~~CAPÍTULO 4~~SIMONA ESPOSITONão havia nada nos olhos dele. Sem emoção. Sem sentimento. Nada. Nem mesmo raiva. Era um vazio preto absoluto. Indiferença, a única coisa pior que o ódio. Era tão fácil ver que ele era o tipo de homem que não se importava com aqueles que machucavam, desde que conseguisse o que queria. E eu era claramente a coisa que ele queria. — Então, o que será, Simona? Você arriscará a vida dos outros por sua própria liberdade? O sorriso em seu rosto me disse que ele já sabia a minha resposta. Ele já sabia que eu nunca deixaria ninguém se machucar por minha causa. — Não. A palavra queimou minha língua, e o sorriso arrogante em seu rosto aumentou. — Bom. Viviane passou a mão gentilmente pelo meu cotovelo quando a porta do elevador se abriu. Quando entramos, eu tinha certeza de que minhas pernas cederiam embaixo de mim, meu corpo fraco e entorpecido. — Respire, Simona. Viviane sussurrou quando nos acomodamos na parte de trás do elevador. Por qu
~~CAPÍTULO 5~~SIMONA ESPACITOMinha mente estava enevoada, desorientada e, nos primeiros momentos depois de acordar, não me lembrei de nada. Tudo estava em branco, meus pensamentos se dispersando. Apertei o tecido quando cerrei os punhos e me levantei, minha cabeça pesada como uma maldita bola de demolição. Se não estivesse presa ao meu corpo, estaria rolando no chão. Coloquei uma mão na minha cabeça, meu cabelo bagunçando formando uma cortina. — Jesus Cristo. — Você realmente tem uma boca suja, Simona. — Jesus! Puxei o lençol e vi Alessandre sentado em uma poltrona, olhando para mim com as mãos apertadas na frente do rosto. Sim, estava lembrando de tudo agora. O hotel. A suíte na cobertura. O homem com os lábios perfeitos. O jato particular. Porra — Onde estamos? Ele bateu um dedo no topo da outra mão. — Você está segura. — Não foi isso que perguntei. Olhando para baixo, verifiquei que ainda estava vestida e corri ao redor da cama como se encont
~~CAPÍTULO 6~~ALESSANDRE BELLUCCI— Suas atitudes podem despertar a irá dos outros líderes e se unirem para destruí-lo. Recostei meu corpo na cadeira enquanto evitava que meus lábios soltasse um bocejo tedioso, que eles tentem ficar contra me, este país virá um banho de sangue autentico. E será muito divertido eliminar todas as pequenas comunidades que se denominam provedores da paz.— Don.Franzi o cenho com meia bajulação que está por vir, eu conheço todos os eles. Eles não estão aqui para aconselhar-me e sim temem que suas famílias morram durante a guerra que supostamente travarei. Eu não tenho a intenção nenhuma de me preocupar com os Espositos, uma tortura por achar que eles podem me dobrar na hora que quisessem é o justo. Para eles aprenderam a nunca me desafiar.— Poupem vossas salivas, não tenho intenção nenhum de prosseguir com a guerra com os Espositos, eu vou me casar com Simona Esposito. Agora que este assunto foi resolvido eu quero falar sobre o território vizinho,
~~CAPÍTULO 7~~SIMONA ESPOSITOPassei a noite tranquilamente, foi melhor do que esperado, imaginei que Alessandre Bellucci viria importunar-me ou tentar alguma coisa sexual comigo. Por que informou aos meus pais que faria coisas comigo enquanto ele aguarda a carga de drogas. É um blefe ou ele está esperando momento certo para atacar. Ele é muito imprevisível.Coloquei a caneca de café no balcão, a casa é tão silenciosa, nunca imaginei que, Alessandre desfrutasse disso, sem empregados circulando pela casa ou mesmo a Viviane. É como se eu estivesse sozinha em casa. Infelizmente, eu sei que, o quintal todo está coberto de homens armados até ao pescoço. — Vejo que já se apoderou da casa.Franzi o cenho para encontrar uma senhora, cabelos loiros, muito elegante, com uma cicatriz que começa da testa até sua bochecha, não é tão assustadora quanto parece e provavelmente há uma história fodida atrás dela.— Estou aqui contra minha vontade senhora.Respondo respeitosamente, pois pela sua
