POV DARIUS.Um mau pressentimento percorreu meu corpo como um choque assim que Necro declarou sua intenção de ajudar. Nada de bom vem dessa besta infernal. Seu tom sempre carregado de sarcasmo e sua presença constante em minha mente eram irritantes, para dizer o mínimo. Por que ele simplesmente não podia me deixar lidar com meus problemas sozinho?— Quem disse que preciso da sua ajuda? E não te quero causando problemas — falei, irritado, esforçando-me para manter o controle enquanto Necro invadia minha mente com tanta facilidade. Esse era mais um lembrete de que sua influência se fortalecia com a aproximação da lua cheia e da minha transformação.— Eu não vou causar problemas. E você precisa de mim, sim. De quem você acha que vêm essas habilidades que te permitem não ser notado e não ser afetado por magia? — ele respondeu com um tom convencido. Era difícil refutar. Necro estava certo. Minhas habilidades vinham dele, e ignorar isso seria tolice. Era graças a ele que eu tinha essas hab
POV ALICE.Amanheceu e, após o café da manhã, acompanhei minha mãe até fora de casa, auxiliei-a a se sentar na varanda para aproveitar um pouco da luz do sol. Sua pele estava pálida e parecia absorver cada raio com gratidão. Conversamos um pouco e era tão bom conversar com minha mãe.Lulu, se aninhou no colo da minha mãe e recebeu um carinho na cabeça. Lulu sabia da fragilidade de minha mãe e da necessidade de vigilância. Não podia esquecer que estava numa alcateia cheia de lobos e que nós duas eramos as únicas humanas aqui. Era reconfortante saber que, enquanto eu estivesse ausente, Lulu estaria ali, mantendo minha mãe acompanhada e protegida.Com um último olhar para ambas, deixei a varanda e caminhei em direção ao escritório de Darius na mansão. Meu coração estava inquieto. A ideia de me encontrar com Agatha, para aprender sobre o mundo sobrenatural e meu papel como Luna, me preenchia com nervosismo e curiosidade. Eu odiava ter que esconder tudo isso da minha mãe, mas sabia que er
POV DARIUS.Após tomar o café da manhã na companhia dos meus pais, de Alice e sua mãe, me levantei para sair, pois tinha muito o que resolver para a missão de hoje à noite. Já estava prestes a sair quando Baltazar falou:— Você não está pensando em sair dessa sala sem se despedir de nossa companheira, não é mesmo? — perguntou Baltazar mentalmente.— O que você quer agora, Baltazar? — perguntei, impaciente.— Quero que a beije. É assim que companheiros fazem. Não vê como sua mãe e seu pai se comportam quando estão juntos? — perguntou. Então, olhei para meus pais e vi que eles estavam se olhando com amor e cumplicidade. Meu pai segurava a mão de minha mãe como se ela fosse uma preciosidade.— Você não pode comparar o que temos com Alice ao que meus pais têm. Eu nem reconheci Alice como minha companheira. Como quer que aja como meus pais? — perguntei, suspirando mentalmente.— Você não reconheceu por ser teimoso. Darius, eu te conheço para saber que já ama Alice — disse Baltazar.— Chega
POV DARIUS.O centro de treinamento da alcateia era um espaço vasto e imponente, projetado para suportar o peso de batalhas intensas de treinamento. O chão era de concreto reforçado, com marcas de lutas passadas espalhadas como cicatrizes. As paredes altas eram revestidas com painéis de amortecimento para evitar que impactos mais severos causassem danos estruturais.Equipamentos modernos misturavam-se a armas tradicionais, como espadas, lanças e escudos. Na área externa ficava um campo gramado onde meus lobos poderiam se exercitar livremente e deixar sua parte lycan dominar. O centro de treinamento era o lugar onde guerreiros eram moldados e onde eu poderia liberar minha fúria sem preocupação de machucar inocentes.Quando cheguei, senti o cheiro de Giovanni e Gabriel, que já estavam à minha espera. Ambos trajavam roupas leves, projetadas para facilitar os movimentos. Seus olhares transmitiam uma mistura de confiança e apreensão. Eles sabiam que o treino seria intenso, mas também conhe
