Se antes a monotonia me incomodava, agora posso dizer que faria de tudo para tê-la outra vez, uma semana se passou desde o primeiro contato com a peste nos reinos vizinhos e não pense que tudo melhorou, pelo contrário as coisas só estavam piorando.
Raqsar continua sendo devastado e nada podemos fazer além de orar pela vida daqueles infectados, até onde eu sei os curandeiros trabalham dia e noite em busca de uma resposta, um xarope, uma cura, um alívio se posso dizer assim, até agora não temos registro de nenhum infectado que tenha sobrevivido.
Cox por outro lado, está a cada dia nos causando mais repulsa, estão lidando com isso da forma mais grotesca que se pode imaginar, ouvimos dizer tantas coisas horríveis, pessoas sendo jogadas vivas na fogueira, muitas nem mesmo infectadas, qualquer pessoa que aparente palidez, tosse ou até mesmo um pequeno resfriado, já está sendo lançada ao fogo, famílias inteiras dizimadas, crianças e até recém nascidos. Existem até alguns navios em quarentena aguardando para atracar em nosso porto, pessoas que não suportam tal crueldade e formalmente nos solicitaram abrigo, uma chance de vida.
Batidas na porta desviam a minha atenção da carta que eu escrevia para encaminhar aos navios em quarentena, uma palavra amiga tem feito total diferença nesse momento
—Entre — Sorri ao ver carrapato com uma carta em mãos, reconheci o selo imediatamente, finalmente pude receber uma carta de meus pais
—Com um pouco de atraso por medida de segurança — Carrapato disse sorrindo enquanto me entregava a mesma
— Muito obrigada, atrasada ou não, melhor do que nada
— Se não for incomodar, será que poderia nos contar sobre nossas famílias? Os guardas estão aflitos
—Informarei
Logo ele saiu do gabinete que havia sido reservado para mim, me deixando sozinha com aquela carta em mãos, parte de mim queria abrir e ler tudo o mais rápido possível e a outra parte, bem…. Estava em pânico com o que poderia ser o conteúdo ali. Imediatamente reconheci a letra de minha mãe e não pude conter um sorriso.
Filha,Nós estamos bem e morrendo de saudades, mas infelizmente nosso contato não é apenas de boas notícias.
Sypro atualmente possui alguns casos da peste, todos identificados, isolados e sendo tratados da forma que é possível. Acredito que nossos homens estejam preocupados, mas lhe garanto que estamos em contato constante com cada um dos familiares e até o momento em que essa carta lhe foi enviada todos seguem bem de saúde, tranquilize-os.
Minha filha, infelizmente existem coisas que precisamos lhe contar e por carta se torna impossível, seu pai está exigindo que coloque todos os guardas em quarentena até ter certeza que todos estão em plena saúde, em seguida embarque o mais breve possível.
Caso seja possível, solicite que o Príncipe Sebastian venha junto, é um assunto sério e dessa forma será melhor. Até breve.
Com amor, pai e mãe.
Confesso que passei algum tempo lendo e relendo, teria algo escondido nas entrelinhas? O que poderia ser tão sério assim? Deixei algo passar?
Essas perguntas já estavam retirando metade da minha sanidade quando decidi me levantar e assumir o controle mais uma vez, assim que abri a porta o olhar de carrapato se voltou para mim e eu lhe dei meu melhor sorriso
—Mamãe me garantiu que até o momento da carta todos os familiares estavam bem e sendo monitorados. — Faço uma pausa enquanto respiro fundo tentando organizar minha mente — Precisamos ir até Sypro.
