Hazel não saberia dizer por quanto tempo permaneceu em seu quarto chorando, até que conseguiu dormir. Aquela noite, a porta de ligação entre o seu quarto e o e Arthur não foi aberta e até o dia seguinte ela não voltou a ver o duque, nem ouviu som algum no quarto ao lado.
Apesar de tudo ainda estava decidida a não se deixar abater, e não iria mais voltar atrás na sua decisão. Se fizesse isso agora, no início da sua convivência naquela casa, teria que conviver para o resto da vida com a sua própria fraqueza, e teria que se conformar pra sempre em viver isolada de todos, até que também recebesse o título de duquesa vampira, com gota e alejada. Não, definitivamente isso não era o que queria. Sua vida sempre fora regada a música e alegria, sempre teve ao seu lado a esteria de Loretta organizando bailes extravagantes e a animação de suas irmãs mais novas, que pareciam estar sempre extremamente encantadas com alguma coisa.
Com isto em mente, Hazel desceu a
No dia seguinte, quando abriu os olhos, Hazel não estava em seu próprio quarto, mas, conhecia aquela mobília e aquele cheiro maravilhoso nos lençóis, bem o suficiente para saber que estava no quarto de Arthur. Depois de se amarem no chão do jardim, ele a carregou no colo, para fugirem do frio, e a levou até ali. Com uma taça de vinho e o calor da lareira, eles se entregaram mais uma vez ao prazer um do outro, até a exaustão os consumir por completo. Claro que ela já tinha estado alí diversas vezes, mas aquela era a primeira vez que passava a noite lá. Geralmente era ele quem ia até o seu quarto, pela porta de ligação entre os dois, porém, em algum momento durante o seu sono, ele sempre ia em bora, pois ela sempre acordava sozinha na manhã seguinte. Aliás, apesar de ele tê-la levado até o seu próprio quarto dessa vez, isso sequer deveria se considerar um avanço, já que da mesma maneira de sempre, ela estava acordando sozinha outra vez.
Naquela mesma semana, após deixa-la sozinha mais uma vez durante o dia, Arthur finalmente apareceu para o jantar, Hazel já estava iniciando a sua refeição, quando ele chegou de repente e sentou-se ao seu lado com uma caixa nas mãos.- será que você nunca vai parar de fazer isso?- perguntou ela, enquanto observava a caixa chamativa e vermelha em seu colo. - prefiro que me diga o porquê de ter sumido o dia inteiro, do que vê-lo aparecer com um novo presente, como se nada tivesse acontecido.- sabe o porquê você está dizendo isso?- disse Arthur, como sempre, ignorando os seus questionamentos sobre qualquer assunto relacionado ao que acontecia entre os dois. - porque não tem a mínima idéia do que eu tenho nesta caixa.No entanto, antes que Hazel pudesse dar voz a sua curiosidade e pegar a caixa de suas mãos para saber do que se tratava, Arthur a tomou de volta e caminhou até o lado oposto, colocando-a na outra ponta da mesa.- primeiro vamos jantar juntos, de
Enquanto percorria o pequeno trajeto até o vilarejo, acompanhada por Hella, Hazel observava toda a paisagem linda ao seu redor e se dava conta do quanto estava feliz naquele momento. Não apenas neste dia por estar indo tomar chá com as esposas dos fazendeiros locais, mas seus últimos dias vinham sendo realmente bons.Desde a primeira vez em que fora até a vila com Arthur, passou a passear por ali diversas vezes, com ou sem ele, apenas para desfrutar da companhia de outras pessoas, tomar um bom chá e distrair um pouco a mente. Além disso, em casa a sua situação também havia melhorado, desde aquele dia, ela e Arthur estavam muito mais próximos, dormiam juntos praticamente todas as noites e durante o dia sempre faziam alguma coisa interessante.A amizade com outras mulheres era divertida, e em contra partida as esnobes que compareceram ao seu quase desastroso jantar, as esposas dos fazendeiros lo
