Melissa Tompson
Quando eu ouvi aquela pergunta olhei bem no fundo dos olhos de Emily.Ela não podia estar falando sério?Ri de nervoso, olhando os dois que aguardavam ansiosos por alguma espécie de reação minha.— E então? — perguntou Demian. — É verdade ou não?Dava para notar a sua impaciência só com aquela maldita pergunta.— Mentira. — Falei, eu não iria admitir essas coisas em voz alta.Emily franziu o cenho e não disse nada, olhando me com atenção.Demian por sua vez me observava desconfiando, claramente eu não fui muito convincente já que os dois continuavam me olhando um tanto risonhos.— O quê? — perguntei sem entender.Ambos então levantaram as mãos para cima, como se representasse uma bandeira branca.— Nada. — Disseram em conjunto.Mesmo desconfiada não falei nada sobre aquilo, pois, não era lá um assunto que eu gostaria de ficar conversando abertamente, então tMelissa TompsonDepois da pergunta feita por Demian um clima de tensão foi automaticamente instalado.Algo que também acabou me fazendo pensar que deveríamos sim ter visto um limites até onde as perguntas poderiam ir, pois, dessa forma não estaríamos nessa situação totalmente constrangedora.Pigarrei por alguns segundos. — O quê quer dizer com isso? — perguntou Emily.Demian riu com aquilo.— Sério mesmo? — retrucou o moreno, batendo a língua no céu da boca. — Vai se fingir de santinha?Emily ficou surpresa com aquela audácia.Cutuquei Demian com o cotovelo, uma forma sutil de falar que ele estava passando dos limites.Mesmo com um breve aviso o rapaz ali não se importou, continuou insistindo naquela pergunta e naquele assunto.Limitou se apenas a me olhar sério, uma forma de falar sem palavras que não iria parar mesmo que eu fizesse tudo aquilo. Respirei fundo e movi a cabeça para o
Melissa TompsonDepois de algumas horas a minha sala estava como eu posso dizer... Uma bagunça. Estávamos os três sentados vendo filme de romance, um clássico como diário de uma paixão junto de uma caixa de lenços, e claramente várias coisas para comer.Uma tigela estava anteriormente cheia com palha italiana, agora estava vazia, caixas de pizzas junto de refrigerante e claro muito choro envolvido devido ao filme que passava na TV.No fim éramos apenas três corações moles. Mordisquei um pedaço da pizza, o queijo escorrendo entre os dedos não me incomodava, era apenas um motivo para limpar de uma maneira nada peculiar, com a boca. — Ei! — Disse chamando a atenção dos dois, terminei de limpar a mini sujeira que havia feito, o meu rosto franziu e dividi temporariamente a atenção
Melissa TompsonQuando dizem que algo não é eterno, não estão mentindo. Colocando de uma outra forma, posso dizer que o ambiente antes calmo que era o meu apartamento agora estava o contrário disso. As luzes estavam escuras, a maioria dos eletrodomésticos desligados, pois, segundo Demian, aquilo deixaria ainda mais característico para o que iriamos fazer nas próximas horas. O ambiente sombrio, silencioso ao ponto de só ver um pouco do rosto de um do outro, me deixava com calafrios na espinha. Porém, mesmo sentindo essas sensações e entre outras coisas, entendi que aparentemente não existia outra maneira de jogar o tabuleiro Ouija. Demian também fez toda a questão de acender velas pelo local, porém prevendo talvez uma possível catástrofe, disse que seria mais indicado deixar um abajur acesso com a lampada no fraco, teria o mesmo efeito e também não iria consequentemente provocar - talvez - um incêndio. Mesmo conven
Melissa Tompson Não sei quanto tempo fiquei ali parada no chão, com os braços perto do corpo e a cabeça abaixada tentando controlar um pouco da respiração, algo falho. Eu não sabia ao certo o que Amélia queria dizer com aquilo, eu apenas fiz a minha vontade e depositei a minha fé no que eu acreditava ser certo, trair Theo daquela maneira não era certo. Só sei que percebi que foi muito tempo quando Demian e Emily se juntaram naquela façanha. O moreno se abaixou no chão, ficando de joelhos e Emily fez o mesmo ficando ao lado do rapaz de cabelos escuros. — Mel? — chamou. Emily ficou quieta, apertando os dedos um pouco no próprio tecido da roupa. Mesmo não vendo nada, consegui nitidamente sentir a preocupação em sua voz, algo que fez consequentemente eu querer chorar. Eu não era e nunca fui a pessoa mais emocional do mundo ou a mais sentimental, seja o que for, eu não gostava muito de demonstrar o que sentia