—Obrigado Alteza, aconteceu algo que posso ajudar? — Ele questiona enquanto andamos pelo corredor até o gabinete do Rei Sebastian
— Por hora apenas isso, reúna todos os guardas no salão, assim que possível irei até lá e informarei tudo o que sei, pode ir, me viro sozinha daqui
Notei que ele ficou um pouco relutante, mas querendo ou não seguiu a direção contrária a minha, segui por alguns corredores até avistar a guarda pessoal do Rei reunida
— Avisem ao Rei que estou aqui, por gentileza — Pedi enquanto me aproximava, imediatamente um dos guardas entrou na sala e quando me aproximei o Rei já estava a minha espera — Obrigada
Assim que entrei na sala suspirei aliviada por notar que todos já estavam reunidos ali, um problema a menos eu imagino
—Clarisse, posso ajudar? — Rei Sebastian foi o primeiro a se pronunciar
— Recebi informações de meus pais — Faço uma pausa lhe entregando a carta — Aparentemente tudo está bem, mas solicitam minha presença com urgência.
—Mas Clarisse, o que poderia ser tão urgente? — Sebastian perguntou e lhe respondi apenas com um leve movimento de cabeça
— Kora, peça que prepare aposentos para os guardas, todos precisam cumprir a quarentena antes de embarcar — O Rei diz olhando para sua esposa e logo volta seu olhar para Sebastian — Sebastian solicitam que você vá, mas isso é escolha sua meu filho
— Eu vou, seja lá o que for, não tenho intenção em deixar Clarisse sozinha — Ele desviou o olhar para sua mãe que ainda estava ali e completou — Serão cem guardas, metade dos homens de Clarisse e metade dos nossos
— Tudo bem — Rainha Kora se levantou e me abraçou da forma mais carinhosa que conseguiu naquele momento — Tudo ficará bem, tenha paciência
— Agradeço por tudo — Eu disse sorrindo alternando meu olhar entre os presentes — Agora preciso ir, atualizar os homens sobre seus familiares e acompanhar a escolha de todos que irão embarcar
— Vou com você Clarisse — Sebastian disse enquanto se levantava
Nos despedimos brevemente do Rei e seguimos em direção ao salão onde carrapato estaria com os outros guardas
—Clarisse, tem ideia do motivo dessa viagem? — Perguntou Sebastian
—Infelizmente não, obrigada por aceitar ir comigo em momento tão delicado
— Jamais te deixaria sozinha — Ele diz sorrindo o que me faz sorrir também — E teremos finalmente algum tempo livre no caminho
— Me parece bem agradável essa viagem agora
Assim que entramos no salão todos ficam em silêncio e voltam sua atenção para mim, nos aproximamos do centro e sem prolongar toda aquela angústia informei sobre a saúde de seus familiares, lhes garanti que todos estão sendo observados e monitorados de perto.
Os guardas ficaram muito alegres e todo o silêncio deu lugar a uma comemoração, aguardamos pacientes até que todos se acalmassem e prossegui
— Vamos precisar viajar até Sypro, sei que muitos vieram até aqui com toda sua família e outros sozinhos com base nisso, iremos escolher os que vieram sozinhos, vou precisar de cinquenta homens, os que vão ficar, estarão temporariamente respondendo ao Rei Sebastian.
— Alteza, por qual motivo prefere os que estão sozinhos aqui? — Um dos guardas questionou
— Acredito que não queira colocar seus pais, suas esposas e filhos em um risco que pode ser evitado.
— Os selecionados, poderão ter contato com os familiares lá? — Outro guarda perguntou
—Isso não posso afirmar, nem negar, assim que chegarmos, iremos avaliar como estão os casos e será decidido
Mais algumas perguntas foram feitas e em seguida deixei carrapato fazendo a seleção dos homens e segui com Sebastian até o salão principal, onde seus guardas já estavam reunidos e selecionados, todos estavam eufóricos, iriam visitar Sypro pela primeira vez, um momento ruim, mas é uma boa oportunidade.
Mais algumas perguntas foram feitas e esclarecidas sem muitos problemas, não demorou muito até que Sebastian e eu seguimos para a ala norte do castelo seguidos por cem homens que ficariam ali em quarentena até o dia do embarque.
