— E de mim? — Caroline perguntou, fazendo um beicinho que parecia incrivelmente inusitado para uma mulher da sua idade.Nicole largou o pai e abraçou a mãe. Os tios se aproximaram de Marco e lhe cumprimentaram.— Olá Marco, que bom vê-lo, jovem. — Denis o abraçou e tocou seu ombro.— Olá tio Denis, tia Caroline. — Marco beijou o rosto de sua tia.— Estivemos em Nova Iorque ontem. Passamos o dia com seus pais. — Caroline disse. Nicole fez um gesto para que eles fossem até um dos sofás da recepção.— Isso é ótimo. — Marco respondeu, parecendo curioso. — Por favor, digam que esse problema não é mais meu.Denis e Caroline franziram a testa, sem entender. Nicole explicou.— Tia Camila pediu ao Marc para vir falar com Roman e Luciana. Praticamente implorou, pelo que eu soube.— Ah. — Denis riu, balançando a cabeça. — Me desculpe Marco, mas seu pai é...— Um ogro? — ele completou.— Basicamente. Mas eu entendo, ele estava preocupado com a filha, mas já resolvemos tudo.— Como assim? — Nicole
Finalmente, o avião pousou. Charlotte estava completamente exausta depois de dezesseis horas de viagem. Então demorou um pouco para sair do avião com Craig, pois quis retocar a maquiagem antes de ser vista pelo público que, com certeza, a aguardava no aeroporto. Não demorou muito e logo, ela estava pronta para ir.— Bem-vinda às Filipinas, senhorita McKeena. Mabuhay! — Disse a comissária de bordo.— Salamat. Salamat. — Disse Charlotte. Craig ensinou-lhe algumas palavras no idioma do país que ela talvez fosse usar com frequência: obrigado, por favor, até logo... E algumas saudações básicas: bom dia, boa tarde e boa noite.O Concurso de Miss Universo seria realizado em Manila, e tanto Charlotte como as 126 candidatas deste ano chegaram duas semanas antes. Havia uma lista de itinerários que elas tinham que seguir antes do concurso e isso com certeza manteria a mente de Charlotte ocupada. Dessa forma, ela não precisaria pensar no seu último encontro com Marco, embora ainda se sentisse del
Charlotte respirou profundamente. A conversa que tivera com Ken dois dias antes durante um jantar ainda ia e vinha em sua mente. Ele não ficou chateado quando ela lhe contou sobre Marco, mas deixou claro que ainda tinha sentimentos por ela e esperaria.— Eu estou machucada, Ken. E não quero machucar você também.— Esse tal Marco deve ser um imbecil, não é? Quem faz uma coisa dessas com uma garota como você?— Ele não sabe do meu passado. Eu nunca lhe contei.— Mesmo assim. Não se trata uma mulher dessa forma. Me desculpe dizer, mas ele te tratou como se fosse uma prostituta. Eu gostaria de arrancar sangue dele para lhe dar uma lição.Charlotte riu um pouco. Ken era forte e atlético, mas claramente não era páreo para Marco. Os anos lhe fizeram muito bem e agora o garoto um pouco franzino que ela um dia conheceu, era um verdadeiro brutamontes. Se houvesse, por alguma razão do destino, uma briga entre eles, era claro que Ken seria nocauteado. Mas ela não teve coragem de dizer isso em voz
— Charlotte, há um monte de rosas para você lá fora. — informou Fiona. — O entregador perguntou onde deve colocá-las.— O que? De quem?— Do Sr... — Fiona examinou o bilhete — Marco Villa-Lobos.Charlotte ficou instantaneamente com raiva.— Diga ao entregador para levar tudo de volta. Eu não vou aceitar isso. — Charlotte sorriu com arrogância e um tantinho de humor — Ou melhor ainda, mande levar para o cemitério. Com certeza as pessoas lá precisam mais do que eu.— Que desperdício. As rosas são lindas e parecem bem caras.É claro que são caras, pensou Charlotte. Ele era Marco Dono Do Mundo Villa-Lobos, poderia comprar todas as malditas flores que quisesse, mas ela não aceitaria. Não daria a ele o gostinho.— Tudo bem, então. Vou dizer ao entregador que você não vai aceitar.Charlotte se apoiar em sua cadeira e encarou Fiona tempo suficiente para ela saber que deveria mandar as flores exatamente para o lugar onde ela havia dito. Sua assistente corou um pouco e confirmou com um aceno qu
