✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Fazer com que o senhor Konnor ficasse seguro era tudo o que eu queria e precisava fazer em meu trabalho, mesmo quando isso significava conspirar contra Lorenzo Monttene: um psicopata criminoso na alta sociedade.—O que queria conversar comigo? —Adentrei a sala, fechando a porta atrás de mim. —Sente-se, rapaz. —Indicou a poltrona de frente para ele, sentando ao lado da lareira. —Essa biblioteca é a prova de sons, então fique tranquilo. Nada do que me disser aqui correrá o risco de ser... "Vazado". —Sorriu, exibindo aquela arcada dentária encardida.Me sentei na poltrona, deixando a submetralhadora suspensa pela bandoleira.—Quando fui atrás de você, pra proteger o garoto, tinha a certeza de que você seria fiel a ele. Disso eu nunca duvidei. Afinal de contas você é um mercenário com pouca idade. O quê? Trinta anos? —Afastou os joelhos, relaxando os pés para a frente. —Mas, nunca mais ouse atender as ordens dele, antes das minhas. Ficou claro?Assenti, engolindo.
✩。•.─── ❁Chris❁ ───.•。✩Eu sabia que Enzo não iria acatar o que eu estava dizendo. Ainda não tinha desistido, mas precisava lhe dar espaço.—Você não confia em mim, não é? —Protestou, passando as mãos pelas madeixas ruivas. —Lá fora... —Esticou o braço em direção aos portões gigantescos das muralhas. —... É cada um por si e você sabe muito bem disso. Eu não posso deixar que me veja sempre como um perdido que não consegue se defender ou proteger o próprio cliente, Christian.Estava pronto para lhe refutar quando vi Lorenzo passando pelas portas de entrada. Parecia determinado e confiante, embora a nossa conversa tenha sido acalorada minutos atrás.Ele ergueu o braço e flexionou os dedos para me chamar. Bufei impaciente. —Eu amo você, Christian. Eu amo muito você. Mas, não posso deixar que minha vida esteja, constantemente, em suas mãos. Não mais. Eu vou falar com o Wictor e vou perguntar sobre seus planos. —Aproximou-se de mim, e segurou meu rosto com delicadeza. —Goste ou não. Pela
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Após o banho, Elizabeth se vestiu normalmente. Seus olhos vermelhos de tanto chorar tornavam sua face ainda mais entristecida. Não estava levando nada comigo, não poderia.—Preciso ir. Tenho que me encontrar com o Chris no estábulo em meia hora e já se passaram vinte minutos. —Puxei ela uma última vez e senti seus braços em mim, como se não fossem me soltar.—Eu estou cansada de lhe perder. —Chorou em meu peito, abafando o choro. —Eu estou tão cansada de implorar para que fique...Suas palavras me atingiram no peito. Espremi ela em meus braços, sem querer partir. Eu não queria deixá-la, embora soubesse que voltaria para buscá-la e que ela estaria em boas mãos. —Não se livrou de mim, ainda. Hã? —Puxei o fôlego, espremendo os olhos para secá-los. —Eu volto pra buscar você e dessa vez será definitivo. Eu farei tudo certo, prometo. Sem fulgas. Sem esconderijos. Sem envolvimento com gente criminosa. Elizabeth puxou minha cabeça para um beijo sufocante e foi como
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Trancados naquela sala, o delegado sentou-se de frente para mim, e me encarou. Empurrou as costas para trás, expirando. Eu estava desarmado, mas ele conferiu antes que ficasse "a vontade" comigo.—Como, senhor Konnor? —Franziu o cenho estreitando os olhos.—Seja específico, delegado...?—Noronha. —Continuou. —Como conseguiu fugir por tanto tempo? Quer dizer, você é um bilionário muito importante, mas... Não é Deus! —Brincou num sorriso bufante. —Eu me pergunto se tem um cúmplice e... Onde está sua refém-—Irmã. —Enrijeci, mordendo a mandíbula.Ele relaxou os olhos e sorriu pelo canto dos lábios, erguendo minimamente o queixo para mim. —Suponho que você queira um acordo, certo? —Apoiou as mãos sobre a mesa, esperando por minha resposta.—Estou disposto a entregar alguém tão procurado quanto eu. Também darei a localização de onde minha irmã está e... Contarei como consegui ficar por tanto tempo escondido.O delegado arqueou as sobrancelhas e se inclinou para a
