**Henrique Foster**
Henrique pegou o sobretudo de Hilary e o entregou. Ela apenas pegou, sem dar nenhum sinal de que o colocaria. Ele uniu todas as forças que tinha e saiu de lá o mais rápido que pôde. — Como você conseguiu entrar aqui, Hilary? – ele perguntou impaciente, mantendo uma distância segura dela. — Eu fiz uma cópia da chave do seu apartamento – ela deu um sorriso vitorioso. Henrique bufou, passando a mão na barba. — Você precisa ir embora. Antes que a loira ameaçasse chegar mais perto dele, Henrique abriu a porta da saída e a pegou pelo pulso. — Isso ainda não acabou, Henrique – a loira disse irritada, enquanto ele a arrastava para fora. — Me solta, eu sei andar sozinha. Ela puxou o braço com força e se livrou dele. — Entenda, está tudo acabado – Henrique disse impaciente. — Se você acha que irei desistir facilmente de nós, está enganado – ela murmurou. — Nunca existiu um “nós”, Hilary. Eu sempre deixei bem claro que para mim era apenas diversão. O seu maior erro foi desejar algo, além disso. A loira chegou mais próxima dele e gritou, irritada: — Isso não vai acabar assim, Henrique. Guarde minhas palavras: se você não vai ficar comigo, não ficará com ninguém mais – ela deu um sorriso perverso. — Não me ameace, garota. Você não imagina do que sou capaz – seus olhos se tornaram mais escuros e frios. — Viva sua vida e se esqueça de mim – Henrique continuou. — Você vai pagar por isso – Hilary murmurou. Essas foram suas últimas palavras antes de ir embora. Henrique fechou a porta e ficou ali parado, absorvendo a ameaça de Hilary. Ele não sabia muito sobre ela, mas o que mais o atraiu naquela mulher foi sua forma imprevisível de agir e seu estilo rebelde. Naquele momento, ele percebeu que tudo o que passou com Hilary foi realmente um erro, um erro sério que poderia acabar com seu noivado. Ele pensou no que fazer para silenciá-la e sabia que teria que agir depressa. Tentando se acalmar, ele foi até a cozinha pegar um copo de água. Enquanto bebia, se culpava por suas ações inconsequentes. De certo modo, desde o instante em que a viu, sabia que era uma garota problemática e que deveria ficar o máximo possível longe dela, mas não conseguiu resistir à química que tinha com ela e ao quanto a desejava. Era difícil, até mesmo naquele momento, para ele, vê-la ali e tomar a decisão de expulsá-la de seu quarto. Sua mente ainda estava agitada e seu corpo tomado pela adrenalina. Ele pegou o celular e ligou para um chaveiro que atendia a domicílio. Teria que pagar mais caro por conta do horário, mas precisava evitar outro encontro com Hilary em seu apartamento. Enquanto o chaveiro não chegava, Henrique decidiu tomar um banho frio em busca de controlar seu corpo e afastar seus pensamentos de Hilary. Seu casamento estava cada dia mais próximo, e Hilary poderia usar isso a seu favor. A primeira coisa a fazer era aumentar a segurança no local para não deixar nenhum intruso entrar. Mas ele não sabia do que ela era capaz e quais eram seus limites. Na manhã seguinte, Henrique acordou com uma terrível dor de cabeça, havia dormido tarde, depois que o chaveiro trocou a fechadura de seu apartamento, ele começou a beber até dormir ali mesmo no sofá da sala. Os pensamentos sobre Hilary não o deixavam em paz; ele a queria como sua amante, mas ela não aceitou. Agora exigia que ele acabasse seu relacionamento com Morgan, e depois daquela ameaça, ele ficou sem escapatória. A única coisa que veio à sua mente foi suborná-la. Henrique sabia por que Hilary havia ficado com ele; eles tinham química e as noites que tiveram foram prazerosas. No entanto, Hilary era ambiciosa; ela queria mais dessa vida do que ser apenas uma secretária, e sua alternativa foi se envolver com um dos CEOs. Mesmo sendo inteligente, ele caiu na armadilha, achando que a tinha nas mãos, apesar de saber o quão arriscado era se envolver com ela. Ao levantar-se, ele foi direto à cozinha, pegou um remédio para dor de cabeça e o tomou ainda