POV DARIUS.O carro que levava Alice desapareceu da minha vista, e eu voltei para meu escritório. Assim que cheguei, encontrei meus betas me aguardando. Me acomodei na minha cadeira e perguntei:— E então, o que ela fez? — perguntei, me referindo à Angélica. Eu havia avisado Giovanni e Gabriel que contaria quem Alice era para Angélica. E ordenei que eles a vigiassem de perto.— Ela ligou para o alfa Estevão, enquanto monitorávamos suas ligações. Foi como Vossa Majestade esperava — disse Gabriel.— Angélica informou a Estevão que Vossa Majestade encontrou sua companheira, e ela é uma humana — contou Giovanni.Eu rosnei, irritado com a audácia de Angélica em me trair, mas eu esperava por isso. Foi por esse motivo que revelei quem Alice era para todos os presentes, logo a alcateia inteira estará sabendo. Meus inimigos estavam muito quietos, e eu não gosto desse silêncio. Então resolvi revelar meu segredo, para instigá-los a agir e sair de seus esconderijos.— E agora, Darius, o que farem
POV DARIUS.Eu estava perdido em meus pensamentos enquanto Necro e Baltazar discutiam de quem Alice era companheira. Eu não sei se vou aguentar esses dois na minha mente, me perturbando. De repente, ouvi a voz do segurança que enviei com Alice, me chamando através da ligação mental. Imediatamente, os dois se calaram.— Majestade — chamou Mauro, o segurança.— Mauro, o que aconteceu? — perguntei, já apreensivo.— O humano que Vossa Majestade nos alertou apareceu e ousou tocar na Luna. Mas eu o afastei dela o mais rápido possível, Alfa Supremo — reportou Mauro, um pouco tenso.Assim que ouvi que Luís estava tocando Alice, uma raiva me dominou. Ouvi Baltazar e Necro rosnarem furiosos. Pelo menos, pararam de brigar.— É isso que acontece quando não se sabe cuidar de uma companheira. Como permitiu que outro macho tocasse em minha companheira? — perguntou Necro, furioso.Eu bufei, impaciente com essa besta infernal que resolveu agora ficar permanentemente em minha mente, me infernizando. Ig
POV ALICE.Fiquei envergonhada de estar nua na frente de Darius. Tentei me cobrir com as mãos, mas sem sucesso. Perguntei o que ele estava fazendo, e Darius respondeu querer tirar meu cheiro fedorento. Não entendi, pois achava que não estava fedendo.— Eu não cheiro mal. E vire o rosto, não quero que me olhe — falei, tentando soar firme, mas cheia de vergonha.— Alice, eu já vi várias fêmeas nuas, e você não tem nada de diferente delas. E, além disso, já te vi nua e até experimentei seu doce sabor — disse ele sorrindo sedutor. Senti meu rosto queimar de vergonha em lembrar daquela ocasião. Darius começou a tirar a roupa. Arregalei os olhos quando ele ficou nu. Aquele corpo maravilhoso me excitava. Não me cansava de admirá-lo.— Por que tirou a roupa? — perguntei, nervosa.— Você está com o cheiro daquele humano e isso está irritando a mim e a Baltazar. Meu lobo não suporta sentir cheiro de outro macho em você. Preciso tirar esse cheiro antes que Baltazar perca o controle, e você não
POV DARIUS.Sai de dentro de Alice. Ela suspirou levemente, ajustando-se ao colchão enquanto o sono a tomava completamente. Por um momento, a paz que sua expressão transmitia contrastava com o caos que habitava dentro de mim.Fiquei observando-a, sem saber ao certo o que me prendia ali. Sempre fui claro com as fêmeas: nada de intimidade, nada de laços. Sexo era apenas um alívio para as minhas necessidades, nada mais. Eu nunca beijava, nunca trocava carícias. E, quando tudo terminava, mandava-as embora. Elas nunca ficavam. Mas agora… aqui estava eu, casado, e ao lado de Alice, incapaz de me afastar.Quando decidi me deitar, senti a exaustão pesar sobre meus ombros. O colchão cedeu sob o meu peso, e minha mente, por mais que lutasse, focava-se nela. Há muito tempo não dividia a cama uma fêmea após o ato.A última vez foi com minha primeira companheira, antes de matá-la enquanto estava transformado em besta infernal. Nunca vou me perdoar ou perdoar Necro pela morte dela. Enquanto revivia
