A bandeja chegou poucos minutos depois que Theodore a deixou. Priyanka serviu-se de uma torrada e espalhou uma fina camada de manteiga no pão crocante quando ele voltou ao escritório, roupa trocada, cabelos penteados e rosto bem barbeado. Ele ainda parecia cansado, no entanto, e um pouco mais pálido do que o normal quando se sentou em frente a ela e se serviu de uma xícara de café.
— Duvido que qualquer um de nós tenha algo parecido com apetite esta manhã. — Theodore começou, entre goles de café. — Mas devemos fazer o nosso melhor para nos fortalecermos para o que quer que o dia nos traga.
Priyanka não podia contestar a sabedoria de suas palavras. Ela não conseguia imaginar onde poderia estar quando a noite caísse, e depois de muitos dias de viagem e pouca comi
Eles se separaram na beira da calçada, o destino de Theodore a apenas dois quarteirões de distância, enquanto Rishi partia com a silhueta de uma das lojas atrás dele.Uma onda de culpa passou por Theodore enquanto ele caminhava em direção à Rosa e Espinhos. Mas não era pior que a própria que Priyanka sentia. Quando ele se virou para encará-la completamente, viu seu olhar firme sem vacilar um momento. Ela parecia realmente disposta a dar um fim a isso.Depois de algumas palavras com o estalajadeiro, um homem alto e magro com unhas amarelas e dentes mais amarelos ainda - o que ele ainda tinha deles - Theodore foi conduzido a uma sala privada nos fundos do edifício. O lugar era pequeno, mobiliado com restos que pareciam ter sido resgatados de um século anterior e encostados em pared
— Eu presumo que você acredita que tem a vantagem. — Adele se remexeu na cadeira. — Que continuaremos com essa pequena farsa patética de barganha até que você consiga o que deseja e eu finalmente saberei o paradeiro de Neville, correto?Ela se mexeu de novo, as saias farfalhando enquanto os dedos dos pés calçados com chinelos apareciam por baixo da bainha do vestido. Ele observou uma meia dúzia de expressões diferentes deslizarem pelo rosto dela, até que uma que o deixou particularmente inquieto se estabeleceu em sua testa.— Você gosta dela, não é? — olha intimidador para Priyanka, e isso a fez se sobressaltar. Olhando paras ela, havia uma Priyanka lhe sorriso, um sorriso funesto e perigoso. Parecia outra pessoa. Já Theodore, se manteve um pouc
Não havia mais nada que Priyanka poderia fazer. Ela agora, estava livre do compromisso de assumir as responsabilidades que não eram suas. Seu único compromisso era dar a Neville o amor que ele merecia.Priyanka chamou Theodore, ele suspirou fundo enquanto ela lhe dizia o que foi resolvido. Adele iria receber a mesada e não desistiria de seus direitos sobre Neville e não entraria em contato em nenhum momento, não importando a situação. Ele a sentiu abatida e amargurada. O que mais ele queria fazer era dar-lhe seu apoio e fazê-la se sentir amparada.Theodore informou a Adele que seus advogados iriam entrar em contato com os documentos necessários para ela assinar e antes deles irem embora, - com Priyanka andando na frente sem olhar para trás, - Adele pediu um adiantamento, que Theodore de
Priyanka suspirou fundo enquanto observava Neville, ingenuo, brincar alegremente com seus novos pertences. Teve sorte e agora poderia voltar para casa…Lar. Priyanka olhou ao redor, para as paredes e móveis do quarto em que estava sentada. Esta certamente não era sua cas
Theodore olhou pela janela de sua carruagem. Eles já haviam feito a volta pelos portões, a estrada larga e plana que levava à casa principal curvando-se suavemente entre as árvores e fora de vista.A primeira etapa de sua jornada da Capital ao Castelo Pinova foi uma provação. A chuva se tornando um obstáculo incessante, tornando as estradas - se tal palavra pudesse ser usada para caminhos tão esburacados que os fabricantes de rodas locais teriam negócios suficientes até o final do mês - quase intransitável até que o pior do dilúvio passou. A certa altura, vários quilômetros fora de Lounte, Theodore considerou ordenar ao motorista que os virasse e começasse a jornada de volta para a Capital, mas ele demoliu esse pensamento antes que pudesse dar-lhe uma voz. Theodore observou Taani descer a colina de volta para a casa. Assim que teve certeza de que ela estava longe o suficiente para não os ouvir, ele voltou sua atenção para Priyanka. Seu olhar tinha encontrado algum lugar além das paredes artisticamente deterioradas da loucura para se fixar, a brisa agitando os cachos de seu cabelo que tocavam seu pescoço e a gola alta e franzida de seu vestido.— Você está bem? — perguntou, e esperou pela resposta dela.Ele observou enquanto o peito dela subia, as narinas dilatavam-se ligeiramente enquanto ela respirava fundo.— Estou, sim. — disse ela, sem se virar para olhar para ele. — Sua irmã tem sido muito gentil, fazendo tudo ao seu alcance para que Neville e eu nos sintamos em casa.Capítulo 38
Theodore ergueu uma sobrancelha. — Você quer dizer que se culpa pelo comportamento de sua irmã?— Não mais. — ela confessou após um momento de consideração. — Mas você pode me dizer com toda a honestidade que você nunca voltou no curso da vida do seu irmão e pensou sobre o que você ou sua família poderia ter feito de forma diferente para levar todos a um resultado diferente? Ele se recostou no assento, tanto quanto a pedra dura e inflexível do assento permitia. — Um pouco.Ela engoliu em seco e limpou a garganta antes de falar. — Pode surpreendê-lo ouvir-me dizer isso, mas comecei a entreter a noção de que você e eu… Bem, que compartilhamos alguns traços comuns, pelo menos no que diz respeito aos nossos personagens.Ela estava zombando dele de alguma forma? Ele a observou, mas não havia nenhum sinal em sua maneira ou expressão de que ela estava prestes a atacá-lo com palavras.— Nós dois somos os primogênitos em nossas famílias. — explicou ela, aparentemente imune ao olhar de incre
Priyanka afastou uma mecha de cabelo ruivo do rosto antes de se inclinar sobre o pequeno berço de madeira. Neville ficou na ponta dos pés, ambas as mãos se estendendo em sua direção, seus dedos gordos faziam movimentos de agarramento no ar.— Não acha que está um pouco grandinho para ser carregado, hum? Que tal começar a andar para dar descanso as minhas costas? — Brincou ela. Em resposta, a criança riu o mais forte dos sorrisos. — Certo, certo. Com essa carinha, realmente não dá para recusar!Assim que suas mãos o agarraram, a criança soltou um gemido terrível de prazer, seus olhos cinzentos brilhando quando Priyanka o balançou em um círculo completo no ar antes de finalmente colocá-lo em seu quadril.— Você dormiu bem? — O som de sua voz apenas aumentando o sorriso do menino, sorriso que exibia dois pequenos dentes na gengiva inferior.Priyanka trocava sua fralda e colocava roupas limpas. Falava com ele sobre o que sonhara enquanto dormia, do sol que brilhava pela janela e das rosas-