Giulia RicciardiAcordei com o som das risadas e vozes animadas de Francesca e Liz. Ainda meio grogue, demorei alguns segundos para me situar. O quarto estava iluminado pela luz da manhã que atravessava as cortinas, e as duas já estavam de pé, aparentemente discutindo o que vestir para o evento de hoje.— Finalmente! Achei que você não ia levantar nunca. — Francesca provocou, olhando para mim pelo espelho enquanto arrumava os cabelos.Liz virou-se com um sorriso caloroso.— Bom dia, dorminhoca!— Bom dia, meninas. — Respondi, esfregando os olhos. — Parece que vocês já estão animadas para o dia.— Claro que estamos! — Liz respondeu, rindo. — Hoje é o grande dia das mulheres.Lembrei-me do que Alice tinha nos contado na noite anterior: um amigo secreto “adulto”, algo ousado e divertido que ela havia organizado para nós. A ideia era que cada uma levasse um presente que pudesse ser usado por qualquer uma das participantes, sem saber para quem o presente seria. Confesso que a ideia me deix
Lorenzo SalvatoreA sala de jogos estava cheia de fumaça, risadas e o som inconfundível de copos sendo colocados na mesa com força. Era um ambiente tipicamente masculino, recheado de camaradagem e rivalidade saudável. Eu estava ali, com o controle na mão, focado na partida de videogame. A tela brilhava com intensidade enquanto Marco e eu esmagávamos Luis e Giovanni em uma partida intensa de futebol virtual.— Anda, Luis! Vai deixar o moleque passar por você assim? — gritou Stefan, rindo, enquanto tomava um gole de sua bebida e assistia ao massacre que acontecia na tela.— Ele tem sorte! Só isso! — Luis respondeu, a voz embargada pela frustração.— Sorte? É habilidade, meu caro. Aprende com os melhores — provoquei, lançando um olhar de canto para ele, enquanto Marco ria alto ao meu lado.Luis tentou recuperar o controle da situação, mas Marco marcou mais um gol, arrancando um coro de zoações dos outros homens na sala. Era um espaço de relaxamento raro, onde, apesar das tensões que todo
Giulia RicciardiSentei-me na beira da cama, ainda tentando processar o que havia acabado de acontecer. Meu coração batia descompassado, como se eu tivesse corrido uma maratona, e meu rosto queimava de vergonha e... outra coisa que eu não ousava nomear.Levantei os olhos para o quarto bagunçado, evidência clara da minha pressa anterior, e soltei um suspiro pesado. Como diabos Lorenzo tinha me pegado nessa situação? O controle do vibrador... Ah, meu Deus.Tudo começou quando Francesca e eu subimos para trocar de roupa. Ela foi rápida, sempre prática, pegou suas coisas e saiu antes de mim, dizendo algo sobre atender uma ligação importante. Fiquei sozinha no quarto, e então, o pensamento surgiu. Não era a primeira vez que eu me sentia curiosa sobre o presente que tinha recebido no amigo secreto. Aquele vibrador controlado à distância era discreto e intrigante. Eu queria saber como funcionava, se era tão poderoso quanto Alice tinha sugerido ao comprá-lo.Procurei pelo controle no fundo da
Giulia RicciardiO clima ao redor da piscina era leve e descontraído, as conversas fluíam como o vinho que, em breve, começaria a ser servido. Francesca estava ao meu lado, rindo de algo que Matteo havia dito a Giovanni, mas eu mal prestava atenção. Meu olhar teimava em buscar Lorenzo, mesmo que eu tentasse disfarçar. Ele estava com Marco e Filipe, perto da mesa, e por mais que estivesse cercado de pessoas, parecia alheio a tudo.Foi então que Liz sugeriu que todos bebessem um pouco para animar ainda mais o fim de tarde.— Ótima ideia! — Meu irmão exclamou, já se levantando. — Vamos pegar os vinhos e os uísques.Os homens se prontificaram a ir até a cozinha e à adega buscar as bebidas, enquanto nós, as mulheres, ficamos encarregadas dos petiscos. Francesca e eu fomos até a mesa no canto da varanda, onde estavam as tábuas de frios. Salames, queijos e pães foram colocados nos pratos com agilidade.— Você está estranha. — Francesca murmurou, me olhando de soslaio enquanto dividíamos o tr
