✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Monttene ainda estava em seus aposentos quando eu me encontrei com o Chris. Toquei seu ombro antes que os pés dele tocassem os degraus da entrada, e ele me olhou por cima dos ombros.—Senhor Konnor?—Pode me dar uma carona até o centro da cidade? Chris juntou as sobrancelhas no alto da testa e girou para mim. Estava sempre com uma mão na submetralhadora e outra esperando um ataque. Era como olhar para um líder de guerra.Em silêncio, ele atravessou o jardim, caminhando ao meu lado, e se aproximou de seu carro.Batemos as portas e passamos o cinto de segurança.—Lorenzo sabe que o senhor está saindo? É que, geralmente, ele avisa à segurança...—Não. Não sabe. —Arfei, afundando a cabeça no encosto de couro. Suspirei. —Precisamos conversar um pouco e o caminho vai nos ajudar com isso.Chris desceu o vidro fumê e se identificou, apesar de não ser necessário. Os seguranças permitiram nossa saída sem contestações. Era como estar livre, mas infelizmente estava deixa
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Titia pareceu surpresa quando lhe mencionei sobre Elizabeth. —Meu querido, ela está bem? Você tem notícias sobre ela?Inspirei fundo, movendo os ombros e apertei as coxas.—T-Titia, ela está comigo. —Ela se inclinou para a frente, interessada naquela informação, e eu prossegui. —Elizabeth tem fugido comigo desde que eu a encontrei se fogando na cachoeira, sozinha, sem ninguém. Desde então eu tenho protegido minha irmã e... Bom, ela não quer voltar. Mesmo sabendo dos riscos, Elizabeth quer ficar ao meu lado nessa loucura.—E o que pretende fazer, Wictor?—Já desmascarei o meu pai, agora preciso desmascarar mais alguém, saber umas coisas com o meu pai e finalmente viver livre. O mais importante de tudo, inocentar o meu nome.Os olhos dela brilharam para mim. Tia Claire era alguém que sempre torceu por mim, apesar de todas as punições injustas de meu pai.—No que precisar, eu estarei aqui, meu sobrinho. Não se preocupe com isso. O que quer que eu faça?Olhei par
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Não era o meu evento favorito, mas eu estava disposta a ceder. Após a saída de Wic, Enzo se aproximou de mim, com toda a alegria que somente ele sabia ter. Era contagiante e me fazia sentir normal.—E então, Bonviella... Você não é um segurança comum, não é? —Paola brincou, balançando o chicote para os lados enquanto caminhávamos até o estábulo sob um sol que estava esquentando.—Não estou mais sob a destra deles-—Mas ainda usa o sobrenome. —Ela o olhou pelo canto dos olhos com ofensa banal. —Essas coisas são complicadas. —Voltou a olhar para o horizonte. —Liza que o diga, não? Uma Konnor! É muito pra alguém como ela...—Eu estou aqui, Paola. —Enrijeci, atrasando os passos. —Se vai falar de mim, na minha frente, ao menos olhe na minha cara!—Não seja por isso! Paola atrasou dois ou três passos e me encarou. Ela era alta, mas também magra. Não oferecia muitos riscos em caso de agressão. —Você tem ideia do quanto eu estou tendo que aguentar por causa do seu mal
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Fazer com que o senhor Konnor ficasse seguro era tudo o que eu queria e precisava fazer em meu trabalho, mesmo quando isso significava conspirar contra Lorenzo Monttene: um psicopata criminoso na alta sociedade.—O que queria conversar comigo? —Adentrei a sala, fechando a porta atrás de mim. —Sente-se, rapaz. —Indicou a poltrona de frente para ele, sentando ao lado da lareira. —Essa biblioteca é a prova de sons, então fique tranquilo. Nada do que me disser aqui correrá o risco de ser... "Vazado". —Sorriu, exibindo aquela arcada dentária encardida.Me sentei na poltrona, deixando a submetralhadora suspensa pela bandoleira.—Quando fui atrás de você, pra proteger o garoto, tinha a certeza de que você seria fiel a ele. Disso eu nunca duvidei. Afinal de contas você é um mercenário com pouca idade. O quê? Trinta anos? —Afastou os joelhos, relaxando os pés para a frente. —Mas, nunca mais ouse atender as ordens dele, antes das minhas. Ficou claro?Assenti, engolindo.