de estômago vazio. Depois, tomou seu café e foi até a academia em seu apartamento. A única coisa que o relaxava nesses momentos era se exercitar. Assim que chegou ao seu escritório, estava de mau-humor para socializar. Nem mesmo tirou seus óculos de sol para cumprimentar as pessoas e foi diretamente para sua sala sem dizer uma palavra. — Chegou uma correspondência para você – Gabriela, sua secretária, avisou; ele a ignorou e entrou na sala, fechando a porta atrás de si. Ele pretendia passar o dia todo trancado ali, já que não teria nenhuma reunião presencial. Henrique tirou seu blazer e o jogou no sofá; depois, sentou-se em sua cadeira e suspirou, cansado. Havia um envelope em sua mesa; curioso, ele o pegou e viu que estava sem o nome do remetente. Ao abri-lo, encontrou várias fotos, todas elas dele com Hilary. Algumas ela tirou sorrindo ao lado dele, apenas de roupa íntima enquanto ele dormia; outras eram das viagens que fizeram juntos. Henrique ficou atordoado naquele momento; nunca sequer imaginou a existência dessas fotos, nem sabia como Hilary as tinha tirado. No fundo do envelope, havia apenas um bilhete escrito: “Os jogos começaram. Assinado: Hilary”. Henrique precisou de todo autocontrole que conseguia ter naquele momento para não gritar e chamar atenção. Ele pegou as fotos e foi bufando, pisando firme até o andar de cima, atrás da moça em busca de respostas. Hilary era mais inteligente do que ele imaginava; ele subestimou sua astúcia e agora estava pagando o preço. Ao chegar àquele andar, todos os rostos viraram na sua direção. As pessoas deviam estar se perguntando o que ele fazia ali. Um rapaz negro e alto levantou-se e acompanhou-o em passos largos. — Senhor Henrique, em que posso ajudá-lo? — Saia da frente – Henrique desviou dele o mais rápido que pôde. Ao chegar à mesa de Hilary, ela não estava lá; em seu lugar, havia uma morena de olhos claros. Assim que ele chegou, ela o encarou. — Em que posso te ajudar? – ela perguntou com uma voz doce e suave. — Estou procurando por Hilary Blossom. — A senhorita Blossom não trabalha mais aqui. — Como não? Eu a vi ontem mesmo – Henrique perguntou surpreso. — Eu não saberia te responder, este é meu primeiro dia. Eu sinto muito – a mulher respondeu. — Tudo bem, obrigado. Henrique bufou; antes de sair, um celular tocou. A secretária se espantou e começou a procurar por ele que estava guardado em uma gaveta. Henrique já estava andando em direção à saída quando foi interrompido pela voz da mulher. — Com licença, senhor, é para você. Ele ergueu a sobrancelha e voltou para pegar o aparelho, depois o colocou no ouvido, se afastando da mesa. — Olá, querido – aquela voz sedutora que ele conhecia muito bem falou do outro lado da linha. Henrique pressionou a mandíbula, seus olhos escureceram; ele saiu dali sem ao menos agradecer à secretária. — O que você está tramando? – Henrique sussurrou. Ele olhou em volta e estava cercado de pessoas tentando fingir que não estavam prestando atenção nele. Henrique andou depressa e foi para um canto afastado, olhou para os lados e não viu ninguém. Então, abriu a porta de uma sala de reuniões desocupada e entrou. Aquela voz sedutora soltou uma gargalhada perversa. — Pelo visto, você já abriu o envelope. Considere isso como um presente de noivado. Sua noiva também receberá um em breve – Hilary gargalhou outra vez. — Hilary, você não sabe com quem está se metendo. Não ouse me chantagear, eu posso acabar com você – Henrique a ameaçou. — Em todo esse tempo que estivemos juntos, você sempre me subestimou, pensando que eu era apenas um dos seus passatempos. Só porque você é rico e tem um cargo alto, pensava que era mais inteligente do que eu. Mas acredite, eu estou um passo à sua frente, e agora o tenho em minhas mãos. Henrique suspirou fundo antes de perguntar: — O que você quer, Hilary? — Nesta tarde, enviarei mais um pacote para você; nele encontrará sua resposta.