***
Acordo com batidas na porta e em seguida a mesma se abre revelando alguém que não identifiquei nos primeiros minutos, ainda estava escuro lá fora, apenas as luzes dos candelabros espalhados pelo corredor iluminavam o quarto, logo foi possível ouvir a voz da Lydie
—Clari? — Me sentei na cama para indicar que já estava acordada — São quase seis horas, precisa se aprontar
— Ah, sim, claro… Obrigada
Ela saiu do quarto me deixando sozinha, enquanto eu me levantava Lydie retornou com minha roupas me ajudando a me arrumar, não demorou muito até baterem na porta outra vez
—Alteza? — Ouvi a voz do carrapato do outro lado
— Estarei pronta em alguns minutos
—Estamos aguardando
Novamente o silêncio se fez presente e sinceramente era melhor assim, pelo menos até que eu pudesse acordar verdadeiramente, em poucos minutos eu estava pronta e ao sair do quarto me deparei com o carrapato que a muitos dias não o via e foi inevitável não sorrir
— É tão bom te ver — Eu disse enquanto lhe pegava de surpresa com um abraço
— É bom estar de volta — Era notável na sua voz a sua felicidade e assim que nos afastamos ele ergue um pequeno arranjo de flores — São para senhorita, de mim e de todos da guarda
— Muito obrigada, vocês são incríveis — Falei sorrindo enquanto cheirava as flores
Seguimos pelo corredor, aos poucos o dia foi clareando e os primeiros sinais de sol invadiam as vidraças do castelo, ao chegarmos na saída encontrei o Rei Sebastian e a Rainha Kora se despedindo do filho, após uma breve despedida nos direcionamos para a carruagem que já estava à nossa espera
— Clari — Sebastian disse cordialmente me ajudando a entrar na mesma
— Obrigada — Assim que ele entrou a carruagem se pôs em movimento
— Conseguiu dormir? — Sebastian atraiu minha atenção
— Dormi sim e você? — Olhei para fora e logo voltei meu olhar pra ele com um sorriso — Acho que ainda não acordei
— Já esperava isso de você — Ele diz rindo — lembro do seu primeiro dia aqui, estava querendo brincar enquanto você implorava para dormir
— Não tenho culpa… estou cansada — Digo segurando o riso
— Claro, é o sono da beleza — ele fez uma pausa me arrancando um sorriso — Sabe, estou com fome
— Novidade quando não estiver — Falo com ironia e acabo rindo
— Preciso me alimentar, serei um rei forte
— Continue assim e será um obeso
Isso nos faz rir um pouco e antes que ele possa retrucar, a carruagem mal parou e o carrapato surgiu do nada abrindo a porta, passou perto de me matar do coração, mas só queria nos chamar para embarcar mesmo.
Assim que embarcamos seguimos cada um para nossos respectivos aposentos só para verificar se estava tudo em ordem e assim seguirmos viagem.
Confesso que já estava bem mais acostumada com esse novo quarto temporário do que achei que estaria, mas isso não é de todo ruim, eu acho.
Ouço batidas na porta e antes que eu pudesse responder ela se abre revelando Lydie que parecia ter corrido até ali
— O que aconteceu?
— Príncipe pediu para te chamar com urgência até a frente do navio
— Aconteceu alguma coisa com ele? — Pergunto enquanto me levanto e corro na direção indicada
— Não sei — Ouço o grito da Lydie que ficou parada na porta do meu quarto eu imagino
Não demora até eu chegar onde o príncipe indicou e a quantidade de guardas parados ali me assusta um pouco
— Alteza, o príncipe pediu que usasse isso — Um dos guardas de Sounoe diz enquanto me entrega uma venda
Estava um pouco relutante, mas nada grave teria acontecido se ele teve tempo de deixar uma venda para trás, acabo cedendo e coloco a venda em seguida sinto uma mão no meu ombro me guiando pelo caminho, consigo dar poucos passos até que a voz do Sebastian me assusta um pouco
— Pode abrir os olhos
— Quase me mata do coração, sabia? — Pergunto enquanto abro os olhos e é impossível não sorrir — O que é isso...
