As luzes apagadas por completo, o silêncio causando mais desconforto do que o próprio barulho, sendo interrompido por um gemido quase inaudível; um manto branco jogado no chão e manchado por um líquido escarlate ainda fresco, e um homem caído na entrada do banheiro. Isso era o que podia ser percebido dentro da casa de Ariel.O jovem estava encolhido em uma bola de dores e ferimentos dentro daquela casa alugada. O horror da batalha anterior havia deixado sequelas bastante graves, além da sensação de ter falhado pela segunda vez. Praticamente aquela falha havia selado seu destino: ele morreria assim que Sorin e os outros soubessem, ele estava quase certo, pois Sorin soou muito sério quando o disse."Apesar de ter sido condenado por Sorin, eu não quero morrer, não ainda quando estou na melhor fase da minha vida. Isso é tão injusto. Eu tenho o direito de pelo menos construir uma vida com alguém antes de morrer —ele pensou por um momento—. Continuar exercendo minha carreira como advogado,
Aviso: Conteúdo +18!! Leia por sua conta e risco.Naquele momento, Sorin estava ocupado demais para prestar total atenção ao telefone. O toque persistente já havia soado há vários minutos, quando ele estava se divertindo com uma bela mulher que havia acabado de conhecer no bar que frequentava com frequência. Ele pegou o celular e olhou rapidamente, não era nada urgente ou relacionado à missão de Ariel.— Parece que você é um homem muito procurado — disse a mulher com malícia, enquanto mexia o copo que tinha na mão. Seus olhos brilhavam como duas gemas reluzentes e o atraíam para ela.— Parece mesmo — respondeu Sorin —. Mas neste momento, não estou disponível para ninguém.Sorin havia saído para beber com alguns amigos, mas eles tinham saído logo depois, deixando-o sozinho com os pensamentos dos quais ele estava fugindo e aqueles que o haviam levado até lá.Normalmente, Sorin gostava de ficar na base da sede das Virtudes sempre que havia uma missão, mas quando a tarde chegou e, depois
As mãos de Antonella tremiam com uma euforia furiosa. Sua magia, sua essência estava a poucos passos de distância de Ileana e ela não tinha sido capaz de fazer nada a respeito. Sua respiração aumentava a cada segundo e Velkan estava à sua frente, tentando explicar o que tinha dado errado no plano de roubar aqueles documentos.Enquanto ouvia a história fatídica do fracasso de Velkan em obter o diário e o livro sombrio, Antonella havia tirado o capuz e caminhava ansiosamente pelo corredor vazio, escuro e úmido. Com o punho cerrado, apertava o antigo e desgastado pingente feito do dente de Bardou.— Tecnicamente, foi isso que aconteceu com aquele sujeito. Ele não me deu escolha e eu tive que lhe dar o que ele merecia — contou Velkan — E o pior de tudo... eu não consegui matá-lo, porque ele apareceu com um dispositivo brilhante e afiado, que me cegou e enfraqueceu meus poderes. Compreende? Tive que fugir do local.Velkan soava preocupado e indignado, pois o que poderia parar seu poder de
Durante o trajeto até os residenciais onde estavam vigiando a família Enache, Sorin não parou de ligar para o número da casa, esperando que alguém atendesse, mas sem sucesso."Se esse idiota falhou na missão, vou ter que matá-lo", pensou Sorin consigo mesmo enquanto fumava um cigarro para acalmar sua ansiedade.Se antes ele tinha um pressentimento positivo sobre a missão, agora nem um vestígio de esperança existia, apenas dúvidas reinavam em sua mente. Ele não conseguia acreditar que o mais habilidoso entre as Virtudes havia falhado, mas sempre há uma primeira vez para tudo, e neste caso já era a segunda vez. O código era claro quanto às virtudes que não funcionassem nas missões selecionadas pelo radar.Sorin odiava ter sido batizado sob a estrela da virtude da Generosidade. Ele não entendia como era possível que o líder do grupo, que no código dos caçadores de vampiros dizia que deveria recorrer à morte diante da deslealdade, desobediência e fraqueza, tivesse que ter tal virtude coma
