Elisabete Eu não fazia ideia de por que surtei daquela forma, mas ouvi-lo dizer que tudo estava acabado, me bateu uma insegurança e medo irracional. Ele iria fazer o que eu queria, era para ter aceitado, porém, esses sentimentos tomaram conta do meu ser e confundiram o meu cérebro. Não sei como tive coragem de dizer “não”, já que estava claro para nós dois que isso não daria certo. A questão era que eu queria conhece-lo mais. Era loucura, já que sempre discutíamos, mesmo tendo concordado que isso não aconteceria mais. Assim que cheguei em casa, um desejo incessante de querer me bater tomou o meu corpo e corri para o sofá onde Mariana estava para lhe contar tudo. Ela ouviu a minha história sem falar nada. Eu estava desabafando, mas também me autocriticando por todas as merdas que fiz no dia. No fim, perguntei a ela a sua opinião. — Você ainda quer se bater? — Ela perguntou e achei estranho. — Sim, acredito
EnriqueNão sabia se estava fazendo a coisa certa em leva-la para minha casa de praia e passar o dia conversando sobre mim. Particularmente, odiava conversar sobre meus sentimentos, por isso me reservava bastante, e os que sabiam de algo sobre mim, eram muito próximos ou estavam lá quando aconteceu. Eu ainda não sabia o porquê Elisabete não aceitou terminar logo com tudo isso, mas posso dizer que fiquei feliz. Agora estava parado esperando a morena que me garantiu que já estava pronta, e quando finalmente a avistei saindo pela portaria, o tempo pareceu diminuir a cada passo que ela dava. A mulher estava com um cropped simples, um short e um cardigã floral, solto. Seus cabelos escuros estavam soltos, voando com o vento e ela usava óculos que cobriam seus olhos castanhos. Mas o sorriso em seus belos lábios fazia tudo ficar mais lindo. — Não me diga que está chateado só porque atrasei cinco milésimos? — Perguntou bem-humorada. —
Elisabete Eu sabia que havia um motivo para que esse homem fosse dessa forma e acreditei que poderia realmente ter sido devido a Amanda, mas agora descobri que algo, além disso, aconteceu. Não sei se foi outro amor ou não, porém tinha que admitir que estava curiosa. Claro que eu não insistiria em continuar falando sobre algo que o fazia se sentir mal, por isso resolvi mudar de assunto. — Então, o que mais gosta de fazer? — Perguntei tentando mudar o clima que ficou no ar. Henrique franziu o cenho me analisando. — Não gosto de muitas coisas. — Falou. — Mas deve ter algo que goste. — Insisti. — Por exemplo, eu amo sorvete e um belo jardim de flores. — Ok. — Disse desconfiado. Ele me encarou enquanto eu ainda esperava a sua resposta. Acredito que ele notou que eu não me sentiria satisfeita enquanto ele não falasse, então respirou fundo. — Gosto de bolo de cenoura com chocolate. — Disse e abri um sorriso de al
ElisabetePor incrível que pareça, tivemos uma tarde excelente e animada. Eu não sabia o porquê de ele ter mudado de ideia e vindo me acompanhar, porém, gostei disso. Eu realmente estava gostando de conhecer aquele homem misterioso. Entretanto, antes de sair da sua casa senti algo inexplicável. Ele estava bem, no entanto era como se eu não quisesse deixá-lo. Era óbvio que quanto mais o conhecia, mais me apegava a ele. Não sei por que era desse jeito e sabia que tinha que lembrar o que estava fazendo. Henrique era meu chefe, tudo isso era uma mentira, e assim que o prazo acabasse ele me dispensaria. Não queria nada além da sua amizade, e se ele visse que não era boa o bastante para continuar a trabalhar ao seu lado, entenderia e acharia outro emprego. A questão era que eu não o tiraria da mente tão rápido, e se cometesse a besteira de confundir tudo poderia sair dessa com um problema, já que o homem tem uma grossa camada de gelo que o protege de tudo, inclu
