O doutor me informou que minha esposa só iria acordar no dia seguinte, então eu aproveitei para ir ao quarto de Rael. A cirurgia dele foi um sucesso e ele já se encontrava em um quarto. Fiquei muito apreensivo, não queria perder meu amigo, em uma situação tão triste, eu queria ter a oportunidade de agradecer a ele, por tudo que ele fez para proteger minha esposa. Pedi a Augusto para ficar de olho em minha esposa, enquanto eu visitaria meu amigo, eu ainda não tinha certeza se Rael e eu, voltaríamos a ser melhores amigos como antes, mas eu não queria pensar no que poderia acontecer no futuro, só queria ter certeza de que ele estava bem. Cheguei ao quarto onde Rael estava, entrei e ele, por incrível que parece estava acordado.— Como a Lili está? — Sua voz saiu arrastada. — Ela está bem, não acordou ainda. — Ela se machucou? — Ele tentou sentar na cama, porém o impedir.— Não. Ela não se machucou, agora fique quieto nessa cama e tente relaxar. — Mas, porque ela esta desmaiada? — O p
Acordei me sentindo perdida, sem saber onde eu estava naquele exato momento. Abrir meus olhos e me vi em um quarto estranho. Virei meu rosto para o lado e vi um homem sentando em uma cadeira ao lado da cama que eu estava, mas sua cabeça estava por cima da minha barriga. Toquei em seu ombro, com a intenção dele acorda e sair de cima de mim. Se meu pai entrasse naquele quarto e visse aquela cena, ele seria capaz até de me esganar. O homem levantou a cabeça, e para meu espanto, ele era Murilo, o melhor amigo do meu irmão, o rapaz que eu sempre fui apaixonada. Ele sorriu e segurou minha mão, porem o que me deixou espantada foi ouvir as palavras que foram ditas por ele. — Oi! Meu amor. — Sua voz saiu sonolenta. — Oi! Onde estou? — puxei minha mão da sua, pois o seu toque, quase fez meu coração sair pela boca. — Você desmaiou e eu te trouxe para um hospital. — Ele olhou para suas mãos, e logo em seguida fechou elas em punhos. — Você me trouxe? — Me sentei na cama. — Por que você me trou
Meu dia tinha sido tão cansativo, o dia todo tinha sido uma correria, e meu coração se encontrava apertado, por ter que ficar mais um dia longe do meu pequeno. Ian se mostrava cada dia, mas apegado, ele chorava muito quando saímos e deixávamos ele com sua madrinha. Meu filho amava muito sua dinda, mas nada se comparava ao ter o colinho de sua mãe. Minha ternura ainda estava dormindo, eu estava ao seu lado, porem a cama do hospital era pequena para nos dois. Puxei a cadeira que estava no quarto e me sentei nela, meus olhos estavam fixos em minha esposa. Fiquei observado enquanto ela dormia, naquele momento tudo estava calmo e eu só pedia a Deus em pensamento para que continuasse daquela forma. Eu não estava preocupado com a notícia que meu irmão me falou, sobre minha esposa ter uma irmão malvada por aí que estava disposta a cumprir as vontades que aquele verme. Por estar tão cansado, eu coloquei minha cabeça por cima da barriga da minha esposa, e qualquer movimento que ele fizesse eu
Minha esposa desmaiou em meus braços novamente, e a única coisa que passava em minha cabeça era: se tudo o que eu estava vivendo, era algum castigo, por tudo de errado que eu fiz na minha vida toda. Rael tentou levantar da cama porem eu não permitir, se ele se esforçasse só iria se machucar ainda mais. Pedi para ele apertar o botão que ficava ao lado de sua cama, em questão de segundo a sala foi invadida por médicos e enfermeiros.— Estou bem. — Ele gritou. — Atendam minha irmã, ela que esta precisando de ajuda. — Grunhiu de dor. — Verifique a cirurgia dele. — Medico deu ordem aos enfermeiros, e veio em direçao a poltrona. — Me deixe verificar sua esposa senhora. — Cuidado. — Avisei antes de me afastar. Ele colocou o estetoscópio em seu peito, verificou a pressão dela, pediu para que um dos enfermeiros trouxesse uma maca para levar ela de volta para o seu quarto. O doutor pediu para que eu o acompanhasse, que ele iria me explicar depois mandar fazer alguns exames. — O quadro da su