Theo Fernandes A minha rotina atualmente tem sido a coisa mais idiota que eu poderia descrever e olha que já fiz muita coisa idiota mesmo. Fazia as coisas costumeiras como ir ao trabalho e às vezes ir à academia para tentar manter a boa forma, também era uma alternativa para quem sabe assim pensasse em outra coisa. Na minha cabeça só vinha imagens do que aconteceu em principal o rosto de Melissa Tompson totalmente furioso comigo. Não poderia culpa lá, seria hipocrisia se fizesse isso, afinal de contas eu mereci. No meio dessa rotina tosca que levava parava na frente da porta de Melissa Tompson, ficava ali olhando por alguns minutos até que ficasse mais tosco do que estava parecendo ou ser pego por alguém. Uma vez enquanto fazia tal coisa o porteiro do prédio acabou subindo pelos andares para fazer algum de seus serviços, quando chegou perto da escada foi tão agraciado com a visão de um cara de mais ou menos dois metros de a
Theo FernandesNão consegui fechar a porta, Amélia não iria permitir tal coisa enquanto não existisse uma conversa ou algo do gênero.Bufei.Seu pé ainda continuava ali, mesmo com eu o pressionando contra a parede e para ajudar naquela tarefa, é claro tinha uma de suas mãos fazendo toda a força possível para conseguir abrir a porta e ter o que queria.Era irritante estar em uma situação como essa, totalmente irritante. Me senti rendido a aceitar aquela proposta, mesmo não querendo nem ao menos olhar já cara dela.Larguei a porta e comecei então a andar na direção contrária. Amélia ficou ali parada por alguns poucos segundos, me observando um tanto descrente das ações que tinha feito.— Theodoro Fernandes. — Disse, o tom de voz e o fato de ter usado o meu nome e não o apelido indicava que talvez não iria vir boa coisa e eu teria que lidar com o humor dela.Revirei os olhos, já sentado no sofá do aparta
Theo FernandesO rosto dela moveu se para os lados em uma lenta negativa. — O quê está dizendo? Você está ouvindo esse absurdo? — perguntou a mulher, seu rosto franziu um pouco afinal de contas estava confusa com aquela conversa toda que tínhamos. — Você mesmo disse, não diga essas coisas então apenas vá embora. — Falei em papas na língua, não tinha motivo para mentir em uma situação daquelas muito menos motivo para fazer isso. — Só isso, vá embora e esqueça que eu existo é fácil não é mesmo? Ela ficou ali em silêncio, me encarando.Estava totalmente descrente daquelas coisas, parecia uma bobagem. Estava com raiva, porém, não podia simplesmente ir embora já que precisava de algumas coisas minhas então consequentemente se fosse embora iria ser péssimo.Consegui notar facilmente que ela estava em conflito, queria me xingar e talvez quem sabe me bater novamente, ainda assim calou se já que sabia que se falasse mais algu
Theo FernandesNo dia seguinte eu tinha acordado tão cedo por causa das janelas abertas do apartamento que um resmungo saiu da minha boca.Havia dormido no chão, com o celular na mão que me fez arregalar os olhos uma vez que tinha enchido a caixa de mensagens de Melissa Tompson com sabe se lá o que. Dei um tapa no meu próprio rosto, passando aos poucos a levantar daquele lugar. Poderia ser pior? pensei. Dei uma breve olhada envolta, tinha garrafas de cerveja e tudo o que poderia imaginar de mais deprimente. Soltei um suspiro pesado, minha atenção foi logo capturada pela série de batidinhas na porta. Senti automaticamente uma dor de cabeça por causa daquilo, soltei um palavrão e deixei a língua bater no céu da boca. Quem poderia ser? Olhei por alguns segundos pro relógio, observando os ponteiros no cinco e outro entre o três e o dois algo que me fez ficar ainda mais descrente, quem bateria na casa