Desde que chegamos aqui, eu e Miguel nunca saímos da chácara, ele ama a natureza, é praticamente um peixinho, por conta do calor, ele ama viver dentro da sua banheira. —Andria, seu pai vai ao centro para fazer compras, gostaria de ir junto? Eu fico com o Miguel. —minha mãe ofereceu. Eu realmente estou muito necessitada de ir comprar objetos pessoais para mim e também para meu filho. —Ok, estou precisando mesmo! —confirmei. O calor é tanto que eu estou usando roupas que achei que nunca mais iria vestir, short jeans e uma blusinha de alça fina. Entrei no carro com meu pai, eu estava observando a paisagem quando ele pigarreou e perguntou: —Você está bem? —Sim, muito bem. —respondi. —Você nunca disse o que aconteceu quando voltou, ele não o quis? —ele foi direto na pergunta. Eu não falei a verdade para meus pais porque não achei que fosse ideal, ele não quis nenhum de nós e eu não queria parecer uma melancólica chorando por um homem como ele. —Pai... —A gente só quer saber, não
Nem sei contar exatamente o tempo que eu estou na fossa, Andria parece ter feito algo contra mim, eu simplesmente não consigo me relacionar com nenhuma mulher, estou a ponto de enlouquecer. Helga finalmente mostrou suas verdadeiras intenções, e infelizmente para ela, foi jogada de escanteio. Eu não quero envolvimento com ninguém agora e Helga seria a última pessoa da terra que eu procuraria. Lógico que ela não aceitou bem, acha que está me dando um gelo na empresa, mas na verdade ela está me dando um descanso. Desde que Andria foi embora, fiquei tão firme no trabalho que já fechamos mais de vinte projetos grandes, sendo que tive que abrir uma nova seleção de funcionáriosVez ou outra eu encontro o amiguinho dela aqui no prédio, não sei o motivo, mas meu coração fica calmo quando percebe que ele realmente não tem nada com ela. Estou indo ao meu apartamento quase todo dia, fico olhando pela janela, esperando por um milagre e que Andria apareça ali. —Não esquece, a reunião começa em
Miguel está completando quatro meses, está uma bolinha viciada em mamar, parece um bezerro. Meus pais agem como se ele fosse o rei desta casa. —Mãe, vou a cidade para comprar fraldas, está precisando de algo? —perguntei. —Oh não, querida. Pode ir tranquila. —ela respondeu. Peguei a chave do carro e parti rumo a cidade, desde que eu conheci nosso vizinho, ele vem quase todo dia para conversar com meu pai e acaba puxando assunto comigo também. Quando cheguei ao centro fui direto no supermercado dele, entrei e fui na parte de produtos higiênicos. Enquanto eu escolhia as fraldas e mais algumas coisas, senti uma mão em meu ombro, olhei para trás e Almir estava ali, sorrindo. —Bom dia, que surpresa. —ele disse. —Bom dia, pois é! estou atrás de fraldas para aquele pequeno bezerro. —sorri. —Leve quantas quiser, é um presente meu. —Oh, não. Não posso aceitar! —respondi. —Pode sim, mas se quiser me pagar, jante comigo qualquer dia desses. —ele disse. Olhei para os lados para conferir
Não posso acreditar que Oscar está aqui, justo em uma data importante para mim. Vê-lo com as mãos em meu filho foi a coisa mais assustadora, primeiro ele nos rejeita e agora simplesmente reaparece? Impossível. Abracei Miguel e sentei na cama com ele, decidindo ainda o que deveria fazer. A porta do quarto foi aberta e eu virei para ver quem era, minha mãe entrou silenciosa e sentou ao meu lado. —Então, ele descobriu. —ela comentou.—Não quero que ele tenha contato com meu filho. —afirmei. —Isso ficou bem claro, minha filha. Mas, apesar de não gostar da forma como ele tratou você, pense no Miguelito, ele precisa de um pai. —ela me olhou com pesar. —Mãe, ele precisou de um pai e não teve, posso conseguir sozinha. Não quero mais nada com Oscar. —Andria, você não é obrigada a voltar para ele, mas ele tem o direito de ver o filho, pense bem, ele é muito rico, pode conseguir isso na justiça, tente resolver tudo na conversa. —ela levantou da cama e beijou minha testa. —Seja sábia. Apena
