Melissa Tompson
Não sei quanto tempo fiquei ali parada no chão, com os braços perto do corpo e a cabeça abaixada tentando controlar um pouco da respiração, algo falho.Eu não sabia ao certo o que Amélia queria dizer com aquilo, eu apenas fiz a minha vontade e depositei a minha fé no que eu acreditava ser certo, trair Theo daquela maneira não era certo.Só sei que percebi que foi muito tempo quando Demian e Emily se juntaram naquela façanha.O moreno se abaixou no chão, ficando de joelhos e Emily fez o mesmo ficando ao lado do rapaz de cabelos escuros.— Mel? — chamou.Emily ficou quieta, apertando os dedos um pouco no próprio tecido da roupa.Mesmo não vendo nada, consegui nitidamente sentir a preocupação em sua voz, algo que fez consequentemente eu querer chorar.Eu não era e nunca fui a pessoa mais emocional do mundo ou a mais sentimental, seja o que for, eu não gostava muito de demonstrar o que sentiaTheo Fernandes A minha rotina atualmente tem sido a coisa mais idiota que eu poderia descrever e olha que já fiz muita coisa idiota mesmo. Fazia as coisas costumeiras como ir ao trabalho e às vezes ir à academia para tentar manter a boa forma, também era uma alternativa para quem sabe assim pensasse em outra coisa. Na minha cabeça só vinha imagens do que aconteceu em principal o rosto de Melissa Tompson totalmente furioso comigo. Não poderia culpa lá, seria hipocrisia se fizesse isso, afinal de contas eu mereci. No meio dessa rotina tosca que levava parava na frente da porta de Melissa Tompson, ficava ali olhando por alguns minutos até que ficasse mais tosco do que estava parecendo ou ser pego por alguém. Uma vez enquanto fazia tal coisa o porteiro do prédio acabou subindo pelos andares para fazer algum de seus serviços, quando chegou perto da escada foi tão agraciado com a visão de um cara de mais ou menos dois metros de a
Theo FernandesNão consegui fechar a porta, Amélia não iria permitir tal coisa enquanto não existisse uma conversa ou algo do gênero.Bufei.Seu pé ainda continuava ali, mesmo com eu o pressionando contra a parede e para ajudar naquela tarefa, é claro tinha uma de suas mãos fazendo toda a força possível para conseguir abrir a porta e ter o que queria.Era irritante estar em uma situação como essa, totalmente irritante. Me senti rendido a aceitar aquela proposta, mesmo não querendo nem ao menos olhar já cara dela.Larguei a porta e comecei então a andar na direção contrária. Amélia ficou ali parada por alguns poucos segundos, me observando um tanto descrente das ações que tinha feito.— Theodoro Fernandes. — Disse, o tom de voz e o fato de ter usado o meu nome e não o apelido indicava que talvez não iria vir boa coisa e eu teria que lidar com o humor dela.Revirei os olhos, já sentado no sofá do aparta
Theo FernandesO rosto dela moveu se para os lados em uma lenta negativa. — O quê está dizendo? Você está ouvindo esse absurdo? — perguntou a mulher, seu rosto franziu um pouco afinal de contas estava confusa com aquela conversa toda que tínhamos. — Você mesmo disse, não diga essas coisas então apenas vá embora. — Falei em papas na língua, não tinha motivo para mentir em uma situação daquelas muito menos motivo para fazer isso. — Só isso, vá embora e esqueça que eu existo é fácil não é mesmo? Ela ficou ali em silêncio, me encarando.Estava totalmente descrente daquelas coisas, parecia uma bobagem. Estava com raiva, porém, não podia simplesmente ir embora já que precisava de algumas coisas minhas então consequentemente se fosse embora iria ser péssimo.Consegui notar facilmente que ela estava em conflito, queria me xingar e talvez quem sabe me bater novamente, ainda assim calou se já que sabia que se falasse mais algu