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩Fiquei analisando-a enquanto ela organizava seus pensamentos.—Wictor, pode me dizer o que pretende?—Bom, posso dizer minhas propostas. —Deslizei a língua entre os lábios. —Darei a localização de um dos criminosos mais procurados desse país, direi onde Elizabeth está e, de quebra, entregarei umas coisinhas que ele, o procurado que entregarei, faz nas horas livres. Também darei o endereço dos empregados dele que eu conheci durante essa jornada.Gemma me olhou embasbacada. Ela havia conseguido um caso muito grande.—Muito bem, eu acredito que para isso haja um preço e você vai querer alguma coisa grande de nós, certo?—Sim. —Concordei, erguendo o queixo. —Quero que me levem até o meu pai e, quando me prenderem, me coloquem numa sela ao lado da dele. Também quero que a minha pena seja reduzida e... Que deixem a minha irmã em paz, livre de suas falcatruas porque ela não sabe de nada.—O que está querendo dizer com isso?Pensei em cada palavra que estava prestes a
✩。•.─── ❁Wictor❁ ───.•。✩É verdade o que dizem sobre a primeira noite preso. O silêncio realmente assusta. Eu ouvia passos no lado de fora e alguém estava na sela ao lado. Eu não sabia seu nome, pois, o isolamento era bom. Infelizmente.Passei a noite em claro. Meus pensamentos me levavam até Elizabeth e me traziam as lembranças da praia. Era como se a noite durasse cerca de duas a três horas. Aparentemente estava passando rápido.Será que você vai conseguir viver bem, se esse plano idiota der errado?Não sabia se era noite ou dia. Não tinha janela. Não tinha relógio.O barulho de engrenagens invadiu a minha cabeça como se fosse explodí-la. Gemma estava parada no vão da porta.Bocejou, tentando disfarçar.Com as mãos na cintura, acenou com a cabeça para que eu saísse da sela e eu o fiz. Estendi as mãos para a frente, sendo algemado por um dos dois oficiais que estavam com ela.Nós seguimos pelo mesmo corredor frio e silencioso até a maldita salinha minúscula. Não tinha cheiro de fas
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩A noite chegou. Chris não falou comigo durante todo o tempo. Ele parecia inquieto, ficava andando de um lado para o outro pelos jardins enquanto Enzo já não era mais visto. Será que Wictor levou o Enzo com ele?Não fazia sentido para mim. Wic teria falado comigo sobre essa parte do plano.Todos procuraram pelo meu irmão durante a noite toda. Já era madrugada e eu não conseguia dormir. Ouvi batidas sutís na porta. Joguei as pernas para fora da cama e cruzei o quarto.Abrindo a porta, encontrei uma expressão apreensiva na face de Chris.—Senhorita Liza, precisa vir comigo. Agora mesmo. Ele estava nervoso. Eu nunca o vi daquele jeito.Pisquei.Desenterrei os pés do chão e segui Chris para fora do quarto. Paola e Lorenzo não eram vistos com frequência, mas estavam ainda mais reclusos desde o desaparecimento do meu irmão. Chris parecia saber o que estava fazendo.Enquanto descemos pelo lance de escadas, ele se mantinha alerta o tempo inteiro.Verificou se estávamos
✩。•.─── ❁Liza❁ ───.•。✩Havia uma multidão em frente à base do FBI. Réporteres, curiosos, jornalistas... Todo mundo estava com câmeras e muitos flashs apontados para mim.Eu queria morrer.Desci do carro de cabeça baixa, com o casaco sobre a minha cabeça. Encarava a multidão de sapatos espalhados a minha volta. Os agentes me levaram para dentro do prédio e, ao passarmos, tudo ficou silencioso outra vez.Foi uma sensação poderosa.—Senhorita Elizab-—Liza. —Pedi, levantando a cabeça novamente após tirar o casaco.—Claro, querida. —Limpou a garganta, caminhando comigo por um corredor longo e frio. —Liza, querida, eu vou precisar lhe fazer algumas perguntas depois que o médico forense vier examiná-la, tudo bem? Sente dor em algum lugar? Está se sentindo bem?Sua enchurrada de perguntas me deixava zonza.Talvez não fossem suas perguntas. Talvez fosse a ausência da minha dose diária de morfina: Wictor Konnor.Meus pés fracassaram na missão de me deixar em pé e eu fui ao chão.Depois disso,