A sala da diretoria da empresa Whitmore estava em um silêncio tenso. Os funcionários trocavam olhares inquietos, murmurando entre si sobre o anúncio inesperado que Damien Whitmore, irmão do falecido executivo, estava prestes a fazer.
Damien limpou a garganta e se apresentou na frente da sala. Todos os olhares se voltaram para ele com expectativa. Caros colegas", ele começou, com uma voz grave, "eu os chamei aqui para informá-los de uma decisão importante que foi tomada. Afinal de contas, após a morte de meu irmão Darren Whitmore, é hora de anunciar o testamento de meu irmão. Os funcionários trocaram olhares desconcertados e ouviram-se leves suspiros na sala. Damien estava louco? Alexander era tão exigente e mal-humorado? Ele seria o novo diretor da empresa Whitmore? -É por isso que, após cuidadosa deliberação, nomeei meu sobrinho Alexander Whitmore como sucessor de Darren Whitmore, é a vontade dele e eu a estou cumprindo", anunciou Damien, fazendo uma pausa para que suas palavras fossem compreendidas. A reação dos presentes foi imediata. Murmúrios de preocupação e algumas expressões de perplexidade tomaram conta da atmosfera. Alexander Whitmore, o jovem e ambicioso executivo, era conhecido por seu estilo de liderança inflexível e sem empatia. Naquele momento, a porta da sala de reuniões se abriu e Alexander entrou com um passo firme e um porte imponente. Seu rosto tinha uma expressão séria, quase intimidadora. Ele passou os olhos pelos funcionários, que o olharam com receio. Damien deu a palavra a seu sobrinho, que se aproximou do centro da sala. Alexander ficou na frente de todos e, com uma voz grave, começou a se dirigir aos presentes. Dirijo-me a vocês como o novo presidente da Whitmore", começou ele, com um tom pouco caloroso, "e é uma honra e uma grande responsabilidade para mim assumir a liderança desta empresa. Sei que muitos de vocês têm dúvidas sobre minha capacidade e estilo de gestão, mas garanto que meu único objetivo é levar a Whitmore a um nível de excelência e eficiência sem precedentes. Ele fez uma breve pausa e seus olhos mais uma vez examinaram os funcionários, que ouviam com cautela. -A partir de hoje, exigirei comprometimento total com a empresa e uma dedicação inabalável aos resultados. Não tolerarei erros ou ineficiências. Alguns dos presentes trocaram olhares de resignação e preocupação. Quando Alexander terminou seu discurso, ele acenou levemente com a cabeça e se virou para sair da sala. Damien o seguiu com os olhos. Alexander caminhou rapidamente até seu novo escritório, ainda segurando tantas coisas de seu pai que ele sentiu que estava ao lado dele. Uma vez no escritório, ele observou a imponente vista da cidade que se estendia diante dele. Era um cenário de sucesso, poder e controle. E era exatamente isso que ele desejava. Pai, apesar de você ter me colocado nisso e me condicionado, prometo que farei o meu melhor", disse ele, colocando o porta-retratos na mesa. Ele se sentou na cadeira giratória, sentia-se invencível dali, no alto do imponente edifício corporativo. De repente, Lauren veio à sua mente, ele não queria que ela o dominasse, mas ela ainda estava lá e a culpa apontava para ele. "Você é uma fera para mim... E eu quero morrer. Deixe-me morrer, Alexander. Ele se lembrou. Ele balançou a cabeça. Rapidamente, ele deixou de lado qualquer pensamento sobre sua esposa e mergulhou nos documentos que sua secretária, Elena, havia deixado em sua mesa. Ele precisava analisar os relatórios financeiros e preparar uma estratégia para implementar as mudanças que considerava necessárias. Quando Elena entrou timidamente no escritório novamente com uma nova pilha de documentos, Alexander olhou para cima e a observou com uma expressão severa. -Deixe isso em minha mesa", ordenou ele, de forma brusca. A jovem secretária concordou, deixando cair os papéis e saindo rapidamente do escritório. Alexander começou a examinar os documentos, mas logo sua testa se franziu ao perceber que não eram os que ele havia solicitado. -Elena! - gritou ele, chamando a secretária aterrorizada. Quando ela voltou, Alexander a repreendeu duramente, acusando-a de incompetência e