Já estamos há uma semana aqui, ainda não havíamos saído à noite, meus irmãos indicaram uma boate e eu decidi que seria uma boa coisa a fazer. —Você tem certeza? —ele perguntou quando eu dei a ideia. —Bem, sim. Se você não quiser ir, tudo bem, nós não vamos. —eu disse. —Não é isso, eu nunca estive em um lugar assim. —ele explicou. —Odeio lugares movimentados. Parei para encará-lo por alguns segundos. Oscar passa uma visão totalmente diferente daquilo que ele realmente é, imaginei que ele fosse uma pessoa muito ativa e sempre nesses ambientes. —Então, nós não vamos. —afirmei. —Não, nós vamos. —ele disse. —Preciso conversar com você. —Comigo? Aconteceu alguma coisa? —perguntei. —Não, é que talvez eu precise voltar antes do fim de semana. —ele explicou. —Precisam da minha presença para um acordo. —Entendi. Está tudo bem, vamos aproveitar enquanto você está aqui. —afirmei. Eu e Oscar passamos bastante tempo conversando na beira do lago, descobri mais algumas coisas sobre sua vida
Como ele disse, Oscar precisou voltar para New York antes de mim, eu ainda tenho quatro dias aqui. Mamãe e papai finalmente puderam fazer seus comentários sobre a opinião deles. —Andria, ele é lindo, mas vocês parecem um pouco distantes. —minha mãe comentou. —E você sabe que eu percebo as coisas a quilômetros de distância. Mamãe tem uma mania esquisita de sair falando o que ela pensa, bem, nessa parte infelizmente ela tem razão, eu e Oscar realmente não somos um casal, por isso essa "distância" que ela percebeu. —Oscar é mais reservado, mamãe, ele não gosta de demostrações públicas. Quer uma demonstração maior de carinho do que vir atrás de mim no Brasil? —perguntei tentando convencê-la. —Pode ser, mas tem algo a mais. —ela insistiu. Alex havia conversado comigo, ele sabe um pouco da verdade, apenas o que eu me senti confortável para dizer a ele. Ouvi alguns conselhos do irmão mais velho. Oscar saiu na noite de ontem, se despediu da minha família e foi embora. Até esse momento,
Quando cheguei em New York, enviei uma mensagem de texto para Oscar, pedindo que ele viesse ao meu apartamento, avisei que era urgente, até o momento em que desfiz as malas, ele não havia respondido. Tive medo de ir até a empresa, mesmo depois de tudo que vivemos no Brasil, eu não quero arriscar aparecer na empresa dele e acabar tendo alguma surpresa desagradável. Foi um choque descobrir a gravidez, ainda estou com medo de tudo, de não conseguir ter o bebê, medo da maternidade puramente dita, não foi assim que eu imaginei os meus vinte e cinco anos, com uma criança de um homem que talvez não o queira. Enviei outra mensagem para Oscar, perguntando se ele havia recebido a primeira mensagem, horas se passaram e eu liguei, ele não me atendeu. Não vi outra opção a não ser ir à empresa no dia seguinte. Aproveitei o restante do dia para sair e começar a comprar algumas coisas, talvez assim eu me sinta mais próxima da maternidade, talvez a ficha realmente caia e eu consiga aceitar que tud
Dois meses depois Posso agradecer a Deus que os enjôos acabaram, as primeiras semanas foram horríveis para mim. Estou prestes a entrar na clínica para fazer mais uma consulta pré natal e saber como anda a vida do meu bebê. A ficha finalmente caiu, eu já me sinto uma mãe, mesmo que seja cedo já me considero uma mãe e sei que vou dar duro para cuidar do meu filho. Eu decidi continuar trabalhando na empresa do senhor Hilton, ele foi um fofo comigo, entendeu minha situação e pediu que eu não saísse da empresa. —Andria Alencar —fui chamada. Entrei na sala da minha médica e sentei na cadeira, saúde aqui nos EUA é muito caro, só estou conseguindo manter tudo porque aceitei outro cargo e com um aumento de salário. —Bom dia, Andria. Vamos ver como está o seu bebê? —a dra. perguntou. Eu deitei na maca e ela levantou a minha blusa, passou o gel por todo o local e começou a deslizar o aparelho, eu ainda não sei diferenciar nada, mas eu já posso ouvir o coração dele, então é sempre como se