**Isabella Scott** Quando Isabella acordou, estava com uma terrível dor de cabeça devido à noite passada. Ela pegou seu celular ao lado da cama e verificou as horas; já era meio-dia. Isabella se espreguiçou e foi direto para o banheiro tomar um banho. Enquanto se ensaboava, ouviu o grito de Morgan entrando no quarto.— Estou aqui – Isabella respondeu. Sem dar o mínimo de privacidade a ela, Morgan entrou no banheiro e se sentou no vaso com a tampa fechada. Ela colocou a revista no box para Isabella ver a capa.— Viramos o assunto do momento, gata – a loira sorria largamente. Isabella enxugou os olhos e encarou sua foto em que estava ao lado de Morgan, dançando em cima da mesa da boate e alguns rapazes em volta delas. Na capa, estava escrito “Noite das Herdeiras”. Isabella nunca foi de passar dos limites nas noitadas com Morgan, mas, segundo a amiga, precisavam de uma manchete extravagante que causasse impacto e chamasse a atenção de Dylan, mostrando que Isabella não era tão certi
**Isabella Scott**— Por que esse papo agora? – Morgan rebateu.— Eu não sou nenhuma especialista em romance, mas pelo que vejo, o amor é a base sólida de um casamento – Isabella disse.— Henrique é um homem decente, tem um bom emprego e teremos um bom futuro juntos.— Dinheiro não é tudo, amiga. Você ao menos sente algo por ele? – Isabella a interrogou.— Gosto da companhia dele – Morgan cruzou os braços, dando sinais de que estava irritada.— Só por gostar da companhia dele, você aceitou se casar com ele? – Isabella perguntou incrédula.— Não, eu estava cansada dos relacionamentos que tive que não deram certo, estava cansada das noites de farra, do trabalho duro como ginasta, minha vida parecia ter entrado em um ciclo sem fim, e nada mudava. Henrique foi o relacionamento mais longo que já tive, pensei que me casando tudo mudaria na minha vida.— Amiga, casamento também vira rotina e para dar tudo certo é preciso envolver algum sentimento também. Você ao menos sente atração por ele?
**Henrique Foster** Assim que Henrique voltou ao seu escritório, encontrou outro envelope em sua mesa. Ele saiu e foi atrás de sua secretária.— Quem deixou aqueles envelopes em minha mesa? – estava tão desesperado que seu tom agressivo assustou Gabriela.— A mesma pessoa que entrega as correspondências ao senhor todos os dias – ela respondeu, gaguejando. Sem dizer mais nada, Henrique voltou ao seu escritório.Ao abrir o envelope, havia somente o número de uma conta bancária e um bilhete pedindo uma quantidade em dinheiro para ele fazer este depósito até às cinco horas da tarde. Henrique bateu em sua mesa, se levantou e pegou um vaso que estava ao seu lado, jogando-o no chão.— Aquela desgraçada – ele gritou. A quantidade exigida por Hilary era absurdamente alta. Ele podia pagar, mas isso feriria ainda mais seu orgulho. Hilary estava começando um jogo perigoso, e Henrique se sentia encurralado para fazer a próxima jogada. Ela tinha tudo planejado, o tinha em suas mãos agora. Hen
**Isabella Scott** Quando Isabella voltou do clube, foi direto tomar um banho, Morgan havia abandonado ela e voltado para a mansão Carter. Isabella precisou pedir um táxi, enquanto Emily ficou com as suas amigas. Após vestir um vestido azul fresquinho para aquele dia ensolarado, ela amarrou o cabelo com um coque e se olhou no espelho. Sua imagem demonstrava uma pessoa gentil e ingênua, pelo menos era o que pretendia mostrar ao mundo e a Dylan Carter. Ela tirou uma foto no enorme espelho que tinha no closet e publicou em seu Instagram com emojis sorridentes. Isabella pegou os girassóis que comprou para a amiga e foi até o quarto de Morgan. Bateu à porta e aguardou ansiosa. Isabella escutou o barulho dos passos de Morgan até ela abrir a porta com um semblante irritado. Morgan a olhou dos pés à cabeça. Enquanto Isabella já estava arrumada, Morgan usava um roupão de banho. Isabella estava escondendo o rosto atrás dos girassóis. Ela os afastou e entregou para a amiga.