ElisabetePor incrível que pareça, tivemos uma tarde excelente e animada. Eu não sabia o porquê de ele ter mudado de ideia e vindo me acompanhar, porém, gostei disso. Eu realmente estava gostando de conhecer aquele homem misterioso. Entretanto, antes de sair da sua casa senti algo inexplicável. Ele estava bem, no entanto era como se eu não quisesse deixá-lo. Era óbvio que quanto mais o conhecia, mais me apegava a ele. Não sei por que era desse jeito e sabia que tinha que lembrar o que estava fazendo. Henrique era meu chefe, tudo isso era uma mentira, e assim que o prazo acabasse ele me dispensaria. Não queria nada além da sua amizade, e se ele visse que não era boa o bastante para continuar a trabalhar ao seu lado, entenderia e acharia outro emprego. A questão era que eu não o tiraria da mente tão rápido, e se cometesse a besteira de confundir tudo poderia sair dessa com um problema, já que o homem tem uma grossa camada de gelo que o protege de tudo, inclu
Elisabete Acordei com a minha cabeça doendo e sem lembrar de quase nada. Meu corpo estava em um lugar muito confortável e macio. Assim que abri os olhos, a claridade que entrava por uma pequena brecha da cortina, ajudou-me a ver o ambiente em que estava e não era o meu quarto. Aos poucos consegui reconhecer o lugar e essa constatação me deixou um pouco assustada, pois ainda não conseguia lembrar como cheguei aqui. Levantei-me do colchão macio, rápido, e abri a cortina que me deu uma vista maravilhosa da praia. Olhei para mim no reflexo do vidro e vi que não usava as minhas roupas, mas sim uma grande camiseta que parecia mais uma camisola. — O que aconteceu ontem? — Perguntei a mim mesma. Vasculhei o lugar à procura dos meus pertences e os achei não muito longe de onde eu dormia. Não trouxe tanta roupa, porém, ainda havia uma que ainda não tinha colocado. Ainda bem que sempre ando precavida. Mariana sempre dizia que isso era um grande e
Elisabete Desde aquele dia, Henrique estava muito estranho. Quando me deixou em casa ele estava de bom humor, até beijou o meu rosto antes que eu saísse. Ficar perto dele era difícil, mas eu tentava ignorar as sensações estranhas e boas, o problema era que após conversarmos e daquele beijo ardente, tudo ficou mais complicado, não o desejar estava ficando impossível. Acordei cedo na segunda, mesmo sendo um dos piores dias, pois, tínhamos que suportar a ressaca do fim de semana. Assim que saí na portaria, avistei o chefe que estava encostado no capô do carro à minha espera. Eu ainda não conseguia entender como esse homem podia ser tão lindo. Era como se ele sugasse a beleza das coisas só para o seu benefício. — Bom dia. — falei quando já estava em sua frente. O homem me avaliou de cima a baixo e finalmente sorriu para mim. Odiava constatar que Henrique podia fazer com que meu corpo se tornasse água quando fazia qualquer coisa a
Enrique Já fazia alguns dias que eu vinha ignorando a minha mãe. Era óbvio que ela iria acabar sabendo do meu “namoro” com Elisabete, e as últimas mensagens que ela me deixou foram bem estranhas. Disse a ela que poderíamos nos encontrar para uma conversa em um horário que eu pudesse e a mulher aceitou. O problema era Elisa que estava querendo fugir disso a todo custo. — Você poderia dizer a ela que tive uma emergência. — Falou insistindo mais uma vez para que eu desistisse da conversa. Estávamos em uma confeitaria onde minha mãe adorava ir. Se ela fosse para a agência com toda certeza seria uma péssima ideia, pois eu já sabia qual seria a reação dela quando conhecesse Elisabete. — Isso está fora de questão, querida, e vai por mim, é melhor vocês se conhecerem na minha presença. — Falei dando um sorriso. — Você já disse que sua mãe não era muito… legal. — Ela disse tomando cuidado com as palavras. — E você terá uma
