Atravessei o pátio e encontrei Olli do outro lado do centro de treinamento, ele estava em uma conversa animada com Makki, mas assim que me viu me olhou e sorriu e como se pudesse ler meus pensamentos se afastou do guardião e veio em minha direção.
- Maninha...
Eu apenas sorri.
- Ainda não estou acostumada com isso.
Ele me alcançou o braço e saiu andando comigo calmamente pelo pátio.
- Na realidade eu também não, mas estou fazendo um esforço pelo papai, é importante para ele que nós dois nos demos bem.
- Marshall tem sido legal comigo, demonstra estar preocupado e parece querer me ajudar, porém espero que ele compreenda que para mim ainda é difícil confiar.
- Ele entende o povo de Taika não é exatamente hospitaleiro e você foi julgada desde que chegou aqui, até mesmo eu fui hostil e muito mal educado com você com relação a sua mãe, sinto muito se a ofendi, agi com muita estupidez.
- Você apenas quis ser um bom filho para
E assim como o combinado assim que almoçamos saímos para o meu mundo, porém dessa vez Kaarl avisou a todos para onde estava indo e eu também avisei Olli, Parvii, e Aila que voltaria o mais rápido possível. Meu avô estava abaixado arrumando o jardim de minha avó, estávamos nos aproximando do verão e ela adorava redecorar o jardim com flores novas nessa época, assim que nos viu ele sorriu, porém seu olhar mudou assim que ele notou que Kaarl estava de mãos dadas comigo e carregava minha mochila, algo que ele fez questão de fazer um pouco antes de nos aproximarmos da casa. - Olá vovô! Eu disse soltando a mão de Kaarl e caminhando até meu avô para abraça-lo, minha vó logo veio para fora seguida por meus tios e minha tia. - Anna! Já está de volta... Sim eu pensei, não fazia muito que eu estivera em casa, como Kaarl tinha comentado eles não cairiam tão facilmente na ideia de que já nos amávamos naquela época a menos que nós os fizemos acreditar
Eu permaneci mais um tempo no andar de cima até conseguir me recuperar e então desci como se nada tivesse acontecido antes, Kaarl conversava animadamente com todos e minha vó parecia realmente convencida de que nosso noivado tinha sido escrito pelo destino. Eu me aproximei dela. - Está feliz por mim vovó? Ela sorriu e me abraçou. - Sempre soube que o escolheria, desde o primeiro dia que eu os vi juntos pude sentir que havia algo entre vocês agora percebo o que era, como não percebi antes? Eu dei um sorriso amarelo, sim Kaarl tinha conseguido convencer a todos daquela mentira, minha tia desceu mais tarde do quarto eufórica por conta da festa do noivado e falando horrores sobre o vestido que usaria para a festa, eu abracei meu corpo com as mãos vendo como todos estavam sendo enganados tão facilmente, Kaarl parou ao meu lado. - Se você não tirar essa cara de preocupação do rosto não haverá feitiço que prove que está feliz. - Descu
As próximas horas foram uma verdadeira loucura eu mal tive tempo de respirar, do nada o castelo ganhou uma decoração festiva nunca vista, havia tantas flores que eu me sentia em um verdadeiro jardim, eu e Kaarl também recebemos muitos presentes coisa que eu nunca imaginei que pudesse acontecer, caminhei de um lado a outro no quarto enquanto Aila discutia com a Madame Nieminen sobre o comprimento do meu vestido. - Para quê tantos presentes? Eu e Kaarl não estamos nos casando! Em meu mundo as pessoas só ganham presentes no dia do casamento e na realidade não são tantos assim. – Indaguei, Aila parou o que estava fazendo e veio até mim sorrindo. - Todos em Taika estão animados com essa união, é uma união de dois reinos e para muitos isso prevê o fim da guerra. Eu sorri a contragosto. - Sabe que não é tão simples assim, ainda temos que derrotar a rainha e para ser sincera duvido que todos em Taika estejam felizes com isso, conheço pelo menos umas 30