— Me desculpe s
**Isabella Scott** Ao sair do banho, Isabella vestiu uma roupa mais casual, um short e uma blusinha fresca de verão. Quando saiu do quarto rumo à biblioteca para ler um livro, escutou gritos vindo de outro cômodo. Ela se assustou e foi ver o que estava acontecendo. Atrás da porta, podia escutar Henrique e Morgan discutindo. Ela sabia que era errado estar bisbilhotando, mas o noivo da amiga parecia tão alterado que ela estava pronta para intervir caso algo acontecesse.— Eu estou cheio de problemas no trabalho e dando o meu melhor antes de sair em lua de mel para passar um tempo com você, enquanto isso você sai com sua amiga agindo feito uma adolescente sem pensar nas consequências – ele gritou.— Eu só estava me divertindo, Henrique. Você sabe que sempre saio em lugares como aquele com minha amiga e nunca se importou – ela se encolheu assustada.— Mas nunca aconteceu de sair uma foto como aquela nas revistas. Eu pensei que você me respeitasse. Imagine o que as pessoas dirão? Estamos
**Henrique Foster** Quando Henrique chegou naquela noite em sua casa, após passar algumas horas em um bar, não conseguia tirar a mulher de sua mente, a loira que deixou sua vida de cabeça para baixo. Ao entrar no seu quarto, ela estava ali deitada em sua cama, usando apenas uma camisola fina de seda que marcava seu corpo. Ele queria gritar com ela, brigar por tudo o que ela fez, mas Henrique não conseguiu controlar seu coração, seus sentimentos estavam à flor da pele. Ele deveria dar mais voz à razão, nunca foi do tipo que não pensa antes de agir, mas desde o momento que colocou seus olhos naquela mulher, ele nem mesmo se reconhecia mais e, por não saber controlar suas emoções, estava prestes a perder tudo que conquistou. Hilary se levantou e andou lentamente até ele. Henrique caminhou em sua direção e a tomou pelos braços, colocando seus lábios nos dela e se deliciando com o calor de seu corpo. Henrique passou sua mão no quadril de Hilary, aproximando-a mais dele, enquanto a loir
**Isabella Scott** Isabella não conseguiu evitar se preocupar com Morgan, era como se algo dentro dela estivesse alertando que Henrique não era uma boa pessoa. Mas Morgan insistia neste casamento, então ela teria que guardar seus pensamentos para si. Ela se preocupou ainda mais quando Morgan foi a um encontro com Henrique na noite passada e não voltou desde então. Morgan já é adulta, mas Isabella temia ver sua amiga sofrendo, algo que ela não poderia evitar. Ela afastou esses pensamentos e decidiu focar no que estava por vir, era o grande dia, sua vingança iria começar. Isabella arrumou suas malas para os dias que passariam em um hotel em Golden City, quando Morgan apareceu toda sorridente em seu quarto.— Bom dia, flor do dia – Isabella a cumprimentou.— Bom dia – ela sorriu. — O que está fazendo com essa mala? – a loira perguntou, se esquecendo de sua despedida de solteiro.— Agora que os pombinhos reataram, imaginei que em menos de duas horas estaríamos indo para Golden City.
**Isabella Scott** Assim que chegaram no hotel, Dylan se despediu de Isabella. Como era a despedida de solteiro, as mulheres iriam para um lado e os homens para o outro. Para que o plano de Isabella desse certo, haviam combinado de se encontrarem em um lugar especial naquela madrugada. Isabella subiu com as meninas para o quarto em que foram instaladas. Ela se impressionou com o luxo ao abrir a porta.— Seu pai não evitou gastos mesmo – Olivia comentou com Morgan surpresa, olhando para o cômodo luxuoso. Na entrada, havia a sala de estar, com uma porta de vidro à frente, dando a vista perfeita para os prédios ao redor. Em outros cômodos, havia os quartos, uma cozinha, banheiros e hidromassagem, tudo o que precisavam para aproveitar a despedida de solteiro.— Isso aqui é maior do que o meu apartamento – Isabella mencionou, fazendo as outras rirem.****************** Bolhas suaves subiam à superfície na hidromassagem enquanto as quatro amigas conversavam e aproveitavam o tempo par