Eu entrei no jornal, Osvaldo estava lá, com seu nariz em pé, ele administrava o jornal há anos, eu não admitirei que ele faça com Helena o que fez comigo, por meses após eu ir embora ele criou calúnias e mentiras, mas com Helena seria diferente, eu mesmo o pararia se necessário. — Como posso te ajudar? — Uma mocinha simpática pergunta. — Quero falar com seu chefe. — Eu olhei para a mesa do cretino que fingiu não me ver. —Eu lamento, o senhor Osvaldo não está recebendo visitas. — Ela falou dando um breve sorriso. — Eu o estou vendo daqui. — Ele não me escaparia. — Ele não está recebendo visita… Não deixei ela terminar a frase fui andando em direção a ele, que estava fingindo ler algo, eu parei de frente a sua mesa, seus olhos negros, ele era um homem de no minimo uns 70 anos, se pensa que a essa altura o bom senso já tenha chegado, mas no caso dele não. — Como ousa acusar minha irmã de roubo? — Falei mostrando o jornal. — Com que intuito difama uma adolecente? — Quer se sentar
Eu era uma piada, fui por anos por causa dela, e quando a ouvi falando isso e não pensei, a joguei dentro do primeiro beco que vi, queria que ela me dissesse olhando nos meus olhos. — Eu sou o que Liz? — Ela tentou se soltar, mas eu aprendi com meu corpo,a queria ali, a queria me encarando. — Uma piada, olha que está fazendo. — Ela olha para os lados. — Imagina o que vão falar. Então eu a soltei, eu era uma piada nas mãos de Liz, ela nunca pediu perdão, nunca se desculpou pelo que fez, ela não se importava, age como se não tivesse me humilhado na frente de todos, age como se tivesse razão. — Eu sou mesmo, olha onde estou, tentando ajuda-la quando você só me despreza, quando você nem ao menos me pediu perdão, não mereci sequer um pedido de desculpa não é Liz? — Eu ri, ela faz uma cara de confusa. — Nem mesmo “ me desculpa Marcos por ter te deixado lá com uma maldita aliança nas mãos, sendo chacota de toda a cidade”.— Do que está falando? — Ela fala como se realmente aquilo nunca t
Ele nunca havia recebido a carta, ele nunca leu ou soube, eu senti um enjôo, me sentei em um banco na praça, as pessoas me olhavam, devo estar horrível. Puxei o ar, queria chegar em casa. Eu sempre achei que Marcos me rejeitou, que ele nunca respondeu porque para ele eu estava morta, que nossa história tinha acabado, mas se ele nunca recebeu, se ele nunca recebeu meu pedido de desculpas, se ele nunca soube, o que isso significava, o que isso mudaria? Ele disse que não sabia, não era a resposta que eu queria, mas não posso culpá-lo, conseguir me levantar, precisava ver minha mãe, no mesmo dia que escrevi para Marcos eu escrevi uma carta para ela, não quis ligar, não queria ter que lidar com diversos questionamentos que eles fariam, mas esperei a ligação dele por dias, por meses porém nunca chegou. E mesmo sabendo que minha mãe tinha recebido a dela, eu precisava que ela me falasse se por acaso o carteiro deixou duas cartas ao invés de uma, se por acaso ela deixou de entregá-la. Quan
Cheguei em meu escritório e por sorte Bianca estava ocupada, não estava com cabeça para conversar naquele momento, eu preciso fazer o meu trabalho, preciso me esquecer de Liz, preciso me esquecer da m*****a carta que se perdeu no meio do caminho. Meu telefone tocou e um dos advogados que estava verificando os negócios que Luís tinha com senhor juliano. — Alô, Marcelo, alguma novidade?— Luís era um dos sócios, porém aparentemente o negócio estava no nome do senhor Juliano, acredito que ele serviu de laranja, a coisa foi bem feita. Luís cobriu o prejuízo dos outros sócios, porém ele tem o senhor Juliano em suas mãos. Ele pode denunciá-lo a qualquer momento, não sei exatamente o que o impede de fazer. — Me lembro das lágrimas de Liz naquele dia, o medo do toque de Luís, eu iria matá-lo.— O que podemos fazer?— Até que exista uma acusação, não há nada que podemos fazer. O que parece é que a casa dos Valença foi leiloada em um leilão há algumas semanas,o comprador é anônimo, não houve ra