Era muito estranho, mas eu não sentia absolutamente nada, se não fosse pelo odor forte e pelo gosto ruim eu acreditaria que tinha tomado água. Meu vestido era no estio vitoriano, bastante rodado no tom rosa claro, uma renda muito fina e delicada caia sobre a saia e trazia pequenas rosas bordadas com minúsculas pedrinhas brilhantes, meus cabelos foram presos para trás em um tipo de trança frouxa, a maquiagem era tão delicada quanto o vestido, pedi para que Aila tentasse fazer algo que não chamasse muita a atenção, ela protestou. - Mas é o seu noivado! - Tudo bem, pode fazer do seu jeito, porém nada de cores fortes. Ela assentiu empolgada. Quando eu já estava no corredor senti uma pontada forte no estomago e pendi para frente. - Tudo bem senhorita? Eu olhei para Aila que me acompanhava e sorri. - Sim, apenas pisei na barra do vestido. - Eu pedi para que o deixassem mais curto, mas parece que essas costureiras não
Abri meus olhos confusa de onde estava ao meu redor eu podia ver a nevoa branca se desfazendo calmamente, logo comecei a reconhecer aquele lugar, toquei meu corpo desesperada. - Não, isso não pode estar acontecendo... Não eu tenho que... Eu preciso voltar! Fechei os olhos com força e senti um tremor forte, minhas mãos estavam formigadas e meu corpo parecia adormecido e pesado, abri os olhos calmamente e deixei a respiração adentrar em meus pulmões mais calma, sobre mim eu podia sentir o peso do corpo de minha vó e meu vô que choravam descompassados, olhei ao redor e vi tarja de joelhos ao lado da cama. - Tia? Vô? Vó... Tomei coragem para poder falar, a cabeça de minha vó se ergueu do meu peito e eu vi seus olhos se explodirem de espanto. - Viva! Ela está viva! Eu sentia meu corpo inteiro doer como se muitos ossos tivessem se quebrado, mas sim ela tinha razão eu estava viva, minha tia levantou a cabeça e veio ao meu encontro segurando m
Eu quase tive tempo de chegar ao meu quarto até ele conseguir me alcançar, mas ele me segurou pelo braço antes que eu encostasse na maçaneta. - Espere Anna... - O que é agora? Ele abriu a porta do quarto para mim e fez um sinal para que eu entrasse. Assim que entramos ele trancou a porta atrás de si. - Eu não menti quando disse que talvez não pudesse protegê-la, eu sei que confia que em Taika estará mais segura, mas sabe que isso não é totalmente verdade, o seu mundo oferece muito mais tranquilidade que você poderá encontrar aqui... - Não estou procurando por tranquilidade. - E o que está procurando? Se matar? - Meu pai me falou que Jarkko queria a varinha das herdeiras... - Sim, e pode apostar que assim como ele muitos viram atrás dela. - As pessoas a querem por que não sabem o que irão enfrentar a varinha não pode ser dominada por qualquer um, ela tem um único dono ou dona, sei lá. Ele parou me
No dia seguinte Kaarl se encontrou com Olli no campo de treinamento, olhou Anna de longe treinando, ela estava dando uma verdadeira surra em Makki. - Quando foi que ela ficou tão boa? - Ela tem se esforçado muito e para ser sincero acordou com a corda toda hoje, eu se fosse você não arriscaria. - Não vou, não estou querendo encontrar motivos para confrontá-la ultimamente. Olli parou o olhando. - Ok, seja sincero agora estou tomando essa liberdade por que a algum tempo observo vocês, vamos lá, é fingimento não é? - Do que está falando? - O relacionamento de vocês, não pode ser real, eu vejo a forma hostil com que ela te trata e você também parece tratar de tudo com frieza... Kaarl suspirou esfregando as mãos no rosto. - Se eu disser que sim vou estar envolvendo você em uma verdadeira guerra e Anna não me perdoaria. - Você não está me envolvendo em nada, eu conclui isso sozinho, faz tempo que percebi, poré
Procurei por Kaarl no escritório, no quarto, no salão comunal e em toda parte, mas ele parecia não estar em lugar algum, foi quando eu lembrei do que Olli tinha dito sobre ele ter voltado a ser o guerreiro que ele era, e se ele tinha voltado a ser isso só havia um lugar que ele poderia estar, a sala de armas. A sala de armas em minha opinião era um dos lugares secretos de Taika que não deveriam existir, mas era um reino que tinha vivido toda sua existência em guerras, as paredes do lugar estavam repletas de equipamentos usados por aquelas pessoas para destruir qualquer um que atravessasse a fronteira, lá estavam, canhões, carabinas, bestas, espadas, punhais, arco e flechas, lanças, catapultas, alabardas, enfim... Toda e qualquer coisa que pudesse vir a matar. E lá estava Kaarl, novamente sem a camisa e com os punhos enfaixados socando algo que em meu mundo era conhecido por atletas que praticavam boxe, mas que tinha suas diferenças no mundo dele o saco não era feito