Elisabete Acordei com a minha cabeça doendo e sem lembrar de quase nada. Meu corpo estava em um lugar muito confortável e macio. Assim que abri os olhos, a claridade que entrava por uma pequena brecha da cortina, ajudou-me a ver o ambiente em que estava e não era o meu quarto. Aos poucos consegui reconhecer o lugar e essa constatação me deixou um pouco assustada, pois ainda não conseguia lembrar como cheguei aqui. Levantei-me do colchão macio, rápido, e abri a cortina que me deu uma vista maravilhosa da praia. Olhei para mim no reflexo do vidro e vi que não usava as minhas roupas, mas sim uma grande camiseta que parecia mais uma camisola. — O que aconteceu ontem? — Perguntei a mim mesma. Vasculhei o lugar à procura dos meus pertences e os achei não muito longe de onde eu dormia. Não trouxe tanta roupa, porém, ainda havia uma que ainda não tinha colocado. Ainda bem que sempre ando precavida. Mariana sempre dizia que isso era um grande e
Elisabete Desde aquele dia, Henrique estava muito estranho. Quando me deixou em casa ele estava de bom humor, até beijou o meu rosto antes que eu saísse. Ficar perto dele era difícil, mas eu tentava ignorar as sensações estranhas e boas, o problema era que após conversarmos e daquele beijo ardente, tudo ficou mais complicado, não o desejar estava ficando impossível. Acordei cedo na segunda, mesmo sendo um dos piores dias, pois, tínhamos que suportar a ressaca do fim de semana. Assim que saí na portaria, avistei o chefe que estava encostado no capô do carro à minha espera. Eu ainda não conseguia entender como esse homem podia ser tão lindo. Era como se ele sugasse a beleza das coisas só para o seu benefício. — Bom dia. — falei quando já estava em sua frente. O homem me avaliou de cima a baixo e finalmente sorriu para mim. Odiava constatar que Henrique podia fazer com que meu corpo se tornasse água quando fazia qualquer coisa a
Enrique Já fazia alguns dias que eu vinha ignorando a minha mãe. Era óbvio que ela iria acabar sabendo do meu “namoro” com Elisabete, e as últimas mensagens que ela me deixou foram bem estranhas. Disse a ela que poderíamos nos encontrar para uma conversa em um horário que eu pudesse e a mulher aceitou. O problema era Elisa que estava querendo fugir disso a todo custo. — Você poderia dizer a ela que tive uma emergência. — Falou insistindo mais uma vez para que eu desistisse da conversa. Estávamos em uma confeitaria onde minha mãe adorava ir. Se ela fosse para a agência com toda certeza seria uma péssima ideia, pois eu já sabia qual seria a reação dela quando conhecesse Elisabete. — Isso está fora de questão, querida, e vai por mim, é melhor vocês se conhecerem na minha presença. — Falei dando um sorriso. — Você já disse que sua mãe não era muito… legal. — Ela disse tomando cuidado com as palavras. — E você terá uma
Elisabete Ter que suportar aquela mulher, foi como estar sendo queimada viva. Meu nível de estresse foi às alturas e quase gritei no meio daquela confeitaria. Ainda não sabia o porquê não fiz, mas foi melhor assim. Fiquei surpresa com o convite de Henrique, e tão curiosa que tive que aceitar. Ultimamente estávamos ficando mais próximos, e mesmo que sua mãe fosse uma megera, não podia mudar a forma como estávamos, pois estava gostando disso. Minha surpresa foi muito maior quando vi que estávamos indo para a sua casa. Ele nunca tinha me convidado para tal lugar, só chegamos a ir a Porto de Galinhas, coisa que eu já considerava um avanço. Esse homem ainda era um mistério e quanto mais o conhecia, mais conseguia entendê-lo. Algo aconteceu em seu passado, fora o seu caso com Amanda, que deixou marcas em sua mente. Ele não revelava muito sobre isso, mas quando soltava algumas pistas, eu conseguia ver amargura em seu olhar. Não ousava pergunt