Leila, eu não tinha parado para conversar com ela desde de que cheguei, eu planejava resolver as coisas entre nós, mas desde do dia que cheguei as coisas estão me empurrando, não consigo acreditar que aquela garota doce que eu conheci faria algo assim. Talvez eu devesse um pedido de desculpas para ela, talvez eu não tenha pensado em como ela se sentiria.— Eu vou falar com ela. — Eu queria entender o que aconteceu com Leila.— Não precisa eu cuido disso. — Minha madrinha falou, ela obviamente estava envergonhada. — Eu lamento tanto em pensar no que poderia ter acontecido. — Eu preciso ir também, eu preciso entender o porquê. — Minha madrinha confirmou com a cabeça, ela sabia que eu não desistiria. — E sobre Helena, vim por causa disso, imaginei que estaria em prantos. — Marcos cuidou disso, estou aliviada. — Claro que eu não fui mencionada, minha mãe era uma puxa saco de Marcos, apesar dela ter seu favoritismo por Luan, ele é o bom garoto.— Ainda bem, e Helena como está? — E com
Mathews saiu e deixou eu com a bomba, precisava resolver tudo, mas o melhor é conversar com senhor Juliano, não queria fazer isso, não queria que ele soubesse que isso já chegou até mim. Mas agora preciso resolver outra coisa, Bianca precisava de uma explicação, as coisas não estão boas para nós, e agora a m*****a carta de Liz.— Luan irá liberá-la que horas? — Perguntei para Bianca que revira os olhos. — Não sei, pergunte para ele. — Eu não queria encarar o meu irmão, não agora, não sabendo o que sei. — Vou te esperar em meu escritório, não vá sem passar lá. — Ela apenas balançou a cabeça confirmando. E em menos de uma hora ela estava em meu escritório, estava séria, Bianca estava sofrendo com aquilo, eu estava sofrendo e….— O atraso no jantar, a recusa em me atender, o que quer Marcos?— Quero que as coisas sejam mais fáceis. — Ela sorrir. — Ainda quer se casar?— Quero, em meio a essa loucura, eu sei que você é estável.— Estável? — Bianca respira fundo. — Vou dá andamento ao c
Parei de frente a casa de Luís, eu vinha aqui com meu pai quando mais nova, o senhor Luís sempre foi gentil, eu ficava horas em sua biblioteca enquanto meu pai e ele falava de negócios, ele sempre um admirador de artes, havia tantos quadros e tantas estátuas. Senhor Luís sempre foi um homem bondoso, ele me dizia que eu era demais para Cordonelia, que eu merecia mais do que essa cidadezinha podia me oferecer, talvez eu tenha sido totalmente influenciada por ele, mas na outra ponta tinha minha mãe me dizendo que um casamento era mais vantajoso. Senti enjoo, entrar ali sozinha era perigoso, ir lá e ameaçá-lo e o que ele poderia fazer? ninguém sabia que eu estava indo até ele, o melhor é esperar, peguei o celular. — Elisabete decidiu o que fazer? — O advogado pergunta.— Consegue me mandar a cópia de tudo? — Eu posso, mas de nada valem, o que pretendem fazer? — Eu levaria tudo até Luan, não posso encarar Luís, não consigo.— Quero um acordo com ele, claro que vou pagar por seus serviç
Não demorou muito para o senhor Juliano descer, Liz me olhava como se quisesse me esganar, mas eu decidi ignorá-la por completo. — Bom dia! — Meu tio falou, de forma desconfiada. — Precisa da minha ajuda para algo?— Podemos conversar em seu escritório? — Pedir me levantando da mesa.— Mas é claro, vamos. — Ele olhou para as três mulheres. — Nada de ouvir atrás da porta. E pelo olhar da minha tia essa advertência era necessária, ele me guiou até seu escritório, então ele se sentou, em sua mesa tinha a foto de Helena pequenina fazendo careta, pelo que me recordava tinha outra de Liz do lado dessa, ela usava um vestido florido e estava emburrada com algo, mas claro a de Liz foi retirada, como todas as fotos dela que era espalhadas pela casa. — No que posso ajudar? — Ele pergunta.— Sobre os seus negócios com Luís. — Ele se ajeitou, pareceu descontente.— Não entendo, o que tem haver com isso? — Respirei fundo, meu tio é um homem orgulhoso.— Como se deixou ser laranja de um golpe? —