exigindo que ela corrigisse o erro imediatamente. -Isso é inaceitável! Você não sabe como fazer seu trabalho? - ele cuspiu, sua voz exalando fúria. Elena deixou o escritório à beira das lágrimas, sabendo que seu novo chefe não teria piedade. Alexander, por sua vez, voltou ao trabalho, determinado a provar seu valor como chefe da empresa Whitmore. Sua ambição e sede de poder o consumiam, deixando pouco espaço para qualquer outra coisa. *** Lauren estava deitada em seu luxuoso quarto, como havia feito durante a maior parte dos últimos dias. Seus olhos sem brilho olhavam para o vazio enquanto os lençóis de seda a envolviam. Ela mal tinha forças para se levantar e comer alguma coisa. A depressão a consumia, prendendo-a em uma prisão. Uma batida na porta a assustou. Era a empregada, seu único contato com o mundo exterior da mansão opressiva. Sra. Lauren, o Sr. Alexander está esperando-a para o jantar. Ele me pediu para convidá-la para descer. Lauren fechou os olhos, cansada. Ela sabia que a recusa seria inútil. Alexander sempre conseguia o que queria, como senhor e mestre do lugar. -Diga a ele que descerei em um instante", respondeu ele com relutância. A criada assentiu silenciosamente e se retirou, deixando Lauren com seus pensamentos inquietos. Por quanto tempo mais ela teria que suportar essa farsa de casamento? A realidade era muito diferente. Alexander era um homem frio, distante e controlador. Ele nunca se preocupou em esconder seu desinteresse por ela. Lauren se sentia como uma estranha naquela casa. Com um suspiro, Lauren saiu da cama e se olhou no espelho. Seus traços delicados e cabelos escuros emolduravam um rosto pálido e abatido pela tristeza. Ela se vestiu lentamente, sabendo que sair para jantar com o marido seria mais uma provação em que ela teria de fingir uma calma que não sentia. Quando ela chegou à sala de jantar, Alexander já estava esperando por ela na grande mesa, com uma expressão imperturbável em seu rosto nítido. Lauren se sentou em silêncio, sem ousar olhá-lo nos olhos. -Fico feliz que tenha decidido se juntar a mim esta noite", disse Alexander em um tom condescendente. Você tem se fechado demais em seu quarto ultimamente. Lauren franziu os lábios, segurando a vontade de gritar com ele que era culpa dele o fato de ela se sentir tão presa. Além disso, ele mesmo havia ordenado o confinamento dela em primeiro lugar. -Acho que não tive escolha", respondeu ele com cautela. Alexander a observou com um olhar gelado. -Você precisa entender que uma esposa tem certas obrigações a cumprir. Você não pode passar o dia trancada como uma reclusa. Lauren sentiu a raiva queimando em suas entranhas, mas se forçou a manter a compostura. Não adiantaria nada confrontá-lo, isso só pioraria as coisas. Desculpe-me, Alexander. Vou tentar ser mais presente", disse ela sarcasticamente. É isso que você quer ouvir? Ele largou as caixas e olhou para ela com ódio. -Por que está falando assim? Pare com isso! No jantar, Lauren quase não comeu nada. O nó em sua garganta a impedia de engolir. Alexander, por outro lado, comeu com elegância, como se nada ao seu redor tivesse importância. De repente, ele quebrou o silêncio. -A propósito, vou levá-la ao médico amanhã. É hora de implantar um contraceptivo. Lauren olhou para cima, surpresa. -Um contraceptivo? Mas por quê? -perguntou ela, com um toque de desespero na voz. -Porque eu não quero filhos, Lauren", respondeu Alexander com frieza. E você também não os quer, ou estou errado? Lauren mordeu o lábio inferior, lutando contra as lágrimas. Era verdade que ela também não desejava ter filhos com Alexander, mas a ideia de ele impor até mesmo isso era insuportável para ela. -Suponho que seja melhor assim", murmurou ela, derrotada. -Fico feliz que tenha entendido", disse Alexander, voltando sua atenção para o prato. Lauren permaneceu em silêncio durante o resto da refeição, sentindo o aperto no peito cada vez mais forte. Ela estava presa em uma gaiola da qual não via saída. Alexander era dono de tudo, inclusive de sua vida. Quando o jantar terminou, Lauren voltou correndo para seu quarto. Assim que fechou a porta, caiu no chão, abraçando a