Ileana acordou com uma sensação de peso no corpo devido à angústia da noite anterior e praticamente toda a madrugada. Ela podia sentir a maligna vibração que emanava do pátio, da sala, dos quartos e, principalmente, do seu quarto, onde tudo estava impregnado com aquela sensação de desconforto e raiva."O que vou fazer com tanta angústia na alma? Algo dentro de mim não aguenta mais ficar dentro das paredes desta casa. Algo bem no fundo me convida a sair, até mesmo a fugir de tudo e de todos. Eu não quero mais saber de ninguém. Só quero paz e tranquilidade, e sei que se eu ficar aqui, não vou conseguir isso", pensava enquanto observava a porta arranhada.A visita da polícia só causava irritação em sua já estressada mente. Quando eles entraram em seu quarto, ela teve vontade de empurrá-los para que não mexessem mais em suas coisas do que já haviam feito. Ela não conseguia descrever bem o que sentia, mas odiava com todas as forças que entrassem ali, e pior ainda, o fato de nem sequer tere
Na manhã seguinte, eles foram encontrados profundamente adormecidos, com um sono pouco reparador. De fato, praticamente passaram a noite acordados depois de terem descoberto que Ariel havia falhado pela segunda vez. Isso não apenas complicou o caso, mas também colocou em risco a reputação das Virtudes Divinas, que eram estritamente protegidas pelas autoridades governamentais e religiosas de forma clandestina.Ariel foi o primeiro a acordar e ficou surpreso ao perceber que não estava mais na casa dos luxuosos condomínios próximos à família Enache. Na verdade, ele reconheceu o local quando viu as cortinas verdes-oliva se movendo suavemente com o vento, permitindo que os primeiros raios de sol entrassem.Uma pontada de dor invadiu seu corpo, como se mil facas estivessem perfurando sua pele. Essa sensação trouxe de volta a lembrança da fera feroz mordendo sua perna com seus dentes afiados, sacudindo-o com tanta força que parecia ter rasgado sua pele, a ponto de ele não ter uma defesa efic
"Estou morrendo de desespero mais do que de fome. Uma parte de mim se arrepende de ter vindo, outra me exige que continue tentando. Ainda tenho energia, mas a partir deste momento sinto como ela está se esgotando. Velkan se ofereceu para continuar vigiando Ileana, a presa, enquanto tento encontrar uma maneira de me infiltrar nesta sociedade suja.Pela madrugada, pude sair para explorar os arredores e vi um tipo de hospital pequeno. Se tiver sorte, poderei tentar conseguir emprego lá e recomeçar, mas antes preciso receber notícias do meu lobo, espero que ele não demore e que nada de ruim aconteça a ele, estou esperando por ele agora. Ele é muito teimoso e insistiu em ir durante o dia, embora eu tenha proibido isso.Algo me enche de uma alegria inexplicável, é que não muito longe daqui posso sentir magia. Mesmo que não seja magia negra, acredito que poderei me divertir um pouco e me envolver com algumas bruxas. Pelo que percebo, não é magia emocionante, mas algo é melhor do que nada e m
As duas mulheres estranhas a observavam, o que causava certo desconforto em Antonella. Principalmente porque, naquele momento, ela não era nada sem sua magia poderosa e ainda menos naquele lugar do qual ela não se sentia parte.Embora a senhora loira de saia florida justa e blusa branca a olhasse com simpatia - Antonella não estava acostumada com a forma de vestir daquele mundo, achava aquilo repugnante e nada a ver com mostrar o corpo, mas sim com o quanto parecia ridículo para as pessoas -, a mais jovem mantinha aquele gesto desconfiado que, na verdade, complicava as coisas para a pelirroja.— Romi, filha. É uma pessoa que precisa de ajuda — respondeu a senhora e depois se dirigiu a Antonella — Diga-nos, o que a traz aqui, moça? Eu acredito em coincidências e o fato de você ter chegado até a porta de nossa casa não é em vão.— Ela tem razão — respondeu Antonella em romeno — Veja, sou uma viajante que perdeu tudo, venho de longe e agora preciso de algumas dessas peônias vermelhas que