✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Não conto as vezes em que olhei para o céu e pedi pra que ela voltasse pra minha vida. Eu adoraria poder voltar no tempo, mas lamber as feridas não era mais uma opção favorável.Não cabia em minha realidade....Dei um jeito de me comunicar com Elizabeth. Na verdade, consegui espioná-la durante uma aula de dança. Eu apenas não contava com o imprevisto de ter que me esconder dentro de uma cabine, quando planejei deixar o papel na mochila dela e sumir.Ali, do outro lado da porta, ouvi sua voz perguntando se tinha alguém. Eu quis responder, mas não conseguia. Então, apenas empurrei um pedaço de papel por baixo da cabine e torci para não ser visto.Que barulho foi esse?Abri lentamente a porta, encontrando Elizabeth desmaiada no chão. Ao seu lado, o pedaço de papel. Avancei os passos para perto dela e tentei reanimá-la. Em vão.Ela não acordava.Ouvi passos se aproximando e precisei fugir pela janela da cabine. Aquela foi a fuga mais estreita que eu já havia fei
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩A adrenalina de ser perseguido dentro do apartamento onde você deveria se sentir "seguro", a mando de seu pai, era ainda mais devastadora do que ser tido como um morto.Entre tiros e quebradeira, Chris e eu escapamos pelas escadas, atirando em pessoas desconhecidas que nos apontavam canos de ferro. Ninguém viria nos socorrer.Ninguém se importava o suficiente.Chegando ao estacionamento, eu percebi que estava certo. Os pneus do meu carro estavam furados, bem como os pneus do carro de Chris.—Chris, aqui! —Ofegante, corri na direção de um Audi TT azul e quebrei o vidro com algumas coronhadas na janela.Eu e meu guarda-costa entramos, roubando o carro esportivo de luxo. Ainda armados, ele acelerava enquanto eu me esforçava para perceber se estávamos sendo seguidos.—Lorenzo não me disse nada, como conseguiram? —Ele se perguntava, mantendo a alta velocidade em meio aos carros, num trânsito cheio.—Foi o meu pai. —Mantive a pistola apontada para a janela fechada.
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Senti meus olhos escurecendo. O ar pareceu pesado.Minhas mãos ficaram geladas.Que diabos...—Senhor?!Tudo ficou absolutamente escuro.✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Procurei refúgio. Eu precisava sentir que estava com ele. Corri desesperada para as margens do lago onde ele foi assassinado e teve seu corpo roubado violentamente.Eu nunca me esquecerei daquela noite. Ela se repete constantemente, todos os dias, no interior dos meus olhos. Ainda que eu não adormeça, estou vendo a mesma cena repetidas vezes durante a noite e o dia.E se você estivesse aqui? E se eu enlouqueci? —Eu não consigo mais. Estou enlouquecendo sem você. —Me ajoelhei sobre o local de terra. Havia grama em todo o parque, mas naquele lugar restou apenas terra depois que limparam. —Eu sei que não fui boa pra você, mas te perder era mesmo tão inevitável assim?Como a sombra, papai surgiu atrás de mim, bloqueando a luz do sol.—Não quero que volte aqui, Liza, minha filha. —Olhou para mim, com sobera
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Abri os olhos e encontrei uma expressão preocupada de Chris. Em meu braço estava amarrado um cordão de silicone.—Senhor! Senhor? Consegue me ouvir? Injetei algumas miligramas de adrenalina em sua veia, me perdoe. O senhor desmaiou e está muito pálido. —Ele permaneceu falando quando me sentei, tirando aquela coisa do braço. —Quando foi a última vez que comeu?Pisquei.Atordoado.Inseguro.Fraco.—Eu não me lembro, Chris. —Levei a mão na cabeça e cocei os cabelos. —Que horas são?Seu olhar para mim, exalava indignação. O que ele esperava?! Eu tinha compromissos!—Senhor, faz alguns minutos que estava desmaiado e está preocupado com as horas? —Ele se levantou do chão, carregando uma maleta de primeiros socorros. —Quinze e trinta. —Olhou-me com revolta.—Vou fazer uma salada e comer rápido. —Me equilibrei, esticando os braços para alcançar a parede. —Tem alguma coisa aqui que eu possa dirigir?—Quatro motocicletas na garagem subterrânea, senhor. Mas, não aconselh