si mesma enquanto as lágrimas finalmente brotavam em seus olhos. Ela ficou ali, enrolada e tremendo, até que finalmente a exaustão levou a melhor e ela adormeceu, esperando que, quando acordasse, tudo não passasse de um pesadelo horrível. Mas quando ele abriu os olhos na manhã seguinte, foi confrontado novamente com a mesma realidade sombria.Dias depoisAlexander decidiu sair para espairecer. Ele foi a um bar próximo, sentou-se no balcão e pediu uma bebida. Seus olhos percorreram o bar até encontrarem a figura de uma mulher sentada sozinha em uma mesa.Alexander se aproximou dela e iniciou uma conversa. A mulher, claramente interessada, estava flertando descaradamente com ele. Embora Alexander não amasse Lauren, ele sentia que, no fundo, aquilo era errado. Ele não pôde deixar de se envolver no momento. Eles conversaram por um tempo, mas antes que a situação saísse do controle, Alexander se desculpou e saiu do bar.Ao chegar à mansão, Alexander foi recebido por Lauren, que estreitou os olhos ao vê-lo. Ela havia notado sua ausência e, embora tivesse medo de confrontá-lo, não conseguiu conter sua curiosidade. Ela havia notado sua ausência e, embora tivesse medo de confrontá-lo, não conseguia conter sua curiosidade. -Onde você esteve? -perguntou ele, com a voz um pouco trêmula.Alexander olhou para ela com desdém, sem se in
Um dia depois...Mais tarde naquela noite, quando Alexander retornou à mansão após uma reunião de negócios, encontrou uma ausência suspeita. Quando ele perguntou à empregada, ela o informou que Lauren havia se retirado para descansar cedo, pois não se sentia bem.-Você já jantou pelo menos?Matilda balançou a cabeça e sentiu pena, ela também havia tentado fazer com que a jovem comesse alguma coisa, mas todas as tentativas haviam sido em vão e ela finalmente se resignou, pois também não queria forçá-la.-Não, desculpe-me, senhor.-Pedi que você ficasse de olho nela e, se ela não quisesse comer, que a obrigasse.-Sim, ele tem razão. Sinceramente, ela só comeu um pouco no almoço. Mesmo assim, sei que deveria ter sido mais insistente e convencê-la.-Esqueça isso", ele bufou. Volte ao trabalho.Ela assentiu e logo depois saiu.Alexander bufou com desdém, ele não precisava dar muita importância a essa mulher, se ela realmente queria morrer sem comer, então isso era problema dela. Ele foi at
Enquanto isso, Alexander estava furioso. Quando percebeu que Lauren não estava por perto, ele a procurou por toda a clínica, até mesmo do lado de fora, percorrendo as ruas com seu carro, xingando entre os dentes. Ninguém se atrevia a desafiá-lo dessa maneira. Ele iria encontrá-la e trazê-la de volta, custasse o que custasse.Ele não teve sucesso.Quando chegou em casa, Matilda estava fazendo a faxina, como de costume. A empregada percebeu que o homem estava com um humor feroz e tentou esconder seu nervosismo, não querendo que ele percebesse que ela havia ajudado na fuga. Embora ele nunca soubesse de fato.-Senhor, o que posso fazer por você?-A Lauren lhe disse alguma coisa sobre fugir?-O quê? Ele fugiu?Ele estalou a língua.-Impossível, ele fazia tudo em segredo, droga.Ela engoliu com força.-Talvez eu possa ligar... - ele interrompeu a frase no meio, lembrando-se de que Lauren nem sequer tinha um telefone. Sinto muito, Sr. Alexander. Sei que isso é um grande problema.-Ela vai pa
Lauren não conseguia parar de pensar em seu irmão Jack, um pensamento que a assombrava como uma sombra escura. A preocupação com ele crescia em seu peito, um nó que se apertava cada vez mais. Ela não queria que nada de ruim acontecesse a ele, mas sua própria vida estava em jogo. A liberdade que ele tanto desejava dependia de sua capacidade de escapar do homem repugnante que havia transformado sua vida em um inferno. Fugir era sua única salvação, e foi isso que ela fez. Mas, a cada dia que passava, ela era acompanhada pelo medo do que poderia acontecer com Jack. Essa angústia a sufocava, como se uma mão invisível estivesse pressionando sua garganta.Agora, naquele confronto telefônico, ele deixou transparecer seus sentimentos reprimidos. As palavras saíram de sua boca como uma torrente, cheias de dor e raiva.-Por que você quer que eu fique ao seu lado se você me odeia sem motivo? -Ele perguntou, com a voz trêmula, mas firme: "Por que eu deveria continuar a sofrer com uma pessoa tão pe