A água caiu em cascata nas minhas costas quando me virei para encará-lo. Não fiquei surpresa quando o vi parado no meio do banheiro, as mãos nos bolsos da calça, os olhos cravados em mim como se eu fosse um prato prestes a ser servido à fera faminta. Ignorei a onda de adrenalina e a maneira como minha pele formigava quando nossos olhos se encontraram e mantive minha expressão de pedra. O doce aroma de baunilha me cercou enquanto eu passava a esponja sobre a pele do meu peito, passando-a de um lado para o outro, sobre meus ombros e meu pescoço. Bolhas brancas perfumadas surgiram na minha pele, e a espuma espessa de sabão parecia seda. A água escorria pelo meu rosto, meu cabelo molhado grudava nos meus ombros enquanto eu continuava a lavar. Quem dera fosse possível lavar seu olhar imundo do meu corpo. Alessandre não se mexeu e eu não quebrei o contato visual. A atmosfera ficou espessa, palpável, o único som que era da água caindo no chão do chuveiro. A esponja deixou uma espuma
~~CAPÍTULO 9~~SIMONA ESPOSITOSentei no chão do chuveiro, a água ainda caindo sobre mim enquanto eu apertava meus joelhos no meu peito. Não havia como saber quanto tempo se passara desde que Alessandre partiu, e o alívio que me inundou quando o vi sair era indescritível, então meu corpo apenas se rendeu a isso e eu não aguentava mais ficar em pé. A água escorreu pelo ralo, e eu a observei girar ao meu redor até desaparecer. Se ao menos pudesse ir com ela, me tornar água e escapar dessa realidade. Eu não poderia chamar isso de pesadelo. Um pesadelo era algo de que você poderia acordar. Isso não era algo de que eu pudesse acordar um lugar onde coisas horríveis aconteciam, mas você sabia que isso acabaria. Não. Isso era realidade. Minha realidade. Uma continuação da história da minha vida. Levantei meu rosto para deixar a água cair sobre mim. Por que eu me importaria se eu estava no mundo dele ou não? Como era o ditado? Faça dos limões uma limonada. Era melhor me levant
~~CAPÍTULO 10~~ALESSANDRE BELLUCCI— Você tomou conta dele? Enrico deslizou o telefone sobre a mesa em minha direção e eu olhei para a imagem de um homem morto pendurado de cabeça para baixo no teto. Dei-lhe o telefone de volta. — Parece que foi um fim doloroso para ele. — Extremamente doloroso. — Bom. Não há testemunhas? — Claro que não. Eu deveria saber que era uma pergunta estúpida de se fazer em primeiro lugar. Enrico era meu braço direito desde que eu assumi cargos de importância. Não havia nada que ele não faria por mim, nenhuma linha que ele não cruzaria se eu pedisse. Confiei nele com minha vida, confiei em sua lealdade. Tornamo-nos amigos em tenra idade, sua mãe trabalhando como empregada doméstica na mansão de meu pai. Mas meu pai era um homem cruel, exigia respeito das formas mais desumanas e tratava os outros como merda. No dia em que decidi construir uma mansão, Enrico pegou sua mãe e saiu comigo da casa principal. Ambos trabalharam para mim desde
~~CAPÍTULO 11~~SIMONA ESPOSITOGostaria de poder dizer que continuei sendo teimosa e me recusando a comer a comida dele. Mas, infelizmente para mim, eu era humana e estava morrendo de fome. Então eu comi. Comi todas as migalhas no meu prato. Eu o ignorei, no entanto. Completamente. Como se o bastardo nem estivesse lá. As persianas das janelas da sala de jantar estavam abertas, diferente as do meu quarto. Claramente, Alessandre estava tentando manter algo escondido. Esse ‘algo’ sendo eu. Pelo menos havia uma enorme pintura do Coliseu contra a parede à minha frente, que provavelmente era a coisa mais próxima que eu iria ver um dos marcos famosos.Enquanto mastigava frutas frescas, continuei olhando para a pintura. Os diferentes tons de azul usados no céu acima da estrutura oval eram quase os mesmos dos tons nos olhos de Alessandre. Não havia nuvens, um dia óbvio de verão, mas havia algo escuro no céu ao fundo. Como se houvesse uma tempestade, os cantos sombreados de um azul brilha