Em toda minha vida eu só vi Augusto chorando duas vezes. A primeira vez quando ainda éramos crianças, não recordo bem o motivo e... a segunda vez foi quando o vi sair do meu escritório depois de uma conversa com Bernadete, ali eu tive total certeza de que ele realmente tinha sentimentos por ela. Ao vê-lo saindo do escritório enxugando o rosto, fui em direção a ele.— Você está bem, meu irmão? — Ele me olhou nos olhos e balançou a cabeça negado.— Não, meu irmão, eu não estou nada bem. — Sua voz saiu trêmula, mas logo ele tratou de normaliza-la com um pigarreio. — Acho que não sei mais o que é estar bem desde quando eu a conheci. — Augusto se virou para o escritório. — Cuide bem dela, por favor. — Nós já cuidamos muito bem dela, meu irmão. Ela faz parte da nossa família.— Não deixe mais aquele canalha pisar os pés aqui. Se eu não tivesse chegando a tempo... — Ele fechou as mãos em punho. — Não gosto nem de imaginar o que teria acontecido.— Ele fez algo contra a Bernadete? Fiquei perd
Estava escovando os dentes no banheiro, e ouvi Murilo dizendo que meu celular estava tocando, pedi para ele atender. Ao voltar para o nosso quarto, Murilo estava com um olhar assassino. — O que tem de tão serio no meu celular que te deixou com um olhar matador? — Ele me entregou o celular e pediu para eu ler a mensagem. Peguei meu celular, e minhas mãos começaram a tremer. Havia nele uma mensagem recém-recebida, cada palavra contida naquela mensagem me arrepiava. Primeiramente, foi a mensagem ter vindo de uma pessoa que eu achava que nunca mais teria noticias. Segundo por saber que as mensagens que vinha recebendo alguns dias atrás não eram trotes ou brincadeira de alguém que não tinha nada melhor para fazer. Mensagem recebida. “Oi, Line! Sei que já faz um bom tempo que não nos falamos. Eu tinha prometido para mim mesmo que jamais iria voltar a dirigir alguma palavra para você, mas não ache que é porque te odeio ou algo assim. Muito pelo contrário, eu me odeio por tudo que eu fiz
Aquele dia tinha tudo para ser perfeito. Com a ajuda de Rael eu Conseguir a localização do meu sogro. Aquele Rael que me ajudou na capturar de seu pai. Aquele velho traiçoeiro sempre que eu estava perto de captura-lo, ele conseguia fugir de mim. Eu estava no escritório de Augusto prestando conta dos trabalhos que ele me ordenou. Então meu telefone começou a tocar e apareceu o número de Rael. — Sim? — Era estranho falar daquela forma com um amigo de infância.— Onde você estar Murilo? — Na casa de Augusto. — Meu irmão me olhou e perguntou baixo quem era. E eu coloquei o celular no viva-Voz. — Pronto Rael, a ligação esta no viva voz, pode falar agora.— Não podemos perder tempo. Eu vou passar um endereço por mensagem e vocês têm que ir sem demora. — E para aonde vamos? — Para a casa onde meu pai esta se escondendo. Eu vou indo na frente para não deixar ele fugir. Espero vocês lá.Rael desligou a ligação e enviou uma mensagem com o endereço. Entramos no meu carro e fomos em direção a
Ao ouvir Murilo no telefone falando o nome da minha menina, acendeu o pisca alerta em meu cérebro. Ouvi ele pedindo para ela falar com mais calma que ele não estava entendo. Ele ouviu o que ela estava falando e saiu correndo em direção ao carro. — O que aconteceu, Murilo? — Perguntei já ficando nervoso. — Bernadete me ligou dizendo que invadiram o apartamento, Aline está desacordada e aconteceu algo com meu filho. — Ele falou uma frase inteira, mas meu cérebro só entendeu que invadiram o apartamento do meu irmão onde minha menina morava e que ela estava em perigo. Entramos no carro e Murilo começou a dirigir, ele estava muito rápido, porém se eu estivesse naquele volante eu estaria nós teríamos chegando em questão de segundo. Murilo parou o carro em frente ao prédio, e eu já pulei para fora do carro, e fui entrando. — Cadê as merdas dos seguranças que eu deixei aqui para cuidar da minha família. — Murilo questionou Pedro o líder dos seguranças. — Depois resolvemos esse assunto. —