Dois meses depois...Lauren caminhava com passos pesados pelas ruas movimentadas da cidade, com a barriga saliente sob a jaqueta desgastada que usava. Cada passo era uma luta, um lembrete constante do fardo que carregava em seus ombros. Ser uma futura mãe solteira, sem emprego e sem teto, era uma realidade que a aterrorizava cada vez mais.Atualmente, ele se sentia mais fraco, mal se alimentava e sua pele estava pálida.Ela vagou pelas ruas durante horas, procurando desesperadamente por uma oportunidade, um emprego que lhe permitisse ganhar o suficiente para se alimentar e comprar o que precisava. Mas, a cada passo, os olhares de desaprovação e as rejeições a faziam se sentir ainda mais insignificante.Finalmente, ela chegou a um pequeno café em uma esquina. Respirando fundo, ela abriu a porta e se aproximou do balcão, onde uma mulher de meia-idade a observava com curiosidade.Desculpe-me, você está procurando funcionários?", perguntou Lauren, com uma voz ofegante.A mulher a olhou de
Quando terminaram de comer, Camila ofereceu a Lauren um tour pela casa. Elas caminharam pelos corredores, admirando as pinturas e antiguidades requintadas que adornavam cada canto.-Esta casa foi meu lar por muitos anos. Mas desde que perdi minha filha, ela tem se sentido tão vazia.... - ela suspirou, com a voz triste.Lauren olhou para ela, entendendo a sensação de perder alguém.-Não consigo imaginar a dor pela qual ele deve ter passado. Deve ser terrível perder um filho", ela sussurrou e, inconscientemente, levou a mão ao abdômen.Camila assentiu com a cabeça, enxugando as lágrimas.-É mesmo. Foi a pior experiência de minha vida. Até hoje, às vezes sinto falta de ar quando penso nisso. No entanto, a vida continua, não podemos ficar parados no tempo.Elas caminharam em silêncio por alguns instantes, até que Camila parou em frente a uma porta fechada.-Este era o quarto da minha filha. Quase não entrei lá desde então", ele confessou, com a voz embargada.Lauren podia ver a dor reflet
Ela continuou deitada naquele quarto, lutando para não desistir. As luzes brilhantes da sala de cirurgia iluminavam o rosto de Lauren enquanto ela estava deitada na cama, encharcada de suor, medo e ansiedade refletidos em seus olhos cheios de lágrimas. O pulsar do monitor na parede se tornou o ritmo constante de sua vida, pois seu coração batia no mesmo ritmo das contrações.Lauren, você está fazendo um ótimo trabalho", anunciou a enfermeira, aproximando-se com um sorriso tranquilizador. Sua voz, suave e firme, era como uma âncora em meio à tempestade que assolava Lauren. Lembre-se de que cada contração a deixa mais perto de conhecer seu bebê.Lauren assentiu, sentindo a pressão intensa em seu abdômen.-Quanto tempo mais? - ela disse, trêmula. A incerteza a envolveu.-Estamos muito próximos. Você só precisa se concentrar. Quando sentir a próxima contração chegando, quero que faça força com todas as suas forças", respondeu o médico, sua calma inspirando confiança. Você consegue, Lauren
Estou surpreso por vê-lo aqui. -Alexander gesticulou pela sala. Parece que você teve muito sucesso desde... -Ele fez uma pausa, como se estivesse procurando as palavras certas... ...desde que nos separamos.Lauren assentiu com a cabeça, sentindo o passado dominá-la novamente.-Sim, bem, as coisas mudaram muito. -Ele desviou o olhar, incapaz de conter a intensidade dos olhos cinzentos de Alexander.No fundo, ela estava se perguntando por que o homem estava ali, embora nunca tivesse revelado o nome de Alexander a Camila, isso poderia explicar sua presença ali, caso contrário ele teria sido retirado da lista.Ela também pensou na possibilidade de Alexander ter planos de fazer negócios com Beauty; talvez Camilla o conhecesse. Tanta reflexão a deixou paralisada.Um silêncio incômodo se instalou entre eles, repleto de nada de bom, o passado nunca traria nada de positivo. Lauren se perguntava como poderia manter a compostura na presença do ex-marido, quando seu coração a traía.-Eu não tinha