— Uma mesa de café da manhã, não é óbvio? — Ele diz rindo e me oferece sua mão
— Isso eu notei, mas precisava me assustar assim?
Após segurar em sua mão ele me leva até a mesa onde sentamos, confesso que não teria hora melhor para esse café da manhã, quase pude ouvir meu estômago comemorando a comida que estava ali
— Não tenho culpa se você é louca Clarisse — Ele diz rindo
Como já estava com a boca ocupada, prefiro fingir que não o ouvi e pela primeira vez observo em volta, provavelmente esse é o lugar mais privilegiado de todo o navio, tinha uma vista incrível para o mar, a brisa bagunçava nossos cabelos, mas não era ruim, estava até gostoso.
O mar estava agitado em um azul escuro e o dia estava lindo, o céu estava começando a ter uma coloração azul, mas ainda bem clarinho, não eram nem sete da manhã ainda e nossa viagem estava apenas começando.
Após tomarmos café, continuamos sentados ali colocando a conversa em dia, como as obrigações de rei eram chatas, como passar dia escolhendo detalhes para o casamento tirava a paciência, aprender coisas triviais eram terríveis, mas uma coisa tínhamos em comum, dariamos quase tudo para termos a tranquilidade de fazer apenas isso novamente.
O tempo passou e quase não nos demos conta, ficamos entretidos entre conversas, beliscar coisas do café que ainda estavam ali e nos aproximamos da lateral do navio, confesso que observar o mar foi o que mais prendeu nossa atenção, era relaxante e a companhia de Sebastian com suas piadas quase sempre ruins tornava tudo melhor.
Já se aproximava das dez horas da manhã quando decidimos dormir um pouco até a hora do almoço, seguimos juntos até meu quarto onde nos despedimos com um abraço e ele seguiu até o final do corredor para seu próprio quarto.
***
Não sei quanto tempo se passou até que acordo com batidas na porta, em seguida Lydie entra quase ao mesmo tempo que me sento na cama
— Clarisse, estamos nos aproximando de Cox e acho que deveria ver isso...
— Clarisse, estamos nos aproximando de Cox e acho que deveria ver isso — A voz da Lydie estava embargada, parecia estar segurando o choro— Chame o Sebastian, por gentilezaFalo enquanto saio do quarto, no corredor todos os guardas estavam com a mesma expressão Lydie. Carrapato estava andando atrás de mim, mas não deu uma única palavra, o que de certa forma não é comum.Encontrei com Sebastian no caminho e seguimos em silêncio até a parte mais alta do navio e o que vimos é de partir o coração—Alteza, devo diminuir a velocidade? — Nossa atenção foi atraída para o capit&atil
Depois de liberar os guardas, o palácio parecia estar mais vazio que o normal, fiquei andando com Sebastian, levei-o até o corredor das artes, e sorri ao notar que dois desenhos meus estavam pendurados lá como minha mãe disse que faria.Fomos ao jardim, não tinha nada de surpreendente, pelo menos não pra mim… Mas já que Sebastian estava curioso, não vi motivos para negar, mostrei a ele um dos meus lugares favoritos, um pequeno balanço que estava na posição exata para o jardim de tulipas que meu pai mandou fazer quando eu nasci, as tulipas eram coloridas e parecia estar brilhando com a luz do sol, tornava tudo ainda mais bonito.— Tulipas são as suas favoritas? — Questionou Sebastian atraindo minha atenção&n
Na manhã seguinte, assim que saí da cama a primeira coisa que fiz foi escrever uma carta, ainda me culpava pela falta de sentimentos em relação a Elisa que sempre desejou um contato comigo.Elisa,Sinto estar carregando um peso, tudo foi jogado em meu colo como uma enorme âncora e não sei se sou capaz de lidar com ela sozinha. Carrego também uma culpa por não ser capaz de lhe retribuir todo o amor presente em suas cartas, por isso lhe peço perdão.Gosto que me chamem de Clari, mas poucas pessoas o fazem, eu amo comer bolos e troco qualquer coisa por um de chocolate com cobertura, me deu água na boca, sou apaixonada por flores, qualquer uma delas, mas em especial as tulipas. Cresci tendo a vista d