Quando se deu conta dos próprios sentimentos, o desespero de Hazel foi ainda pior. Era inadmissível que voltasse a sentir algo tão forte por alguém, principalmente alguém como Arthur, que parecia praticamente um ser impenetrável, pelo menos com esse tipo de relação. Se ela não encontrasse uma forma de arrancar logo aquilo do seu coração, sofreria pelo resto da vida. Enxugando as suas lágrimas, ela desceu sozinha, mas não conseguia tocar no jantar. Depois de algum tempo apenas mechendo na comida em seu prato, ela voltou para o seu quarto e fingiu que nada tinha acontecido, enquanto Hella a ajudava a se preparar para dormir. Antes de se deitar ela ainda se forçou a tomar um chá calmante, ainda assim quase não pregou o olho depois daquela noite desastrosa. Porque os sentimentos do duque tinham que a incomodar tanto? Não queria ter que admitir os verdadeiros sentimentos que carregava em seu interior
Apesar de enxergar completamente bem, Hazel se negava a acreditar na audácia do antigo colcheiro, de ter ido até a sua casa depois de tudo o que havia feito com ela. Como ele ainda ousava pensar que seria bem recebido ou que ela daria ouvidos as suas palavras? Além de tudo, já reaparecia mentindo, como o excelente mentiroso que era, se apresentando como um parente. - Mas, como é que você ousa aparecer na minha frente depois de tudo o que me fez? - perguntou assim que conseguiu assimilar que não estava louca e que a cena era real.- Hazel, minha Hazel, você precisa me ouvir. Eu estou muito, muito arrependido. Eu confesso que só a abandonei naquele dia, pelo seu próprio bem. Afinal, que tipo de vida eu poderia oferecer a você, se comparado com isso aqui- Edgar gesticulou, mostrando todo luxo que os rodeava no salão de visitas da mansão.- eu estava me sentindo um peso que arruin
Hazel deixou edgar jogado no chão completamente machucado e resmungando alguma coisa que ela não se deu o trabalho de tentar entender e saiu correndo o mais rápido que pôde pelos extensos corredores da mansão, segurando a saia do vestido para ter um pouco mais de agilidade. Foi direto ao escritório do duque, onde seria mais provável que ele estivesse agora, mas não havia nenhum sinal de que ele tivesse passado por lá, ela então deu meia volta e continuou correndo em direção às escadarias que levavam aos quartos principais, antes que chegasse até elas, notou o senhor Lincoln dando ordens a um lacaio que levava uma bandeja de chá e biscoitos para o salão de visitas, onde ele imaginava que ela estaria com o seu convidado completamente indesejado.- senhor Lincoln!- chamou já ofegante- por gentileza, cancele este chá e tire aquele homem de dentro desta casa, e por favor, nunca mais o permita entrar aqui.- pois não, sua graça.-respondeu de manei
Sem que percebesse, Hazel deixou escapar algumas lágrimas enquanto beijava Arthur com todo amor que carregava dentro de si e que tentava em vão reprimir, talvez aquelas lágrimas se devessem a ausência dele por vários dias ou ao fato de ter imaginado nunca mais tê-lo para si, o fato é que não conseguia mais conte-las e já não desejava fazer isso. Já estava extremamente cansada de tentar reprimir os seus sentimentos e o que mais desejava agora era colocar pra fora tudo aquilo que parecia explodir em seu peito.Sem as várias camadas de anáguas por baixo da saia do vestido, o contato se tornava muito mais íntimo, e Hazel podia sentir o desejo do duque tão ávido quanto o dela própria.- eu não quero ir em bora arth, eu não amo mais ninguém além de...- sussurrou sem deixar de beija-lo, e o duque se afastou repentinamente, para olha-la nos olhos, enquanto ela terminava o que iria dizer.- eu não amo ninguém além de você. O amo arth, amo muito mais
A respiração ofegante e quente de Edigar próximo ao seu pescoço, fazia todo o corpo de Hazel tremer e se arrepiar, e se ele não a segurasse com tanta firmeza, tinha certeza que já estaria caída no chão. As sensações que ele despertava em seu corpo eram indescritíveis, e nunca antes, tinha sentido algo assim.Como havia chegado a este ponto?Logo ela, que sempre prezou pelas boas maneiras da sua classe social, que procurava cumprir fielmente todas as regras da sociedade e também as que os seus pais ditavam, que sempre manteve o recato, mesmo quando cortejada por outros cavalheiros de ótima família.No entanto, agora estava ela, alí, tão apertada nos braços de Edigar que era possível sentir as batidas do coração do rapaz e o calor que ele emanava daquele corpo rígido, aos beijos intensamente apaixonados e indecentes, na escuridão do estábulo da sua família. Do estábulo!Qualquer princípio de desconfian