POV ALICE.Me movimentei, notando que estava deitada sobre algo quente, macio e, ao mesmo tempo, firme. Ouvi um som rítmico que parecia um coração batendo tranquilamente. Deslizei minha mão pelo lugar onde estava deitada e senti uma textura que lembrava ondulações. Nesse momento, uma respiração calma e profunda soou acima da minha cabeça.Então, memórias começaram a surgir em minha mente. Lembrei-me de estar com Darius, entregando-me às sensações avassaladoras que ele me proporcionou. Apenas a lembrança me fez corar e sentir um arrepio. Foi então que percebi onde estava e abri os olhos. Minha mão estava acariciando o abdômen musculoso de Darius, cujos contornos perfeitos se destacavam sob minha palma.Elevei a cabeça devagar, apenas para encontrar seu olhar intenso fixo em mim. A vergonha me invadiu ao perceber que o estava apalpando sem perceber. Afastei-me rapidamente, sentando-me na cama. Darius permaneceu deitado, com uma expressão serena e, talvez, divertida. Ele entrelaçou os de
POV ALICE.Darius começou a narrar e eu podia sentir em sua voz a dor que aquela história lhe causava. Eu sabia que não gostaria do que ouviria. Darius continuou, eu não queria interrompê-lo, então fiquei quieta, somente escutando.— Minha avó recorreu à feitiçaria para poupar seus filhos. Mas quando usou magia para salvar seus filhos, tudo que conseguiu foi passar a maldição para a próxima geração, condenando, assim, seus netos. Tanto minha avó quanto meu avô não pensaram em quem recairia aquele fardo, somente queriam se livrar daquilo. Sou neto de Julian. Meu pai foi poupado, mas herdei o castigo imposto a Julian. Nasci amaldiçoado, condenado a carregar uma punição que não era minha. Quando me transformo em besta infernal, não reconheço nada nem ninguém; tudo que desejo é sangue e morte. — A raiva em sua voz era quase palpável, e eu sentia meu coração se apertar com cada palavra. Enquanto ficava assustada com o que eu ouvia.Eu estava odiando o tal Julian. O simples pensamento de um
POV ALICE.— Isso não faz sentido, Darius. Eu não sou ninguém. Como poderia ajudar? E quem é Necro? — Minha voz estava cheia de confusão e desespero em saber sobre essa maldição e que eu era a solução.— Descobri recentemente que a besta infernal tem um nome e não gosta que a chamem de besta. Mas tudo o que lhe contei sobre ela é segredo. Ninguém sabe que converso com ela e que está sempre presente, não somente na minha transformação. Cheguei à conclusão de que ele pode me dominar quando desejar. Imagine o pânico que essa informação causaria — disse Darius.— Posso imaginar. Ninguém se sentiria seguro. Não contarei para ninguém, prometo — falei, me comprometendo e me sentindo feliz por Darius confiar em mim para guardar esse segredo. Ele ergueu a mão e acariciou meu rosto, seu toque surpreendentemente gentil.— Obrigado. Você será uma ótima Luna. Não sei como explicar, mas você é diferente. Talvez seja a pureza de sua alma, sua força em meio à vulnerabilidade… Não sei. Mas sei que a b
POV DARIUS.Olhei sério para ela. Não queria que Alice se colocasse em perigo, mesmo sabendo que, no momento em que ela entrou em minha vida como minha companheira, já estava em risco.— Então me prometa uma coisa. — Segurei seu queixo, obrigando-a a olhar diretamente nos meus olhos. — Prometa que, se as coisas saírem do controle, você fugirá. Não olhe para trás, não tente me salvar. Apenas corra — pedi. Ela hesitou, mas finalmente assentiu.— Prometo não me colocar em perigo. Mas não posso ficar parada assistindo, se eu puder ajudar. — Falou com coragem.Suspirei, contrariado com sua resposta. Mas, no fundo, eu sabia que Alice não era o tipo de pessoa que ficava parada sem ajudar. Estou conhecendo uma Alice que não foge de um problema nem de uma ameaça, e, no fundo, isso me fazia admirá-la. Ela será uma ótima Luna e sei que não abandonará a alcateia, pois não fugiu nem quando encontrou um lobo negro gigante, perigoso e ferido na margem do rio.Era estranho ter confiado a ela um segre