Cinco meses se passaram desde que Andria veio até mim, dizendo que estava grávida de um filho meu. Como poderia ser verdade? Eu tomei a decisão de não ter filhos, desde que minha ex esposa faleceu, decidi que não queria ter família ou filhos com outra pessoa. Mas, isso já tem muitos anos, muita coisa mudou e agora eu não sei se sou o mesmo homem de antes. A viagem ao Brasil me mostrou tantas coisas, a família de Andria me acolheu tão bem, até mesmo seus irmãos ciumentos. Aquelas palavras dela estão martelando em minha mente até agora. Quando cheguei do Brasil, foi para resolver um assunto importante sobre um contrato assinado de forma errada, depois disso, aconteceu uma sucessão de coisas que deixaram minha mente cheia. Eu estava em casa, pensando sobre a viagem com Andria, eu tinha decidido que levaria ela para conhecer o meu lar. Eu decidi tentar realmente ter algo sério com ela, comecei retirando todas fotos da minha ex esposa, tirei os quadros, levei tudo para o porão. Enquant
Reta final da minha gravidez, meu parto está agendado, decidi fazer a cesárea, acho que é mais cômodo para mim. Decidi que o nome do meu filho vai ser Miguel, comprei pouca coisa para ele porque quando Miguel fizer dois meses de vida nós iremos embora daqui. Se não fosse pela minha equipe, meses atrás eu nem lembraria do meu aniversário, é impressionante como tudo passou tão rápido, os meses em que vivi com Oscar, em sua grande rede de indecisão, observando agora, eu perdi muito tempo naquilo. Acabei de sair do trabalho, exausta, meu chefe até me liberou e disse para eu ficar em casa descansando, mas eu prefiro trabalhar até o último momento, se eu ficar em casa sem fazer nada, vou enlouquecer de ansiedade. O táxi me deixou na porta do prédio, entrei rápido no elevador e me joguei no sofá assim que entrei em casa. Desde cedo que eu venho sentindo uma leve cólica, já tomei remédio e ela sempre volta. Coloquei uma água quente na banheira e tirei
Miguel está completando seu primeiro mês de vida hoje, meu filho é um bebê incrível, dorme a noite inteira, só chora se sentir fome ou estiver sujo, seus olhinhos são muito parecidos com os meus. Eu ainda tento descobrir o porquê dessa marquinha na mão. Mamãe e papai estão ansiosos para conhecer meu bebê, a família inteira aguarda a chegada do mais novo integrante da família. —Senhor Hilton, muito obrigada por tudo, eu e Miguel voltaremos para casa no próximo mês. —eu disse ao meu chefe. —Oh, Andria, iremos perder uma ótima líder, minha querida. —ele respondeu com pesar. —A oportunidade que tive aqui foi incrível, quem sabe um dia eu volte. —respondi com lágrimas nos olhos. Eu ainda não trouxe Miguel, acho ele muito novinho para sair de casa, então eu apenas contrato uma pessoa para ficar de olho nele no horário em que estou na empresa. —Estou torcendo para isso acontecer, querida. —ele falou. No horário de almoço, eu e Andrew fomos almoçar, ele tem sido um amigo incrível nesse
Essa empresa foi a minha casa nos últimos anos, estar indo embora traz uma sensação de tristeza e arrependimento antes mesmo que eu realmente saia. Miguel acabou de completar três meses de vida, meus pais já não se aguentam mais de tanta ansiedade para conhecer o netinho, adiei um pouco a viagem porque ainda tinha assuntos de trabalho para tratar. —Bom dia, pessoal! Eu e Miguel viemos dizer Adeus! —eu os cumprimentei assim que cheguei. —Oh meu Deus, Andria, ele é lindo! —Nikki comentou e veio correndo para pegar meu filho no colo. —Vamos sentir saudades de você, Andria! —Andrew disse antes de se aproximar. —E também desse garotão! Todos os colegas, incluindo minha inimiga declarada, foram conhecer o meu bebê, Miguel é muito comunicativo e ia de braço em braço sem chorar. O senhor Hilton se aproximou de mim e me entregou uma cesta de café da manhã. —Um presente de despedida, em nome da empresa! —ele disse. —Ohh, senhor Hilton, que coisa linda, obrigada!Eu o abracei, passamos al