Lorenzo SalvatoreA água da piscina estava morna, o suficiente para aliviar a tensão que parecia correr por todo o meu corpo. Enquanto os outros riam e brincavam ao meu redor, eu me mantinha em silêncio, observando, como sempre. Era um hábito — um reflexo do meu trabalho e da minha natureza. Mas, naquela noite, minha atenção estava fixada em uma única pessoa: Giulia Ricciardi.Ela estava radiante. O biquíni preto que usava contrastava com sua pele e acentuava suas curvas, e mesmo que eu tentasse desviar os olhos, não conseguia. Era como se ela tivesse um ímã que me atraía, algo que eu não conseguia — ou não queria — controlar.Aos poucos, as pessoas começaram a deixar a piscina. Giovani foi o primeiro, dizendo que tinha trabalho cedo na manhã seguinte. Marco e Celeste seguiram logo depois. Francesca e Matteo ainda estavam por ali, mas claramente distraídos um com o outro. Alice, a noiva de Luis, já havia bebido mais do que deveria, e Luis a levou no colo para dentro da casa, com um so
Giulia RicciardiAinda tentava recuperar o fôlego do que havia acontecido entre mim e Lorenzo na cozinha. Entrei no quarto com cuidado, tentando evitar qualquer barulho que pudesse acordar minha irmã e Liz. Mas minha respiração continuava acelerada, e a sensação dos dedos de Lorenzo dentro de mim ainda queimava na minha pele, como se ele tivesse reivindicado algo que já era dele. Meu corpo havia se entregue sem hesitação, como se sempre tivesse pertencido a ele.Já me explorei sozinha antes, em momentos de solidão e curiosidade, mas nunca havia sentido outra pessoa me tocar daquela forma. O toque de Lorenzo foi avassalador, muito melhor do que eu poderia imaginar. Talvez fosse porque era ele, o homem que sempre desejei, ou porque foi minha primeira vez permitindo algo assim. Não importava o motivo. Eu sabia que jamais esqueceria essa noite.Deitei na cama, ainda atordoada, o olhar fixo no teto enquanto tentava processar tudo."Nunca mais duvide de mim."As palavras dele ecoavam na min
Lorenzo SalvatoreNo silêncio do meu quarto, a mente ainda insistia em voltar à noite anterior. Deitado na cama, o teto parecia mais interessante do que nunca, porque olhar para ele era mais fácil do que encarar o peso do que eu havia feito. Passei a mão pelo rosto, frustrado. Giulia Ricciardi. Eu havia cometido a maior loucura da minha vida, mas, se fosse para morrer por algo, morreria feliz. A lembrança dos gemidos abafados dela enquanto estava entregue a mim no balcão da cozinha era como uma tatuagem gravada na minha alma.Aquele desejo... aquele momento. Por um breve instante, eu me permiti imaginar como seria se o mundo fosse diferente, se eu não estivesse tão preso a lealdades e responsabilidades. Mas logo espantei o pensamento. O mundo não era assim, principalmente o meu.Se Domenico Ricciardi descobrisse o que aconteceu, eu seria um homem morto. Literalmente. Não importava se Giulia era tão culpada quanto eu por aquele encontro, para ele, a culpa sempre recairia sobre mim. E,
Giulia RicciardiA sensação era estranha. Durante toda a manhã, Lorenzo evitou cruzar olhares comigo. Não era só uma impressão, era evidente. Ele desviava o rosto sempre que nossos olhares quase se encontravam, e a postura dele parecia mais rígida do que o normal, como se estivesse constantemente em alerta.Lorenzo sempre foi reservado, mas, depois do que aconteceu na cozinha na noite passada, esse comportamento só podia significar uma coisa: ele estava fugindo de mim.Eu sabia que a situação entre nós era arriscada, que tudo poderia explodir se alguém descobrisse. Mas será que ele estava arrependido? Essa ideia passou pela minha cabeça, e eu a descartei rapidamente. Não, Lorenzo não era do tipo que fazia algo para depois se arrepender.Enquanto observava à distância, vi quando ele se juntou à mesa com Marco, Matteo e Luis. Eles riam e conversavam como se nada estivesse errado. Mas eu sabia. Eu sentia que algo estava diferente.Suspirei, cruzando os braços enquanto estava sentada à me