ElisabeteDepois daquele jantar na minha casa, senti que Henrique estava mais afastado e calado. Não queria que nossa relação regredisse, mas também não podia invadir seu espaço e deixá-lo chateado. Cada vez que ele revelava mais um pouco de si, eu podia ver como tudo isso era complicado. Não tinha muita informação sobre a irmã dele, contudo, ela morreu em um acidente de carro com o namorado. As palavras que ele usou na noite passada ainda estavam na minha cabeça e eu desejava continuar descobrindo quem era Henrique e o porquê dele se martirizar tanto. Quando cheguei ao escritório, todos estavam tensos. Judi me olhou com certa preocupação, no entanto, não disse nada. Caminhei até minha sala e organizei meus papéis, mas um barulho vindo da sala ao lado me chamou a atenção. A porta do escritório de Henrique estava fechada, porém, dava para ouvi-lo discutindo com alguém. Senti minha pressão arterial subir com a ideia de que meu chefe estava em um péssimo dia
Enrique Eu poderia estar passando dos limites, mas minha cabeça estava cheia e confusa. Os últimos dias foram uma tortura, pois estava percebendo que talvez essa mentira toda estivesse se tornando realidade. Elisabete perturbava a minha mente vinte e quatro horas. Não importava o que eu estava fazendo, minha cabeça pensava nela a todo o momento. No trabalho, em casa, até mesmo nos meus sonhos. O que mais me perturbava era notar o quanto eu desejava estar ao seu lado. Seja em qualquer situação. Sempre que estávamos juntos, eu simplesmente falava sobre assuntos que que considerava manter guardado a sete chaves. Talvez a mulher tenha algum feitiço que me fizesse ser tão irracional. E ainda por cima, Heitor estava se separando da esposa e os dois eram sócios da empresa que tinham juntos. Se não tivéssemos as assinaturas dos dois, tudo o que planejamos estaria perdido. A sorte foi que Roberto convenceu o casal, que agora não era mais nada,
Elisabete Estar em Fernando de Noronha era um sonho realizado. Muitas pessoas querem ir à Disney ou a outros lugares do mundo, mas eu desejava apenas viajar para lindos lugares do Brasil. Minha mãe sempre dizia que era desejando coisas pequenas que chega-se longe, e a mulher estava certa. Depois que fui demitida, eu só queria um emprego de paisagista e o consegui, agora estava nessa ilha maravilhosa, mesmo que fosse a trabalho, estava feliz. — Sempre quis vir aqui. — Comentei assim que entramos pela porta do hotel. — É interessante que estar ao seu lado me traga a lugares que sempre tive vontade de conhecer. — Fico feliz, mas acredito que você não esteja aproveitando o pacote completo. — Falou brincando ao meu ouvido e dando uma piscadinha. Henrique tinha um sorriso pervertido no rosto e eu... vergonha. Primeiro fiquei surpresa com a sua brincadeira, pois nunca ouvira o homem falar dessas coisas, e depois confusa, já que até ontem ele
Três semanas depois Sabe quando você tenta a todo custo fazer o tempo ir mais devagar?Eu queria. Na verdade, essas últimas três semanas foram confusas e torturantes. Tive que admitir que realmente deixei meus sentimentos tomarem um rumo catastrófico. Não sabia o porquê ou como fui me apaixonar por aquele idiota frio que acabaria toda essa loucura, hoje. Confesso que chorei antes de dormir porque sabia que não poderia fazer nada para mudar essa situação. Eu não poderia fazer com que ele também gostasse de mim, mesmo que às vezes Henrique agisse como se sentisse o mesmo. Ele veio se afastando um pouco, mas ainda conversávamos e saíamos às vezes. Ele me mostrava as estrelas e contava histórias que eu nunca ouvira falar. Descobri no último fim de semana que o homem ainda tocava e ele fez questão de me fazer ouvi-lo. Talvez tenha sido aí que descobri esse sentimento sem sentido pelo meu chefe. Henrique me olhava como se quisesse
