha esposa, e qualquer movimento que ele fizesse eu
Minha esposa desmaiou em meus braços novamente, e a única coisa que passava em minha cabeça era: se tudo o que eu estava vivendo, era algum castigo, por tudo de errado que eu fiz na minha vida toda. Rael tentou levantar da cama porem eu não permitir, se ele se esforçasse só iria se machucar ainda mais. Pedi para ele apertar o botão que ficava ao lado de sua cama, em questão de segundo a sala foi invadida por médicos e enfermeiros.— Estou bem. — Ele gritou. — Atendam minha irmã, ela que esta precisando de ajuda. — Grunhiu de dor. — Verifique a cirurgia dele. — Medico deu ordem aos enfermeiros, e veio em direçao a poltrona. — Me deixe verificar sua esposa senhora. — Cuidado. — Avisei antes de me afastar. Ele colocou o estetoscópio em seu peito, verificou a pressão dela, pediu para que um dos enfermeiros trouxesse uma maca para levar ela de volta para o seu quarto. O doutor pediu para que eu o acompanhasse, que ele iria me explicar depois mandar fazer alguns exames. — O quadro da su
Minhas memórias estavam voltando e cada uma delas me machucavam. Foram poucas as lembrei, porem em uma delas eu fui deixada sozinha no altar da igreja, e as outras foram as torturas realizadas por meu pai, mas faltava algo em minhas memórias, faltava um pedaço que me fazia falta. Eu tinha certeza que aquele pedaço seria o que me faria lembrar de tudo. Sentia saudade de algo que eu nem mesmo entendia o que era realmente. No momento que questionei Murilo se tinha sido ele a pessoa que me deixou plantada no altar, eu esperava que com sua resposta, minha única reação fosse o odiar, mas quando vi dor em seus olhos ao ouvir minha perguntar, porem o que sentir não chegou nem perto de ser raiva. Meu amor continuou intacto. Uma parte de mim se sentiu completa no momento que ele me disse que o nosso amor, rendeu frutos. Eu tentei lembrar do nosso filho, mas algo estava bloqueando minhas memórias, será que esse era o pedaço que faltava, para eu virar a chave da ignição e voltar a minha vida que