Cabeça baixa, máscara cobrindo meus traços, deixando apenas os olhos.A porta foi se abrindo lentamente enquanto eu mantive as mãos dentro dos bolsos. Trêmulas. Geladas.—M-Moço, você errou de lavabo.Suspirei, mantendo o olhar fixo nela. O coração acelerava como as asas de um beija-flor.Ela gaguejou, entregando o nervosismo.Eu conhecia aquela reação. Sabia o que acontecia internamente dentro daquele peito que subia e descia desesperadamente, só esperando para ser surpreendido outra vez.—Você... Tem a mesma voz e... Esse olhar tempestuoso, decidido, intrigante... —Sorriu, com os olhos cheios. —Me desculpe, você parece com alguém que eu conhecia.Eu permaneci paralisado. A indecisão, o medo, me impediam de tomar uma atitude e desenterrar os pés do chão na direção dela. Apesar de ser o causador de todo o sofrimento dela, eu queria consolá-la. Eu queria tê-la.—Poderia falar novamente? Só pra eu... —Engoliu, pestanejando. Deixou escapar algumas lágrimas grossas, mas se conteve. —Você
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Quando a desesperança toma conta do seu peito, você só sente um vazio enorme.Passei semanas, dias, horas me sentindo dessa maneira, até aquele momento fatídico. Era estar mergulhando nos braços da esperança novamente. Ele estava me segurando, me beijando, me olhando. Era demais para alguém como eu acreditar. Se eu morresse naquela hora, teria vivido os melhores minutos da minha vida toda.Ofegante e domada pela emoção de tê-lo outra vez, recuei a cabeça, subindo o olhar de encontro aos dele, sussurrando:—Me belisca...-—Não preciso. —Mordiscou meu lábio inferior, prendendo minha cintura à dele. —Eles vão te matar-—Eu estou aqui, não estou? "Morri" por você uma vez, posso morrer novamente. Seu sorriso para mim, era a realidade da qual eu precisava. Embora parecesse incomodado com algo na cintura, ele se mantinha inconsequente como antes.Alguém bateu na porta e, logo em seguida, perguntou:—Liza? Vai se mudar para o banheiro?Mamãe...Wictor me soltou aos
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Nossa volta para casa foi marcada por um bom humor que tomou conta da minha estrutura facial.Meu sorriso me fazia parecer louca.Arrumei o cardigã, olhando pela janela do carro em movimento e ignorando a presença do meu noivo.—Você parece feliz. Diferente de quando saiu da mesa. O que aconteceu naquele banheiro, Liza?Bryan pôs a mão sobre a minha, ameaçando ultrapassar o contato físico.—Me olhei no espelho e percebi o quão sortuda eu sou por ter... —Pisquei, virando a cabeça para ele, e engoli as palavras. —Por estar me relacionando em prol do bem-estar da sua família e da minha. —Menti.Bryan não esboçou reação alguma. Sua expressão de sorriso falso permaneceu no mesmo lugar. Ele sabia que era mentira, mas não poderia me contestar.Com isso, foi a minha vez de perguntar:—Por onde esteve, depois que eu fui ao banheiro? Fabricando as próprias respostas, ele permanecia me olhando com a mão parada sobre a minha, na coxa. Um pensamento começou a se expandir e
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Titia estava descompassada e minha mãe, desacreditada. Mantive o silêncio, observando a distância. Tia Claire passou pela porta, como um furacão, prometendo nunca mais voltar a falar com meu pai.—Como você pôde? Eu... Eu quero acreditar que Claire está errada, Walter, mas é impossível. —Ela manteve a mão trêmula e magrecela sobre o peito, impactada.Ele expirou, erguendo o olhar para ela. —Vá em frente e acredite nas mentiras de Clair-—Você está mentindo o tempo todo pra mim. —Sua fala fez papai encará-la, desonrado. —A sua cara treme. Há um brilho sombrios nos seus olhos quando estão olhando para mim... E eu não quero mais ter que viver com dúvidas-—O que está insinuando? —Ele estreitou as sobrancelhas, enrijecendo.—Walter, eu quero o divórcio.Papai ficou sem palavras. Os sapatos de mamãe a levaram para as escadas. Os estilhaços de vidros fizeram um zumbido irregular quando o copo foi arremessado contra um dos pilares daquela sala, sob a fúria de meu p