Eduardo se sentou na cadeira em frente à do filho e brincou com um fiapo invisível em sua calça por alguns segundos – uma coisa mais irritante do que o sorriso torto – antes de começar a falar.— Filho, você está vendo Charlotte McKeena de novo?— Por que está perguntando? — Marco não tinha a intenção de parecer irritado, mas não teve como evitar que sua voz saísse dessa forma. Eduardo, no entanto, ignorou o tom do garoto.— Sabe que o senador e eu tivemos alguns... problemas ao longo dos últimos anos.— Sei.Como poderia esquecer? Seu pai e o senador quase chegaram aos finalmente depois de um jantar beneficente que Eduardo havia planejado para seu candidato ao senado, principal concorrente de Bernard. A briga foi feia, um bate-boca dos infernos, que só não teve repercussão maior porque os jornalistas presentes foram todos comprados para não divulgarem as imagens e vídeos.— Não ajuda em nada o fato de Thomas ter morrido por "causas naturais" — disse Eduardo, fazendo aspas no ar, — di
— Continue, James.— Ahm... Ele é médico na Columbia e eles se encontraram durante o concurso de Miss Universo nas Filipinas. O Dr. Reynolds estava lá como chefe da missão médica que colaborou com a Organização Miss Universo.— Qual a especialidade dele?— Ele é cardiologista, senhor.— Sei. — Marco respondeu, sem humor. Sua mente estava divagando por um lugar não muito agradável. Não gostava nada do tal médico. Não gostava nada de ele estar se jogando todo pra cima da sua Charlotte.Sim, sua Charlotte. Seus sentimentos por ela podiam até ser ambíguos, mas ela era dele.— Dr. Ken Reynolds ganhou o prêmio...— Não... pule essa parte. Não estou interessado em suas conquistas. Mais alguma coisa sobre ele?— Bom, tenho informações detalhadas sobre ele e seus pais, número de identidade, da previdência, até mesmo o número que calçam.Não era o que Marco queria.— Algo sobre seu passado, fora ser o namorado da Charlotte, que precise de menção honrosa?— Ainda não. Ele parece ser o menino de
— E aí, Pat? Sobre o quê tanto vocês falaram no almoço? — Após o contrato assinado, Marco e Patrick foram até o bar do St. Regis para tomar um drinque e comemorar o acordo firmado entre os dois. Ou melhor, os três, mesmo que uma das partes ainda estivesse no escuro.— Sobre nada em especial, apenas de negócios. — Patrick respondeu enquanto bebericava. Mas tinha um sorriso no rosto e isso deixou Marco com uma pulga atrás da orelha.A verdade é que Patrick estava curioso sobre a tal garota. Sabia tudo sobre ela, claro, tudo o que Marco havia lhe contado, mas depois de conversar com ela por quase uma hora enquanto almoçavam, Patrick não achava que ela era o monstro que o amigo pintava.— Achei que não era para haver segredos entre nós. Pelo menos não em relação à minha Charlotte.Minha Charlote? Patrick pensou, satisfeito. O amigo estava em apuros. O tipo de apuros que pode deixar um homem louco. Deus sabe que ele mesmo estava passando por uma situação parecida com sua Elena. A diferença
Patrick e ElenaPatrick estava a caminho de casa após um longo de dia de trabalho. Se tudo desse certo essa noite, ele e Elena poderiam tentar progredir na relação estranha que estavam tendo. Ela ainda sentia-se mal por estar na casa dele contra sua vontade, mas não tinha como dizer não. Essa foi a condição que Patrick impôs para não liquidar de vez a empresa do pai dela pela dívida que tinha com ele.Patrick passou as mãos pelo rosto e apertou com força o volante. Tudo o que ele queria era poder amar uma mulher que não fosse filha do seu pior inimigo. Do homem que tinha lhe ferido tanto. Do homem que tinha tentado matá-lo e que tinha conseguido matar sua amada mãe.Enquanto estava parado em um semáforo, lembrou-se de quando morava no Brasil, quando seu nome ainda era Felipe Martins, o filho pobre de uma vendedora de cosméticos, não Patrick Matarazzo, herdeiro bilionário de um grande minerador italiano.A vida para ele tinha mudado muito desde que seu avô, havia mais de dez anos, após