Enrique Dizer aquelas palavras doeram mais do que eu imaginava. Era para terem sido ditas desde o primeiro momento em que a vi pela manhã, porém, eu não queria deixa-la tão cedo. Desejava aproveitar cada segundo antes de voltar a sermos o que éramos. Eu não fazia ideia de quando isso aconteceu, mas acabei descobrindo que havia me apaixonado pela minha assistente, que no início achei ser insuportável. Agora, pensava que deixar de ser seu namorado, mesmo que de mentira, seria uma das piores coisas que acontecera comigo. Elisabete era uma mulher incrível e seu sorriso era a coisa mais linda que eu já tinha visto. Sempre que estávamos juntos, nada mais importava, nem mesmo o trabalho. O problema era justamente eu. Não sou uma pessoa boa, muito menos digna do seu coração. Estava prestes a falar sobre o que sentia, e talvez fosse o que ela esperava, mas não pude ser egoísta de tê-la sabendo que poderia machuca-la. Todos tinham razão de falar que eu er
Elisabete Essa última semana foi horrível. Tive que estar ao lado de Henrique, pois, estávamos trabalhando juntos outra vez. Parecia que o homem estava arranjando desculpas para me ver, mas isso era ridículo, já que foi ele que terminou comigo. Sim, eu poderia estar agindo friamente, no entanto, fazia isso porque não conseguia ficar ao seu lado sendo a pessoa de antes. Minha cabeça tinha que esquecer a loucura de me apaixonar pelo meu chefe, mas ele estava dificultando as coisas sendo um homem legal e gentil. Minha vida deu um giro de trezentos e sessenta graus e eu estava perdida. Não queria um novo relacionamento, pois sentia que minha paixonite pelo idiota do Henrique duraria mais um tempo, mas tinha que sair e me distrair. Fábio estava sendo um cara legal e divertido, e quando o gato ligou me chamando para sair, pensei em recusar, entretanto, minha irmã me convenceu do contrário, dizendo que eu só esqueceria de um homem estando com
Enrique Nunca imaginei que uma mulher iria me colocar contra a parede, mas Elisabete era diferente em vários sentidos. Assim que vi quem era o homem ao seu lado, confesso que quase surtei. Roberto me convenceu a não ir até eles e quebrar a cara do maldito. Fábio Duarte e eu crescemos juntos e éramos amigos até a faculdade, no entanto, sempre fomos competitivos e com o tempo nossa relação foi se desgastando e nos tornamos rivais. Eu sempre estava dois passos a sua frente e isso o irritava. Ele vinha querendo roubar os meus clientes já há muito tempo, mas se aproximar de Elisabete foi a pior coisa que ele já tinha feito. O conhecendo bem, sabia que isso tinha um propósito, e faria de tudo para mantê-la longe do cafajeste que também era conhecido por embebedar as mulheres e leva-las para a cama. Assim que o vi a agarrando na parte superior da boate, joguei tudo para o ar e caminhei em direção a eles, mas Elisabete foi mais rápida em se li
Elisabete A partir do momento que nos abrimos em relação ao que sentíamos um pelo outro, tudo se tornou real e bem mais complicado. Primeiro existiam os traumas e os receios de Henrique que agora eu tinha conhecimento sobre o que levou um homem como ele ser tão frio dessa forma. Todos nós temos os nossos demônios e os guardávamos à sete chaves. Às vezes eles nos faziam mudar, pois pensávamos que dessa forma não erraríamos outra vez, mas esse era o problema. Ficar no passado, preso a um erro, só nos prejudicava e impedia que seguíssemos a vida. Henrique Vilella era um homem bom, ele só queria se manter seguro para não passar pelos mesmos erros do passado. Eu o entendia, mas desejava ajuda-lo a sair desse quarto escuro onde o homem sensível e carinhoso se colocou por não se achar merecedor. Era nítido que ele se culpava pelo que aconteceu e seria difícil convence-lo do contrário. Eu também não poderia esquecer-me da sua mãe que