Quando a segunda chegou, Daniel estava mais do que apressado na manhã, Stella não tinha dormido com ele, e estava atrasado, tomou café de qualquer jeito e vestiu a camisa, voltou no quarto para pegar sua bolsa quando ouviu a porta do apartamento bater, finalmente Stella tinha aparecido, depois de várias mensagens não respondidas e ligações ignoradas. Colocou os livros dentro da bolsa e viu Stella aparecer na porta, ela sorriu alegre e jogou o cabelo para trás, podia está com raiva, mas não podia ficar com raiva da garota que amava.- Está bravo por causa das ligações?- Pior que não. – Daniel fechou a mochila e colocou nas costas – fiquei bolado, mas pelo menos eu estudei, não vi meu pai, a mamãe ligou e falou poucas e boas para mim, depois da faculdade, vou passar na casa dela.- Eu sabia que isso ia dar encrenca pra você. E sim, o domingo foi divertido, eu não vi meu celular, mas pelo menos estudei o que precisava – Daniel riu sínico e depois de um beijo nos lábios saíram do quarto.
Depois das dez horas, Stella teve finalmente seu encontro com Milla, mesmo que houvesse fugido um pouco do hospital, precisava falar com sua melhor amiga antes que sua cabeça explodisse. Sentou em uma das mesas oferecidas pelo restaurante colocando seu celular em cima e olhou para Milla que terminava de tirar os óculos do rosto.- Pela sua ligação ontem de tarde, as coisas estavam complicadas, não é? – Stella assentiu, colocou metade do cabelo para trás e fitou sua amiga – pode começar a falar.- Você lembra-se do Jonas, meu ex-namorado da faculdade? – Milla assentiu – Ele está aqui.- Jonas não é nem perigoso, pelo menos não fora da cama, - Stella revirou os olhos, mas sorriu – o que aconteceu com ele? Não me diga que ele deu em cima de você?- O que? Não! Claro que não. Jonas entende que quando terminamos, foi pra valer, e ele veio pra cá porque queria o emprego, nossa, residir em Seant é tudo que qualquer outro médico quer.- Tá Stella, o que foi que esse homem fez pra te deixar de
- Eu não tenho nada para falar com você, a menos que você queira resolver alguma coisa no soco, talvez eu tenha alguns pra você.- Tão selvagem. Acho que os anos de educação que sua mãe lhe deu não foram o suficiente. – Kesia falava calma, parada em frente á Stella que não levantou para recebê-la e não fazia questão disso – mas eu entendo que você me trate assim por medo de perder a única pessoa que tem ao seu lado.- Kesia, eu não estou à pessoa certa para falar com você, em breve terei que receber um paciente e não estou a fim de ficar estressada antes disto acontecer.- Mas eu espero que você me ouça até o final, porque a nossa briga acabou de terminar. – Stella riu.- De que briga está falando? Porque entre mim e você, não existe nada.- Talvez a briga, para quem ocupa o coração de Daniel, essa que você já vai perder.- Achei que tivesse deixado claro; tentar roubar Adrian de Daniel é uma coisa, agora tentar me tomar Daniel, é uma coisa bem diferente – Kesia sorriu mais ainda e St
Mesmo depois de anos nada pode ser esquecido e aquela estória era uma prova disso. Agora, ela tinha apenas uma noite para contar a Daniel, ou ir embora para sempre. Fugir da vida dele e o deixar ser conquistada por Kesia, uma mulher sem escrúpulos, que nunca mudaria. Mas ela não queria ser outra a deixar… Daniel em pedaços.Kesia ele não amava, ainda assim, chorou, ele ficou pelos cantos, ele praticamente entrou em uma bolha de dificuldade e gritou por ajuda, mas nada o fez passar a dor de ser deixado para trás, até hoje ele tinha ela no peito e não largaria, até Kesia sumir da sua vida para sempre. E toda essa dor não curada foi feita por uma mulher a qual ele não amava que estava apenas pelo filho que tanto lhe trouxe felicidade. Imagine como seria ao perder Stella.Daniel entraria em estado de choque, sofreria mil vezes mais, simplesmente, porque ele a amava demais, por ele ter pedido mil vezes para nunca o deixar. Por ele a amar tanto, que poderia fazer tudo, tudo para estar com e