—Ele parece muito envolvido com o nosso Miguelito. —meu pai comentou. Enquanto Oscar brincava no lago com meu filho, eu e meu pai observamos sentados na varanda da casa. —Sim, é o mínimo que ele pode fazer. —comentei.—Ele já disse quando volta? —ele perguntou.—Não, deve ser em breve, a empresa não pode passar muito tempo sem a presença dele. —eu expliquei. Ainda é cedo pela manhã, minha mãe preparou um café e alguns biscoitos de polvilho, dava para ouvir as risadas de Miguel, fico feliz que meu filho esteja tão animado. Meu telefone logo tocou e atendi ao ver que meu amigo me ligava. —Ei, seu pequeno mentiroso, cadê você? —perguntei rindo. —Andria, minha querida, estou em São Paulo, se puder vir me buscar, eu agradeço. Já estou no hotel onde eu vou ficar com a minha convidada, vou te enviar o endereço.—Está brincando? —questionei eufórica.—Não, já estou aqui. Venha. —ele riu e desligou. Alguns segundos depois, recebi um SMS constando o endereço do hotel, entrei em casa e ve
—O que ele está fazendo aqui? —Oscar questionou quando Andrew e Nikki foram para o hotel. —Veio passear e ver o afilhado. —respondi. Meu pai comprou uma cadeira de balanço e colocou na beira do lago, embaixo de uma árvore, Miguel acabou dormindo depois de mamar, continuei sentada com ele nos braços, até que Oscar chegou. —Ele deve amar muito o meu filho para sair de New York até aqui. —ele comentou. —Você saiu, duas vezes. —rebati. —É diferente, eu estou aqui porque é o meu filho, também tem você, ele está aqui porque... —O que? Por que ele me quer? Não seja idiota, Oscar. Ele trouxe uma namorada, caso não tenha visto. E além disso, eu gostaria de gostar de um cara como ele. Oscar me encarou, olhos saindo faísca, ele parece estar morto de ciúmes, mas não posso fazer nada. Não fui eu que perdi a chance de ser feliz. —Mas se apaixonou por mim. —ele enfatizou. —Sim, no passado. Agora nós não temos nada, só um filho, o que já é muita coisa. —despejei. Miguel se mexeu em meus braç
Decidi apresentar os pontos turísticos da cidade para meus amigos, Oscar ficou furioso quando eu disse que ele não estava incluso no passeio. —Então você não vai levar o Miguel. —ele disse.—Claro que vou, eu sou a mãe dele. —rebati.—E eu sou o pai. —ele falou irritado. Deixei de discutir com Oscar e fui dar banho e vestir meu filho para o passeio, o dia está tranquilo e sem muito sol, aproveitei para deixar meu bebê mais confortável com uma roupa simples. Oscar está mostrando outro lado dele, um que eu nunca tinha visto antes, ele recebe diversas ligações todo dia do pessoal da empresa, avisando que ele precisa voltar, mas ele bateu o pé e disse que só sai daqui se nos levar junto. Miguel já estava pronto, Oscar não perguntou mais nada, o que eu achei estranho, ele pegou seu tablet e foi para a varanda da casa e sentou ali, trabalhando. Quando eu e Miguel estávamos prontos para ir, eu o ouvi falando alguma coisa sobre as ações da empresa e também o nome de Helga. Inclusive, est
Não posso ficar aqui nem mais um dia, porém, não vou embora sem Andria e meu filho. Já estou aqui há quase um mês e minha empresa vai falir se eu não voltar e tomar o controle de tudo novamente. Os pais de Andria estão tentando convencê-la de que é melhor para nós se formos embora, Miguel vai ter uma vida melhor dentro de uma família. —Oscar, não faça isso. —ela entrou no quarto e me disse. —Isso o quê? —perguntei.—Meus pais vieram com a conversa de que seria bom se eu tentasse me entender com você, isso não vai acontecer, não posso voltar. Esqueceu que eu não tenho mais emprego? —ela explicou. —Eu estou entendendo, mas isso não vai mudar nada, eu disse que compro uma casa nova, posso fazer o que você quiser, mas volte com meu filho. Eu não quero ficar longe dele. —falei pela centésima vez.Andria respirou fundo e caminhou até o berço onde Miguel está brincando com seus animais de silicone, ele está prestes a fazer cinco meses e coloca tudo na boca, eu acho uma gracinha. —Oscar,