Os dias que se passaram meus pais e eu voltamos a nos entender, os dias se tornaram leves outra vez, pelo menos quando eu não estava sozinha era assim, meu pai me ensinou tudo que eu precisava saber sobre Raqsar e seu povo, minha mãe sempre com histórias sobre ela e Elisa e um colo quando notava que eu estava prestes a desmoronar.E Sebastian, bem, não mudou muito, na verdade não mudou nada, mas se dedicou em não me deixar sozinha, alias ele tem sido uma ótima sombra, quando acho que estou sozinha ele surge sei lá de onde contando alguma coisa que descobriu ou com algum convite aleatório, isso era divertido e confesso que eu amava. Boa parte das vezes era só para revelar sua surpresa com a beleza das tulipas ou pra me contar que achou outra estátua igual. No mês que passou posso dizer que tudo foi muito corrido com a preparação dos detalhes da festa. Decidimos que a festa em homenagem aos soldados e a primeira festa do meu casamento com Sebastian ocorreria no mesmo dia.Ah e claro, minha coroação como Rainha de Raqsar.Foi feito para o dia de hoje um vestido verde muito claro, com um leve decote, no busto por sua vez era decorado com pequenas flores com glitter quando visto de longe parecia apenas pontos brilhantes a saia era o que mais me encantava, era esvoaçante feita de um tecido leve e decorada com borboletas em tons de verde claro e branco.Assim que Lydie terminou de me ajudar com o vestido, pego uma das caixas que estava em cima da minha cama, assim que abro a porta do quarto percebo oCelebração
Gosto tanto de contar sobre minha coroação e todas as emoções daquele dia que acabei me atrapalhando na história, mas acho que vão me perdoar por isso, vocês vão né?Vamos voltar um pouco, preciso atualizar todos vocês sobre o andamento das infecções pela peste, e tudo que ocorreu em decorrência disso tudo.Cox finalmente deu um fim a toda tortura que acontecia lá, alguns dos nossos guardas se ofereceram para ficar atracados lá por algum tempo até que tivessemos certeza da segurança de poucos sobreviventes, o Rei governante não estava presente, assim que o caos começou ele decidiu por se isolar em outro continente afim de manter sua saúde, apenas dava ordens a distancia, deixou que seus homens decidissem como pro
Os quatro dias se passaram como em um piscar de olhos, entre tantas preparações enviei cartas ao meu pai, que além de enviar comida e sementes para Raqsar nos enviou um navio para que pudéssemos transportar tudo que seria necessário.Nossa viagem está começando nos primeiros dias da primavera o que nos dá um ótimo tempo para reconstrução e plantação até que os flocos de neve voltem a cair, nossa presença em Raqsar não duraria tanto, talvez até o início do outono já que nosso casamento está marcado para o sexto dia de inverno, tínhamos bastante trabalho por lá e mais ainda por aqui.Rei Sebastian ordenou que todos aqueles que fariam parte de nossa viagem não estariam trabalhan
Conforme os grupos retornavam ao palácio, novas missões lhes foram dadas, prender os animais em seus devido lugares, demolição de casas, limpeza dos lugares, preparar os campos e plantar, selecionei algumas pessoas para me auxiliar nos negócios já que seria necessário comprar material de outros reinos.Sebastian e eu decidimos ajudar e não só explorar, nossa primeira parada foi na lavanderia onde pegamos alguns panos para limpeza e começamos a nossa aventura, limpamos quadros e estátuas de todos os lugares que passávamos, nossa curiosidade aos poucos estava sendo sanada, até que…—Clarisse, essa porta está trancada — Ele disse me olhando—