- Ah – ele deu um passo para trás, sem saber como reagir – eu disse que poderia contar, mas só quanto você estivesse preparada, Stella. – Ela assentiu, - Eu vejo que não está, podemos falar disso outro dia, o Adrian voltou para casa, está dormindo, mas esperamos ele acordar, vamos... –- Eu só tenho hoje para contar.- Por quê? – Daniel avançou um passo, o desespero de perder Stella o preencheu – Stella...?- Eu não vou a lugar nenhum, - suspirou dando as costas a Daniel que assistia os passos dela com uma atenção sem igual. – Daniel eu não sei como começar a contar sobre tudo o que aconteceu comigo, e não sei o que você acha de mim, depois de terminar.- Você matou alguém? – Stella riu e virou para ele.- Não. Talvez tenha feito pior, mas tenta me compreender – Ela parou de um lado da sala e Daniel cruzou os braços do outro, sem tirar os olhos dela – Desde pequena, eu assistia minha mãe sorrir na minha frente, mostrar que estava feliz, muito feliz na verdade, ao lado do meu pai que e
- Stella – Daniel apertou as mãos da rosada que não parava mais de chorar, soluçava e não parava mais, aquilo estava o afetando, pois vê-la chorar fazia seu coração doer – Stella, meu amor, o que aconteceu com você?- Quando eu vi que a situação da minha mãe era muito séria, e que ela podia morrer a qualquer momento pelo câncer, ou apenas levar outra surra de alguém que meu pai mandasse dar, eu corri até a diretoria, eu implorei por algo que não existia, pedi ao diretor para correr com minha faculdade, eu faria qualquer coisa para terminar cedo, para fazer provas, testes, para ganhar as notas, para ter tudo. Ele disse claro, que não podia fazer isso, além de puxado, eu não tinha dinheiro. Com isso, eu tive que contar tudo o que estava acontecendo. Ele voltou a dizer que não podia me ajudar, eu não tinha recursos o suficiente, porém, eu tinha algo que ele provavelmente queria e poderia me ajudar se o tivesse de bom agrado. – Stella sentiu suas pernas tremerem mais do que o necessário,
Quando as portas do elevador se fecharam, olhou para sua mão vendo as chaves de Stella em suas mãos, pelo menos sabia que de carro ela não sairia de casa. Podia ele simplesmente ficar fora e quando voltasse, não a encontrasse mais, Stella não se aprecia querer ir embora, tanto que contou a ele sobre toda a sua estória, e a ameaça de Kesia... Kesia, novamente ela estava envolvida em outro conflito perigoso em sua vida.As portas se abriram de novo e Daniel demorou um pouco para juntar seus cacos às sair do elevador parando ao lado de fora. Ele não chorava mais, mas seus olhos estavam tão vermelhos quanto os de Stella lá em cima. Passou pelos carros ao redor sem ter um destino concreto e quando viu o de Stella respirou profundamente antes de ir até lá. Ele podia estar sendo egoísta, porém, saiu tão atordoado e pegou a primeira chave que viu na frente, e era justamente a de Stella.Ela tinha uma chave extra do seu apartamento sim, era sua namorada, alguém com quem ele queria dividir a vi
Daniel levantou a cabeça, cruzou os dedos e sorriu de canto, chamando atenção de Jackson que deixou sua xícara de lado e olhou para o filho com mais atenção.- Sabe uma parte pior nessa estória toda, pai? – Daniel olhou para Jackson – é que mãe dela tinha morrido poucas semanas depois que nos conhecemos, ela se infiltrou na minha casa, me ajudando com o meu problema e esqueceu a sua dor de uma forma que eu não conseguiria fazer. Ela viveu comigo durante todos os meses me ajudando a judiar do Adrian como se fosse uma mãe, ela deixou de lado um sofrimento doloroso pra segurar as minhas tolices, minha bebedeira naquela noite, me sustentou no seu pé reclamando na vida enquanto distribuía sorrisos sem parar.- Sem dúvidas alguma, uma mulher forte demais para ficar com você até – Daniel sorriu, era verdade – ela se sacrificou por uma pessoa que amava.- Ela deixou de lado as suas dores para viver a dos outros, ela fez isso com sua mãe, e fez isso comigo. – Daniel suspirou novamente se jogan