Eu não conseguia acreditar no que eu vi naquele vídeo. Minha esposa só poderia estar louca, como ela teve coragem de raptar meu sobrinho? A loucura dela chegou ao ponto de machucar minha menina e minha cunhada. Eu tentei ser fiel a ela, eu me afastei o máximo que eu conseguir de Bernadete. E mesmo que tivesse rolando algo a mais, isso não dava o direito dela machucar minha menina. Eu não conseguir ver o vídeo todo, pois quando ela começou a bater em Bernadete com a arma do segurança me partiu o coração. E sem contar que ela bateu na minha menina após desmaiada. Eu passava a mão em meu cabelo, andava de um lado para o outro no escritório do meu irmão. Tinha feito uma promessa a Bernadete que eu iria matar a pessoa que fez aquilo com ela, mas como eu poderia matar a minha própria esposa? Como eu poderia fazer mal a única mulher que eu prometi proteger e cuida?— Ela levou Ian? — Perguntei ainda com uma pequena esperança dele me informa que ela tinha apenas batido em Bernadete, mas para
Chegamos ao apartamento que Sônia estava mantendo o meu filho. Augusto dirigiu o caminho todo em completo silêncio, tinha certeza que a cabeça dele estava a mil. Ainda tentei puxar alguns assuntos com ele, mas ele não respondia ou apenas resmungava algum som em resposta. Antes de sair de casa eu prometi para minha esposa que tudo ficaria bem, que eu voltaria com nosso filho. — Como você pode estar tão tranquilo. Nosso filho vou levado por uma louca. E sem falar na minha amiga que está machucada. — Aline falou quase sem respirar.— Eu não estou calmo meu amor, só que não posso agir pela emoção. Bernadete vai ficar bem o médico disse que estar tudo bem com ela. Tenho certeza que nosso filho esta bem. Sônia sempre quis ser mão e ela não faria mal a uma criança. — Eu sei que não, mas depois de hoje eu não quero mais nem ver a cara dela mesmo que ela venha pintada de ouro.— Ela não chegara a nem cem metros de você. — Prometi a minha mulher. Eu nunca mais colocaria a minha família em ris
Eu tinha tudo o que queria. Desde criança meus pais faziam todas as minhas vontades, e um deles foi arrumar meu casamento com Augusto. Estava bem na cara para quem quisesse ver que Augusto nunca tinha me amado. Eu achei que o amor que eu sentia iria valer para nós dois. E valeu, até que o Murilo, meu cunhado, resolveu ir atrás da mulher abandonada. Ele podia ter deixado tudo do jeito que estava, qual o proposito de ir atrás dela após tudo o que ele a fez passar. Sempre achei Murilo muito hipócrita com aquela obsessão toda de ter aquela pobre coitada de volta. Meu casamento com Augusto foi quase um ano e meio antes do de Murilo e Aline. Por ser a mulher do Don, chefe da máfia Corleones, eu tinha o dever de lhe dar herdeiros, mas isso não aconteceu. Passou um ano, dois e lá se foram quase sete anos e nada de filhos. E para piorar a minha situação, meu marido me informou que a fugitiva da mulher de Murilo estava grávida, no momento que descobrir, deu vontade de gritar ou de quebrar tud
— NÃO, NÃO! — os gritos do meu irmão podiam ser ouvindo naquela sala. Eu paralisei. Não conseguia acreditar que minha cunhada tinha acabado de se jogar da sacada. Toda raiva que eu sentia dela desapareceu no momento que vi seu olhar de desespero. Ninguém em sã consciência pularia de um prédio só porque não teve o que queria. Sônia estava precisando de tratamento. — SE MOVAM! — O grito do meu irmão foi desesperador. — MINHA ESPOSA SE JOGA DA SACADA E VOCÊS NÃO FAZEM NADA!Meu irmão correu para fora do apartamento de sua esposa. Meu filho se espantou com os gritos de Augusto, eu o acalmei e logo em seguida fui atrás do meu irmão. Estava sentindo muita dor no meu ombro e tinha muito sangue. — O senhor não quer que eu leve o bebê? — Pedro me perguntou.— Não. Deixe que eu levo meu filho. — Respondi e beijei a testa do meu menino. Eu não iria largar Ian enquanto não chegasse em casa.Estava um grande tumulto em frente ao prédio e podia se ver o corpo de Sônia no chão e meu irmão ao seu