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Eu sabia que Enzo não iria acatar o que eu estava dizendo. Ainda não tinha desistido, mas precisava lhe dar espaço.—Você não confia em mim, não é? —Protestou, passando as mãos pelas madeixas ruivas. —Lá fora... —Esticou o braço em direção aos portões gigantescos das muralhas. —... É cada um por si e você sabe muito bem disso. Eu não posso deixar que me veja sempre como um perdido que não consegue se defender ou proteger o próprio cliente, Christian.Estava pronto para lhe refutar quando vi Lorenzo passando pelas portas de entrada. Parecia determinado e confiante, embora a nossa conversa tenha sido acalorada minutos atrás.Ele ergueu o braço e flexionou os dedos para me chamar. Bufei impaciente. —Eu amo você, Christian. Eu amo muito você. Mas, não posso deixar que minha vida esteja, constantemente, em suas mãos. Não mais. Eu vou falar com o Wictor e vou perguntar sobre seus planos. —Aproximou-se de mim, e segurou meu rosto com delicadeza. —Goste ou não. Pela
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Após o banho, Elizabeth se vestiu normalmente. Seus olhos vermelhos de tanto chorar tornavam sua face ainda mais entristecida. Não estava levando nada comigo, não poderia.—Preciso ir. Tenho que me encontrar com o Chris no estábulo em meia hora e já se passaram vinte minutos. —Puxei ela uma última vez e senti seus braços em mim, como se não fossem me soltar.—Eu estou cansada de lhe perder. —Chorou em meu peito, abafando o choro. —Eu estou tão cansada de implorar para que fique...Suas palavras me atingiram no peito. Espremi ela em meus braços, sem querer partir. Eu não queria deixá-la, embora soubesse que voltaria para buscá-la e que ela estaria em boas mãos. —Não se livrou de mim, ainda. Hã? —Puxei o fôlego, espremendo os olhos para secá-los. —Eu volto pra buscar você e dessa vez será definitivo. Eu farei tudo certo, prometo. Sem fulgas. Sem esconderijos. Sem envolvimento com gente criminosa. Elizabeth puxou minha cabeça para um beijo sufocante e foi como
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Trancados naquela sala, o delegado sentou-se de frente para mim, e me encarou. Empurrou as costas para trás, expirando. Eu estava desarmado, mas ele conferiu antes que ficasse "a vontade" comigo.—Como, senhor Konnor? —Franziu o cenho estreitando os olhos.—Seja específico, delegado...?—Noronha. —Continuou. —Como conseguiu fugir por tanto tempo? Quer dizer, você é um bilionário muito importante, mas... Não é Deus! —Brincou num sorriso bufante. —Eu me pergunto se tem um cúmplice e... Onde está sua refém-—Irmã. —Enrijeci, mordendo a mandíbula.Ele relaxou os olhos e sorriu pelo canto dos lábios, erguendo minimamente o queixo para mim. —Suponho que você queira um acordo, certo? —Apoiou as mãos sobre a mesa, esperando por minha resposta.—Estou disposto a entregar alguém tão procurado quanto eu. Também darei a localização de onde minha irmã está e... Contarei como consegui ficar por tanto tempo escondido.O delegado arqueou as sobrancelhas e se inclinou para a
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Fiquei analisando-a enquanto ela organizava seus pensamentos.—Wictor, pode me dizer o que pretende?—Bom, posso dizer minhas propostas. —Deslizei a língua entre os lábios. —Darei a localização de um dos criminosos mais procurados desse país, direi onde Elizabeth está e, de quebra, entregarei umas coisinhas que ele, o procurado que entregarei, faz nas horas livres. Também darei o endereço dos empregados dele que eu conheci durante essa jornada.Gemma me olhou embasbacada. Ela havia conseguido um caso muito grande.—Muito bem, eu acredito que para isso haja um preço e você vai querer alguma coisa grande de nós, certo?—Sim. —Concordei, erguendo o queixo. —Quero que me levem até o meu pai e, quando me prenderem, me coloquem numa sela ao lado da dele. Também quero que a minha pena seja reduzida e... Que deixem a minha irmã em paz, livre de suas falcatruas porque ela não sabe de nada.—O que está querendo dizer com isso?Pensei em cada palavra que estava prestes a