Minhas memórias estavam voltando e cada uma delas me machucavam. Foram poucas as lembrei, porem em uma delas eu fui deixada sozinha no altar da igreja, e as outras foram as torturas realizadas por meu pai, mas faltava algo em minhas memórias, faltava um pedaço que me fazia falta. Eu tinha certeza que aquele pedaço seria o que me faria lembrar de tudo. Sentia saudade de algo que eu nem mesmo entendia o que era realmente. No momento que questionei Murilo se tinha sido ele a pessoa que me deixou plantada no altar, eu esperava que com sua resposta, minha única reação fosse o odiar, mas quando vi dor em seus olhos ao ouvir minha perguntar, porem o que sentir não chegou nem perto de ser raiva. Meu amor continuou intacto. Uma parte de mim se sentiu completa no momento que ele me disse que o nosso amor, rendeu frutos. Eu tentei lembrar do nosso filho, mas algo estava bloqueando minhas memórias, será que esse era o pedaço que faltava, para eu virar a chave da ignição e voltar a minha vida que
O encontro entre minha esposa e sua amiga, foi emocionante. Se eu soubesse ser só ter colocado aquelas duas em frente, uma da outra, para que meu tormento tivesse um fim, teria feito isso há muito tempo. No momento que minha esposa ouviu a voz de sua amiga, até seu olhar que antes estava abatido mudou, ao ver elas se abraçando e uma declarando seu amor a outra, foi muito lindo de ser ver. — Agora entendo o que você quis dizer sobre elas serem almas gêmeas um da outra. — Disse Augusto olhando para nossas mulheres abraçadas. — Quem ver elas de fora assim, pode até pensar que somos cornos, pois elas parecem duas amantes que não conseguem deixar as mãos longe uma da outra. — No início eu achei estranho a relação das duas, mas após conviver com elas, eu pude entender que um encontrou na outra, o que sempre almejaram ter. — E o que seria isso?— Família. Elas só entenderam o significado de uma família verdadeira quando se encontraram, se você acha estranho hoje, é porque não viu quando e
A condição da minha esposa melhorava a cada dia, claro que após suas lembranças voltarem, eu a levei de volta ao médico. Informei que ela tinha recuperados suas lembranças, e ele pediu uma bateria de exame. No momento que os exames saíram, o médico nos informou que tudo estava certo com a minha esposa, porem ele recomendou que Aline começasse umas terapias, pois o que ela passou foi muito forte para o cérebro dela ter bloqueado muitas memorias, então seria bom para ela começar as terapias quanto antes. Ela ainda tentou questionar estar bem, que não precisava de atitudes tão drásticas.— A senhora passou um bom tempo inocente, e no momento que acordou, você tinha bloqueado metade de seus vida, então o melhor para você com certeza, será algumas sessões de terapias. — Disse o médico, e para finalizar ele falou que ou era as terapias, ou calmantes, claro que ela preferia as terapias. Após a consultar e todos os exames, fomos ao quarto do meu cunhado, ele já tinha recebido alta, estava no
Creio que quando Deus pensou em criar as mulheres, ele sabia que poderia falta tudo nela, mas a única coisa que não podia faltar era a habilidade que elas tem para deixar nos homens loucos. Após tudo que aconteceu com minha cunhada, a minha menina, resolveu me deixar de castigo, por eu não ter defendido bem sua amiga. Ainda tentei dialogar e dizer que sua amiga estava inteira no hospital, que ela só havia desmaiado por pura exaustão, mas ainda assim ela tentou me culpa. Os dias que minha cunhada passou internada, foram os dias que eu tive que dormir sozinho na cama, minha menina não queria que Ian dormisse sozinho. Ian tinha um quartinho no meu apartamento, minha menina fez questão de decorar do jeitinho que ele gostava. No primeiro dia que ela dormiu separada de mim, foi a gota d’água. O dia mal amanheceu e já fui comprar uma cama para colocar no quarto de Ian. Ao ver a cama Bernadete sorriu.— Não acha exagero isso que você esta fazendo? — Exagero? Você sabe o que é exagero de verda