Theo FernandesNo dia seguinte eu tinha acordado tão cedo por causa das janelas abertas do apartamento que um resmungo saiu da minha boca.Havia dormido no chão, com o celular na mão que me fez arregalar os olhos uma vez que tinha enchido a caixa de mensagens de Melissa Tompson com sabe se lá o que. Dei um tapa no meu próprio rosto, passando aos poucos a levantar daquele lugar. Poderia ser pior? pensei. Dei uma breve olhada envolta, tinha garrafas de cerveja e tudo o que poderia imaginar de mais deprimente. Soltei um suspiro pesado, minha atenção foi logo capturada pela série de batidinhas na porta. Senti automaticamente uma dor de cabeça por causa daquilo, soltei um palavrão e deixei a língua bater no céu da boca. Quem poderia ser? Olhei por alguns segundos pro relógio, observando os ponteiros no cinco e outro entre o três e o dois algo que me fez ficar ainda mais descrente, quem bateria na casa
Theo FernandesEu não respondi aquilo, me mantive calado e por causa da minha reação muito extravagante - ironicamente falando é claro - minha mãe voltou a fazer o que estava fazendo anteriormente.Suspirei fundo, e mandei mais um pouco de café para dentro do estômago. Mesmo ela dizendo que não tinha segundas intenções eu não conseguia - de forma alguma - imaginar um cenário em que Amélia Fernandes não tivesse segundas intenções, ainda mais comigo que tinha algo que ela queria. Ela passou então a limpar a minha pequena bagunça, me virei um pouquinho e soltei um riso baixo no exato minuto em que ela começou a pegar as garrafas de cerveja.Dei de ombros. Já a mulher de pele envelhecida por causa do tempo preferia apenas fazer uma lenta negativa com a cabeça. Eu estava necessitado, o quê poderia fazer demais? Pensei.— O quê? — Retruquei quando percebi que ela ainda me observava. O rosto franziu um po
Theo FernandesA olhei sem acreditar nas coisas que ouvia.Como assim? Me perguntei. Ela olhou pro nada, mordiscou um pouco a pele um pouquinho. — Primeiro que só uma parte da minha família era rica e a outra não. — Falou dando um espaço para que eu dirigisse cada informação que saia da boca feminina. — Eu morava com os meus avós e por causa disso fui criada bem simples, o único problema disso era que eu...— Você? —Retruquei assim que ouvi, mordi a língua um pouco com força.A minha pequena ação conseguiu arrancar um riso baixo da boca feminina. Por causa do que eu fiz acabei consequentemente ficando um pouco constrangido. Fiz um sinal com a cabeça para que minha mãe continuasse a falar, e dessa vez tentaria ao máximo não interromper enquanto a mulher falava. — Era que em um momento da minha vida, eu tive que fazer uma escolha que eu não gostei de fazer. — Disse deixando uma pausa entre as falas e
Theo FernandesAs palavras ditas pela mulher perambulavam a minha cabeça como uma espécie de assombração.Estava em choque por causa daquela informação.Ao que eu entendi o meu pai, digo, a pessoa que eu achava que era o meu pai só queria o poder que isso poderia trazer. O meu avô era um velho idiota que acreditava em boas tradições, na mente dele o poder vinha de alianças e a aliança mais forte era a da família. Se o meu pai tivesse uma consequentemente poderia então assumir o cargo de presidência e não iria sofrer nenhum corte ou algo do tipo. Então resumidamente, tudo o quê eu acreditei ser verdade era uma mentira deslavada inventada sabe se lá pra que. Passei longos minutos encarando a parede, tentando assimilar as coisas.Eu não tinha reação.E tinha todos os motivos do mundo - universo - para não ter. Amélia tentou se aproximar de mim, tentou me consolar ou qualquer do tipo o único
Theo Fernandes A olhava sem acreditava nas coisas que ouvia. A minha respiração estava pesada, os batimentos do coração acelerados por uma fração curta de segundos. As palavras dela, todas elas, batucavam na minha cabeça como uma espécie de música chiclete bem irritante. Não sabia o que falar, muito menos o que fazer, o que fiz foi uma das coisas mais inusitadas que poderia fazer me conhecendo, passei os braços pelo corpo feminino abraçando a por alguns segundos. Aquilo pegou tanto eu como ela de surpresa. Demorou até que sentisse os braços da minha mãe passarem pelo meu corpo, os dedos gentilmente me fizeram um cafuné e ficamos ali por um bom tempo. Não me lembro ao certo quando foi que eu tive um contato tão direto com a minha mãe, na verdade, me lembro de pouca coisa da minha infância, já que na maior parte do tempo sempre estive em internatos, e quando não estava normalmente o meu tempo era ocupado com a prese