Elisabete Ter que suportar aquela mulher, foi como estar sendo queimada viva. Meu nível de estresse foi às alturas e quase gritei no meio daquela confeitaria. Ainda não sabia o porquê não fiz, mas foi melhor assim. Fiquei surpresa com o convite de Henrique, e tão curiosa que tive que aceitar. Ultimamente estávamos ficando mais próximos, e mesmo que sua mãe fosse uma megera, não podia mudar a forma como estávamos, pois estava gostando disso. Minha surpresa foi muito maior quando vi que estávamos indo para a sua casa. Ele nunca tinha me convidado para tal lugar, só chegamos a ir a Porto de Galinhas, coisa que eu já considerava um avanço. Esse homem ainda era um mistério e quanto mais o conhecia, mais conseguia entendê-lo. Algo aconteceu em seu passado, fora o seu caso com Amanda, que deixou marcas em sua mente. Ele não revelava muito sobre isso, mas quando soltava algumas pistas, eu conseguia ver amargura em seu olhar. Não ousava pergunt
Elisabete Depois daquele dia na casa de Henrique, passamos a ter uma relação excelente. Quem nos via, poderia jurar que éramos um casal real. Eu realmente estava gostando, tanto que quando lembrava que tudo isso estava acabando, meu peito apertava e uma tristeza insana me atingia. Esperava que não voltássemos a ser como cão e gato, porque não sabia se poderia odiá-lo após chegar tão perto do seu interior. Como prometido, hoje faria um jantar para o homem na casa da minha irmã que felizmente estava longe ou ela poderia importunar Henrique até ele desejar ir embora da minha vida e nunca mais voltar. Por sorte ele teve uma reunião com um velho amigo de negócios e teve que ficar mais um pouco, me dando a oportunidade de preparar tudo. Tinha que admitir estar nervosa. Era tão idiota sentir isso, pois já fiz muitos jantares, inclusive no início do meu namoro com Miguel, porém dessa vez as coisas estavam mais tensas. Uma frase que minha irmã
ElisabeteDepois daquele jantar na minha casa, senti que Henrique estava mais afastado e calado. Não queria que nossa relação regredisse, mas também não podia invadir seu espaço e deixá-lo chateado. Cada vez que ele revelava mais um pouco de si, eu podia ver como tudo isso era complicado. Não tinha muita informação sobre a irmã dele, contudo, ela morreu em um acidente de carro com o namorado. As palavras que ele usou na noite passada ainda estavam na minha cabeça e eu desejava continuar descobrindo quem era Henrique e o porquê dele se martirizar tanto. Quando cheguei ao escritório, todos estavam tensos. Judi me olhou com certa preocupação, no entanto, não disse nada. Caminhei até minha sala e organizei meus papéis, mas um barulho vindo da sala ao lado me chamou a atenção. A porta do escritório de Henrique estava fechada, porém, dava para ouvi-lo discutindo com alguém. Senti minha pressão arterial subir com a ideia de que meu chefe estava em um péssimo dia
Enrique Eu poderia estar passando dos limites, mas minha cabeça estava cheia e confusa. Os últimos dias foram uma tortura, pois estava percebendo que talvez essa mentira toda estivesse se tornando realidade. Elisabete perturbava a minha mente vinte e quatro horas. Não importava o que eu estava fazendo, minha cabeça pensava nela a todo o momento. No trabalho, em casa, até mesmo nos meus sonhos. O que mais me perturbava era notar o quanto eu desejava estar ao seu lado. Seja em qualquer situação. Sempre que estávamos juntos, eu simplesmente falava sobre assuntos que que considerava manter guardado a sete chaves. Talvez a mulher tenha algum feitiço que me fizesse ser tão irracional. E ainda por cima, Heitor estava se separando da esposa e os dois eram sócios da empresa que tinham juntos. Se não tivéssemos as assinaturas dos dois, tudo o que planejamos estaria perdido. A sorte foi que Roberto convenceu o casal, que agora não era mais nada,