POV DARIUS.Deixei o centro de treinamento com a mente fervendo, a tensão se arrastando pelos meus músculos, cada fibra do meu corpo clamando por algo mais. Necro rosnava em minha mente, insatisfeito, sempre exigindo mais, empurrando-me para a beira da perdição. Eu precisava de algo, alguém, para me ancorar, algo que pudesse me acalmar… Eu precisava de Alice.A corrida até minha casa foi rápida, quase automática. Quando abri a porta, caminhei rapidamente pela sala silenciosa. Alice estava lá, sentada no sofá, uma visão que me fez parar por um instante. Seus olhos deixaram o livro que ela lia, ao me notar, e a surpresa ficou evidente em sua expressão.— Darius! — exclamou, seus olhos arregalaram. — Você está… nu! — disse, constrangida.Eu não respondi. Não conseguia. A urgência dentro de mim dominava tudo. Meu corpo se movia sem controle, um desejo bruto que não podia ser negado. Cada passo que dei em sua direção era carregado de intensidade. Quando parei na frente do sofá, ela me olho
POV ALICE.Quando notei Darius nu vindo em minha direção, me surpreendi e fiquei constrangida. Esses lobos não se sentem envergonhados de ficar andando pelados. E Darius sempre surge despido em algum momento, mas, dessa vez, ele estava bastante excitado, pois seu membro estava muito duro e mirando em minha direção.Fiquei excitada, não posso negar, e, quando ele me beijou daquele jeito tão intenso, me entreguei prontamente. Eu não sabia em que momento deixei de detestar Darius, só sabia que agora o desejava mais que tudo. Eu estava apaixonada por ele e o queria.Ouvir Darius dizer que precisava de mim me fez sentir amada, e ele, mesmo demonstrando estar necessitado de mim, não deixou de me dar prazer e ser carinhoso. Era estranho ver um ser que, a todo momento, demonstra ser insensível e rude, agora ser tão afetuoso. Darius era uma caixa de surpresas, e eu estou gostando desse lado dele. Enquanto estávamos deitados, abraçados, eu fazia carinho em seu peito. Quando eu me imaginaria as
POV ALICE.— Alice… — Falou mais uma vez, sua voz soou mais baixa, mas carregada de algo quase perigoso. — O que você ainda não me contou? — perguntou firme. Levantei-me, sentando-me encostada na cabeceira da cama. Darius fez o mesmo.Mordi o lábio, desviando os olhos para o teto, tentando reunir as palavras certas. Eu já tinha me acostumado com a forma incisiva com que Darius falava, mas, naquele momento, sua intensidade me atingiu de uma maneira diferente.— Eu… — comecei, hesitante. Suspirei e virei o rosto para encará-lo.— Lulu disse que me conhecia antes de eu perder a memória. Seus olhos se estreitaram ligeiramente, mas ele não me interrompeu. Respirei fundo, reunindo coragem para continuar.— Fui encontrada ainda criança, nua e sem memória, em um beco, por minha mãe, Antônia. Ela me levou para casa e cuidou de mim, acionou as autoridades e, como ninguém me procurou, adotou-me. Eu não lembro de nada antes dos meus dez anos. A polícia investigou e não achou nada. Eu também tente
POV DARIUS.Apenas a deusa Lua poderia ajudar Alice. Era o que eu achava e disse para ela. Desde que eu soube, ainda filhote, que eu era um ser amaldiçoado e por isso eu era tão instável e todos ao meu redor tinham medo de mim e que a deusa não poderia me ajudar. Deixei de acreditar nela. Cresci sabendo que ninguém poderia me ajudar, e isso me revoltou na puberdade e me tornou ainda mais cruel do que eu já era. Foi então nessa época em que eu causava o terror por onde eu andava, que um de nossos anciões teve o sonho com a deusa Lua, dizendo que uma companheira seria minha salvação. Eu não tinha crença na deusa, mas naquele momento tive esperança. Encontrei minha companheira e nada aconteceu e eu a matei com nosso filhote. E desde então não perco meu tempo acreditando na deusa Lua. Voltei minha atenção a Alice, quando ela falou.— Como assim? — Alice perguntou, os olhos brilhando de ansiedade, a esperança parecendo acender dentro dela.— Dizem que a deusa sabe tudo — respondi, fitand